Ontem estive a falar com uma leitora que me pedia conselhos e que desabafava comigo sobre o facto do filhote dela ter sido um santinho até ter soltado a franga, agora com 22 meses, e de ser uma carga dos trabalhos para vestir, para comer, para tudo basicamente. Que cerra os punhos e que deita a casa abaixo (daqueles espectáculos que nós jurámos que "filho nosso não fará!". E, ainda, sobre a pressão dos outros sobre o facto de ele não comer e ser pequenino.
Ora bem. Tenho uma coisa a dizer: não estão sozinhas. Eu não tenho o hábito de partilhar imagens de birras delas e/ou quando estão a zangar-se uma com a outra ou a bater-se, por respeito pelo momento delas e por elas, mas, apesar de não partilhar, não quer dizer que não as façam.
Soluções?
Estamos juntas nas birras, nas personalidades fortes, nos desafios diários e nas frustrações. Eu resolvo muitos dos "nãos" delas com cócegas e brincadeiras / jogos.
Quando não se querem vestir (mais a filha de dois anos), invento jogos da máquina que faz pipipi quando o braço ou a perna passam. Ou digo as partes do corpo em inglês para ela repetir. Ou faço o jogo dos olhos fechados, em que ela tem de acertar nos buracos (nas mangas e pernas) com o corpo, sem ver. Parece demorar muito mas não, nada - nós é que acertamos.
Claro que também explico que nos vamos atrasar e que vai perder alguma coisa na escola, mas raramente pega. E, como odeio gritar e stressar-me toda de manhã, opto pela brincadeira. Fiz o mesmo com a mais velha e hoje já não é preciso nada disto, graças a Deus. E não sinto que tenha perdido autoridade, sinceramente.
Para a saída do banho, depois de já ter avisado, digo que o monstro vai atacar. Ou conto até 5 e se ela não sair sozinha, tiro-a eu do banho, ao colo. Tem resultado que ela gosta de sentir que é ELA que está no comando e que sai sozinha. :)
Para o carro também muito contorcionismo foi preciso, credo. Às vezes parecia que a estava a esfolar viva ao prendê-la no ovinho ou na cadeira. Já passou, felizmente.
Passa. Vai passando. Outras coisas surgem, mas as outras melhoram. Não comem hoje, comem amanhã (com a Luísa não sofro disto que a miúda deve ter um buraco no estômago, de certeza, mas com a Isabel sei bem o que é...). E as birras? Tudo normal, a sério. Desgastam, mas temos de olhar para eles como seres em construção e que ainda não sabem resolver conflitos e gerir sentimentos.
Agora, o que os outros nos dizem sobre os nosso filhos? A sério, caguem nisso.
eu tenho três filhos mas um deles vale por vários... desde que nasceu tudo foi sempre mais complicado com ele: comer, dormir, vestir, doenças, fugir, desobedecer, desafiar, contrariar... enfim, uma trabalheira!
ResponderEliminarDemorei muito tempo (demasiado!) a perceber que é o feitio dele, não é culpa nossa nem de ninguém. A solução? Todas as que a Joana falou e mais algumas da minha autoria, até porque agora já é um adolescente de 15 anos e os desafios são outros.
Cçaro que procurei ajuda mas nunca houve nenhum diagnóstico, só mau feitio...
Foi e é muito difícil, até pela comparação com os irmãos, que é inevitável, embora (já) raramente verbalizada.
Cara leitora, tudo passa... tente ver sempre o lado positivo. Aposto que o seu menino é super meiguinho consigo, aproveite para o esborrachar com beijos, que depois já não deixam....
O nosso papel, enquanto mães, além de ser sairmos vivas desta aventura, é construir pessoas honestas, empáticas, gente como deve ser! Se comem, se choram, se gritam.... não conta muito!
Abraço solidário!
Excelente! Gostei da abordagem. Boas ideias.
ResponderEliminarPassei pelo mesmo com a minha filha. Eram muito comuns as birras: para vestir, para despir, para entrar no banho, para lavar o cabelo, para sair do banho, para andar de carro (não gostava de sentir-se presa e de ficar imóvel), para lavar os dentes, entre outras. As minhas estratégias baseavam-se também no humor e na brincadeira. Ajudam o cérebro a sair daquele registo.
ResponderEliminarHoje, com quase 4 anos, estas birras deixaram de acontecer. Existem outras, mas com esta idade já é possível falar com ela e ela perceber, explicar, ensinar técnicas para relaxar.
Para além disso, é preciso uma dose enorme de paciência e, no fundo, de perceber que eles são tão pequeninos. Com essa idade, dos 2 anos, ainda são incapazes de gerir as suas emoções de uma forma, digamos, menos exuberante. As tais birras são normais. São fruto de um cérebro ainda imaturo.
O que também me ajudou bastante foi ler sobre o tema.
É mesmo isso. Paciência e mais paciência!
EliminarObrigada! ❤️
ResponderEliminarUm truque que, comigo, tem resultado sempre muito bem (a partir dos 2 anos, mais ou menos) é o da "birra no lixo". Partilho um texto que escrevi há pouco tempo sobre isso mesmo, por achar que talvez possa ser útil:
ResponderEliminar"Hoje queria partilhar uma dica que se refere a esse grande demónio chamado.. 🥁 AS BIRRAS 😅
Ainda assim, acho que isto das “dicas” é muito relativo: primeiro, porque cada caso é um caso, cada criança é uma criança. Depois, porque não sou mãe (ainda! 😅), as “minhas” crianças acabam por não ser verdadeiramente minhas, o que torna tudo relativamente mais fácil, a verdade é esta.
Mas sim, é verdade que passo a maioria do meu tempo com pessoas pequeninas e, por isso, vou conseguindo ter experiências únicas, aprendizagens diárias, que me fazem concordar com a ideia de ir partilhando alguns truques, algumas dicas, para quem interessar, para quem possa ser útil.
Já presenciei um sem-número de birras. Birras pelas mais variadas razões, como é natural, como é saudável. Fui aprendendo a lidar com elas, fui construindo as minhas ideias sobre este “demónio” e fui ganhando alguns truques.
Um deles, que quero partilhar hoje, é o truque da “birra no lixo” (ou no bolso, ou na gaveta, ou no armário). Tem resultado sempre, sempre, sempre. Porque a birra se vai embora, porque desvia a atenção da criança daquilo que lhe está a causar frustração, porque se sente útil em mandar a birra fora. E orgulhosa. Normalmente, a birra só vai para o lixo depois de muita compreensão e paciência, depois de voz calma (claro que depende do motivo da birra, de vez em quando pode ir direitinha para o lixo, porque é tão parva 😂). afinal de contas, nós, adultos, também fazemos mil birras - eu, pelo menos, faço tantas. Temos é outras ferramentas para saber lidar com elas. Que as crianças não têm - e ainda bem. "
Obrigada pelo post, Joana! Excelente!
Teresa
Olá Teresa. Desculpe, mas não percebi bem como é que os leva a porem a birra no lixo. Pode explicar? Ou deixe o link para o post original! Obrigada
EliminarOlá!!
EliminarDesculpe se não me expliquei bem :) ontem já era tarde quando escrevi e já não estava com as "capacidades máximas" ahah ;)
Então, o que costumo fazer (depende, claro, de cada caso, de cada contexto, de cada birra, mas na maioria resulta muito bem) é mais ou menos isto:
Depois de tentar perceber os motivos da birra e de perceber que é só mesmo uma birra, evoco o "senhor birra", que chega com gestos da minha mão, por exemplo, e que vai "atacar" com cócegas ou assim... O objectivo é que a criança se distraia do que a levou a fazer a birra e, ao mesmo tempo, se sinta útil: e aqui entra o ir por a birra no lixo. O "senhor birra" pede para guardar a birra no bolso e depois ir pô-la no lixo e... "adeussss birra!"
Não funciona sempre, é preciso paciência e depende, mesmo, do contexto. mas por aqui tem sido uma boa estratégia!
Não tenho nenhum blog que acho que não tenho capacidade para isso ahah, mas uma página facebook e instigaram (@diariodeumababysitter) onde partilho o melhor do meu dia-a-dia: as crianças!
Teresa
Eu qdo o meu filho fazia birras para se vestir e nc qria o q eu escolhia, metia 2 mudas de roupa em cima da cama e dizia lhe para ser ele a escolher, deixei de me stressar com a muda da roupa. A hora da refeição.. uiii odiava comer, só gostava de sopa, arroz branco e tdas as massas. A carne e o peixe triturava na sopa e dps comia arroz ou massa. Aos 3anos e meio foi pro infantário começou a comer outras coisas e eu comecei a insistir outra vez com ele. Dava nomes divertidos as comidas, almôndegas por exemplo eram bolas saltitantes, lulas eram anéis do Sonic.. percebi q dormir á sesta era outro problema. Qdo acordava.. cruzes.. acordava virado do avesso, chorava e esperneava mais de 1h, optei por n o meter a dormir a sesta, desde os 2 anos e meio q n faz sestas. É viver um dia de cada x e tentar contornar estas birras e fazermos o melhor q conseguir mos. ��
ResponderEliminarUi, também tenho um cromo das birras! O meu segundo filho, em bebé era bem tranquilo, agora com dois anos, senhores, se lhe dá a travadinha (e às vezes é memso por motivo NENHUM), chora baba e ranho (muita baba e ranho, pensava que era uma expressão mas depois o meu filho mostrou quão literal podia ser), esperneia no chão, atira o que apanha (incluindo aquilo que está precisamente a pedir). Às vezes até acho que há algum problema com o rapaz, que fica completamente descontrolado, mas já ouvi relatos semelhantes, tento manter eu a calma e esperar que passe (a birra e a fase das birras ��). O meu primeiro filho nas birraa foi/é um santo! Estamos juntas!
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