5.16.2019

Mães que vivem sozinhas com os filhos merecem uma estátua!

"Seja por divórcio, seja porque o marido está no estrangeiro, ou porque trabalha fora, seja por que razão for, opcional ou não, ter os filhos apenas sob a nossa alçada todos os dias, cuidar deles, brincar, acalmar os pesadelos, passear, cumprir horários, educar... É DOSE. E eu cheguei a esta conclusão tendo o David presente ao fim-de-semana, nem quero imaginar quem só tem de quando em quando... ou NUNCA! 

Por motivos profissionais (dele), vivemos assim em abril e maio. Além das saudades que todas sentimos (e ele também, claro), foi duro. É duro a falta de apoio, aquele time breakzinho, aquela ida à casa de banho mais demorada enquanto se faz uma passagem rápida pelo feed do telemóvel, porque sabemos que o outro está lá. Não há um jantar feito pelo outro, não há um "pergunta ao pai", não há aquele apoio perante uma birra, até porque às vezes é preciso é ter ideias para contornar as crises. Não dá para tirar um intervalinho, é contínuo, é sem paragens e sem desculpas. 

Não é fácil, pois não? Ou sou eu que tenho uma tendenciazita para a vitimização - o que também é possível, porque com o cansaço (lá está a queixinhas em acção), a nossa margem para resistir e aguentar tudo diminui substancialmente!

Vocês, que vivem só com os filhos, merecem uma estátua. A sério que sim. "Eu não aguentaria muito mais tempo", saiu-me várias vezes. Claro que aguentaria, se tivesse de ser. Mas sai do pêlo, desgasta, cansa."

Escrevi este texto há dois anos. Neste momento, também só temos pai ao fim-de-semana. Já é mais fácil, elas já colaboram mais, já se entretêm mais sozinhas quando eu preciso de fazer alguma coisa, já não há maminha nem uma bebé sempre colada a mim e tenho o escape de estarem as duas na escola, coisa que há dois anos não acontecia.

No entanto, continuo a sentir falta de poder ir jantar fora com amigos uma vez por mês; ter alguém com quem me revezar nos banhos ou nos jantares durante a semana; ter alguém que as adormeça uma vez por outra. Alguém com quem partilhar momentos e que ajude a resolver algum conflito (duas cabeças pensam melhor do que uma).

Mas tudo se faz. Agora, vocês mães* que são só vocês, 24/ 24 horas... mereciam mesmo uma estátua!

Fotografia: The Love Project

Por eles, tudo, claro. E acredito que aquela felicidade espontânea, aquele abraço mais demorado sem termos pedido, aquele "gosto de ti, mãe" no final do dia ao adormecer seja suficiente para repor as energias para mais 24 horas. Queixamo-nos mas queixamo-nos com o coração a transbordar.

*Válido também para pais, claro


33 comentários:

  1. Fui mãe sozinha a tempo inteiro durante 3 meses inteiros enquanto o meu filho esteve internado no hospital. O que me ajudava bastante era a minha mãe ir lá ficar com ele só para eu poder ir a casa tomar banho e comer qualquer coisa (que na maior parte era so mesmo o banho porque preferia comer sentada a olhar para ele). Foi super cansativo psicológicamente mas estou a contar os dias para poder voltar a ser mãe "sozinha" a tempo inteiro outra vez.
    Lá está, quem corre por gosto não cansa mas não há mal nenhum admitirmos que não é fácil :)

    Beijinhos*

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  2. Sei bem o que isso é. Vivi cinco anos sozinha com os meus filhos, ainda pequenos, depois de me separar do pai deles e não foi pra doce. Ainda hoje me questiono como é que eu consegui.

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  3. Ui ui... Aqui, é 24 horas a solo, 365 dias por ano, há 4 anos e meio... 3 filhas! O primeiro ano foi complicado, com uma bebé de 1 ano e ainda tive uma sobrinha adolescente a cargo durante vários meses, por se encontrar em risco... Um salário desgraçadamente baixo (não chegava a 400 euros), uma pensão de alimentos de 75 euros por criança (apesar dos 1300 euros líquidos que o pai recebia) e a dúvida constante de conseguir alimentá-las sequer. Tudo se fez, hoje participam todas e está bem mais fácil, apesar de uma delas estar a entrar na adolescência! Mas é uma pressão constante, sem dúvida!

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  4. Eu cheguei à mesma conclusão a primeira vez que passei um dia inteiro com a Luisinha, tinha ela dois meses. Penso que o pai chegou a casa pelas 22:30 mas ainda assim deu para ficar com uma ideia do que é cuidar de uma bebé sozinha. Ganhei uma imensa admiração por quem cuida dos filhos sozinha/o, independentemente dos motivos.

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  5. Aqui já são 2anos e 4 meses quase sozinha e uma casa onde moram mais 4 pessoas e quando chego do trabalho tenho que fazer tudo sozinha .. e a minha avó muita vez me pergunta porque que estou cansada ... PK me sinto cansada ...

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  6. Aqui já são 2anos e 4 meses quase sozinha e uma casa onde moram mais 4 pessoas e quando chego do trabalho tenho que fazer tudo sozinha .. e a minha avó muita vez me pergunta porque que estou cansada ... PK me sinto cansada ...

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  7. Criei o meu filho sozinha, sem quaquer elemento familiar. Foram 18 Amos em riste, sem folga nem descanso. Por amor tudo se faz. Hoje me questiono coo consegui?

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  8. Já lá vão 17 anos com ele sózinha. Escuteiro, atleta, com atividades desde os 5 anos. Alguém quer?
    Acho que o mais difícil mesmo são as decisões, quando não temos ninguém a ajudar a pensar e a responsabilidade é só nossa. E o non stop, 24h sobre 24h, sem folgas nem férias.

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  9. Aqui já são 5 anos sozinha....e 4 dias por mês pra respirar...

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    1. Sorte a sua! É bem melhor do que ver a minha filha semana aqui...semana ali.. E para mais não querendo ir para a nova família do P. Dói muitooooo

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  10. Com amor e alguma sorte ou ajuda, tudo se faz e faz-se o melhor. Sou a mais nova de cinco irmãs, a minha mãe ficou viúva pouco antes dos 41, eu estava a caminho dos 3 anos, a mais velha com 16, as outras com 14, 12 e 8. Somos seis mulherões a aprender ainda a viver com o que não ficou bem resolvido, mas com um power do caraças.

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  11. Adorei, sou mãe de 3 meninas, uma com 11 e as gémeas com 6, sendo que uma das gémeas é uma criança com necessidades especiais. Tem sido a solo desde o início e o que mais custa é as pessoas acharem que não nos podemos cansar ou até mesmo queixar. O que escreveu sobre os abraços, sorrisos ou um amo-te mãe fazerem recarregar baterias e arregaçar mangas é bem verdade, mas lá pelo meio existem momentos de exaustão, que temos sempre de arranjar forma de ultrapassar. Beijinhos

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  12. Há 6 anos que conheço esta realidade...quantas vezes esperei que eles adormecessem para chorar baixinho na almofada...quantas vezes passei noites acordada a "magicar"uma forma de desaparecer por sentir que nao tinha forças p seguir em frente.?..hoje em dia sinto me tão forte mas tão forte que chego a agradecer o facto dele ter ido viver para bem longe...pois os filhos são meus e só meus e todo o "trabalho" que tive e ainda tenho...Nao foi trabalho...foi amor!

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  13. Crio sozinha a sete anos... desde que engravidei... puxado, cansativo!!!!

    Mas a cada conquista é libertador, pois significa que estou fazendo direito, noites sem dormir, dias estressantes... mas um dia me confidenciaram, que ser mãe é para os fortes, e eu acreditei....

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    1. Eu tambémsei o que isso é, e Quanto custa! Desde sempre fui a chefe de família ! Nunca tive auxílio monetário da parte do pai!Ainda eu tinha que dar dinheiro a ele para a vida de burguesia e noitadas que fazia! Eu trabalhava mas as meninas eram só minhas! Quando comecei a receber notificações judiciais quase Diárias a anunciar penhoras,tive que pensar muito! Os bens que tinha eram meus pk os tinha comprado ainda solteira.Mas havia o meu vencimento que podia ser penhorado.Decidi pedir o divórcio, porque o que ele me deixou foram maus trtos quer físicos como psigológicos! tive depressões,esgotamentos, curas de sono ect. que fui superando aos poucos.No trabalho(C.T.T )todos os dias perdia dinheiro. os médicos Ajudaram a convencer-me a Reforma Antecipada!A situação era tão grave que me informaram que ía ser penalizada monetáriamente pk ainda tinha poucos anos de serviço!Mas eu quiz antes a saúde que uma boa reforma.Comi o pão que o diabo amassou:-fui empregada de restaurante,trabalhei num seminário fiz horas emdiversas casas: as filhas iam crescendoe as dificuldades igual... Sempre alunas exemplares incentivei-as a irem para irem ppara a faculdade!Aceitei o trabalho de empregada interna em senhores muito abastados! uma já andava na faculdade do Porto e a outra entrou em Coimbra.Os patrões não eram grande Coisa e tratavam os empregados abaixo de cu de cão!Eu pecisava tinha que me sujeitar! Hoje digo com muito orgulho que tenho 2 filhas doutoradas e com Pós Graduações . Uma é Psicóloga e a outra Advogada!Tiveram que renunciar a herança do pai(Deus já o levou)porque só iriam herdar divídase isso não convém a ninguém! Estou Velha,sim! Mas Feliz.Se fosse preciso ,hoje faria a mesma coisa!

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  14. Sozinha há mais de 8anos...2 crianças energéticas, vivaças e que gostam de testar limites!!! Tem 2 anos de diferença, são bons alunos, atletas e a minha alma!

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  15. Há 5 anos que me separei. Felizmente, tenho uma excelente relação parental com o pai dele. Ele fica com o pai aos fins-de-semana alternados (os tais 4 dias por mês). Durante a semana sou eu para tudo, mas em caso de situações mais sérias ligo para o pai dele e conversamos, e o pai conversa com ele, e por vezes até fazemos chamadas em voz alta com os 3. Apesar de ser assim, por vezes sinto que não sou suficiente durante a semana, porque estou demasiado cansada. Fico sem paciência para algumas coisas. uns dias melhor que outros. O pai está relativamente longe. Mas como diz o ditado: tudo se cria… e o que eu digo é: educar é que é difícil!

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  16. Desde que fquei grávida que fiquei sozinha. Já lá vão 8 anitos que tomei a decisã de ser mãe solteira. Não é fácil, há dias em que é duro....muito duro, principalmente quando pergunta com os olhos a transbordarem de lágrimas "Porque é que o meu pai não me vem ver? Ele não quer saber de mim pois não mamã?"...sento-a no colo, sempre com um sorriso na cara, dou-lhe mil beijinhos e centenas de abraços, acompanhados por uma conversa franca e sem medo, para explicar que foi a opção dele não querer saber, e que a minha foi tê-la por a desejar mais do que tudo no MUNDO, que a AMO mais que a própria vida e que as 2 sozinhas somos e vamos continuar a conseguir ser felizes. No final de muito choro, e de muita revolta, de quem só tem 7 anos e 7 mesese e não entende como pode não ser desejada responde....eu "Também te amo muito mamã linda do meu coração (é a 1 frase que me diz todos os dias ao acordar sere de sorriso na cara!), e sou muito feliz contigo"
    Por isto, VALE A PENA TODOS OS DIAS!!!!!

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  17. Sei bem o que é isso. Tenho 3 filhos e sou sozinha em tempo integral. Há quase dois anos moro em outro País com os meus dois filhos menores e não tenho ninguém da família, nem para pedir um help numa extrema necessidade. É cansativo demais...As vezes, é enlouquecedor.

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  18. Bonito ver esse relato. Mas a grande maioria é a força. Pois os homens estão cada vez mais egoístas. Pensam em si e dizem "viver suas vidas" enquanto, como diz o ditado: o filho é sempre da mãe

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  19. Aqui ja vai a 5 anos ,mae de 2 rapazes... sozinha ! É dose !

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  20. Eu vivo isso há 3 anos e meio, apesar de estar separada há apenas 1 ano! O pai só aparece no final da tarde nos finais de semana e passa 2 ou 3 horas junto dela em minha casa e nunca a procura durante a semana, TD por escolha e opção dele, e mesmo assim ainda está a me processar por dizer q dificulto suas visitas, qdo na verdade não a vê mais pq não quer! Mas o mais importante de TD isso é o AMOR q nos envolve, nos acalma e dá forças para continuarmos, pq apesar de todo cansaço, toda dificuldade, e até falta de tempo,pois trabalho o dia todo e minha filha fica na creche em período integral, nós reencontramos todas as tardes e cada bj, cada abraço surte o efeito de "vai dar td certo", de e"te entendo", e qdo ela diz "mamãe eu te amo" e "vc é minha Mulher Maravilha", eu sinto q estou no caminho certo, e jamais me arrependo de tê-la assim, toda pra mim!! É o amor da minha vida, ela é a minha vida!!❤️

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  21. 16 anos. :) Divorciei me ainda ele não tinha 3 anos. Depois numa tentativa falhada nasceu o segundo. O 1 tem agora quase 19, o pequeno 8. Há dias que apetece não sermos nós durante uns tempos....mas não podemos. :)
    A juntar q isso tudo acrescenta se a questão economia...depender tudo de 1 só. As vezes não anda...empurra-se. Mas tem-se feito, e tem de se continuar a fazer. A vida social ou até a vontade deca ter são sacrificadas. Mas...quando se decide ter filhos a responsabilidade é para ficar independentemente do rumo que a vida acabe por levar. I Will survive....lol

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  22. Ah...aqui há o pai do mais velho, visitas fds sim fds não sem apoios logísticos ou para além de uma pensão de 100 EUR...e o mais novo sem pai ou pensão de todo.

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  23. Jamais tirar suas dores de ficar dois meses sem o maridao p ajudar, mas sua crónica é simplista perante o que uma mãe solo enfrenta com seus filhos...

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  24. Jamais tirar suas dores de ficar dois meses sem o maridao p ajudar, mas sua crónica é simplista perante o que uma mãe solo enfrenta com seus filhos...

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  25. Obrigado pelo comentário final "válido para os pais também", pouco usual. Há 6 anos a mãe morreu e o pai assumiu. Nem fins de semana, nem apoio financeiro nem ninguêm adulto em casa para trocar impressões. Tudo se ultrapassa quando se trata de criar os filhos. Bem haja por esse comentário que relembra que não interessa quem cuida só, seja pai ou mãe.

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  26. A forma como vi isto partilhado nas redes sócias ...

    "a mãe é que sabe" isto é machismo. Deixa de fora a situação oposta. Eu (homem) cuidei do meu filho por ela que estava a trabalhar.
    ha pais que tambem fiquem sozinhos ...

    Cria-se constantemente essa tendência de desvalorizar automaticamente o pai ...

    Um pai que largo o filho é "normal" se for uma mãe é o diabo em pessoa ...
    Um pai que se divorcia automaticamente leva o carimbo de nao querer saber dos filhos, se for a mãe automaticamente leva o carimbo de ter que arrecadar com toda a dor de Cristo .

    Quando se ama e se cuida nao há diferenças de género.

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    1. Olá André!
      Escrevo como mãe que sou.

      A "mãe é que sabe" surgiu não em confronto com a figura paterna. mas sim para fazer frente aos bitaites das vizinhas, da prima da amiga, etc, etc.

      Deixei uma nota no final do texto, dizendo que era válido para PAIS também.

      Beijinhos

      Joana

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  27. Só consigo chorar lendo isso. �� Mas Deus nos dá forças, e o amor genuíno supera. Aqui fala uma mamãe de um pequeno que fará um aninho sábado.

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  28. suzy.guga@gmail.com8:58 da manhã

    Bom dia, Não é fácil... mas é possível. Cada um sabe da sua realidade! Fiquei grávida, dei á luz, adoeci com cancro ao fim de 1 ano (durante muitooo tempo) e sempre sem companheiro. Já sou mãe há 16 anos! Somos felizes, independentes e saudáveis física e mentalmente. A vida é bela quando temos uma amor incondicional como o de ser Mãe! Felicidades para todos!

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  29. Sou mãe solteira a 18 anos com três filhos 1 menina e 2 meninos. Foi e continua a ser muito difícil, ainda para mais sem ter apoio de ninguém. Sóde um ou outro amigo/a em situações extremas como internamentos ou assim.

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  30. O Casamento não é uma instituição avessa a riscos, a mães precisam entender que não suportam as consequências das dissoluções sozinhas. O pai não é para ajudar, é para criar, entretanto mulheres “mães” como vocês criaram filhos do sexo masculino justamente impondo esse tipo de valor, e está na hora de vocês mudarem, inclusive por seus próprios filhos do sexo masculino, haja vista que não há cabimento em perpetuar esses valores. Ser mãe não significa prevalecer sobre todos os entendimentos divergentes, inclusive do próprio Pai. Fico impressionado com as falas, e a pergunta que não quer calar, até quanto mães, mulheres, conseguiram continuar nessa dominância na vida dos filhos, afastando diretamente ou indiretamente o poder parental paterno, repetindo estereótipos antiquados, sem respeito e entendimento do que é criar filhos inclusive em situações de dissolução conjugal, onde entendimentos divergentes por vezes, devem e podem prevalecer sobre os entendimentos maternos, e no mais grave aspecto, imprimindo aos próprios filhos o mesmo ordenamento cultural de valores que irá, provavelmente, em casos de dissolução conjugal, por seus filhos sob semelhantes situações, e sem perspectivas de mudanças. É impressionante que tudo isso se perpetue geração após geração, e se leia textos como esse. IMPRESSIONANTE A CAPACIDADE DE NÃO RECONHECER QUE OS FILHOS DE HOJE PODERÃO SE TORNAR OS PAIS EXCLUÍDOS DE AMANHÃ!!!

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