Porque não estão. Ser mãe pela primeira vez tem tudo de difícil (acredito que de 2ª e 3ª também, mas só falo do que sei, eheh). Lembro-me perfeitamente, nos primeiros meses de Irene, num grupo de mães ter perguntado: "Posso pô-la despida na banheira dos adultos? Como fazem vocês para impedir que os detergentes que usamos para limpar a banheira lhes façam mal ao pipi, por exemplo?".
Muitas riram-se (não foi por mal) e perceberam obviamente que se tratava de uma mãe que está a passar por tudo isto pela primeira vez (ainda assim a pergunta não me parece assim tão totó e eu responderia que há sempre a hipótese de comprar detergentes ecológicos e biológicos). Porém, fiquei a sentir que estaria sozinha neste mundo com as minhas preocupações.
Se é verdade que podemos e devemos descansar as mães de "primeira viagem" (odeio a expressão), acho que muitas das dúvidas podem ser pertinentes também para repensarmos qualquer coisa. Esta questão dos detergentes poderá ser um gatilho interessante para que algumas de nós comecemos a repensar as escolhas de "químicos" que fazemos e que pomos os nossos bebés em contacto no chão, nos talheres, no banho...
... a verdade é que, com o tempo a passar, isto vai deixando de ser algo que nos incomode porque há tantas outras coisas para nos preocuparmos... Durante os primeiros meses de vida, então... Senti que as minhas principais prioridades e preocupações fossem que ela sobrevivesse (uma), que não morresse (parece a mesma, mas é outra) e que eu também sobrevivesse (é outra).
Por isso, mães de primeira viagem, não se sintam sozinhas. Todas nós temos pensamentos e preocupações que aos olhares das outras parecerão absurdos, mas não somos todas iguais. E são também as nossas preocupações e gostos que nos distinguem. Para muitas mães, a questão dos detergentes é uma mariquice e "por amor de Deus, deves ter muito tempo livre", para outras a questão dos detergentes é importante, mas estão a borrifar-se se comem vegetais. Vai mudando de mãe para mãe.
Ou, no meu caso, preocupam-se com tudo ao mesmo tempo (parece) e dão em malucas. Eu não consigo saber que as coisas lhe fazem mal e não me lembrar disso quando deixo que ela as faça ou quando vejo que estão a acontecer. Vivendo e aprendendo :) Tem sido uma luta grande a "descontracção", ainda estou a tentar encontrar o meu/nosso equilíbrio, mesmo que ele tenha de mudar todos os dias.
O yoga tem-me ajudado imenso, sinto que mais uns meses e poderei ter um maior controlo sobre a minha cabeça e fritar menos :) |
Ps - Tenho os detergentes ecológicos e biológicos lá em casa, mas ainda não consegui habituar-me ao facto de não terem aquele cheiro "a lavado" ao qual fui habituada... Devagarinho :)
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A única solução para ultrapassar essas "mariquices" é mesmo ter um segundo filho! Lol
ResponderEliminarAlgo que eu aconselho em último caso!! Lol
O estado de calamidade é constante e tu vais estabelecendo as prioridades à medida que acontece! E no final do dia tudo, de cabelos em pé e toda suja e cheirosa de bolsado, passa e vale sempre a pena!
Concordo!! Segundos filhos ligam mesmo o descomplicador.
EliminarSobre detergentes sugiro nozes de saponária e sobre o cheirinho sugiro óleos essenciais.
Beijos,
Raquel
O meu maior problema surgiu agora com ela mais crescida (tem a idade da Irene). Agora estou sempre em alerta vermelho para tudo o que lhe possa deixar doente..seja uma simples virose ou uma varicela.. Dou por mim a limpar lhe as mãos muitas mais vezes... A stressar se vai ficar doente nas férias.. Basicamente vivo em clima de ansiedade. Não era nada assim.. Nem tenho motivos para ser.. Tento pensar:o que tiver de acontecer irá acontecer . Não consigo controlar o futuro.. Relaxa Mas nem sempre é fácil. Estou em fase de reeducação. Bjs
ResponderEliminarLembro-me perfeitamente desse post. Não me lembrava era que foi a Joana a fazer essa pergunta. Acho que é nestas pequenas coisas que se vê a ansiedade e a dificuldade em só viver. E devo dizer que textos destes deixam-me com alguma pena: pena pela Joana que vê o mundo como um sítio cheio de perigos e dificuldades e pena pela Irene que inevitavelmente absorve isso. Eu cresci com uma mãe assim e apesar de sempre ter sabido que aquilo era só amor (mesmo!) demorei a desligar o chip de complicação com que cresci. Hoje tenho 3 miúdos que crescem um bocado em selvajaria :)
ResponderEliminarEu estou grávida pela primeira vez e sinto-me sozinha... em não sentir nenhuma dessas preocupações! Leio posts em foruns/blogs das dúvidas de outras "mães de primeira viagem" (também odeio a expressão) e penso "era suposto estar preocupada com isto? nunca me tinha ocorrido tal coisa!". Acho que sou uma pessoa super prática na vida (em coisas sem filhos, mais prática e descomplicada do que a maioria dos que me rodeiam), por isso acho que também estou a encarar a maternidade assim. Talvez quando nascer seja diferente, let's see!
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