Acusam-me
muitas vezes de ser lamechas e romântica, que sou, mas acho que sou,
também, realista. Por vezes realista queixosa e lamuriosa e, outras
tantas, realista com sentido de humor. A melhor forma de encarar muitas
vezes o sono, o cansaço, a falta de paciência é olhar para as coisas com
um sorriso na cara e olhos rasgados, mesmo que cheios de olheiras. Já
me aconteceu, muitas vezes, desmanchar-me a rir perante episódios que
não lembram o diabo, por me colocar do lado de fora em vez de me ficar a
consumir por dentro a vivê-los. Depois volto a eles, mas já
descomprimi. A hora de adormecê-las é muito difícil, principalmente
agora que a Luísa demora muito tempo e quer saltar na cama e meter-se
com a irmã. Mas não só. Por isso, acreditem: ter dois filhos é o melhor
que me podia ter acontecido, há momentos que me enternecem a alma, mas
há alturas em que, se pudesse, preferia arrancar um mindinho do pé. :)
Quais são então as piores coisinhas de ter dois filhos?
1) Hora de dormir.
Estão a ver quando têm um filho que demora 40 minutos, 1 hora a adormecer? Imaginem agora esse tempo a duplicar ou a triplicar. Se adormecem primeiro um e depois o outro, somam tempo. Se os adormecem aos dois ao mesmo tempo, ficam excitados e "querem conversa" e demoram ainda mais. O que resulta melhor por aqui é, quando há essa possibilidade, cada um dos pais adormecer um filho. À hora de dormir acrescento esta: quando se acordam uns aos outros (rrrrrrrrrrrr). Felizmente, a Isabel já dorme melhor e é raro acordar com a Luísa, mas o contrário já aconteceu (porque a Isabel fala - e ralha - durante os sonhos.
2) Duelo de titãs
Não se fiem nos primeiros tempos de namoro e colinhos e coisas boas. Chega ali a uma fase que é ver o mais velho a afiambrar no mais novo, o mais novo aprende e passa a afiambrar também no mais velho; ele é palmadas, beliscões, mordidelas, um cocktail explosivo de pancadaria que nos leva às lágrimas sem saber bem o que fazer.
3) Hora das refeições
Nem sempre é um caos, mas quase sempre. Uma começa a cuspir a comida, a outra acha que se pode levantar da mesa, a mesma que sempre gostou de ervilhas mas agora, como são verdes, diz que já não gosta (vai de fazer um coração com as ervilhas, se não as comeu logo que foi uma maravilha e no dia seguinte pediu mais), a outra mete as mãos na água, a mais velha acha piada e mete arroz no copo. É um espectáculo. Por isso, acabamos por ir comer pouco fora. Lá para 2021.
4) O segundo leva com açúcar, fritos e televisão bem mais cedo
Estão a ver aqueles cuidados todos que se têm com o primeiro filho? Com o segundo... (quase) tudo muda de figura. No início, o mais velho tem de perceber que não pode dar um bife ao bebé, mas, em passando aquele período inicial, torna-se mais difícil respeitar, porque o bebé já tem "quereres". Já não dá para ver a irmã a comer um epá e distraí-la com um elefante. Os segundos acabam por provar de tudo e acabam por conhecer o Panda também mais cedo. Paciência. O segredo está na moderação (é muito raro fazer batatas fritas em casa, por exemplo, e tento que a mais velha veja televisão só ao fim-de-semana).
5) As birras
Dizem-me que ainda não vi nada. Que vai piorar. Acredito que sim. Porém, já tive demonstrações do potencial destas duas. O pior é quando uma está a chorar e a outra começa também, por contágio. Então se for a andar de carro, lá atrás, é de bradar aos céus. Já cheguei a fazer algo pouco ortodoxo como levantar o volume do rádio. Ufa, que alívio (e lá acalmaram).
6) Nem sempre conseguir estar lá para as duas.
Estão a ver quando têm um filho que demora 40 minutos, 1 hora a adormecer? Imaginem agora esse tempo a duplicar ou a triplicar. Se adormecem primeiro um e depois o outro, somam tempo. Se os adormecem aos dois ao mesmo tempo, ficam excitados e "querem conversa" e demoram ainda mais. O que resulta melhor por aqui é, quando há essa possibilidade, cada um dos pais adormecer um filho. À hora de dormir acrescento esta: quando se acordam uns aos outros (rrrrrrrrrrrr). Felizmente, a Isabel já dorme melhor e é raro acordar com a Luísa, mas o contrário já aconteceu (porque a Isabel fala - e ralha - durante os sonhos.
2) Duelo de titãs
Não se fiem nos primeiros tempos de namoro e colinhos e coisas boas. Chega ali a uma fase que é ver o mais velho a afiambrar no mais novo, o mais novo aprende e passa a afiambrar também no mais velho; ele é palmadas, beliscões, mordidelas, um cocktail explosivo de pancadaria que nos leva às lágrimas sem saber bem o que fazer.
3) Hora das refeições
Nem sempre é um caos, mas quase sempre. Uma começa a cuspir a comida, a outra acha que se pode levantar da mesa, a mesma que sempre gostou de ervilhas mas agora, como são verdes, diz que já não gosta (vai de fazer um coração com as ervilhas, se não as comeu logo que foi uma maravilha e no dia seguinte pediu mais), a outra mete as mãos na água, a mais velha acha piada e mete arroz no copo. É um espectáculo. Por isso, acabamos por ir comer pouco fora. Lá para 2021.
4) O segundo leva com açúcar, fritos e televisão bem mais cedo
Estão a ver aqueles cuidados todos que se têm com o primeiro filho? Com o segundo... (quase) tudo muda de figura. No início, o mais velho tem de perceber que não pode dar um bife ao bebé, mas, em passando aquele período inicial, torna-se mais difícil respeitar, porque o bebé já tem "quereres". Já não dá para ver a irmã a comer um epá e distraí-la com um elefante. Os segundos acabam por provar de tudo e acabam por conhecer o Panda também mais cedo. Paciência. O segredo está na moderação (é muito raro fazer batatas fritas em casa, por exemplo, e tento que a mais velha veja televisão só ao fim-de-semana).
5) As birras
Dizem-me que ainda não vi nada. Que vai piorar. Acredito que sim. Porém, já tive demonstrações do potencial destas duas. O pior é quando uma está a chorar e a outra começa também, por contágio. Então se for a andar de carro, lá atrás, é de bradar aos céus. Já cheguei a fazer algo pouco ortodoxo como levantar o volume do rádio. Ufa, que alívio (e lá acalmaram).
6) Nem sempre conseguir estar lá para as duas.
Acontece,
muitas vezes. Uma querer jogar às cartas, tarefa impossível com a mais
nova por perto. A mais nova querer mama quando estou com a outra na água
do mar. É arranjar estratégias, dar-lhes a volta, mostrar alternativas e
explicar-lhes tudo. Converso muito com elas (às vezes achamos que não
vão entender - e não entendem - mas com o tempo, vai lá), e as
cedências, o ter paciência, o saber esperar farão parte da vida delas.
Lá para 2025.
Posso estar a esquecer-me de alguma coisa. Por isso, sintam-se à vontade para completar a lista ;)
Ler também:
Isto de se ter dois filhos (que escrevi quando a Luísa tinha 5 meses)
Texto original e comentários aqui.
♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡♡
Que me desculpem todas as que já tinham comentado, mas tive de fazer novo post para que o FB aceitasse e não restringisse o alcance. Obrigada!
ResponderEliminarOlá Joana, tenho um Afonso com 2 anos e 3 meses e com uma personalidade a estalar próprio da idade. Gostava de saber que estratégias usas perante essas birras que falaste. Estamos neste momento a começar uma segunda "viagem" e tento imaginar como será a reacção do Afonso a um irmão mais novo. Tomando como exemplo a minha relação com as minhas irmãs mais novas já sei que não vai ser um mar de rosas e vou passar muito por aqui, pelo que descreves, daí a minha curiosidade :)
ResponderEliminarAqui grávida do 2o.. :D gosto do realismo, muito melhor do q ir ao engano! Assim se for melhor fico contente se for assim ou pior não tenho uma desilusão...
ResponderEliminarNão acreditem quando vos disserem: Ah depois eles brincam os dois, facilita tudo! Mentira!!
ResponderEliminarA brincar é "Mãeeee ele bateu-me" Mãe, ele tirou-me o brinquedo" etc etc
Por aqui um com 9 e outra com 1 e já começam a cascar um no outro 😅 nossa senhora valei-me 😂
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