Não vou mentir e dizer que é tudo um mar de rosas. Não para já, pelo menos. Sei de estórias de ex que se juntam no Natal com as madrastas e padrastos à mistura e em que se sente que há uma família e feliz. Há muitos tipos de famílias, porque não?
Divorciei-me recentemente e estamos a aprender a lidar um com o outro. Esbarramos contra paredes, noutras vezes comovemo-nos em conjunto por sermos quem mais ama a nossa filha - nem sempre é fácil de gerir.
Simplesmente sei que vale a pena o esforço.
Vantagens de nos darmos bem com o ex:
(também deve haver desvantagens, mas faz parte do "esforço" não falar disso, eheh)
A criança não sente o ambiente negativo entre ambos - mesmo que achemos que eles não sentem nada, sentem sempre.
É genuíno o carinho e respeito com que falamos do outro, sem precisar de dizer, a morder a língua "sim, o teu pai é muito divertido".
Podemos dar recados e ter alguma esperança de sermos ouvidas como: "evita, por favor, vestir-lhe pijama de mangas compridas que ela tem pele atópica e no Verão, como está calor, precisa de respirar mais um pouco". É uma frase muito comprida, se não nos dermos bem, é provavel que fique só no "evita" e, no resto do tempo seja um "o que é que esta cabra quer, já dei para isto... bazaaaaaaa" na cabeça deles.
Conseguimos obter mais informação relevante como se foram passear e onde. Gosto de saber para poder perceber cansaço da parte da Irene e para poder conversar com ela. Saber que ela viu pavões ou que foi ao Aquário Vasco da Gama faz com que eu possa falar sobre o dia dela, mesmo quando não foi comigo.
É bom para articular refeições. Evita-se que a miúda coma douradinhos 2 refeições seguidas ou carne de vaca. É um pormenor, bem sei, mas acho uma atenção querida.
Existe maior flexibilidade na troca de dias e de horas para a conveniência de cada um e com tranquilidade.
Ficamos, enquanto adultos, verdadeiramente libertos - tanto quanto possível - da relação falhada, sem que isso nos consuma diariamente e em todas as pequenas decisões que tenham que ver com o filho.
Podemos orquestrar momentos de brincadeira: hoje à saída de casa, quando fui levar a Irene ao Frederico, perguntei se ele tinha chamado um médico ao domicílio porque estava a caminho a "Dra. Matilde". A Irene tem uma mala de médica e ultimamente gosta de fingir que se chama médica matilde.
Quando chegamos, o Frederico tinha passado aqueles minutos a desenhar nas suas pernas várias maleitas para a Dra. Matilde curar e assim que ela chegou à casa do pai, começou logo a trabalhar.
Tem um arranhão, um prego preso na perna, um bróculo e uma dentada de tubarão para a "Dra.Matilde" tirar. |
Recebermos fotografias adoráveis da pessoa que mais amamos no mundo inteiro, mesmo quando não estão connosco, inesperadamente por whatsapp.
Acaba por funcionar como "boa publicidade". Ter um casamento falhado e um filho não abona a favor de ninguém no mercado, mas ter um bom ambiente com a ex-mulher (com as devidas distâncias, claro) faz com que o divórcio bem sucedido seja um turn-on - pelo menos na minha cabeça. Nenhuma madrasta ou padrasto quer iniciar uma relação já com imensos problemas de antemão e um futuro parceiro com a cabeça feita em água.
Já que falo em boa publicidade, este é o instagram do Frederico. Também tem alma de blogger, mas com um ligeiro gosto por comer e cozinhar. Nada demais. ;) Não vai ter uma série em que é só ele a comer e nada. Tem alguma piada. A suficiente para ter aceitado casar com ele.
"Sei de estórias" naaa
ResponderEliminarHistórias :-)
O resto muito bom, acho que deve ser realmente mais fácil e salutar para todos se se derem bem, e existir respeito e compreensão.
Célia por favor não corrija algo que pensa ser um erro ortográfico sem antes verificar o dicionário."Estórias" está correcto no contexto em que a Joana o empregou.
EliminarEstórias está correto, Histórias é diferente de estórias!
Eliminar"Estórias" não podia estar mais correcto!!Acho que o seu comentário é que tem de ser corrigido!
EliminarCarla M.
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/historia-e-estoria/10346
EliminarOlá Célia.
EliminarPenso que a Joana escreveu correto. As duas palavras existem e podem ser utilizadas em contextos diferentes. Estórias pode utilizar-se quando se fala em narrativas populares, ou seja são estórias que podem ser criadas. Tanto por isso a Joana escreveu: "Sei de estórias". A palavra histórias é empregue no contexto de narrativa factual, por exemplo eu leio uma história ao meu filho.
Penso que não estou em erro, se for o caso desconsiderem o meu comentário ou corrijam. :)
A definição que me ensinaram é essa também - estórias está correcto (embora também possa chamar-lhe histórias) se for um conto para crianças ou um livro com uma narrativa inventada. Algo que tenha por trás factos reais já passa a ser uma história. Neste caso, se a Joana conhece realmente alguma família como descreveu, é uma história, porque é real. Ou seja, pode chamar-se história a estória mas o contrário já não. Mas venha um professor de português corrigir/confirmar, se aqui houver algum :D
EliminarOk, ok. Calma!
EliminarErrei, tudo certo, não é preciso atacarem assim.
Não achei que estórias podia ser aplicado neste caso ;-) e que o correcto seriam histórias.
Ao inicio era assim...agora as coisas tao mas...5anos depois
EliminarAo inicio era assim...agora as coisas tao mas...5anos depois
EliminarMas quando se juntam de novo? Sou uma eterna romântica, que acha que o esforço leva a bom porto. Se gostam assim ainda um do outro, não haverá mais do que suficiente para juntar os trapos? Não sentem falta um do outro? Mais do que se convencerem que estão bem assim é que há imensas vantagens... A Irene começou há pouco a descansar melhor - só isso dá maior qualidade de vida e tempo para o casal!!!!
ResponderEliminarGostava de ler um dia, acerca do vosso ajuntamento...
Desculpa a intromissão. Mas o mundo precisa de amor. Tantos casais a separar-se...
Forca...
Ohhh... Eu fico, ligeiramente, com o coração apertado porque acho que a Joana gosta muito do Frederico e que a decisão do divórcio foi, inicialmente, aligeirada mas está a começar a cair em si.
ResponderEliminarExperiência pessoal: estive divorciada 9 meses. Voltámos a ter saudades um do outro e aquilo que nos separou, limou-se e reatámos à sensivelmente 5 anos. Hoje somos namorados com todos os benefícios. :)
Desejo-lhe a mesma felicidade!
Bem, eu venho aqui também para deixar a minha seta de cupido. Sei que a vida de um casal muda bastante quando chega um filho, principalmente quando esse filho dá más noites.
ResponderEliminarParece.me que ainda existem muitos sentimentos positivos entre ambos...uma cama de casal só para nós é bestial mas...a conchinha é melhor ainda mais!😉😉
ao contrário do outro, amei de paixão este post!! isto sim, é ser adulto, consciente e esforçarmo-nos por fazer o melhor para os nossos filhos, mesmo quando a relação morre! e não, não há mal nenhum em a relação morrer, desde que depois se seja assim... :) (porque assim, estão todos melhor!)
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