12.14.2015

O maior susto até agora.

Foi mesmo verdade. Sei que é o segundo post de hoje em que vos falamos de doenças e afins, mas é segunda-feira, o dia está cocó (apanhei uma chuvada tão estúpida hoje de manhã só porque não me apetecia revirar a mala toda à procura do chapéu de chuva do Ikea) e a Irene está cheia de febre. 

No sábado às 19h horas eu, durante 4 minutos, apanhei um dos maiores sustos da minha vida: o cérebro da Irene entrou em stand-by.

Ela estava a brincar com um puzzle (daqueles que fazem o chão almofadado), caiu para trás e bateu com a cabeça. Pareceu-me uma queda normal. Peguei-lhe imediatamente ao colo (ela chorava muito) e demos abraços em família. Parou de chorar imediatamente. Ficámos contentes porque o "abraço de família" tinha poderes mágicos, mas olhei bem para ela e não "estava cá". Não estava cá e senti as perninhas a tremer e o braço direito também. Estava sentada no meu colo, continuava sentada, mas fugiu.

Entrei calmamente em pânico. Aquele pânico que só nós, mães, conhecemos. Em que temos a cabeça parada, o coração para de bater, mas estamos super aptas para resolver a situação ou, pelo menos, para tentar. 

"Irene, queres caricas?" Nada.

"Irene, vamos fazer ó-ó.". Nada e fechei-nos mesmo no quarto.

"Irene, vamos ver os minions? Onde está o Noddy? Irene, o pai? Irene, o nariz da mãe? Neca onde está o rabo?". Nada. Nada. Nada. Nada.

Por dentro só pensava: "isto, realmente, estava a ser demasiado bom para mim, a miúda é a coisa mais deliciosa do mundo... tinha de haver merda, eu sabia que o mundo não me deixaria ser tão feliz". Já estava a imaginar mil e uma maneiras horríveis de continuar a viver sabendo que a Irene tinha deixado de ser ela... Isto enquanto tentava perceber o que se passava.

Pu-la no chão. Em pé. Começou a andar e a chorar. 

Ok. Passou.

Comecei a chorar. Estávamos as duas a chorar.

Ok. Tinha de retomar a actividade. Vamos ver o que se passa com ela:

Medi-lhe a febre. Tinha 39.2. Do nada. Estava a brincar e aos saltos e a gargalhar imenso e, de repente, 39.2. Só de relembrar que ela tinha caído. Até à febre estava a pensar que ela tinha... ido embora, sei lá.

Tratámos dela. Mensagem para a pediatra. BUR, muita mama e foi dormir à hora do costume até. 

Quando me fui deitar, mais calma, pus-me a pesquisar na net isto da ausência e da subida da febre. Lembrei-me que já nos tinha acontecido uma vez mas, como tinha sido a meio da noite, desvalorizei com os argumentos do Frederico de "deve ser do sono". Grr. Não era.

Encontrei um link qualquer (que agora não me aparece...) que dizia que é um tipo de convulsão febril, esta ausência. Lembrei-me que também tive convulsões dessas quando era pequena (das que parecem ataques de epilepsia) e enviei imediatamente uma mensagem à pediatra. 

Tínhamos de ir às urgências.

Fomos. Odiei ter que a acordar, mas até estava bem disposta. 

Depois conto-vos o meu episódio com a médica que ainda estou enervada com isso e não me apetece e sempre escrevo mais um post. ;)

Estava tudo bem com ela. Sem sinal de nada, mas também não mostrava infecção nos ouvidos nem em nada, então a médica achou que ela podia estar com uma infecção urinária daquelas dos rins e queria fazer exames. Eu não quis. Era o primeiro dia de febre, achei que ainda tínhamos tempo para os sintomas de outra coisa se manifestarem. 

Hoje já está ranhosa. 

Que susto. Que horror. 

Vi-a sem estar cá. :(

15 comentários:

  1. Como te percebo. O meu filho com dois anos teve a primeira convulsão febril. Ficou
    Rígido, sem reação! Desde esse dia que qualquer febre deixa me em pânico (apesar do pediatra nos ter explicado que não é grave!). Ainda estou a aprender a lidar com este receio...ser mãe não é fácil

    ResponderEliminar
  2. Eu também sou assim Joana, fico em pânico com as quedas de cabeça (eu caí quando era pequena a pensar que estava numa cadeira, mas era um banco... e não tive nenhum problema maior com a queda mas o trauma e a pancada ficaram cá). Com a febre da filhota, já sou mais pacífica. Eu também tive o meu 1º grande susto há 15 dias atrás. Precisamente no dia dos meus anos, ficámos as duas em casa para brincarmos muito e rirmos. Mas enquanto fui passar a sopa, ela caiu do sofá... primeiro tentei perceber o que tinha acontecido, tinha sangue na boca... Depois de uns 10 minutos em pânico e a tentar acalmar a situação fiquei eu num pranto... além de ter passado o dia a observá-la para ter a certeza que estava mesmo bem... Mão sofre mesmo!

    ResponderEliminar
  3. Ai, mãe sofre! Fiquei com o coração apertadinho só de imaginar. As melhoras para a Irene!

    ResponderEliminar
  4. Compreendo perfeitamente! Dia 17 de Agosto de 2014 o meu filho teve uma convulsão febril, no estacionamento de uma praia. Sem paracetamol por perto, sem nada e de repente ele estava inconsciente no meu colo a tremer por todo o lado. Pensei que não iria tê-lo comigo mais... Entrei mesmo em pânico. Pedi ajuda num restaurante e chamámos o INEM. Dormiu imenso e tudo passou, mas hoje a febre é um bicho de sete cabeças para mim! :(

    ResponderEliminar
  5. oh possas que susto...força Joana.
    As melhoras da Irene.

    Bjs

    ResponderEliminar
  6. Que susto, fiquei de coração apertado mesmo... Espero que ela já esteja melhor.

    ResponderEliminar
  7. Sem bem o que é! Aconteceu-nos o ano passado, com 17 meses. Foi horrível. Estava a mamar e de repente senti a morder. Levantei-a e ela desfaleceu nos meus braços e começou a serrar os dente e a tremer braço e perna. Tinha acabado de tirar a febre e estava nos 38. Compressas frias, despir e chamada para o 112. Começou a recuperar. Passámos umas valentes horas nas urgências em observação, onde por sorte apanhámos a nossa pediatra. análises e etc. Pico de febre devido a otite. Na quinta passada voltou a acontecer. Como já sabíamos, arrefecemo-la e pronto. Passou! O coração de mãe é que fica pequenino, bem pequenino
    Vera

    ResponderEliminar
  8. Que susto! Ainda bem que já está tudo bem. Ser mãe também é isso, andar de coração aos saltos... tipo, para sempre.

    ResponderEliminar
  9. O pior susto que apanhei foi quando fomos de férias e a Lara ainda só mamava, não bebia água nenhuma. O problema é que o clima era muito quente e ela precisava de beber líquidos. Só a vi a apagar de repente... Estávamos a ir para o restaurante quando percebi que ela mal se mexia. Só me lembro de sentir que ia desmaiar tal foi o pânico que senti. Fiquei literalmente branca como uma parede e sem forças nenhumas.
    Lá nos ocorreu dar-lhe um biberão de água que ela bebeu de uma vez... nunca a tinha visto beber água assim. passados uns minutos melhorou... Caramba estava desidratada. Senti-me a pior mãe do mundo e ia-me passando com o susto. Acho que andei a tremer durante montes de tempo.

    ResponderEliminar
  10. Apanhamos cada susto que nem é bom pensar muito no caso.
    Uma vez deixei um copo na sala e o Diogo era pequenito foi até la pegar no copo, caiu e o copo com ele. Feriu a mão... Comecei a chorar com ele, foi um drama! Mas no final nada de grave, só um corte pequenino.
    Coração de mãe nunca está sossegado!

    ResponderEliminar
  11. Maria Coelho9:07 da tarde

    Ate chorei so de imaginar o susto! Nós aguentamos tudo connosco, mas com eles....safa....ninguem merece!

    ResponderEliminar
  12. Se for de alguma ajuda a minha filha também já teve convulsões febris. A médica de família disse que como o pai tinha tido em criança isso poderia acontecer com a L. Avisou-nos que aconteceria até +/- 5 ou 6 anos de idade e que depois pararia. Para nós 37,5 é febre. Receitaram-nos tb Stesolyd (sos quando dá convulsão). A minha filha tem 5 anos, quase a fazer os 6 e já há + de 2 anos que não tem convulsões. Beijinhos e espero que tudo corra pelo melhor.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A minha filha desde os 9 meses que tem convulsões... a cada febre que fazia pimba convulsão... chegava a atingir 40.4 e sim não estou doida nem sabia que o termómetro marcava tanto... foram mais de 10 perdi a conta. Fez muitos exames para dar em nada. Chegou a tomar valproato por prevenção mas rapidamente chegamos a conclusao de que nao tem epilepsia e que eram umas ''simples'' convulsões febris. Para alem disso nem todas as convulsões eram iguais e valeu nos a nossa atenção aos pormenores para perceber que as vezes eram apenas essas tais ''ausências''. Já há alguns meses que isso não acontece. Já teve outras febres por viroses e sem convulsão mas agora cada febre é pelo menos 3 noites sem dormir para mim com medo que ela tenha uma e eu n m aperceba ( a primeira aconteceu durante a noite e como não tinha stesolid ela demorou 4 dias a recuperar exactamente como ela era)... o pai consegue descontrair mais :p

      Eliminar
  13. Foi um valente susto,mesmo assim nao quiseste fazer despiste? entao não foste fazer nada à urgencia. desculpa a sinceridade,pelo menos fazias o despiste da infeçao urinaria, se precisar de fazer antibiotico fazia logo.Esperar pelos tres dias é so adiar o q ja podia ser diagnosticado. É so a minha opiniao.
    Sei q custa bastante ter de algaliar os bebes,mas,pior é se n tratar o mal.

    ResponderEliminar
  14. Convulsões antes de febre? Convulsões antes da febre acho estranho (apesar de não saber se pode acontecer!). Braço direito a tremer? O pânico parece-me perfeitamente justificavel Joana, eu não ficava descansada sem consultar um neurologista (ainda para mais se dizes que não foi a primeira vez). Não deixes que desvalorizem. Eu ia mesmo, mesmo, MESMO ver disso a sério.
    Beijinhos e as melhoras da Nequinhas :(

    ResponderEliminar