A Diana Lopes, nossa leitora (espero eu, senão é só esquisito ahah), propôs-se a dar alguns conselhos às mães sobre a área dela. Adorei. Por muito que achemos que "a Mãe é que sabe", sobre terapia da fala, a Diana é capaz de saber mais um bocadinho haha, mas só mais um bocadinho.
Querem ler o que ela tem para dizer? Se conhecerem alguma mãe que ande com a pulga atrás da orelha sobre o desenvolvimento da fala do filhote, passem-lhe este artigo para ela ficar mais sossegada ou, então, para iniciar o percurso da terapia com ele! ;)
"Um dia, a Mãe
acorda e começa a sussurrar aos ouvidos do seu bebé “Vá diz MÃ-MÃ, é fácil é só
repetires MÃMÃ, MÃ-MÔ. A história repete-se com o pai, “PA-PÁ, diz PAPÁ”. Quem
levará a vencida? A mãe ou o pai?
E quando a criança
não faz a vontade a nenhum dos progenitores e aos dois anos nem o pai e/ou a
mãe levam a vencida?
Antes da história
do papá e da mamã, existe todo um processo que traduz o desenvolvimento
linguístico da criança e, cada vez mais os pais devem estar atentos ao
desenvolvimento da linguagem e da fala e tentar compreender qual a sua relação
com as dificuldades na aprendizagem. Para tal, é importante que identifiquem
alguns dos sinais de alerta que podem ajudar a entender qual a altura certa para
procurar um profissional qualificado.
Ao longo do seu desenvolvimento as crianças vão aprendendo a comunicar
de acordo com as regras da comunidade onde estão inseridas e o estímulo que
recebem. O choro é a primeira e principal forma de
comunicação do bebé e é através dele que o bebé vê as suas necessidades
atendidas pelos pais nesta fase de vida. Designamos este período de pré
linguístico, em que a criança comunica através de produções sonoras como, por
exemplo, o choro (referido), o riso, o palreio e a lalação.
É através da interação de vários fatores (biológicos, psicossociais,
cognitivos e biológicos) que as crianças desenvolvem a linguagem.
Por vezes ouvimos dos nossos vizinhos, amigos, familiares dizer que ela
ou ele ainda “é um pouco espanhol a falar”, “fala um pouco à bebé”, “é um pouco
sopinha de massa” ou ainda de forma mais específica “o teu filho fala
mal”, “ainda não diz os L’s, o S,…” mas
na verdade a mãe é que sabe … a Mãe é que conhece a sua cria e melhor que
ninguém conseguirá identificar os sinais de alerta manifestados.
Também é verdade que cada criança tem o seu ritmo. Mas quando devo agir?
Deixo-vos aqui alguns sinais de alerta:
· 12 - 18
meses – o bebé é muito silencioso, não reage nem brinca com os sons, não
aponta, não estabelece contacto ocular
· 18 – 24
meses – não compreende ordens simples, dificuldade em formar frases com duas
palavras
· 2 – 3
anos – não forma frases simples
· 3 - 4
anos – apresenta um discurso ininteligível, não forma frases simples
· 4 - 5
anos – não relaciona acontecimentos simples e recentes, não compreende ordens
simples, omite e troca sons nas palavras, discurso pouco estruturado, só os
pais o compreendem
·
5 - 6
anos – utiliza frases mal estruturadas, tem um discurso incoerente
· 6 anos –
alterações na articulação das palavras, trocas sons/letras ao falar, ler ou
escrever.
O Terapeuta da Fala é o profissional habilitado para avaliar e
aconselhar estas alterações. A intervenção precoce é a mais eficaz.
O Terapeuta da Fala
O Terapeuta da Fala é o profissional responsável pela
prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da
comunicação humana, englobando não só todas as funções associadas à compreensão
e expressão da linguagem oral e escrita mas também outras formas de comunicação
não verbal. O Terapeuta da Fala intervém, ainda, ao nível da deglutição
(passagem segura de alimentos e bebidas através da orofaringe de forma a
garantir uma nutrição adequada). O Terapeuta da Fala avalia e intervém em
indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, tendo por
objetivo geral otimizar as capacidades de comunicação e/ou deglutição do
indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida (ASHA, 2007)."