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9.07.2018

Se eu soubesse isso sobre cólicas...

A Irene berrava que nem uma louca ao final do dia. Ela berrava e eu não a conseguia acalmar. Depois berrava ela e chorava eu, choravamos as duas e eu não percebia o que estava a acontecer e nem conseguia mudar nada. Experimentei o clássico dos probióticos, mudar a alimentação (amamento), deitar mais cedo, deitar mais tarde, virar a cama para sul, o desespero era... todo. 

Se eu soubesse estas coisas sobre (bebés) ou, neste caso, sobre cólicas: 


- Os bebés nascem  9 meses "mais cedo": 

Os bebés nascem "imaturos", sem estarem prontos para se afastarem da mãe. Somos a espécie que fica mais tempo dependente. Passamos por uma espécie de nova gestação fora do útero, a exterogestação. Leiam mais sobre isto num site de uma marca conhecida de marsúpios (makes sense). Há mais 9 meses depois da gravidez em que o bebé. Se o bebé e a mãe não estiverem alinhados com estes princípios é normal que o bebé também se ressinta e, ainda para mais, ao final do dia com o "cansaço" todo em cima e outras coisas que vou dizer a seguir. 

- O sono aparece ao final da tarde: 

Existe uma hormona do sono que é segregada ao final do dia. Já houve quem me tivesse tido que é a partir das 18h (mas haverá mesmo horas para isto?). Principalmente para recém-nascidos é quando cai o cansaço todo em cima. E, por isso, também, o descontrolo. Eles sabem lá gerir as suas emoções, nem os braços conseguem controlar, quanto mais!

- Ressaca

Para nós, um dia em casa parece ser extremamente simples. Para um bebé, existem milhares de cheiros, temperaturas, o barulho da televisão que não sabe de onde é, as texturas dos lençóis, o mudar a fralda, a voz da mãe, as horas do dia... Tudo isso são informações que o bebé tem que processar. Ao final do dia, se houver hiperestimulação (isto é só em casa, imaginem num espaço público com muita gente ou actividade), é normal que possa ter mais descontrolo por estar mais "cansado". Costumo comparar isto ao dia a seguir a ir a uma discoteca quando ainda se fumava lá dentro. Mesmo sem álcool, a cabeça dói, os olhos estão péssimos e o corpo está exausto... 




- Imaturidade do intestino.

Como nascem mais cedo, também ainda estão a "aprender a fazer cocó. Não se esqueçam que os bebés amamentados podem ficar mais tempo sem fazer cocó, não se stressem tanto. E é provável que os bebés alimentados com outros tipos de leite tenham mais problemas de digestão (é mais complicado digerir).

- Qualidade da pega. 

Amamentar não tem que doer, sabiam? E há várias maneiras de pedir ajuda (procurem por CAMs ou, se forem de Lisboa, liguem para a Amamentos). Há muitas respostas na net e bons grupos de Facebook (foram essenciais para eu conseguir continuar a amamentar a Irene). Se o bebé fizer barulhos a mamar, o som de beijinho por exemplo, é sinal que está a engolir ar enquanto mama. E vocês já tiveram muitos puns que, enquanto não sairam, vos doia incrivelmente a barriga, não já? Imaginem um bebé com o intestino imaturo e sem se saber expressar e ao final do dia... Poooois! 



- Ansiedade e ambiente.

Eles são esponjas. Não só em bebés, mas particularmente em bebés. Tudo à volta deles é informação. Quando estamos mais nervosas, o nosso cheiro muda, a pulsação também. Os gestos, tudo. Eles sentem isso e respondem a isso com medo e desconforto. A mãe está insegura e enervada, como é que se hão de sentir calmos? Tudo o que ajude a melhorar o conforto da mãe e da família é de extrema importância (sempre, mas principalmente nesta fase em que ainda estão todos a perceber o seu lugar).


Há de haver questões médicas que desconheço que vão além disto, mas do que tenho reparado, há muitas mães que ficam perdidas quando os médicos já não conseguem ajudar e recomendam coisas que nos fazem sentir "milagrosas", que nos dão descanso enquanto temos fé mas que, não resolvendo, pioram o desespero. 

Não há mal em tentar ou compreender a criança numa óptica não só física. Até porque nós somos tudo e está tudo ligado, não é?

Estão à vontade para me corrigirem no que estiver enganada, isto é só um resumo de muita coisa que li, mas estou sempre receptiva a receber mais :) 











6.26.2016

Xô daqui, cólicas!


A Isabel foi um recém-nascido calminho. Os amigos até diziam que nunca a ouviam chorar e a Joana Gama chegou mesmo a dizer que ela chorava em mute. Mas recordo-me de nem sempre ser assim. Tenho uma imagem do David, meio desesperado, a andar com ela de um lado para o outro nos corredores da casa, como se estivesse a desfilar. Era, às vezes, a única maneira dela se acalmar e parar de chorar. Lembro-me de uma noite em que desatei também eu a chorar, por já não saber o que fazer. Vi-a inconsolável: nem o colinho, nem o som da minha voz, nem o swaddling, nem o white noise a ajudavam. Sofreu um pouco de cólicas nos primeiros tempos, se não me falha a memória até aos 3 meses. É normal, o sistema digestivo está muito imaturo. Por mais que eu tentasse ter cuidado com o que comia (há listas por todo o lado com os alimentos mais propensos a provocar-lhes cólicas), não vi nunca grande correlação. Agora sei que muito provavelmente, muitas das vezes, não seriam bem cólicas, mas ela a expressar-se, a comunicar, e que aquela manifestação de sofrimento – mais ao final do dia – seria a forma dela libertar o stress dos estímulos visuais e sonoros do dia. Eles são tão pequeninos que precisam muito de estar ao nosso colo, até para a temperatura se auto-regular. O nascimento deve ser um choque e tanto...

No entanto, havia dias em que não tínhamos grandes dúvidas de que seriam cólicas. Se agora com a Luisinha voltarmos a passar pelo mesmo, já tenho uma listinha de coisas a pôr em prática [além de já estar com mais estaleca e estar menos ansiosa]:

- na amamentação, há que corrigir a pega, de forma a que não entre ar desnecessariamente

- fazer massagens circulares e ginástica com as perninhas, tipo bicicleta (ajudava imenso a Isabel a soltar os puns)

- muito mimo e muito colo, pô-la mais vezes na postura vertical, coladinha a nós e fazer pele com pele, ou colocá-la de bruços, com a barriga pousada no meu braço

- usar mais vezes o sling/ pano elástico (vai ser como estar de novo na minha barriga e ali a ouvir bem perto o coração da mãe)

- fazer muito swaddling

- usar white noise (era incrível como aquele som, que remetia para o tempo no útero acalmava a Isabel)

- metê-la numa banheira shantala (nunca experimentei com a Isabel, mas desta vez tenho mesmo muita curiosidade)

- usar aqueles saquinhos de sementes que se aquecem no micro-ondas

Se nada disto for suficiente (muitas vezes não é...), irei pedir novamente instruções à pediatra, de forma a que me aconselhe um probiótico. Deverei usar o Bivos, em gotas, que é dos mais estudados em todo o mundo e dos mais recomendados nas cólicas e diarreia dos bebés.


Como não sou médica nem trabalho na área da saúde - nem os nossos filhos são todos iguais - o que vos recomendo são apenas as minhas experiências e truques. Por isso, caso estejam nesta luta contras as malfadadas cólicas, aconselhem-se com o pediatra dos vossos filhos, antes de administrar o que quer que seja, além do leite materno. E, já sabem, muita calma nessa hora! Uma certeza vos dou: vai passar!


Isabelinha com 10 dias

Se tiverem mais dicas, apitem.


*post escrito em parceria com a agência de comunicação