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8.11.2019

As 5 coisas mais importantes para se receber um bebé

Ui! O que eu adoro listas. Por mais redutoras que possam ser, ajudam-me a reflectir, agora que estou mais distante daquela fase, sobre o que foi mesmo mesmo essencial, o que mais me marcou, o que - se fosse agora - voltaria muito provavelmente a achar essencial. Já leram o título, depreendo, a não ser que comecem a ler pelo fim (?): vou escolher as 5 coisas físicas que foram mais importantes aquando do nascimento das minhas filhas. Fica, desde já, o aparte de que cada família é uma família e cada bebé é um bebé e que esta escolha será sempre muito subjectiva, como é óbvio.

1) Babywearing bom, ergonómico, prático

Com a Isabel, ainda não estava muito elucidada para a importância e para a facilidade que é andar com os nossos filhotes agarradinhos a nós, devidamente suportados e aconchegados. A Rita Ferro Alvim emprestou-me um sling (obrigadaaaa!), que usei ainda algumas vezes, mas na altura achei que não era o fixe para as minhas costas. Ainda experimentei um marsúpio oferecido por um familiar, mas achei a coisa menos ergonómica de sempre e a miúda ficava pendurada (depois descobri que não são de todo indicados e que há pessoas especializadas em babywearing, workshops, lojas e até grupos no FB que nos ajudam a escolher panos e mochilas adequadas aos bebés e aos pais). Até que experimentei um Ergobaby 360 emprestado e vi a luz ao fundo do túnel. Com a Luísa, andei com um pano da Vivi & Me e com uma Boba 4G da Organii que amei. Andávamos, eu e o David, com as duas nas mochilas a passear pelas cidades, a caminho da praia, para todo o lado. E, mais importante ainda que isso, quando eu estava em casa com a Luísa ainda bebé e precisava de fazer coisas, cozinhar, etc, era o que me safava! Por isso vos digo: é um ESSENCIAL, vale cada cêntimo, peçam aos amigos e família que façam uma vaquinha, experimentem vários, aconselhem-se, até acharem o vosso preferido. [Ah! e ainda usamos hoje em dia! Agora até queria apostar num para toddlers mesmo, o que recomendam?].

2) Bodies e calças de algodão

Bem me lembro da vez em que me perdi num mercadito e comprei, com a minha mãe, uns 6 vestidos e fofos todos românticos e betinhos para os primeiros tempos - e faz parte esse encantamento, acho - mas, sinceramente, se fosse agora, sabendo que depois ainda nos oferecem mais umas quantas roupas, talvez tivesse comprado apenas dois, pela graça. É demasiado. Vestem uma ou duas vezes para a fotografia e para as visitas, por vaidosice, e pronto. Apostar em bodies macios - há uns cardados maravilhosos, se for inverno - e em várias calças de algodão e uns quantos babygrows confortáveis (e com botões à frente e/ou entre as pernas pff! LOL) é que é essencial. Tudo o resto é giro, que é, mas é acessório. E acabamos por perceber que eles crescem tão, mas tão depressa que até dá pena o investimento. 

Mão da Luísa, já em casa

3) Kit de sobrevivência para a amamentação

Provavelmente este vai ser controverso e pouco consensual, mas para quem tem vontade e, ao mesmo tempo, algum receio em amamentar, acho que há alguns apetrechos que podem ajudar e muito. Primeira coisa: um contacto de uma CAM / médica especializada para ir a casa ajudar-vos com a pega/ subida do leite/ dores / fissuras / possível início de mastite, etc, etc, etc. Recomendo-vos, por exemplo, a Patrícia Paiva, o Centro do Bebé e a Amamentos (mas há mais em todo o país!, vejam o SOS amamentação ou rede amamenta).

Além desse apoio (e que vos aconselhará o que será melhor para o vosso caso - e que sabe bem mais do que eu), eu voltaria a ter uma almofada boa de amamentação, dois soutiens, discos de amamentação reutilizáveis e um creme para os mamilos orgânico (mesmo com a pega corrigida, sempre tive alguns problemas de fissuras nos mamilos, não me perguntem porquê..., e não ia lá só com o meu leite e com mamas ao léu). Escrevi melhor sobre isso aqui: Como sobrevivi ao primeiro mês de amamentação. Aconselho-vos a tirarem um workshop sobre este tema ainda grávidas, se for objectivo amamentar, ou a ler sobre o assunto: adorei o livro da Cristina Pincho.

4) Ovo / cadeira para o carro

Vai depender do vosso estilo de vida, se andam de carro ou de transportes, claro. É obrigatório se andarem de carro, como é óbvio e, pelo que ouvi dizer, não convém mesmo que seja comprado em segunda-mão, por não sabermos se já houve acidentes com o mesmo, etc. Eu usei emprestado com a Isabel, sabendo, com confiança, que nunca tinha sofrido nenhum embate. Depois, só quando mudámos para cadeirinha, tivemos novo. O que convém que tenham mesmo em atenção é, além dos testes de segurança, claro, se dura em rear facing até bastante tarde (a protecção deles em primeiro lugar) - a Isabel foi até aos quase 4 anos e, pelo que sei, até deveria ter ido mais tempo, mas tive de voltar ao meu carro de solteira, um fiat 500, e lá se acabou).

5) Berço 

Tive um de verga para ambas. O primeiro foi emprestado pela minha amiga Catarina Raminhos (passou pelas filhas dela, pelo Raminhos e pelos irmãos todos) e serviu perfeitamente nos primeiros meses. A Luísa teve um também de verga e depois passou para a nossa cama. E da nossa cama para o chão, a dividir cama com a mana. Não usámos cama de grades com ela, por exemplo. Nunca cheguei a investir num Next2me, apesar de sempre me terem parecido fixes e práticos, por acaso.

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Poder-vos-ia dizer que o resto é acessório que não estaria a mentir lá muito, apesar de até a mim me parecer um bocado hippie. Mas, se fizer um esforço grande, não há muitas mais coisas que sejam assim tão essenciais nos primeiros tempos. Até mesmo as fraldas vão estando em promoção e, se o bebé for grande, não faz sentido comprar dezenas para a primeira fase (e até são mais caras). Se optarem por reutilizáveis, melhor (gostava de ter usado durante mais tempo, mas faltou-me a disponibilidade mental na altura). 

Ter o quarto do bebé pronto também não é prioridade. 
Trocador também não usei na segunda filha: ou trocava na bancada da casa de banho ou na minha cama. 
Banho, safamo-nos com um balde (pronto, se não quiserem usar um que tenham em casa, vá, há aqueles shantala fixes até em supermercados ou no olx, etc, mas) - usei a banheira que a minha mãe me tinha oferecido para a Isabel (e que tinha comprado na KidtoKid) durante pouquíssimo tempo, porque passei a dar na banheira às duas ao mesmo tempo.

Há outras coisas úteis, sim, mas com uma durabilidade tão reduzida que, se formos pragmáticos, quisermos poupar, ou simplesmente não quisermos ser arrastados para um consumismo desenfreado, não são mesmo mesmo necessárias. 

E vocês? O que vos pareceu mesmo mesmo essencial? O que dispensavam ter comprado?


5.28.2019

As 5 coisas que mais odiei na gravidez

Eu sou das que ADORA estar grávida. Mas só porque tive sorte, claro. Apesar dos enjoos que duraram quatro longos meses, os restantes foram óptimos e trabalhei até ao fim (parei uma semana e uns dias antes). Da segunda gravidez, só enjoei uma vez (com o cheiro da gasolina) e tive umas chatices mais para o fim (nem me recordo bem o quê, mas umas dores nos ossos talvez ou um episódio de ciática que me levou ao hospital - não sei), mas nada digno de nota. Não tive grandes fomes, grandes desejos, não estive de cama. E passou a correr, até porque tinha uma filha de dois anos a quem dar atenção. Não me posso queixar. 

Ou será que posso? Posso. Houve coisas que apagava, sim, sim. 

1- O teste do cotonete

Contei-vos aqui a experiência terrível que tive, da primeira vez. Só quando desabafei sobre isso, percebi que não era normal doer tanto, pelos vossos comentários. E, de facto, quando me fizeram o teste Estreptococus B na segunda gravidez nem senti. Que bruta que deve ter sido a primeira enfermeira, credo. Tanto que ainda me lembro da dor, que ficou pelo menos mais um dia.

2 - O teste da glicose

Ai senhoras, o esforço que eu fiz das duas vezes para não vomitar. Troquei de sabor, mas mesmo assim foi do piorio. Sim, fresquinho. Um enjoo sem explicação. Era bom que inventassem outra técnica qualquer, não era? Era.

3 - Os enjoos nos primeiros quatro meses

Óptimos para não ganhar muito peso (ahah), péssimos para quem está a trabalhar e a ter de fazer corredores até à casa de banho. Uma vez não consegui lá chegar. Viagens de carro então, esqueçam. Era trigo limpo farinha amparo. Fiz sprints até à casa de banho vezes sem conta e nem os nausefes aliviavam grande coisa. Nunca descobri a fórmula para não enjoar e experimentei tudo: comer logo, comer mais tarde, não comer, comer pouco, comer coisas secas. Nada resultou.

4 - O sono doentio no primeiro trimestre

O descontrolo total. E eu sempre fui uma "sornas", sempre adorei dormir. Mas nada, nada se comparava àquele estado doentio em que nem palitos nos olhos os segurariam. Aconteceu-me estar a trabalhar em frente ao computador e estar a dar cabeçadas, tal era a soneira. Tudo muito bonito se se estiver em casa, tudo péssimo quando se tem coisas para produzir e depois não convém andar a beber litradas de café.

5 - Dormir mal e porcamente no último trimestre

Quando nos dizem "dorme agora porque depois..." deviam era estar caladinhos. Dorme agora, como assim? Na primeira gravidez, já não tinha posição e levantava-me, à vontade, 5 vezes por noite para ir fazer xixi. Acordava cedíssimo. Da segunda gravidez, não tinha muito xixi, mas tinha uma filha de dois anos acabados de fazer, que dormia muito mal e que me chamava a mim durante a noite. A segunda filha foi feita na primeira semana em que a Isabel dormiu lindamente, mas aquilo foi um engano, que voltou a ter pesadelos e a acordar quatrocentas vezes por noite. Credo. Eu a levantar-me e a ir dormir com ela, com um barrigão enorme.

Foto: Rita Ferro Alvim

Nada muito grave, certo? Tantas histórias péssimas de grávidas que sempre me senti uma sortuda! Nada de azias, de grandes dores, de ter de ficar quietinha... senti-me apaparicada e com uma energia diferente. Até a minha pele esteve melhor.

E vocês, quais as queixinhas que fazem?

12.24.2018

Neste Natal divirtam-se mas com moderação.

Hoje é dia 24 de Dezembro, o dia menos provável de lerem posts na internet ou, pelo menos, assim espero. 

Porém, tal como fazemos com os nossos filhos, é importante relembrarmos as regras antes de começar a loucura do dia de hoje. Vamos a isso: 

  • Não perguntar àquele tio que já tem 50 anos e que continua sozinho como tem estado a sua vida amorosa, a não ser que seja para lhe explicar como funciona o Tinder e para aumentar o espectro de busca e alargar até aos 90 anos e Faro. 


  • Não andar atrás das crianças a perguntar sobre namorados e namoradas porque é fixe que não fiquem com a ideia que toda a gente que é divertida e de quem gostem seja para ter um romance, mesmo que fantasioso. 


  • Não entrar na cozinha com o ar mais cansado do mundo e perguntar a quem está naquele ritmo frenético de lavar loiça e de limpar loiça se querem ajuda. Não se pergunta quando se quer ajudar, trabalha-se - sou perita nesta.

Em 2017. 

  • Evitar que nos salte a tampa se vier à baila um assunto que levemos a peito como por exemplo, literalmente, a amamentação ou, então, a "palmada na hora certa" ou se o "casados à primeira vista" é uma óptima maneira de promover o amor. 

  • Não sentir que somos responsáveis pelos silêncios que existem e não sentirmos necessidade de fazer conversa por estar esquisito. 

  • Experimentar não usar as crianças para apressar o Natal e acabar com o ambiente constrangedor. 

  • Tentar não comentar o aumento de peso ou a perda de peso ou a velhice dos familiares que já não víamos há, se calhar, um ano. 

  • Não nos passarmos quando nos disseram que "nunca te vi assim tão gorda, mesmo". 

  • Tentar não ser este o ano em que começamos a ficar loucas com papel de embrulho e a querermos dobrar tudo simetricamente para aproveitar para o ano seguinte. 

  • Ter a certeza que os chocolates de sempre já não têm tanta graça porque, como já somos adultas, já podemos comprar chocolates sempre que nos apetecer. 

  • Treinar ainda de manhã a cara do "ahh, adorei, esta terrina da Vista Alegre tem tudo a ver comigo e o quanto adoro animais, wow" e evitar mostrar a urgência em encontrarmos o talão para irmos trocar por umas calças de ganga decentes push-up. 


Mais alguma que se lembrem? Para já é isto que me apoquenta. Feliz Natal a todas e obrigada por nos seguirem :) <3 

8.19.2018

É proibido dizer isto a uma grávida.


Vá, se temos acesso a vocês todas que nos lêem todos os dias, toca lá a tentar mudar o mundo post a post para ver se todas nós vamos tendo uma oportunidade mais sincera de sanidade mental pré parto, durante parto e pós parto. 

Amanhã já me passa e falo-vos de uma série que ando a papar há uns meses e que me estou a passar com o fim. Alison, como assim? Não, não!

Bom, sigamos. Tenho de fazer uma viagem no tempo para há 4 anos para me lembrar de coisinhas que me tenham dito com aquela simpatia "tuga" ou "familiar" do costume e que me tenham enervado. Não será muito difícil, vamos a isto? Podem completar!

Pronto, dizem que o interior é que conta,
conheçam-me também por dentro com a primeira eco oficial da Irene. 
Entretanto já não vou a esta clínica ;)


- "Já estás com o pano... deve ser rapariga." 

Há muitas alterações nos nossos corpos quando estamos a alojar uma pessoa dentro de nós. Uma delas - que também me aconteceu - é ficar com a cara toda escarafunchada como se tivesse posto em prática aquele meu sonho recorrente de me chafurdar num fondue de chocolate. Além de estarmos em 2018 e de já termos tido tempo para verificar as excepções aos mitos e, por isso, deixarmos de acreditar neles... nunca será simpático apontar transformações desagradáveis que a pessoa esteja a "sofrer" (viram aqui a palavra? é SOFRER!). Se há quem saiba que está com a cara toca carcomida é ... a pessoa! E não ajuda pensar que é por ser rapariga. Ou, aliás, não ajuda saber que a pessoa que nos disse isso acha, em 2000 e tal que as raparigas "roubam a beleza às mães". A sério? Vá, venham lá daí estudos sobre hormonas que diz que o estrogénio não sei quê e eu calo-me (um bocadinho). 

- "Dorme agora porque depois..."

Esta é a parte em que não é mito, mas prática comum. Ter bebés que durmam a noite toda desde sempre é algo que - segundo ouvi dizer - só acontece a quem, numa vida passada, tenha engravidado de um carapau. Nem todos tivemos essa sorte, vamos ter de lidar com a nossa (há a Constança do Centro do Bebé que poderá ajudar, cuidado a quem pedem ajuda, malta) e desejar que façamos amor suculento com um carapau nesta vida para que, na próxima, não tenhamos que optar entre amor próprio e a sobrevivência dos nossos filhos. Seja como for, a não ser que seja, então, para nos apresentarem a um peixinho com um bom traseiro, as referências ao sono - que só dão mais medo e pressão - podem passar a ser feitas para dentro de um tupperware (pode ser dos de marca branca que vai dar ao mesmo, vá). 

Realmente já fui mesmo muito magra, olhem aqui!
Acho que tenho vindo a ganhar peso desde que nasci... que esquisito! 


- "Quantos kgs já ganhaste?"

Ah, 'tá. A sério que nem enquanto estamos a desempenhar o trabalho mais importante da humanidade - assegurar a sua continuidade (já vi a Handmaids' Tale, já) - não há quem nos deixe em paz e queira falar-nos do facto de estarmos menos agradáveis visualmente para as referências exigentes e dificilmente atingíveis na sociedade actual, mesmo quando não estamos numa contagem decrescente para o parimento. 

- "Já tens tudo pronto? "

Porquê? Estás preocupada? Ah, eu vou ter um filho, mas ainda bem que me lembraste porque às vezes esqueço-me disto que se está a passar na minha vida. Se não fosses tu, o miúdo ia nascer e nem daria por ela. Deixo só aqui à vossa consideração se precisamos mesmo de tudo aquilo que compramos (também podemos pedir emprestado) e se não poderemos simplificar. Simplificar desde o início deve ajudar-nos depois em tudo (não foi o que fiz, enchi-me de tretas, claro - quanto maior a insegurança...). 


É a Isabel e a Irene, ambas com um mês de vida :) 

- "Tens medo do parto?"

Claro que não! Qualquer mulher que passe por isso uma primeira vez (ou até segunda, imagino), o que mais quer é que lhe tirem uma melão de Guadalupe ali por baixo. Ainda para mais depois de descrições como esta... não estou a ajudar! Se contribuir positivamente, a Joana Paixão Brás, no primeiro parto, acho que se pariu toda a rir (drogas naturais dela). E eu não estava lá, como assim? 

- "Vai nascer em Março? Ui!"

Há gente estúpida nascida em todos os meses do ano. Gente estúpida, teimosa, zangada triste, mal encarada, que cospe no chão, que estaciona em segunda fila (lálálá), que cola pastilhas por baixo das secretárias, que grita com pessoas do telemarketing... Isso, apareçam do nada e digam-nos que vamos criar Satanás. Além de ser bastante útil é também bastante preciso. Obrigada. 

Foi um post muito parecido com este com o qual inauguramos este blog, vejam aqui: "Como ser violentado por uma grávida."



5.04.2018

O melhor de ser Mãe.

Vá, isto vai dentro do esforço que disse que ia fazer para tentar ser mais positiva (aqui, quando disse que a comentadora tinha razão). Isso treina-se, sabiam?

1- O parto já foi!


Eish! Nada melhor do que isto, não me lixem. "As crianças são o melhor do mundo" (para quem ainda não tenha experimentado estourar 500 euros no Ikea, às vezes até percebo de onde essa afirmação possa vir), mas o melhor mesmo do mundo é já termos passado por aquele evento que nos faz fritar a cabeça durante quase 9 meses e que imaginamos sair de lá com o pipi em strogonoff. No meu caso saí mesmo, mas já está com um ar mais apresentável. Depois mostro. 

2 - "Quando fores mãe vais perceber!"

Não queridona, já sou Mãe! Já entrei para o clubinho, por isso acabou a treta do "quando fores grande". Finalmente, acho que é com isso que se acaba essa conversa. Já sou mãe, já tenho moral para dizer imensa coisa e parecer que sei tudo. Sim, até a nossa mãe já pode parar de dizer "ah, quando tiveres a tua filha vais perceber". Já percebi, mãe. Obrigada. E... desculpa qualquer coisinha. 

3 - Desculpinha intocável para tudo. 

"Adora ir ao almoço do avô da Beatriz que me deu colo durante 5 minutos quando eu estive aqueles dois meses no infantário do Cartaxo, mas a miúda está doente. É. Fruta da época, pois. Anda para aí uma virose, sim". O único inconveniente disto é que depois convém não fazer stories na Praia das Maças durante dois ou três dias para dar aquela credibilidade. 

4 meses de Irene.


4 - Nivelam-nos por baixo.

Ah! Que maravilha o "estás bem para Mãe!". Não poderia ter pedido nada mais do que isto. Chegar ao trabalho com uma basezinha bem espalhada, um bom decote de barco (ou à veleiro ou qualquer designação beta que não serei eu a autora indicada deste blog para falar do assunto) e um anti-olheiras. Parece que passam a estar surpreendidos só por termos tomado um banhinho. Nivelem-me por baixo que eu gosto. Aliás, o melhor amigo das mães? Um baton vermelho básico. Mete-se e "credo, Joana, hoje papava-te bué, man!" - trabalho num local de gente jovem (acho que mesmo assim ninguém me disse isso, o que é uma pena porque é sempre bom ouvir... no geral é bom poder ouvir, mas estava a falar mais especificamente deste género de comentários...). 

5 - Licença de maternidade. 

Ok, sejamos honestas. É uma tristeza o tempo a que temos direito de ficar com eles. E em muito sítios até sentimos que nem da licença podemos "bem" usufruir porque sabemos que quando voltarmos nos vão "ser retirados privilégios" ou o que for, mas.... Num trabalho que seja rotineiro ou do qual já estejamos a bufar... é cool desaparecer. O trabalho em casa com o bebé é ainda mais duro, mas pelo menos não temos de aturar aquela colega que faz questão de atender os telefonemas pessoais no open-space. Depois é triste voltar e perceber que não fizemos falta, mas vou parar de falar de mim. E dos meus telefonemas pessoais em open-space. 

Um ano de Irene. 


6 - Pressãozinha social da trampa. 

Há por aí muita fêmea sem saber onde se encaixar por serem mulheres adultas e ainda não terem procriado. Como a maternidade da muito dinheiro a muita gente (bem, a mim incluída, tirando a parte do muito, ahah) é uma coisa que é incentivada, além de que as desgraçadas e os desgraçados gostam de motivar outros para se meterem no buraco. Que melhor do que ter um casal amigo que esteja mais desgraçado que nós para nos fazer sentir melhor? Hmm. Aconselho vivamente.  

7 - Maturidade acrescida para a empresa. 

Sei lá se isto é verdade, mas gosto de fantasiar que o facto de ter parido me veste um blazer imaginário todos os dias. Ah! Ela é adulta, já foi mãe, já pode ser escolhida para uma coisa de maior responsabilidade, afinal de contas tem uma miúda de quem toma conta e saiu-lhe do pipi. Continuo à espera e a miúda já tem 4 anos. 

8 - Ter filhos. 

Também é fixe. 

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1.24.2018

A minha amiga/ irmã / cunhada está grávida. O que posso oferecer-lhe?

Gravidez. Primeiro filho.
A alegria, o segredo, as expectativas, as dúvidas. Será que vai correr bem? Vou dar conta? Vou adormecer em frente ao computador no trabalho mais quantas vezes? Vou continuar a vomitar nos próximos 8 meses? Como assim enjoar peixe? Vou engordar muito? Isabel ou Maria? O que preciso de comprar? O que preciso de saber? Que livros ler? Que livros ler sem adormecer? :)
Parece que já foi há uma eternidade, mas lembro-me bem deste rebuliço. Trabalhei até às últimas e trabalhava muito, por isso, não tive o tempo todo do mundo para fazer o ninho e para ler tudo o que tinha a palavra "bebé" na capa, mas primeiro filho já se sabe: há um enxoval para ir fazendo e tudo parece ser muito importante. Pomos muito amor em tudo. Começamos a usar "inho" em tudo. É uma fase mesmo, mesmo, mesmo boa. Eu cá gostei. E gostei muito também de me sentir apaparicada. Não tive grandes desejos (laranjas conta?) nem grandes exigências, mas recebi mimos e palavras muito bonitas. Gostei de receber alguns presentes também e que me tivessem emprestado umas quantas coisas. 

(Não posso ver imagens destas que fico logo com o relógio todo descontroladinho)

Agora estou na fase de ser eu a emprestar, a oferecer e a aconselhar às minhas amigas (tive filhos mais cedo que a grande maioria delas). Uma delas já me pediu que lhe fizesse uma lista do que é mesmo, mesmo necessário e irei fazer, prometo. Por agora. uma mais curtinha de:  
o que oferecer a uma amiga, irmã, colega, cunhada que está grávida ou que teve o bebé há pouco tempo?
Roupa para o bebé é uma boa prenda, mas provavelmente não vai ser muito original (além de que podemos enganar-nos no número, calcular mal a altura em que vai nascer se comprado com antecedência, etc, etc). Roupa para a mãe também pode ser fixe, mas é preferível que seja ela a experimentar e estraga-se o factor surpresa. Cremes para estrias tem de ser MESMO a mãe a escolher porque, se forem como eu, vão enjoar cheiros muito fortes.

Deixo-vos as minhas sugestões, nas várias áreas.

DECORAÇÃO e OUTROS DETALHES

Álbum de Bebé "Olá, Mundo!"


Depois de ter comprado um fofinho para oferecer ao David, comprei este para oferecer a uma amiga nossa, quando a bebé dela nasceu. É um álbum para registar todos os momentos do primeiro ano do bebé, cheio de autocolantes queridos e espaços para personalizar.

Bandeirinha ; Moldura Mr Wonderful ; Luz de Presença Unicórnio

Uma luz de presença fofinha, uma bandeirola para decorar o quarto com uma mensagem querida, uma moldura, atentem bem no que se segue. Adoro esta marca!



Um do li tá: difícil vai ser escolher.



LIVROS para a mãe (e para o pai)


Os Bebés também querem Dormir, da Constança Ferreira

A Constança é das primeiras pessoas que nos deve ser apresentadas assim que engravidamos. Ajuda a quebrar aqueles mitos que a nossa sogra ou vizinha do quarto esquerdo já fizeram questão de nos tentar passar: tem de se deixar chorar, que precisam de adormecer logo sozinhos, porque caso contrário ganham manhas e outras coisas que tal. É importante conhecermos as necessidades biológicas de um bebé para que aprendamos desde cedo a relacionarmo-nos com ele e a perceber as suas exigências. Primeiro livro a ler, mesmo antes de todos os outros, este.

Educar com Mindfulness, Mikaela Övén

Não sei se conhecem a Mia, mas é uma lufada de ar fresco no meu feed do Facebook. Fiz um workshop uma vez com ela, pela internet, e fiquei ainda mais fã. Sim, acho muito importante estarmos na nossa melhor versão quando temos à nossa frente o maior dos desafios. Mindfulness faz falta neste mundo em que tudo corre depressa e em que nem sempre temos paciência e calma para apreciar e resolver o que nos incomoda.

Mãe, quero mais, da Leonor Cício

Um livro com receitas para os miúdos dá muito, muito jeito. Neste há sugestões a partir dos 6 meses para sopas, papas caseiras sem açúcar (mas deliciosas) e pratos apetitosos e fáceis de fazer (e tem também uma pequena parte dedicada ao Baby Led Weaning, que fiz com a Luísa, que é bom para iniciantes). 

Um que não conheço, mas vou ver se trato disso é este: Pais à Maneira Dinamarquesa. "O que sabem as pessoas mais felizes do mundo sobre como educar crianças confiantes e capazes", com tópicos práticos. Gostei. 
Agora até recomendava o nosso livro, mas não o vou fazer. Está aqui o link, só por acaso, mas não vos quero influenciar. :)


LIVROS e BRINQUEDOS para o BEBÉ
Já insisti aqui que livros são das melhores coisas que se pode oferecer a uma criança. Comecei a fazer a biblioteca da Isabel tinha ela dias (oferecia um todos os meses) e ainda é das coisas que peço, quando me perguntam o que as miúdas querem. Brinquedos didácticos e apropriados aos primeiros tempos são também uma boa aposta.

 

As Cores do Elmer 

O Elmer é uma personagem muito querida cá em casa. Com páginas duras (imprescindível para as mãos sapudinhas e destruidoras da Luísa) e cores vibrantes, cativa a atenção desde logo.

 Guizo Zebra Tuc Tuc 
Bebé tem de ter uma roca, um guizo. Nos primeiros meses, eles não ligam patavina a bonecada (falo pelas minhas) mas assim que descobrem o poder de agarrar em objectos, gostam de chocalhar. Um peluche macio com guizo é sempre uma boa aposta.


 Ginásio Sons da Natureza

De acordo com o vosso orçamento para o presente ou grau de proximidade com a grávida, deixei para último um presente que é muito útil e didáctico. A Isabel passava imenso tempo a brincar no ginásio e foi lá que começou a arrastar-se e a rebolar e tudo.


SÓ mais um: O meu primeiro puzzle com animais de estimação é também uma boa ideia: Lego é sempre uma boa ideia e tudo o que diga "o meu primeiro" é fofinho e vale logo pelo simbolismo. Se for um puzzle, é dinheiro bem investido, mesmo que demorem a saber completá-lo, manuseiam, aprendem as formas, os objectos e animais.

Espero que tenham gostado! Tive de usar, a muito custo, o meu (fraco) poder de síntese para não escarrapachar aqui com 40 opções e deixar-vos na mesma, cheia de dúvidas.

A FNAC está com descontos até 40%, passem por lá e espreitem! [E agora com Tuc Tuc no catálogo também].





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1.09.2018

6 dicas para haver menos stress até sair de casa de manhã.

Como vos contei neste post, as manhãs andavam a ser cada vez mais complicadas e dramáticas, o que influenciava um dia inteiro de stress e uma noite inteira de culpa por sentir que estava longe de ser "a melhor mãe possível". 


Hoje, durante a manhã, dei por mim a pensar nas várias técnicas que estou a utilizar neste momento para que tudo corra pelo melhor (e que, até hoje, resultam) - além de estar a tentar cuidar melhor de mim com uma alimentação mais saudável (sopa, vegetais, água, fruta, variedade...) e higiéne de sono (tenho a sorte de a Irene já fazer uma noite inteira de sono - FINALMENTE, estou convosco, mães que sofrem). Quero partilhar convosco: 

1- Acordar antes dela e "despachar-me" primeiro. 

Mesmo que isso implique acordar uma hora antes e deitarmo-nos uma hora mais cedo. No meu caso é: tomar banho (pinto-me depois na casa de banho no trabalho - até tem melhor luz), preparar o lanche dela com um desenho, escolher a minha mala, fazer a minha cama, tratar da areia dos gatos e dar um jeito à cozinha.

2- Não há televisão

A televisão hipnotiza e faz com que os nossos timings se tenham de reger pela duração dos episódios. Faz também com que comam mais lentamente. Sem televisão é mais rápido, ainda dá para conversa, para algum tempo de qualidade, dependendo da hora a que se levantem. Conheço famílias que têm de fazer longas viagens de manhã e acordar bem cedo e aí não sei mesmo onde "enfiar" a conversa. 

3- Música

Muda a disposição. Tanto. Hoje, em vez de birras, dançámos as duas juntas. Foram 30 segundos, mas que, de certeza, fizeram com que 30 outros "nãos" só porque sim não existissem. Além de estar a educá-la para a variedade (senão teria de por sempre o Bum Bum Tam Tam ou assim todos os dias e já me enjoei). 

4- Preparar a roupa dela no dia anterior

Não há sonos e pressas à mistura e, de manhã, é só equipar. Easy.

5- Usar o boneco preferido dela a nosso favor. 

"Repara, a Luisinha quer pentear-te agora e lavar-te os dentes... deixa a Luisinha". O que é giro é que funciona - pelo menos com a Irene - com todos os bonecos por isso a duração disto tem sido surpreendente

6- Verbalizar sempre a vantagem de progredir na missão "sair de casa".

"Anda que hoje vais levar o Spider Man para mostrar aos amigos". "Penteia-te que a seguir eu deixo-te escolher o teu gancho preferido".

Agora, daquilo que me lembro, muito depende também da forma como os acordarmos. Eu faço muitas festinhas pelo corpo e mostro-me bem disposta, ponho música calminha... A ver se continua a funcionar amanhã.

Fotografia Yellow Savages
Roupa - Little Jack 




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11.08.2017

Os meus youtubers favoritos

Não sou a pessoa mais assídua no Youtube deste mundo, a não ser para ouvir música (uso mais o Youtube do que o Spotify, sim, sou dessas pessoas. Acho que tem a ver com o facto de sempre ter feito imensa pesquisa de músicas para programas de tv a partir do youtube). Não sei quem são os youtubers portugueses do momento, mas estou a par do fenómeno - vi uma reportagem sobre eles e já li algumas crónicas sobre o assunto, nomeadamente este pedido de ajuda que esta mãe/psicóloga lhes fez. 

No entanto, há alguns youtubers - nada a ver com os de cima - que vou seguindo, de vez em quando, e dos quais gosto muito! Fazem-me pensar, rir, chorar!





Adoro, adoro, adoro. Despretensiosa, inteligente, empoderada. Acho-a muito inteligente e faz aquela coisa de desromantizar a maternidade e de falar de temas tão importantes na nossa sociedade, ainda tão machista e preconceituosa. 



Foi o Renato quem ma apresentou. Fala de tudo, de todos os temas do mundo e de mais alguns, e fala de tudo com imensa simplicidade, sabedoria e algum humor. É a prova viva de que menos é mais e que o conteúdo é o mais importante (às vezes grava com a webcam mesmo e zás). Adoro-a. (ainda tenho muitooooos vídeos para pôr em dia, descobri-a "tarde", mas de vez em quando tiro meia hora para a ouvir. Vejam este que também é muito bom: Criança boa é criança quieta.


- Paizinho, vírgula

Já vos falei dele aqui. Se querem aprender alguns truques de disciplina positiva para contornar o estalo e os gritos, é segui-lo. Além disso, tem reflexões maravilhosas, com a maior boa onda e piada. É fácil ouvi-lo e percebê-lo.


- Marcos Piangers (o Pai é Pop)

Se querem chorar, rir e ganhar um quentinho no peito, é segui-lo. Ficamos com pele de galinha, queremos ser melhores mães e pais, queremos aproveitar cada segundinho dos nossos filhos, de forma plena. Ele não teve pai e quis ser o melhor pai do mundo para as suas filhas. Absolutamente inspirador.



São estes. Querem partilhar os vossos, please! (não que vá ter tempo para seguir mais, mas quem sabe...) eheh
 
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11.02.2017

10 truques para acabar com birras.

Tendo em conta o que vos escrevi ontem aqui e sendo que a Irene continua a fazer birras, não vejam aqui nada de milagroso. Apenas alguns atalhos que demoraram imenso tempo (e leituras também) a aprender e que funcionam comigo e com a Irene. Tenho esperança que funcionem convosco também. 

A ordem é conforme o que me vai surgindo, mas acho que os posts ficam mais credíveis com números, por isso, aqui vai. 



#1 - Não ter que dizer não directamente. 


Eu sou tortinha e sei que quando me dizem que não que todo o meu corpo se altera. Fico mais hirta (que nem uma barra de ferro, eu sei) e com vontade de contra-argumentar tudo. Às vezes não precisamos de cortar a direito para ter o mesmo resultado e até de forma mais rápida se evitarmos uma birra. A Irene ouve tantas vezes isto que até a mim já me diz. 


"Amanhã fazemos/procuramos/compramos/falamos/brincamos". 


Dar a solução (se for verdade) em vez da negação absoluta. Resulta imenso por aqui. 


#2 - Explicar o motivo, se houver. 

Isto, partindo que a criança já sabe compreender - por acaso, o Frederico e eu falamos com a Irene desde sempre como se ela compreendesse e não me lembro de não ser eficaz, acho que a distraía e habituou-nos bem. "Filha, tens que lavar os dentes porque senão os bichinhos comem os dentes, ficas com uns buracos que são as cáries e que fazem doer os dentinhos e depois...". Ou tens de vestir o casaco, senão podes ficar doente com o frio e depois queres ir ao jardim, mas tens de ficar em casa a tomar ben-u-ron". Estou a rir-me. Realmente sou muito específica mas funciona. Ela cala-se, nem que seja para eu não falar mais disso com ela por estar farta. 


#3 - Exagerar o motivo.

Não é verdade que, se ela adormecer, o cabelo vá ficar maior, maaaaas, o cabelo cresce todos os dias e, à noite, também terá o seu processo, não é? Sabendo que ela quer ter o cabelo comprido... e que não é mentira... Que mal tem dizer isso? Quando a de "dormir para descansar e amanhã ter energia" não resultar...? Sei que isto deve estar algures incorrecto numa teoria qualquer, mas parece-me relativamente inofensivo. 

#4 - Ser criativo.


Só conseguirmos isto se andarmos descansadas e bem da cabeça. Esqueçam a criatividade quando estão a pensar se se querem divorciar ou se acordam seis vezes por noite para dar de mamar ou biberão ou por a chucha que caiu. Não dá. Maaaaaas e "lava os dentes para a Skye de peluche aprender a lavar os dentes contigo que sabes tão bem" funciona... Se calhar vamos ter aqui grandes criativas. Os amiguinhos peluches aprenderem com eles, eles serem o exemplo ou, no caso da Irene, usar os personagens que ela vai interpretando ("Será que o Rafa consegue ir já para o banho?") resulta muuuito bem. 





#5 - Recompensa Final

Não estou a falar de recompensas pelo bom comportamento ou mau. Nunca pensei muito a fundo nisso, mas superficialmente não me parece adequado criar uma gratificação para um comportamento expectável, mas talvez venha a mudar de ideias. Para já, por exemplo, a Irene sabe que se engonhar muito até ir lavar os dentes e o nariz (cheia de alergias, tadinha) que depois não há tempo para histórias. E não há. No dia seguinte acontece tudo mais rápido ou, então, não há histórias. Simples. Encurta-se o tempo da história e deita-se a horas razoáveis na mesma. 

#6 - Não ter medo da birra grande

Houve uma altura em que a Irene queria que eu ligasse o ar condicionado para ela adormecer. Depois, como a luz iluminava demasiado o quarto, isso deixou de ser porreiro porque ela não relaxava. Disse-lhe que se ela voltasse a dar saltos na cama (ou lá o que era) que tinha de desligar o ar condicionado porque era por causa da luz que ela não estava a descansar. Fez na mesma. Desliguei o ar condicionado. Foi uma birra gigante (ainda por cima cheia de sono que era hora da sesta), mas expliquei-lhe que era uma "lição" e que não podia voltar a ligar o ar condicionado por muito que ela pedisse. E ainda hoje funciona quando digo que tenho de fazer algo para ser uma lição. 

#7 - Ditar as regras enquanto se tem atenção

Antes de ir para o jardim e depois de perdermos a atenção deles, explicar o que vai acontecer e como. "Irene vamos para o jardim, vais brincar muito, mas quando a mãe chamar é para ir porque temos de ir jantar e blá blá". Minutos antes digo: "Irene, só mais um bocadinho que temos de ir embora, depois quero que venhas ter comigo ali à porta e vamos as duas". Refila sempre um bocadinho (consoante o cansaço), mas rapidamente lhe digo "abres tu o carro com o comando" ou assim e passa-lhe rápido. 

#8 - Reconhecer as emoções

Se começa a chorar porque está triste ou a bater em coisas porque está zangada, reconhecer os sentimentos dela, que já percebemos e explicar-lhe o que se está a passar. Depois de vermos o filme Divertidamente juntas é fácil explicar-lhe que ela tem o Sr. Medo e o Sr. Zangado na cabeça e, por isso, é que se está a passar, mas que podemos ajudar o senhor medo(varia consoante o que se passa, até poderá passar por um mantra qualquer) e depois o Sr. Zangado vai dormir também.

Foto Pau Storch


#9 - Cumprir as promessas

Importante mantermos a nossa palavra, mesmo quando achamos que eles já se esqueceram para que a confiança deles em nós funcione a nosso favor. A Irene cortou a pasta de dentes que tinha acabado de lhe oferecer sem querer. Ficou muito triste e fez uma birra gigante por a deitar no lixo e eu disse para ela não se preocupar que um dia a mãe comprava uma. Comprei. Agora, já sabe, que sempre que eu disser que não há problema que resolvo, que vou resolver. Relaxará.

#10 - Saber como funciona o cérebro deles.

A brincar, a brincar, saber como é que eles vêem as coisas e porque é que pensam como pensam ajuda imenso. Se os saltos de desenvolvimento e picos de crescimento nos bebés fazem com que eles tenham comportamentos irreconhecíveis nalguns meses, também nos restante crescimento tal acontece. Ajuda a despirmo-nos da culpa e de tudo o que temos implantado na cabeça sobre podermos estar a fazer um mau trabalho e vermos as coisas com maior amor e empatia. 


Num outro post poderei dar sugestões de leituras, sei que deve haver mais mães por aí que gostem de queimar pestanas e que gostem de ver os resultados práticos a surgirem bem à vossa frente :) 



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