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2.24.2019

Truques para ter mais tempo disponível para eles durante a semana.

Isto vem, claro, não só de uma pessoa que deixou de ter de picar o ponto quando entra na empresa e quando sai por ser paga ao minuto (que violência, credo), mas também de alguém que tem a possibilidade de por em prática todas as dicas seguintes. Claro que nem todas as famílias têm o mesmo budget, horários, configuração (se são monoparentais ou não), mas temos todas cabecinha para ler coisas e pensá-las à nossa medida - a não ser que os vossos miúdos ainda não durmam nada de jeito. Nesse caso, de certeza que não têm cabecinha nenhuma. E despeçam-se já de 40% dos neurónios que tinham antigamente. Fica já o disclaimer. 

Por acaso não é verdade. Quando, depois, se volta a ter um ritmo mais equiparável ao que será um ritmo saudável, a cabeça volta a arrancar. Temos é de fazer o máximo possível por nós também. Porque... o que é isto da pressão de ter que ser boa mãe? Nada! Também temos que ser saudáveis e isso. Ahhh... peanuts. Tudo canja - mesmo sendo canja, ela não aparece feita, ahah. 


A foto não está a preto e branco para parecer uma pseudo intelectual sem testa,
é porque não me maquilhei e assim ainda parece que não tenho rosácea


Como padeço de ansiedade e de uma vontade doentia de passar tempo de qualidade com a Irene ao mesmo tempo que tenho de ter a casa minimamente em ordem para me sentir bem, confesso-vos: 


- A ajuda semanal ou bi semanal para limpar a casa ou para fazer sopa é muito, muito preciosa. 

É dinheiro muito bem gasto. Tendo que escolher, faz-me melhor à cabeça e à família não ter essa pressão semanal a fazer uma viagem grande por ano ou duas. 

- Às vezes comprar jantar nos hipermercados.

Não sou fundamentalista do biológico, mas cada vez me custa mais comprar coisas que não sei de onde vieram ou como foram cozinhadas ou o que seja. Seja como for: não ter de tratar do jantar e, se calhar, durante dois dias, é fantástico para ter aquele tempinho entre ir buscar a miúda à escola e o mesmo ou depois do mesmo de cabeça limpa. 

- Saltar o banho integral.

Nem sempre lhe dou um banho completo, de cabelo incluído e hidratação e tudo mais. É a regra, mas há a excepção. E às vezes há outras coisas que se sobrepõem. Tipo: vê-la. 

- Fazer coisas no forno.

Nem imaginam o meu alívio quando me lembro que posso comprar uma peça de maminha (não, não estou a falar de amamentação, calma) ou de lombo e despachar isso para o forno e dar para dois jantares e dois almoços meus. Se a nível nutricional não é o mais variado? Epá, não, mas nem sempre dá para ser atenta a tudo. Aliás, nunca deu. Nem sei porque disse isso. 

- Despachar acompanhamentos à parva.

Em vez de fazer só para a refeição, fazer já arroz para a semana. Esparguete para a semana, vegetais para a semana, batatas cozidas para a semana. Isto, naquele dia em que, por acaso, já que temos de cozinhar, não custa assim tanto por numa panela ao lado umas batatas a cozer. 

- Arrumar os lanches por kits.

Arranjar mesmo um espaço na dispensa ou no armário em que o lanche já está separadinho de maneira a ser agarrar nele (ou, se calhar, ainda juntar qualquer coisa que só dá no dia) e por dentro da marmita (credo, esta frase toda daria um single da cantora pimba Rosinha). Ou, simplificar, e borrifar para o lanche e por a criança a lanchar todos os dias da escola (no caso da Irene não dá porque como só há iogurtes de leite de vaca e ela não tolera muito bem... not cool). 

- Ir dormir com tudo pronto. 

Raramente faço isto, mas de manhã torna-se tudo mais lento e agradável. Passa a ser, em vez de um momento só de stress, também um momento de convívio. Se andamos sempre sedentas de tempo para nós, como assim passar parte da noite a preparar o dia seguinte? Bem sei, mas talvez tenhamos que pensar em estratégias de nos aliviar a carga durante a semana ou ao fim-de-semana, talvez emprestando (ahah) a criança aos avós ou iniciando uma rotina de irem brincar para a casa dos amigos que há de haver um dia em que calha ser a nossa a ir para a casa de alguém e já respiramos um pouco. 


Volto a afirmar que nem toda a gente tem as minhas possibilidades, nem o meu estilo de vida. Por acaso vivo sozinha com a Irene e tenho a sorte de ter a vida facilitada em muitos aspectos. No entando, acho que estas dicas poderão ajudar de alguma maneira a quem esteja neste momento numa fase mais ansiosa e não tenha a capacidade de pensar. :) 


11.15.2018

Solução para não haver stresses à hora de jantar e dormir: chá de tília.

Às vezes parece mesmo demasiado para nós, não é? É porque é. Chá de tília, minhas amigas, oiçam o que vos digo. 

Estou agora a espreitar um documentário que deu na RTP 2, A Ciência Explica: A Ciência da Maternidade que, ao que parece, só está disponível mais um dia ou dois e, por isso, espreitem obrigatoriamente. 

Estamos habituadas a achar que tudo o que não conseguimos fazer (de acordo com as nossas expectativas que serão altíssimas para as nossas condições) é por culpa nossa e por falta de empenho, mas não é verdade. Temos de ser mais generosas connosco. Ainda não acabei de ver este documentário, mas já me está a ajudar a "perdoar-me" do que me achava "culpada". 

Foram estudar tribos em que as mulheres cuidam dos filhos em conjunto, naquilo que chamam "educação conjunta". Enquanto uma mãe está fora, por exemplo, a pescar, outras mães cuidam da criança e, se for preciso amamentar, amamentam a criança. 

Isto explica toda a ansiedade que senti quando ela era pequena e havia a necessidade de amamentar em livre demanda e tentar conciliar isso com algum tempo para mim ou aquilo a que chamamos "ter vida". Depois falo-vos mais disto, deixem-me digerir o documentário.

No outro dia, a Joana Paixão Brás escreveu um post sobre beber um copinho de vinho aqui e ali para descontrair (dito assim até parece que estou a dizer que ela é uma alcólica, mas acho que não, hehe). - A maternidade exige um copo de vinho. E confesso que , de vez em quando, olho com um ar guloso para as Sommersby que tenho no frigorífico. Só não me atiro a elas com medo de criar um padrão (noto que me vicio muito rapidamente em coisas e, por isso, tenho de ter cuidado). 

Bom, posto isto, no outro dia, inspirada pela chuva e pelo mau tempo, pensei: vamos lá começar com os chás. A Irene, num lanche, provou o chá de tília da avó e gostou e... uma coisa levou à outra e ontem tive dos finais de tarde mais relaxados de sempre. 


Bebi meia chávena de chá de tília quando cheguei a casa (a Irene iria estar com o pai duas horas) e além de ler um bocadinho de um livro (tenho de vos voltar a falar dele: Adenóides sem Cirurgia) também consegui adormecer meia hora. Quando a Irene chegou, também pediu chá e acabámos por beber as duas. Foi óptima a noite, mesmo com a Irene sem paciência e meio adoentada. Os meus níveis de ansiedade baixíssimos, foi fantástico. Até adormecê-la. Fiquei com ela enroscada em mim muito mais tempo por estar em condições de aproveitar. 

Hoje de manhã, por saber que a Irene iria pedir o chá novamente (até porque acrescento um pouco de mel), fui informar-me sobre as caractéristicas e benefícios do chá de tília para a saúde e com que frequência poderia dar-lhe ou não esse chá. Li que era: 

  • Ansiolítico; 
  • Óptimo para gripes e contipações; 
  • Ajuda a controlar a febre; 
  • Ajuda a suar (alguém que já se tenha queixado disso? ahah), 
  • etc., que poderão ler no site. 

Ou seja, isto não só lhe faz bem ao ranho constante nesta altura do ano (adenóides gigantes e amigdalas e sei mais lá o quê) como também nos deixa às duas mais calmas. Claro que não me vou por a dar-lhe isto tipo soro, mas... já tenho mais alguma coisa com que jogar, heheh. 

Principalmente comigo, vá. 

Claro que o vinho ajuda, mas o chá de tília, meninas. Ainda para mais, no dia seguinte (hoje de manhã), tinha o meu intestino super cooperativo o que me deu uma sensação óptima de barriga lisinha (as if... lisinha dentro do género, vá). 

Fica a sugestão. :)





3.15.2018

Isto deixa-a tão feliz!

Na volta muitas de vocês já tiveram esta ideia, mas só cheguei lá anteontem ou lá o que foi. Houve um dia em que fomos a fingir, no carro, que íamos de avião, noutro de camião e, quando dei por mim, pensei: "então, se tenho o telemóvel ligado por bluetooth ao carro para ouvir música, também posso pôr o que quiser do youtube!". 

De repente, o nosso carro transformou-se num camião. Pus este som a dar e fomos desde casa até à escola a fingir que eramos ambas condutores de um camião (parecia mesmo verdade, consegui mesmo alinhar). E hoje fomos de carro polícia. 




Se não é isso que quero ouvir logo de manhã? Não. Se o nosso trajecto é muito curto, é. Mas.. deixa-nos a ambas bem dispostas e é uma história gira e ajuda-me a levá-la mais rápido de casa para o carro, eheh. 

Têm truques que queiram partilhar? 
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11.15.2017

Stressam muito de manhã?

Eu stresso. 

Como é o início do dia em que já sistematizei tudo aquilo que quero fazer, a manhã parece-me uma espécie de obstáculo para começar a aliviar a minha ansiedade. Tenho de enviar aquele mail, redigir aquela proposta, ainda tenho aquela reunião, não me posso esquecer de ir buscar as botas da Irene... e, entretanto, está a Irene a dizer que não quer usar aquela camisola, mas outra. Ou que o iogurte não era aquele, ou que quer que eu brinque com ela na cama. Tudo me parece um obstáculo. 

Um dos truques que comecei a apreciar foi acordar mais cedo. Deito a Irene a horas porreiras e ela acaba o sono mais cedo e podemos gozar a nossa manhã com calma (e eu posso gozar a minha noite mais à vontade). 

Também é possível sermos só nós a acordar mais cedo e adiantarmos tudo o que pudermos enquanto eles dormem para, quando acordarem, temos só tempo para eles, mas no meu mundo real, isso não acontece. 

Podemos, porque não, deixar o máximo de coisas possíveis preparadas no dia anterior como o lanche (se não tiver coisas frescas que se estraguem), a roupa para o dia seguinte, etc. 

Descobri ainda num blog (só poderá ser o da Catarina Beato porque não leio blogs - how ironic -  no geral) o truque dos 5 minutos para lidar com a hora do caos. A Catarina aplica muito o truque para o final do dia por ser especialista nas manhãs, como diz. Eu acho que, de manhã, também faz muito sentido.



Apertar e abraçar a Irene. Poder observá-la e senti-la relembra-me de quais são as minhas verdadeiras prioridades e relativiza os e-mails da trampa ou que, afinal, se não for buscar hoje as botas, até poderei ir amanhã.

O meu objectivo (que consigo cumprir 99% das vezes, mas ela ainda só tem 3 anos) é um início de manhã sem nervosismos, gritos, ameaças ou recompensas. E, no cenário mais perfeito de todos, ainda aprecisar a amanhã e aproveitar para começar bem o dia.


Coisinhas giras: 

Fotografia - Joana Hall




O meu instagram e o d'a Mãe é que sabe :)
a Mãe é que sabe Instagram


11.02.2017

10 truques para acabar com birras.

Tendo em conta o que vos escrevi ontem aqui e sendo que a Irene continua a fazer birras, não vejam aqui nada de milagroso. Apenas alguns atalhos que demoraram imenso tempo (e leituras também) a aprender e que funcionam comigo e com a Irene. Tenho esperança que funcionem convosco também. 

A ordem é conforme o que me vai surgindo, mas acho que os posts ficam mais credíveis com números, por isso, aqui vai. 



#1 - Não ter que dizer não directamente. 


Eu sou tortinha e sei que quando me dizem que não que todo o meu corpo se altera. Fico mais hirta (que nem uma barra de ferro, eu sei) e com vontade de contra-argumentar tudo. Às vezes não precisamos de cortar a direito para ter o mesmo resultado e até de forma mais rápida se evitarmos uma birra. A Irene ouve tantas vezes isto que até a mim já me diz. 


"Amanhã fazemos/procuramos/compramos/falamos/brincamos". 


Dar a solução (se for verdade) em vez da negação absoluta. Resulta imenso por aqui. 


#2 - Explicar o motivo, se houver. 

Isto, partindo que a criança já sabe compreender - por acaso, o Frederico e eu falamos com a Irene desde sempre como se ela compreendesse e não me lembro de não ser eficaz, acho que a distraía e habituou-nos bem. "Filha, tens que lavar os dentes porque senão os bichinhos comem os dentes, ficas com uns buracos que são as cáries e que fazem doer os dentinhos e depois...". Ou tens de vestir o casaco, senão podes ficar doente com o frio e depois queres ir ao jardim, mas tens de ficar em casa a tomar ben-u-ron". Estou a rir-me. Realmente sou muito específica mas funciona. Ela cala-se, nem que seja para eu não falar mais disso com ela por estar farta. 


#3 - Exagerar o motivo.

Não é verdade que, se ela adormecer, o cabelo vá ficar maior, maaaaas, o cabelo cresce todos os dias e, à noite, também terá o seu processo, não é? Sabendo que ela quer ter o cabelo comprido... e que não é mentira... Que mal tem dizer isso? Quando a de "dormir para descansar e amanhã ter energia" não resultar...? Sei que isto deve estar algures incorrecto numa teoria qualquer, mas parece-me relativamente inofensivo. 

#4 - Ser criativo.


Só conseguirmos isto se andarmos descansadas e bem da cabeça. Esqueçam a criatividade quando estão a pensar se se querem divorciar ou se acordam seis vezes por noite para dar de mamar ou biberão ou por a chucha que caiu. Não dá. Maaaaaas e "lava os dentes para a Skye de peluche aprender a lavar os dentes contigo que sabes tão bem" funciona... Se calhar vamos ter aqui grandes criativas. Os amiguinhos peluches aprenderem com eles, eles serem o exemplo ou, no caso da Irene, usar os personagens que ela vai interpretando ("Será que o Rafa consegue ir já para o banho?") resulta muuuito bem. 





#5 - Recompensa Final

Não estou a falar de recompensas pelo bom comportamento ou mau. Nunca pensei muito a fundo nisso, mas superficialmente não me parece adequado criar uma gratificação para um comportamento expectável, mas talvez venha a mudar de ideias. Para já, por exemplo, a Irene sabe que se engonhar muito até ir lavar os dentes e o nariz (cheia de alergias, tadinha) que depois não há tempo para histórias. E não há. No dia seguinte acontece tudo mais rápido ou, então, não há histórias. Simples. Encurta-se o tempo da história e deita-se a horas razoáveis na mesma. 

#6 - Não ter medo da birra grande

Houve uma altura em que a Irene queria que eu ligasse o ar condicionado para ela adormecer. Depois, como a luz iluminava demasiado o quarto, isso deixou de ser porreiro porque ela não relaxava. Disse-lhe que se ela voltasse a dar saltos na cama (ou lá o que era) que tinha de desligar o ar condicionado porque era por causa da luz que ela não estava a descansar. Fez na mesma. Desliguei o ar condicionado. Foi uma birra gigante (ainda por cima cheia de sono que era hora da sesta), mas expliquei-lhe que era uma "lição" e que não podia voltar a ligar o ar condicionado por muito que ela pedisse. E ainda hoje funciona quando digo que tenho de fazer algo para ser uma lição. 

#7 - Ditar as regras enquanto se tem atenção

Antes de ir para o jardim e depois de perdermos a atenção deles, explicar o que vai acontecer e como. "Irene vamos para o jardim, vais brincar muito, mas quando a mãe chamar é para ir porque temos de ir jantar e blá blá". Minutos antes digo: "Irene, só mais um bocadinho que temos de ir embora, depois quero que venhas ter comigo ali à porta e vamos as duas". Refila sempre um bocadinho (consoante o cansaço), mas rapidamente lhe digo "abres tu o carro com o comando" ou assim e passa-lhe rápido. 

#8 - Reconhecer as emoções

Se começa a chorar porque está triste ou a bater em coisas porque está zangada, reconhecer os sentimentos dela, que já percebemos e explicar-lhe o que se está a passar. Depois de vermos o filme Divertidamente juntas é fácil explicar-lhe que ela tem o Sr. Medo e o Sr. Zangado na cabeça e, por isso, é que se está a passar, mas que podemos ajudar o senhor medo(varia consoante o que se passa, até poderá passar por um mantra qualquer) e depois o Sr. Zangado vai dormir também.

Foto Pau Storch


#9 - Cumprir as promessas

Importante mantermos a nossa palavra, mesmo quando achamos que eles já se esqueceram para que a confiança deles em nós funcione a nosso favor. A Irene cortou a pasta de dentes que tinha acabado de lhe oferecer sem querer. Ficou muito triste e fez uma birra gigante por a deitar no lixo e eu disse para ela não se preocupar que um dia a mãe comprava uma. Comprei. Agora, já sabe, que sempre que eu disser que não há problema que resolvo, que vou resolver. Relaxará.

#10 - Saber como funciona o cérebro deles.

A brincar, a brincar, saber como é que eles vêem as coisas e porque é que pensam como pensam ajuda imenso. Se os saltos de desenvolvimento e picos de crescimento nos bebés fazem com que eles tenham comportamentos irreconhecíveis nalguns meses, também nos restante crescimento tal acontece. Ajuda a despirmo-nos da culpa e de tudo o que temos implantado na cabeça sobre podermos estar a fazer um mau trabalho e vermos as coisas com maior amor e empatia. 


Num outro post poderei dar sugestões de leituras, sei que deve haver mais mães por aí que gostem de queimar pestanas e que gostem de ver os resultados práticos a surgirem bem à vossa frente :) 



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