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10.10.2019

À leitora: ando cheia de mim, sim, e ainda bem!

Olá leitora que disse que eu andava tão cheia de mim que até enjoava. 

E ando. Ando cheia de mim, finalmente. Não sei se vomidrine fará efeito nestes casos, mas talvez afastar-se de "mim" temporariamente (ou desistir por completo) e rever por que razão isto a faz sentir-se mal disposta fosse mais produtivo.

Finalmente ando a tentar encher o que andava vazio. Finalmente consigo ter mais auto-estima e ir ganhando mais confiança. Se todos conseguíssemos encher mais um bocadinho o que anda vazio - de emoções, não de coisas -, se todos pensássemos um bocadinho mais em nós, se conseguíssemos enchermo-nos de coisas boas, talvez o mundo ficasse um bocadinho melhor, talvez não andássemos todos tão frustrados, tão magoados, tão revoltados, a ver o que os outros têm e nós não; o que os outros são e nós não. Se isso lhe faz confusão, talvez devesse rever, em si, por que razão isso a faz sentir algo negativo. Normalmente projectamos nos outros inseguranças nossas.

Percebi que deveria - enquanto consumidora de conteúdos, de redes - deixar de seguir algumas pessoas quando estive na eminência de lhes enviar mensagens ou comentar a forma como aquilo que diziam ou mostravam me incomodava, de certa forma. Como tenho, além de dedos no teclado, alguma consciência, antes de carregar no enter, apaguei e fiz unfollow. Até que ponto tenho de ser eu a definir o que os outros devem ou não mostrar, dizer e pensar? Até que ponto a minha opinião seria construtiva ou traria algo de bom àquela pessoa? Por que razão eu iria continuar a sentir coisas negativas a respeito de pessoas que eu nem conhecia e às quais só acedo a uma ínfima parte? Era bom para quem aquilo? Eu respondo por si: para ninguém.

Que bom que é eu andar numa fase em que me sinto mais cheia de mim, sem tanto medo de fazer ou dizer o que bem me apetecer, de falar sobre os assuntos que me interessarem com o tom que me surgir, de me mostrar em biquíni quando eu bem entender ou enrolada num lençol amarelo às pintas. Liberdade, tão bom que é vivê-la. E nada disto tem a ver com humildade ou falta dela. Nem tudo o que publico, penso e digo gira em torno de mim e do meu ego. Não ando propriamente apaixonada por mim, a olhar-me no reflexo da lagoa. Mas - e já o disse aqui - tendo começado a resolver várias coisas que me afastavam de um amor-próprio que tanta falta nos faz (porque não me castra, porque me lança para a frente, me desafia), estou sim, mais consciente. Do meu poder em mudar aquilo que penso e sinto sobre mim e sobre o que me rodeia. Do que posso melhorar. Gustavo Santos encarnou em mim e manda um oi.

“A tua opinião sobre ti próprio torna-se a tua realidade. Se tens todas essas dúvidas, então ninguém vai acreditar em ti e vai correr tudo mal. Se pensares o contrário, o contrário vai acontecer. É simples.” 50 cent - falei sobre isso aqui.


Linda comó sol - e pode olhar-se de frente 


E só para não dizerem que estou cheia de mim, passo a publicidade à minha clega, que eu adorooooo (a ver se me perdoa a dívida do almoço do outro dia). A Gama vai dar espectáculo com a sua outra clega, aquela super gata, a Rita Camarneiro (que agora está com os olhos todos lixados que é para ver se aprende o que é ser uma pessoa que é só médio-gira). É no próximo dia 24 no Maxime Comedy Club e era giro se se sentassem ao meu lado na plateia, a mostrar que não é por sermos pais que não sabemos rir a bom rir (eheh malucos do riso). 




Domingo voltamos com vídeo novo no Youtube, stay tunned (tão jovem que ela é). Subscrevam, pá.
Ciau!!!


3.07.2019

O que os nossos filhos serão é o que lhes dissermos.

E mostrarmos. Que nada ou quase nada se resume apenas ao verbal. Nós funcionamos, na minha opinião, tendo como referência as pessoas mais próximas de nós e as mais marcantes que, em princípio, serão os pais ou quem terá exercido essa função. 

Eles funcionam como uma lente do mundo que nos é passada (não só geneticamente), mas em tudo o resto ao longo da vida, especialmente nos primeiros anos de vida. 

São importantes e fulcrais os rótulos que nos põem, mesmo que sem querer. São rótulos que podem durar anos e anos e que, sem consciência disso - até porque as palavra dos pais, para nós, até muito tarde, são a verdade - poderão limitar a vida e, acima de tudo, a percepção que os "filhos" têm de si. 


Concretizando: se estiver constantemente a dizer à Irene que ela é desastrada, que não tem jeito com as mãos, o mais provável é que ela venha a interiorizar o que eu disse e que não desenvolva essa capacidade por assumir o rótulo que lhe dei - injustamente já que tendo 4 anos, é natural que ainda esteja a desenvolver muitas aptidões, principalmente as que exigem minúcia. 

Isso dos rótulos, um dia a ver se me alongo. No outro dia apercebi-me que, por sempre querer ter um namorado (sentia-me sempre muito sozinha e pouco gostada) fui alvo de rótulos atrás de rótulos, tão cedo quanto aos 10 anos. A ver se um dia refletimos todas sobre isso e no que podemos fazer para que a geração dos nossos filhos não sofra tanto e não faça sofrer tanto os outros e tão cedo.

Isso começa antes. Aquilo que lhes dizemos que eles são e que lhes mostramos que eles são para nós. Actos, palavras e vá, não omissões. Não digo para andarmos sempre hiper mega ultra conscientes de tudo o que dizemos e fazemos, mas sim, termos uma noção geral presente de que estamos a moldar e a construir não só um ser humano, mas a percepção que ele terá de si próprio e dos outros também. 

A Irene não é desastrada, ela tem quatro anos. 

Ela não é teimosa, ela quer muito algo.

Ela não é mentirosa, está a aprender a lidar com as ferramentas que nos fazem ter aquilo que achamos que precisamos. 

Ela não é birrenta para ir dormir, ela provavelmente já estará a ir para a cama fora da hora dela e todos nós, privados de sono, somos insuportáveis, principalmente se alguém estiver a dar-nos ordens. 

O primeiro instinto, o mais básico, é rotular os outros. Até os nossos filhos, tal como nós fomos rotulados. O próximo passo, difícil já que temos tanto para fazer, resolver e assegurar, é ganhar tempo a tentar perceber se tal será justo e não poderemos estar a ser parte do problema. 


"Não tens jeitinho nenhum para desenhar, dá cá que eu faço isso". 

Uma das coisas que mais gostei de aprender até hoje é que, com treino, todos melhoramos em princípio a nossa aptidão para fazer algo. Até a desenhar, cantar, escrever, saltar, correr... tudo. 

Os rótulos são uma preguicite nossa, uma defesa nossa para nos sentirmos melhores connosco, mas não é necessário que seja à custa dos outros e até dos nossos filhos. 

Não é só o não dizer. É ver. Compreender. Aceitar. Ensinar. Abraçar e... muito importante: olhar nos olhos. 

Lembro-me que o momento que mais me marcou até agora de ser mãe da Irene foi quando uma vez, a primeira vez, trocamos olhares e estavamos completamente focadas uma na outra. Esta sintonia além de trazer serotina para a família (sempre vantajosa a milhares de níveis) faz com que surja a "auto-estima" nos nossos filhos.

"Auto" não por ter sido automática mas de "estima por si". E nós somos os primeiros (mães e pais e familiares próximos) a sermos os olhos daquilo que eles são e daquilo em que eles acreditam que poderão vir a ser. 

Hoje não consigo porque só dormi 4 horas (fui actuar à Universidade de Aveiro ontem e voltei hoje de comboio, estou de rastos - espero que este post esteja a fazer sentido), mas a ver se um dia fazemos todas o exercício de pensar quem queremos que os nossos filhos sejam e de vermos aquilo em que podemos ser úteis, além das funções básicas de assegurar a alimentação, segurança e afecto. 

Eu quero que a Irene tenha muita confiança em si e que seja compreensiva e empática, para também ser consigo mesma. 

E vocês?

Conseguem pensar que parte daquilo que vocês acham que vocês são foi transmitida pelos vossos pais? Que rótulos? Que orgulhos? :)

Acho que fritei os 2 minutos de cérebro que me restavam para hoje, mas fica aqui a intenção. É o que está na minha cabeça desde ontem, no espectáculo (e conversa) em que se falou de Tabus...