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9.13.2019

"Se não lhe bato, faço o quê?"

Ontem, a meio de uma conversa lembrei-me de um grande desafio que tive de ultrapassar com a Irene. Inexplicavelmente (ainda que a nossa cabeça consiga arranjar milhares de explicações, claro), houve uma fase em que perante qualquer contratempo que mexesse mais com o meu ego, cansaço e insegurança, o meu instinto era levantar a mão à Irene. 

Ela não me obedecer, ela não fazer o que eu precisava, não reconhecer o meu esforço, os meus sacrifícios deixavam-me muito frustrada. E, infelizmente, a minha falta de ferramentas e a minha falta de capacidade momentânea para arranjar ferramentas pareciam deixar-me num beco. 

"Se não lhe bato, faço o quê?"

Tenho a "sorte" de ter recebido algumas palmadas e muitos gritos. E fiz o exercício de voltar atrás e rever o que isso me fazia sentir. O quanto me sentia incompreendida, sozinha e menos amparada por quem precisava mais que me amparasse. 

Aí prometi. Lembro-me de já ter prometido quando era mais nova a não ser assim. Mas voltei a prometer agora mais crescida. Vou mesmo dar a força que sinto que me resta (vamos sempre buscar mais) e dar-lhe tudo o que tenho para não levantar a mão e arranjar alternativas.


Isso implicou ler. Implicou chorar. Muita frustração. Ouvir muitas opiniões que me "deixavam" insegura. O "deixavam" está assim escrito porque os comentários só deixam alguém inseguro se essa pessoa já estiver, aumentam a insegurança. Quem está verdadeiramente confiante não se deixa abalar. Ainda que isso possa ser uma utopia. 

Ajudou-me ver a Irene como uma mini-eu. Bem sei que esta projecção poderá não ser saudável se estendida a um campo maior, mas ajudou-me a vê-la. Como pessoa, como mini pessoa que está a ir buscar em mim o significado da maioria das palavras e, acima de tudo, o do amor. 

Apercebi-me que a maneira como a ajudo a resolver os conflitos ou como lido com as explosões de frustração dela, de cansaço e de tudo o resto, é como mais tarde ela poderá vir a resolver com os seus filhos ou até como agora poderá lidar com os colegas ou até comigo. 

No início finge-se (mal e porcamente) a empatia. A voz fica hipnótica e sentia-me falsa, a representar. Porém a dinâmica mudou (temos vindo a crescer) e a empatia sai-me do coração. Consigo ouvi-la e vê-la. Já não se trata de paciência, mas de carinho. 

Não vejo os obstáculos como algo pessoal, mas sim como um desafio e até uma oportunidade para ensinar ou sugerir aquilo que considero melhor. Sendo que o "melhor" é o que lhe traga mais felicidade agora e depois e também aos que a rodeiam. 

Estou a focar-me em criar um ser humano bonito, ainda que venha a falhar. 

Queria só deixar uma palavra de incentivo a todas as mães (e pais) cujo o primeiro instinto também tenha sido ou ainda seja o de levantar a mão que é possível guardá-lo no bolso e ficar com os braços livres para abraçar. É uma mudança lenta, feia, mas com um final muito feliz e um crescimento muito grande. 

A relação muda e faz bem a todos.

Se acharem por bem, partilhem pelos vossos amigos ou familiares que notem que têm a mão mais rápida, pode ser que ganhem fé em si e na mudança porque é possível (e necessário). 

Um beijinho e bom fim-de-semana, já agora ;)





Aproveito para vos dizer que ontem saiu o segundo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe" em que falamos de tudo menos de maternidade - só para desenjoar um bocadinho. Está disponível no Spotify, SoundCloud, Apple Podcastas e Anchor FM. Aproveitem para fazer boas reviews que, como ainda é novo, a Apple ainda está a ver se vale a pena ou não ;)




Além disso, esta semana (tal como todos os Domingos), publicamos um novo vídeo, este sobre as 5 piores coisas da gravidez. Já subscreveram o canal? ;)




Para além disso,se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok?

9.10.2019

Vocês lembram-se do bullying na escola?

No outro dia, a passear pelo instagram - faço-o mais do que gostaria, ainda que tenha um lembrete de quando passaram 15 minutos no total - dei com uma publicação de uma comediante sobre o bullying e o regresso às aulas. 

Reparo que os "crescidos" estão sempre a dizer para "aproveitarem agora porque depois só vais ter saudades porque vai haver muitas responsabilidades", etc, mas que isso não nos faça esquecer do quão difícil foi para nós ou para outros miúdos que andaram na escola connosco. 

Já falei sobre bullying num post anterior em que um pai, por a rapariga ter sido bully na escola, a obrigou a ir a pé até à mesma (não era só assim a história), filmando-a. Aí podem saber melhor a minha opinião que empatizo com todos os lugares da dinâmica, achando que se pode resolver a médio longo prazo com atenção, amor, disponibilidade e não com castigos e afins. Mas obviamente que não vi e não vivi tudo. Talvez se fosse professora de determinados alunos mudasse de opinião, não sei. Duvido, mas não sei. 

Aproveito para vos falar desta série que ou já viram ou já evitaram ver mas que além de talvez nos relembrar determinadas coisas do liceu, que nos relembra a olhar mais para o outro para o perceber e fugirmos da dicotomia fácil da etiquetação primária de "bom ou mau" - 13 Reasons Why. 

A Irene está numa turma mista e no ano passado era das mais novas. Este ano é das mais velhas e está muito feliz com isso. Quando lhe relembrei disso pela primeira vez, os olhos dela iluminaram-se e o peito encheu-se de orgulho. Foi tão bonito de ver. "Já sei como vou motivá-la para ir para as aulas, que bom", pensei.

Depois, quando li esta publicação que a Sarah Silverman fez repost...



E pus-me a pensar: é bom que ela esteja orgulhosa, mas o ano passado dela foi complicado. Havia algumas raparigas que, como é expectável, algumas vezes sacavam dos galões (penso sempre em galos grandes) para impôr respeito ou território com essa cartada. Tentei relembrar-lhe do que sentiu e em vez de apenas lhe puxar a vaidade de ser das mais velhas, fazê-la lembrar-se da responsabilidade que isso traz e do quanto ela pode mudar a sensação dos meninos novos da sala, para que nenhum sinta o que ela sentiu no ano anterior.  

Isto porquê? Eu sei que a minha filha é um amor. Obviamente que é a miúda mais amorosa do mundo, mas este tipo de comportamentos são expectáveis e, até algum ponto, necessários. Às vezes é necessário que imponham respeito, ganhem espaço ou metam medo, tem que ser. Mas que o seja de forma aceitável e pertinente. Neste caso, quando ela o fizer, vai pensar duas vezes, espero. Vai perceber o que está a fazer e talvez ver na cara de quem o está a ouvir, o que lhe está a provocar. 

A Irene pode ser bully. Todos somos às vezes ou fomos ou vamos ser, mas nada como tentar passar-lhe o que seria mais acertado. 

Começar de pequenos. Estão comigo? 



Aproveito para vos relembrar que agora também temos um podcast (em que falamos de tudo menos de maternidade) e que já está disponível nos Podcasts Apple, Anchor FM, SoundCloud e aqui, no Spotify:


Para além disso, temos também um vídeo novo sobre as 5 piores coisas da gravidez, já viram?


Subscrevam o nosso canal e, já agora, último lembrete de hoje:

continuam abertas as inscrições de marcas para a segunda vaga do projecto “a Mãe é que sabe ajudar”, um projecto que visa ajudar mães nos primeiros momentos mais desafiantes da maternidade, oferecendo tempo e prendas úteis. Enviem-nós um e-mail para amaeequeasabeblog@gmail.com que responderemos com os detalhes de participação. Para já fechamos um parceiro repetente, a AEG com mais 1500€ em electrodomésticos e mais uma marca de automóveis que vai emprestar um carro familiar óptimo durante uma semana com o depósito cheio. Passem a palavra a amigas e amigos vossos que trabalhem em sítios interessantes e bora lá 💪🏻.

9.05.2019

E amizades entre mulheres?

Este foi o tema do novo episódio do nosso podcast "a Mãe é que sabe", mas que fala de tudo menos de maternidade. Foi o nosso objectivo e, até agora, final do primeiro episódio, estamos a conseguir. 


Ontem tivemos duas reuniões. Uma neste sítio fantástico com a Cláudia com quem vamos iniciar mais um projecto daqui do nosso e vosso estaminé. E outro num restaurante onde afuçanhei um belíssimo tártaro a cairem-me lágrimas de comoção por quem terá inventado o ar condicionado.

Ainda tivemos tempo de gravar mais um episódio do nosso podcast, querem ouvir? Em breve estará nas outras plataformas. Tentei resolver isso sozinha, mas não está a ser fácil. Vou ter de pedir ajuda. Nãaaaaaaao, não gosto, mas vai ter de ser.




O quê? Ainda acham que trabalhamos pouco? Como assim?

Ainda esta semana vos presenteámos com um vídeo hiper cómico (vá, estou cheia de moral a dizer isto, mas é verdade) em que vos damos a conhecer a APP Mega Wook, vejam lá:


Podem descarregar a APP Mega Wook aqui: 

àna Apple Store

àou no Google Play
Sim, a APP preferida da Joana era a de um isqueiro. Está a mudar. Estamos a mudá-la juntas e vamos conseguir, malta!

Para além disso, acabámos de fechar mais um parceiro para a iniciativa a Mãe é que sabe ajudar, voltamos a ter um carro durante uma semana para a vencedora, mas outra marca ;) Acho que vão delirar com isto. 


Se conhecerem marcas que estejam interessadas em entrar no nosso projecto de ajudar mães nas primeiras fases mais difíceis de ter um bebé, falem connosco através do e-mail amaeequesabeblog@gmail.com. Ok? 



Entretanto, posso ainda relembrar-vos de um dos nossos últimos vídeos? Reflectimos em conjunto sobre o que temos andado a fazer com as nossas filhas e os tablets. Querem partilhar connosco o que pensam vocês? Não se esqueçam de subscrever o canal, yes? 



Um beijinho e tenham um óooooptimo dia ;)



9.02.2019

Regressaram o trabalho e deixaram o bebé?

É inevitável lembrar-me do dia em que voltei a trabalhar. Sim, pus logo os 5 meses de licença e acumulei o mês de férias mas, mesmo assim, perto da altura estava em pânico. Não que não me apetecesse voltar a trabalhar - apetecia, muito - mas com medo da mudança e com pena de deixar a minha filha. 

Mesmo assim o nosso cenário era fantástico. O pai é freelancer e coincidiu com um momento em que ele pôde ficar mais tempo em casa. Ela além de ficar em casa, ficou com o pai. Bebeu biberões de leite materno, o pai enviava-me fotografias dela a bebê-lo sozinha na espreguiçadeira, mas por muito que me quisesse rir, não conseguia. 

Nem imaginam o filme que foi até me convencer a conseguir sair de casa sem ela nunca ter aceite um biberão ou mamado um a não ser os de leite artificial que lhe deram na maternidade. Na minha cabeça estava a deixar a minha filha a morrer à fome e não tinha alternativa. Também nunca tinha aceite bem o pai a adormecê-la e a mãe lá saia de casa, com a miúda a chorar (e a mãe também) para voltar não sei quantas horas depois, ainda que com um horário de trabalho mais curto (tive sorte, sei). 

Tudo muito dramático, mas era o que era. Foi o que foi. 

No trabalho, dei por mim a retirar leite com a bomba na sala de reuniões e andar para a frente e para trás com os frascos para o frigorífico onde a malta guardava a comida. Claro que virei piada - o ambiente era óptimo - e isso não me apoquentou, mas não estava tranquila em casa, não é? 

Depois de estar no trabalho, de reparar que o trabalho que tinham para me dar estava a ser escasso e que nem sequer estavam à espera que eu regressasse (?) perguntei se podia desaparecer durante um ano. Enquanto fiz o pedido estava desejosa tanto que aceitassem como não aceitassem. Se aceitassem, iria ficar um ano inteiro em exclusivo totalmente focada na minha bebé - com tudo o que daí advém de bom e de mau. Caso não aceitassem, haveria uma espécie de impotência da minha parte de não conseguir fazer melhor e, por isso, uma conformação. 

Aceitaram. 

Foto Pau Storch


Um mês ou dois depois de ter regressado ao trabalho, fiquei mais um ano em casa com a minha filha. E com o pai dela - por ser freelancer. 

Fiz alguns trabalhos por e-mail, escrevi para pessoas, etc. Acabei por ganhar o meu dinheiro e fiz questão de não receber dinheiro de "ninguém" para estar em casa. O universo ajudou-me nisso. Foi bom. 

Tive de dispensar a senhora que trabalhava cá em casa até por uma questão de "orgulho" ou lá o que é: "se não trabalho, ao menos trato da casa". Sabia lá eu no que me estava a meter, credo! Não comprei nada para mim, nada para a Irene... enfim. Dramas de primeiro mundo ;).

Bom, isto tudo para vos dizer que tudo se faz. O tempo foi passado, decisões foram tomadas e mesmo que não pareçamos livres ou sem opções que se estivermos atentas ao que estamos a sentir e ao que o Mundo nos está a dar que há sempre um lado bom e um lado menos bom em tudo mas que, independentemente do que seja, melhorará com o tempo. 

Temos de ter calma e, nestas alturas, de sermos mães de nós próprias também. Dar-nos colinho, mas deixar-nos respirar e sentir tudo. 

Podem ser às vezes estes os momentos que nos ajudem a tomar decisões muito importantes e que nos façam mais felizes, ainda que custem. Seja o de ir para o trabalho com um sorriso de "precisava disto e vou ser melhor mãe assim" ou seja o de ficar mais em casa e sentir "é aqui onde tenho que estar". 

Estamos sempre certas tendo em conta o momento em que estamos. Não é? 


Chorei tanto, mas tanto enquanto o dia se aproximava... Despedia-me de tudo como se fossemos morrer... 

Está tudo bem e ontem a Irene disse-me que estava com vontade de voltar para a escola :) Vejam lá como as coisas mudam. 



9.01.2019

A stressar com os manuais escolares?

Ainda não estamos nesta saga da primária, mas confesso que acredito que parte da minha urticária já tenha a ver com tudo aquilo que envolverá ter a miúda na primeira classe: encomendar os livros, forrá-los e ficarem cheios de bolhinhas (ao ponto de ficar sem dormir só com os nervos que isso me dá, pior que as películas dos telemóveis), ter de lidar com a questão dos trabalhos de casa, com as avaliações...

Olha que lindas as duas :) A cumplicidade a falar de manuais escolares, ahah. 


Tudo o que venha e que nos facilite a vida é bem-vindo, certo? Ceeeeeerto?? 

Pronto, isto fez-me lembrar uma professora de história que eu tive. A malta adormecia de aborrecimento nas aulas e ela, para nos acordar, dava assim uns berros com o “certo” nos mesmo decibéis que uma Cristina Ferreira quando sabe que a Barrios vai fazer trouxa de ovos. 

Conhecem a app Mega Wook? Está disponível para Android e para IOS e faz com que possamos resgatar os vouchers Mega e encomendar os cadernos de atividades de forma rápida e segura. Só com o telefone à boss. 

Vejam o vídeo e fiquem a saber as aplicações mais random que tanto eu como a Joana temos nos telemóveis. A da Joana já ganhou. 



Subscreveram o canal destas youtubers trintonas? Deviam. Porque há conteúdo muito engraçado por lá. E outro mais útil. E às vezes só conteúdo, sem grande coisa que se lhe diga, mas a vida é feita e apontamentos... e de manuais escolares!! ;)

Podem descarregar a APP Mega Wook aqui: 

àna Apple Store

àou no Google Play



8.26.2019

Querem uma montra maior que a do Preço Certo?

Sabem o que está quase de regresso? O projecto "a Mãe é que sabe... ajudar". A Joana Paixão Brás e eu acreditamos que as mães podem ser elementos super preciosos a detectar do que precisam as outras mães e nas alturas mais urgentes. 

Queremos criar um movimento constante de entre-ajuda, entre amigas, vizinhas, colegas, tudo, para que até as mães com menos suporte familiar sintam que podem sempre contar com quem as compreenda e com companhia. 

Claro que não estamos a dizer que os homens não servem para nada, até porque se há bebé... em princípio houve acção do homem algures - brincadeira ;)

a Mãe é que sabe ajudar... é um projecto que visa a ajudar uma mãe que se inscreva na acção a receber a nossa presença em casa durante um dia e estarmos ao seu serviço. Desde lavar a loiça a limpar rabos (gostaríamos que fossem das crianças, sff).




Mas não é só: queremos levar connosco marcas que se identifiquem com o projecto e que entendam as necessidades das mães, bebés e famílias durante a gravidez e primeiros anos após o nascimento. 

E, por isso, além de entrarmos em casa das mães, também levamos uns prémios muito simpáticos e que vão fazer com que a ajuda se prolongue no tempo. 

Em Janeiro queremos começar com as inscrições, mas antes disso queríamos pedir a vossa ajuda para espalhar este projecto a toda a gente que trabalhe em marcas, empresas que sintam que poderiam contribuir para este prémio impactante e chorudo. 

Elas que entrem em contacto connosco através do nosso e-mail para nos darem mais pormenores. 

Ficam aqui os vídeos da primeira edição que, apesar de haver muito para melhorar, já foi inesquecível. Obrigada à Paula e à família ;)

Já agora, querem deixar nos comentários, que marcas gostariam que nós contactássemos? Ou que prémios gostariam de ter? 








Aproveito para vos pedir para subscreverem o nosso canal de youtube, que ontem saiu um vídeo fresquinho sobre as nossas estratégias para lidar com os telemóveis e tablets em nossas casas. 




E também, não sei se repararam, mas começámos um podcast sobre tudo menos maternidade, querem ouvir? 




8.14.2019

Deixem as "mães obcecadas" em paz!

Só agora. Só agora passados 5 anos é que me sinto mais confortável por estar a ganhar a minha identidade completa. Quando fui mãe, houve parte da Joana que parecia ter morrido, como se não houvesse espaço para mais nada a não ser para a minha filha. A minha vontade imensa de lhe dar tudo o que ela precisava, a minha "ceguez" custou-me muito descanso, sanidade e relacionamentos. Mas, honestamente, 5 anos depois - e mesmo já antes - está a compensar. Tenha sido por isso também, juntamente com a genética, a personalidade ou pelas outras pessoas envolvidas no crescimento da Irene, que a nossa miúda está a transformar-se num ser humano fantástico. Orgulho-me gigantemente dela, da sua beleza interior, da sua vontade de compreender as coisas, de as questionar. Quero criar alguém que se procure e não apenas alguém que exista. Quero dar-lhe as melhores ferramentas que tenha. 


Amamentei durante 4 anos e meio. Sozinha acordei todas as noites. Mudei-lhe praticamente todas as fraldas e todos os banhos. Não podia sair de casa durante a noite durante muito tempo (ou até separar-me dela durante o dia) por causa da amamentação e por ela me procurar. Também por reparar que na Irene o factor descanso influencia gigantentemente a sua disposição e resiliência. Tudo foi sempre pesado e "ser pela Irene" era sempre o que ganhava. Com gosto, muito, mas com muito sacrifício. 

Este foi o meu caminho e sou humilde agora ao ponto de saber que existem outros e que cada uma deve percorrer o seu, desde de que de forma consciente. Honrando o privilégio que é podermos ser mães, podermos aprender com uma criança e bebé a bebé estarmos a criar o futuro.

Não saí, não convivi, não passeei. Exagero? Talvez, mas o tempo vai passando. E quando estamos prontas vemos o que existe. E a verdade é que agora, 5 anos depois, estamos prontas para mais espaço. Um espaço que não me faz sentir culpada por ter sido ganho com paciência e calma e, acima de tudo, por ambas estarmos preparadas. 

Sempre preferi que as coisas fossem a meu custo e não a custo da Irene. Até porque vendo bem as coisas, fazendo "pela Irene" era o que me faria melhor a longo prazo.

Pelo caminho muitos comentários. Sobre tudo. Muita falta de compreensão (por falta também de conhecimento da minha vida e de como funciono), mas sei que estive sempre certa ainda que tenha queimado metade da minha cabeça. Ou, quiçá, me tenha tido que aperceber que metade da minha cabeça estava em obras quando nasceu a Irene. 

"A mãe também é mulher", mas não eram as idas ao cabeleireiro nervosa pela Irene acordar e sentir que a mãe tinha saído que me faziam mais feliz. Nem seria se tivesse continuado a trabalhar durante o ano "sabático" que tirei para ficar com ela. Ficar no trabalho sem grande trabalho (por me ter sido mãe), à espera que o tempo passasse e a tirar leite para o pai lhe dar também não me fez sentido.

Tive a sorte de não ter que a pôr na escola antes dos dois anos e meio. Não a quis por antes de estar preparada. E embora não tenhamos sido felizes com a escolha que fizemos, agimos conforme aquilo que acreditámos ser o ritmo dela e não o nosso. Foi uma sorte. 


Agora a Irene dorme em casa do pai, dos avós. Fica com amigas minhas se precisar de sair para trabalhar ou, apenas, se precisar de sair. Chama-me poucas vezes à noite e raramente. Fica com o meu pai e com a minha madrasta ou durante umas horas com a minha mãe se me apetecer espairecer num centro comercial.

Neste caso sempre tive noção do médio e longo prazo. Com tudo. Com o desgaste, o sacrifício, tudo. Ter um filho para mim foi um compromisso gigante em que obviamente desequilibrei a minha balança e que também, por causa disso, trouxe algumas dificuldades (ser mãe e não ter espaço para ser a Joana levou-me à insanidade temporária), mas sei que o fiz por amor e por descargo de consciência. 

Quanto aos comentários de quem não sente o mesmo, podemos ouvi-los, digeri-los e aproveitá-los para repensarmos a nossa necessidade de sermos exímias (uma ilusão mas que no meu caso significa dar tudo o que posso e tenho e a mais não ser obrigada). Podem incluir soluções para equilíbrio, para menor sacrifício, mas há que respeitar o ritmo de todas nós. 

Porque, no fim, quem vai lidar com isso somos nós mesmas também. E eu estou a lidar extremamente bem com todas as decisões que tomei até agora, ainda que me tenham custado sanidade temporária. A insanidade é temporária a relação com os nossos filhos e a relação deles consigo não. 

Claro que invejo quem consegue fazer tudo isto, criar crianças perfeitamente felizes e não ter que desequilibrar a balança. É uma aprendizagem. Talvez num segundo filho o "sacrifício" não seja tanto. Mas para esta filha foi. Porque tinha de ser. E está tudo mais do que bem 5 anos depois. 




8.12.2019

Sentem que não têm família?

"Ai que vem aí mais um post todo dramalhão da Joana Gama!"
"Já no outro dia disse que quando era mais nova pensou em morrer e viu que deu likes, agora vai ser a blogger deprê". 

Amigas, sempre fui a blogger deprê deste blog. Disso já ninguém me livra. Mas, por acaso, hoje não há cá dramalhões, antes pelo contrário. 

Sei que estou a dois posts de escrever um livro de auto-ajuda, mas não me importa, porque uma das coisas que me faz ter vontade de escrever neste blog - além de passar férias aqui e ali em troca de umas mençõezinhas - é ter o prazer de me cruzar convosco e de me dizerem que já vos ajudei nalguma coisa. Nem que seja a não serem como eu, vá. 

E isto tem sido fabuloso. 

Vamos à auto-ajuda? "Vaaaamos, Joana! É mesmo isso que nós queremos ler quando estamos de férias, coisas que nos façam pensar ou que nos mostrem o quanto andas feliz já que durante 3 anos só te ouvimos dizer que davas mama e não bates na Irene."

Talvez seja igual para muita gente, espero que sim por um lado e, por outro espero que não. A minha noção de família nunca foi daquelas tipo "caixa de cereais" ou anúncios de televisão. De alguma maneira sempre senti que a minha família estivesse partida. Talvez, sim, por ser filha de pais divorciados mas havia algo mais. Da parte do meu pai, apesar de até achar que gostam um dos outros, não tomam iniciativa de se reunirem e o tempo vai passando. E, do lado da minha mãe, só nos reunimos em ocasiões festivas e, mesmo assim, é comum estar-se "com fogo no rabo" para se desembrulhar os presentes, por a máquina da loiça a lavar e seguir em frente. Isto piora quando não nos sentimos identificados com a nossa família por alguns motivos, quando nos sentimos "a carta fora do baralho". 

Ora, durante muitos anos, lamentei-me de não ter a família que um dos meus ex-namorados tinha. Todos próximos, todos a rir, todos sempre felizes por estarem uns com os outros. Ou a família da minha melhor amiga que falam todos todos os dias ao telefone. Custava-me ninguém me ligar para combinar coisas ou que, quando ligassem fosse um festival de perguntas e nunca fosse uma conversa agradável. Às tantas segui em frente e pensei "criando a minha família, acabam-se os problemas". 

Mal sabia eu que tinha razão. Depois de ter morto o ideal de família - sei lá se existe quando se vê de perto em qualquer uma - e depois de ter sentido a extrema solidão (ainda que fabricada ou o quer que fosse), apercebi-me de uma coisa que o meu pai já me tinha dito em relação aos amigos: "Joana, há amigos para tudo: para os copos, para desabafar, para jantar, para sair, para férias... raros são os que servem para tudo ao mesmo tempo". 

E a família pode não ser a ideal. Podem não ser aquilo que desejávamos e cabe-nos a nós saber de quem nos queremos aproximar e como. 

Finalmente a família do lado do meu pai parece estar a compôr-se. Tomei algumas iniciativas assim como um dos meus primos e temos tomado alguns cafés e chegámos até a almoçar no dia de Natal. Soube tão bem e acho que a todos. Ao ponto de ter surgido espontaneamente a ideia de irmos de férias para a "terra" da família e todos fomos sem reticências. Fomos a Pinhel. 

Eu, o meu pai, a minha madrasta, o meu irmão, o meu primo, o meu priminho e fomos ter com o meu tio. Passei alguns dias lá quando era mais nova, tenho muitas lembranças e, realmente, a família dá-nos um sentimento de pertença gigante que nos completa. 

Fomos às muralhas, fomos a vários restaurantes, a Irene deitou-se tarde a brincar com o tio e com o primo. A minha madrasta deu-lhe a mão na rua para passearem, o meu pai meteu-se com a Irene a fazer-lhe brincadeiras, o Tiago jogou xadrez comigo e com ela, ensinou-a a jogar qualquer coisa no telemóvel, deram mergulhos na piscina, comeram gelados juntos, contámos malandrices de quando éramos mais novos... 


Visitamos a casa dos nossos avós, os nossos antigos terrenos, os actuais, fomos ao restaurante onde trabalha o meu tio (e que, já agora, aconselho vivamente e que se chama Entre Portas, se forem ver as críticas no Trip Advisor, percebem que não estou a ser parcial, de todo). O dono, o Tá, ensinou-me a ser DJ tinha eu para aí uns 7 anos e tratou-me todo contente, como se eu fosse agora uma celebridade. Senti-me mesmo em casa. E foi mesmo onde comemos melhor em Pinhel, caso vão apitem que posso também dar outras sugestões.

Logo na primeira noite a Irene disse que eram as melhores férias de sempre (e, atenção, que já teve o rabiosque em Cabo Verde este ano) e pelo que sei o meu irmão também disse o mesmo e já tem 13 anos.

Às vezes andamos a inventar, à procura de pessoas, de sítios de coisas para fazer e, afinal, voltar às origens e com quem partilhamos tão mais do que contas de instagram e whatsapps sabe muito melhor.









Pinhel é lindo e a minha família também.
Mais do que cumprir datas, obrigações é estar porque se quer. Quando se quer, quando faz sentido.

E tinha mesmo razão em construir a minha família.

Se sentem que não têm família, conseguem aproveitar a que têm como querem e podem?




8.07.2019

Querem desanuviar o cérebro?

Óptimo. 

Tenho arranjado algumas artimanhas para "desaparecer" quando preciso porque, sejamos francas, às vezes é mesmo preciso. Um dos meus sítios preferidos para estar é a piscina do Hotel Intercontinental Cascais-Estoril.

Chamem-me betinha por ter ali a praia à mão de semear e preferir a piscina, mas quando digo "desaparecer" é evitar também muito contacto com pessoas. Não que as odeie muito mas, nestes dias, quero higiene visual de seres humanos. 

Além de ser um sítio onde me sinto com alta privacidade (as cadeiras têm disposições pontuais em que sentimos até que a piscina é só para nós), a piscina é de um extremo bom gosto e claro que tem um serviço de bar a acompanhar. 

Já é a segunda vez que lá vou e continua a ser, pela localização, dos meus sítos preferidos na linha. Obviamente que a companhia também faz toda a diferença ;) Não vale a pena irem lá com alguém que não gostem muito porque não vai ser o hotel que vos vai salvar... digo eu! ;)

Vejam só esta entrada com o paraíso como destino... 

Vá, só para terem uma ideia melhor do que falo... 

A menina até se deixou fotografar relaxada. 

E este não é o caso daqueles hóteis que é tudo muito lindo e, depois ao jantar, afiambramos um bitoque com medo do resto do menu. Até eu que não como peixe nem nada que venha do mar tive um jantar fabuloso. E não foi do vinho a falar. Só bebi um copito (embora isso em mim chegue para cantar Shania Twain em 2019). 


Se repararem olhei para uma foto minha na banheira e tive vontade de beber. Vida de pseudo influencer é assim. Lidar. 



Obviamente não fui eu a comer isto, mas quem o comeu adorou. ;)


Filetito (isto sei dizer o que é, apesar de não comer ;))

E algo que pedimos numa de "não entra mais nada", mas evaporou em 3 ou 4 minutos. A sobremesa de chocolate... 
Fotografar comida é sempre injusto, mas neste caso confirmo que o sabor era... acho que voltarei só por ela, até. 

Se foi esquisito terem impresso fotografias minhas e terem colado no quarto? Foi um bocadinho, mas não foi isso que não me permitiu descansar e aproveitar o hotel ;)

Nem o pequeno almoço com esta vista... estão convencidas? 
Eu estou.

O problema de conhecer estas coisas boas é de nos ficar a apetecer ir vezes sem conta... Oh well.

Quais são os vossos hóteis preferidos e, já agora, piscinas em Lisboa ou arredores onde possamos ir sem estadia? ;)



8.06.2019

Já quis morrer.

Estou sempre a pensar em maneiras de vos animar a noite. Achei que este post vinha a calhar. 

É mentira. 

No outro dia, quando fui passar férias com a minha melhor amiga a Armação de Pêra, num dos últimos dias decidimos ir dar um longo passeio pela praia. Sem levar telemóveis. Fizemos praticamente a praia toda. Soube-nos bem. Cantámos, dançámos, conversamos e, por fim, tivemos de parar um pouco por me doer um pé. 

Quando nos sentamos, no pareo que a minha amiga tinha comprado numa das lojas preferidas dela em Armação, olhámos para as gaivotas bebés que voavam por cima de nós. Ainda a aprender a voar, isto sob um wallpaper natural perfeito: um pôr do sol em cima do mar, um espelho.

Não nos poupámos às palavras nestas férias. Depois de ter sido mãe, de me ter casado e tudo o resto, ainda que a nossa amizade tenha perdurado, o formato foi-se moldando. Chamavamo-nos de namoradas antes, ainda que nunca tenha havido nada entre nós nem qualquer tipo de atracção. 

Como não tenho irmãs é um pouco fora de mão para mim estar a dizer que é "como se fosse ter uma irmã", mas é mais do que isso. A família - por vezes - poderá dar-nos algum conforto no sentido em que sabemos que teremos para sempre um laço que nos ligue e que nos faça voltar mas neste caso não. Neste caso, construímos mesmo a nossa relação tendo por base preferência, amor e respeito. Sendo que recentemente aprendi que um é indissociável do outro. Lição aprendida. 

Sentámo-nos no pareo. E, mais uma vez, não nos poupámos às palavras. Não me poupei eu. Apesar da Susana e eu sempre nos termos dito que nos amávamos, sinto que só agora estou a compreender a magnitude e a sorte de nos termos uma à outra. Somos perenes. 

Sentei-me. Parei. Sem telemóvel. Ao lado da minha melhor amiga. E expliquei-lhe que estava a tentar absorver tudo o que estava a ver e a sentir. Tinha a perfeita noção, a certeza, de que este seria um dos melhores momentos da minha vida, ali. 

Expliquei-lhe o quão grata estou por nos amarmos tanto assim, por toda a história que partilhámos juntas e que tenho a certeza que nunca nos iremos perder. Que bom sentir isto. 



Que bom sentir isto porque ainda me lembro. O meu corpo ainda se lembra. Ainda que o meu cérebro, para funcionar, tenha criado algumas gavetas, tenha racionado memórias e tenha tido a capacidade de me ir apresentado o que preciso de processar devagarinho. 

Grande parte da minha vida foi sentida como uma corrida. Um acto de sobrevivência. Compreendo que tal não seja compreendido por muitos por nunca me ter faltado onde dormir, roupa lavada, comida e até bons colégios. Por alguma razão ou - outra lição aprendida - por várias razões senti tudo muito à flôr da pele. Tanto, tanto que, às tantas, deixei de sentir. Senti tanto que a minha única ferramenta foi desligar-me de tudo. 

A única coisa que era capaz de sentir e que me fazia sentir viva era a tristeza, a dor, a mágoa e o abandono. Tudo junto dá uma tristeza gigante. Ainda para mais na cabeça de alguém que, por estar focada na corrida, na sobrevivência, não conseguia sentar-se num pareo na praia e fazer uma digestão do que poderia estar a entupir-lhe o coração. 

Lembro-me que durante muito tempo (sendo que qualquer pouco tempo a sentir isto será muito) quis morrer. Vou explicar-me melhor: não queria sair da cama, só queria dormir, não conseguia sentir prazer em nada, apenas medo e dor. 

Mesmo as coisas boas que me rodeavam ou as sortes a que sentia ter direito me passavam completamente ao lado. Tornando-se até, por vezes, maldições em vez de coisas boas. Eram mais coisas com as quais teria que lidar e sozinha. Sempre sozinha. Porque por sentir tudo na pele como sempre senti e não conhecer mais ninguém como eu, também me sentia estragada. 

Viver era um tormento e não uma dádiva. O tempo passava rápido demais por não sentir nada de bom com ele e lento demais para quem queria um dia estar bem. 

O que pensei para continuar a corrida foi "um dia, se não quiser mais... mato-me". Sabia que, ao final do dia, da semana, dos exames, o quer que fosse, teria sempre essa opção. Não era obrigada a suportar mais do que conseguisse. Não tinha que enfrentar todas essas emoções sozinha para sempre. Por isso "vou esforçar-me ao máximo", mas tendo consciência que, se quiser, um dia, ponho um fim a isto. Talvez fosse o medo também a falar mais alto e a querer procurar algum controlo. 

Era real, porém. Por duas vezes ia tendo dois desastres grandes de carro: num deles ia caíndo num buraco gigante que tinham aberto para fazer um prédio na Amadora e noutro na A5 na entrada para Caxias, aquela curva a 90º. Em qualquer uma das duas, quando estava prestes a embater (nunca cheguei, tentei sempre virar o carro e travar) senti que o meu corpo e cabeça estavam em sintonia: "se morrer, morro tranquila, pode ser". Não um tranquila de "fiz tudo o que tinha a fazer", mas mais numa de "ok, óptimo, já está, posso sair". 

Fui-me arrastando, o melhor que soube. Usando sentido de humor, lidando com a ansiedade o melhor que conseguia e podia, sentindo-me sempre estragada. Não havia mais ninguém como eu. E sei também (ou julgo que sei) que pessoas que se sintam assim raramente têm os ouvidos e os olhos limpos para conseguir ver algo mais para além de nós mesmos. Isto é, mesmo que existisse mais alguém como eu, seria incapaz de a ver. Estaria destinada a sentir-me sozinha para sempre. Mesmo entre namorados, algumas saídas com amigos, cafés no bar da faculdade, tudo. 

Um dia estive noutra situação em que senti que podia morrer num desastre de automóvel. Na volta seriam só toques ou mazelas superficiais mas a minha cabeça pintou a morte como das outras vezes. Dessa vez já não senti o mesmo. Senti o contrário. Senti "não quero morrer, não quero mesmo morrer". 

Arde-me agora o nariz por estar a começar a chorar. 

Quase que não me lembro do percurso até esse dia. Não me esqueço do trabalho sobre suicídio que escrevi na faculdade. Lembro-me deste sentimento e pensamento: "não querro morrer, mesmo". 

Depois de me desviar ou de me salvar ou de deixar de estar em perigo chorei. Chorei imenso e ri. Imagem excelente do que é estar insana, mas nunca me tinha sentido tão sã na vida. Afinal queria viver. Agora quero. 

E agora sou capaz de sentir os melhores momentos da minha vida enquanto acontecem e não como culpabilidade à posteriori por não os ter conseguido sentir, por não ter estado presente. 

Ainda que a primeira parte da minha vida tenha sido sentida assim com toda esta dor, acabei por receber uma grande biblioteca de emoções negativas que também me tornam capaz de sentir grata e feliz hoje. 

Orgulho-me de sempre, mesmo quando totalmente perdida, me ter orientado para a luz (não essa, mas esta que sinto hoje). 

E este blog também faz parte do processo. Tal como a psicanálise. Tal como a pesquisa sobre como ter referências para educar e amar a Irene. O yoga, o pilates, a natação, a alimentação, os treinos, os amigos, o amor, a comédia. 

Só quando somos tudo o que somos é que nos sentimos por completo. 

On my way. Everyday. 


Duvido que alguém tenha lido até aqui, mas só a partilha já me alegra. <3


8.05.2019

Isto da Irene ser filha única...


Ontem, a Irene e eu quisemos marcar alguma coisa para hoje, para irmos à praia com casais com filhos ou até só com os filhos. Fizemos videochamadas a torto e a direito - depois vim a reparar que foi precisamente à hora de jantar - e ninguém podia ou estava cá ou atendeu. 

Estar de férias em Lisboa em Agosto não é esperto nesse sentido, acho que é a minha primeira vez. Dantes, quando trabalhava numa empresa, era a minha altura preferida para estar cá: pouco movimento, pouco trabalho... era um sossego. 

Agora preciso de amigas com filhos. Liguei a todas (vá, são menos que 10 ou assim). É nestas alturas que compreendo as famílias com mais de uma criança (só nestas). Não precisam de combinar coisas com malta para animar as coisas ou, pelo menos, para a animação não depender dos crescidos - gostava de, às vezes, poder ler um bocadinho ou assim. 

Bom, pelo lado positivo: ensinei a Irene a fazer planos com pessoas. A como reagir perante a recusa e como adaptar os planos perante o resultado. Isto é ir buscar optimismo ao fundo do saco, bem sei, ahah. É um talento que tenho agora. Gostam?

Mais alguém que esteja por cá em Agosto? 

A Irene de férias com os pais e com os avós. Por acaso também foi num hotel sem muitas crianças, daí achar que ela está a ressacar também ;)


8.04.2019

E lidar com o corpo no Verão?

No Verão isto pesa mais. Isto de termos de mostrar o corpo a toda a gente. Bem, nem "temos", nem é a "toda a gente", mas é assim que muitas de nós nos sentimos por estar calor e, enfim, já não dar para nos escondermos atrás de t-shirts mais largas na barriga ou de vestidos que pareçam um saco. 

São das que andam a pular de dieta em dieta? De fé renovada em fé renovada? A sentir o fracasso de cada vez? A piorar a nossa auto-estima por não termos conseguido e, por isso, comermos mais até aquele dia em que nos voltamos a sentir tão mal outra vez que nos apetece voltar a tentar?

E a Joana Paixão Brás tem de parar de aparecer nua nos vídeos, sim. Está a tornar-se um hábito e ainda nos tornam o blog para maiores de 18. 

Queremos fazer com calma, mas os resultados não são imediatos. Queremos fazer rápido, mas a privação é muita... 

Andamos quase todas na mesma luta, verdade? Aproveitem para desabafar como nós aqui no vídeo... e... boas férias! ;)