4.02.2018

A minha filha é mal educada?

Não me quero armar em Paula Bobone das crianças ou em Cesar Millan, mas tenho-me interrogado sobre o que será isto "das boas maneiras" nas crianças. Sei que é uma conversa que pode levar para aqueles polos habituais do "educação permissiva/parentalidade positiva" - que, by the way, uma não tem nada que ver com a outra" - e "a palmada na hora certa/ter limites" - que, by the way, uma não tem nada que ver com a outra.

Relativamente às "boas maneiras" da Irene, desde cedo que eu e o Pai lhe ensinámos o "se faz favor" e "obrigada". É algo automático, acho que não percebeu nunca bem como funciona, mas funciona muito a favor dela porque quando estou enervada com algo, se ela me pedir decentemente, até baixo um pouco a irritação. 

Aliás, a Irene sabe que é "obrigada" que se diz por ser menina e que "obrigado" é quando se é rapaz. 

Para além disso, ainda não consegui que esperasse que "os crescidos" acabassem de falar para falar também. Também não consigo que não saia da mesa à hora de jantar. Nem consigo que não se ponha aos berros enquanto falo ao telefone a perguntar-me quem é. 

em Maio de 2017.


Acho sinceramente que o conceito de obrigar uma criança de 4 anos a ficar 40 minutos à mesa a jantar é complicado. Nem sei se é assim tão importante para mim ensinar-lhe nesta altura. Quando tiver 6 provavelmente digo-lhe que não quero que saia da mesa e não sai e pronto. 

Sabe que não se bate. Sabe que quando alguém está triste ou que precisa de ajuda é para ajudar. É trapalhona com os talheres, às vezes cospe para o prato (às vezes para o chão quando está mesmo aflita com o sabor), às vezes sai-lhe uma mão que, a meio da irritação, zangada por lhe ter dito que não, me acerta. 

Sabe que não pode incomodar os outros, mas só depois de lhe relembrar. Não será isso normal? E até desejável? Eu não gostaria que a miúda, aos 4 anos, não se distraísse e fizesse barulho por estar tão divertida e concentrada nalguma coisa por "não posso por causa dos vizinhos". 

Será a miúda mal educada? 

Eu acho que é uma criança. Tudo a seu tempo. 

E, mães que têm filhos a fazer birras na rua, eu não sou aquela que, por ver a criança a chorar imenso que vos julgo. Eu estou no vosso lugar também. Que não vos suba a temperatura por acharem que toda a gente que olha para vocês (está uma criança a fazer um chavascal, é normal) quer que vocês terminem o assunto imediatamente com um berro ou com um "correctivo". Há quem não esteja. Eu não estou!

Mais mães por aí que não estejam a julgar? 

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8 comentários:

  1. Olá Joana a minha Inês era igual e tudo passa �� a seu tempo como diz elas vão percebendo que têm que esperar e ainda hoje com 7 anos é ansiosa e não sabe esperar em alguns temas que falou ��. Beijinhos

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  2. Sem tirar nem pôr... E só quem não tem filhos é que não sabe. E quem com filhos julga, é porque já se esqueceu...

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  3. A minha tem quase dois e começou fazer birras de meter toda a gente num supermercado a olhar... olha temos pena... felizmente consigo que pare com um pao ou algo assim mas dá nervos dá... é mal comportada? Sim talvez mas com dois anos ainda está a aprender... mas par admiraçào de muita gente já diz se faz favor e obrigada... às vezes é preciso lembrar mas pronto. Acho qur a seu tempo todos aprendem se tiverem quem lhes ensine!

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    1. Olhe, a minha ainda nem 2 anos tem e também já faz dessas. A sua filha não é mal comportada. Está a aprender a "ser gente", está a começar a saber o que é sentir-se frustrada... Não é fácil para nós pais, é preciso muita paciência...e amor!

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  4. Olá Joana, muitas vezes pergunto me se estou ou não a fazer um bom trabalho, infelizmente não consigo ser tão segura de mim e certos olhares afiados e comentários maldosos alimentam mais essa insegurança. Mas lá vou seguindo o que acho correcto, porque compreendo que uma criança de 3 anos ainda está a aprender a lidar com os sentimentos e não os controla tão bem como os adultos. Por vezes nem adultos conseguem controlar se, quanto mais as crianças. O meu filhote é muito agarrado a mim. Tem 3 anos e está numa fase que grita quando é contrariado, também levanta a mão raramente, e cospe. Fico danada nessas alturas e explico que estou muito zangada. Por vezes pede logo desculpas e dois minutos depois está a fazer. É difícil ensinar a base da compreensão, da conversa, do castigo. Mas prefiro assim do que ensinar a base da palmada, dos gritos.. Embora já tenha o feito em desespero, se não se bate porque é que os adultos o fazem? Ajudaria imenso se sociedade/família não fosse tão punitiva com as mães

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  5. Eu acho que essa aprendizagem das "boas maneiras" leva anos a acontecer. Não é de um momento para o outro. A minha filha tem 2 anos e meio e, sinceramente, não me preocupo muito com os obrigados, se faz favor e afins. Falamos com ela sobre essas questões mas, mais do que isso, acredito que é através do nosso exemplo que ela vai aprendendo. Desde que ela nasceu passei a ter muito mais cuidado e atenção à forma como falo, ao tom, às palavras, à intenção. É um exercício permanente de procurar (eu) ser cordial, gentil, assertiva, comigo e com os outros. Ela vai absorvendo tudo isto aos poucos. E vai dizendo com licença, fa favor, obigada, desculpa. Nem sempre o diz, às vezes diz nas situações erradas, mas é sinal que a semente já está lá ;)

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  6. Boa noite! Revejo-me totalmente no desabafo da Anónima das 8:10h. Temos de ter paciência e não desistir de os ajudar a controlar as emoções e as contrariedades. Educar é muito difícil, sobretudo quando se está sozinha, como no meu caso. Às vezes cedo e lá ouço "estás a fazer-lhe as vontades e a criá-lo mal, quando ele crescer faz tudo o que quer", não posso ganhar "todas as batalhas" e tento não ser demasiado autoritária mas também não sou permissiva. Tento um balanço diariamente pois o meu pequeno sabe que há regras e tem de cumprir na medida do possível, mas também tenho de ter em conta às necessidades dele naquele momento ;)

    Cristina

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  7. Vou-me sentir um alien mas os meus filhos (7 e 5) aprenderam essas regras bem cedo. Quando o mais velho tinha 2/3 anos e ja dizia "por favor" e "obrigada" falei com uma educadora amiga porque achava estranho ele o fazer tao pequeno e a resposta foi que ele aprendeu copiando, por ouvir. Sou dincera não percebi. Então ela a rir disse-me que eu sem dar conta fakava para ele dessa forma e ele copiava.
    Podem criticar, não sou beta nem chique mas só dou o meu exemplo.

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