Não é normal ler uma história à Irene ou contar histórias porque já está treinada para que, assim que lhe vista o pijama, levar com uma de mama e por-se a dormir (como se fosse assim tão simples).
Porém, no outro dia, não estava a ser nada fácil adormecê-la, só dizia que queria ir embora e tive de a cativar ao máximo. Disse: "queres uma história, filha?".
Então, de luzes apagadas, com ela deitada no berço a olhar para as estrelas que brilham no tecto, contei a história mais aborrecida de sempre.
Pensei: "com o que é que ela anda obcecada agora? tenho de incluir tudo!".
"Era uma vez, um porquinho que usava óculos e que adorava contar escadas: uma escada, duas escadas, três escadas, quatro escadas, cinco escadas, seis escadas, sete escadas, oito escadas, nove escadas e dez escadas.
Era uma vez um porquinho que adorava contar aviões: um avião (barulho de avião baixinho), dois aviões (barulho de avião baixinho), três aviões (barulho de avião baixinho), quatro aviões (barulho de avião baixinho), cinco aviões (barulho de avião baixinho), seis aviões (barulho de avião baixinho), sete aviões (barulho de avião baixinho), oito aviões (barulho de avião baixinho), 9 aviões (barulho de avião baixinho) e 10 aviões (barulho de avião baixinho).
Era uma vez um porquinho que adorava animais, adorava o gato (miau), adorava o cão (ão-ão), adorava o coelho... "
E pronto! Resultou! Mais aborrecida não podia ser, mas tinha tudo o que era preciso. Está "no bolso" agora para situações de emergência.
Que histórias contam vocês? Alguma mais palerma que a minha? ;)
Muito fofa essa história! Eu é mais livros, que queres imaginação não dá para mais! Conto una história todas as noites e ele adora apontar os animais que vê, a água, o chapéu, a porta, etc. É presta bastante atenção. O pormenor engraçado é que me derrete é ele adormecer abraçado ao livro :) na creche adora ir ao cantinho dos livros mexer e há dias não queria largar o livro com que estava a brincar! É viciado como a mãe!
ResponderEliminarOs três porquinhos e o lobo mau, pede sempre esta, sempre!
ResponderEliminarÉ impressionante como gostam de ouvir a mesma história, vezes sem conta :)
Por aqui os Bicharocos já não querem histórias (um tem 12 e a outra tem 9), mas quando queriam comprava-lhe o Livro com 365 histórias, era uma maravilha, uma por noite, todas diferentes, mas lia até ao fim, que cá em casa era raro adormecer durante a leitura.
ResponderEliminarFicavam calminhos e no fim é que adormeciam.
Isabel Guerreiro
http://conchasebuzios.blogspot.pt/
Quem me dera que a minha catraia adormecesse assim...
ResponderEliminarLê-lhe os contos dos Grimm :)
ResponderEliminarEu tenho mesmo muita dificuldade em encontrar histórias de que goste. Uma vez peguei num livro com várias e cada uma era pior que a outra. Aquilo pareciam histórias de terror do século passado. Escrevi sobre isso há um ano " Ontem decidi que estava na hora de começar a ler histórias à Lara.
ResponderEliminarPus-me a pesquisar contos dos irmãos Grimm que ainda não conhecia, assim, divertia-se ela e eu também.
Depois de passar os olhos por alguns títulos pouco chamativos tais como: “O
bando de maltrapilhos”, “A noiva do bandido”, “Pele de bicho”, “O ladrão e o
seu mestre”, “O judeu no meio dos espinhos”, ”O filho ingrato”, “A velha
mendiga”, “Uma porção de mentiras juntas” e outros igualmente sombrios, decidi-me
por: “O pescador e a sua mulher”.
Começa mais ou menos assim:
Era uma vez um pobre pescador e sua
mulher. Eram pobres, muito pobres. Moravam numa choupana à beira-mar, num lugar
solitário. Viviam dos poucos peixes que ele pescava. Poucos porque, de tão
pobre que era, ele não possuía um barco. Sua choupana, de pau-a-pique era
coberta com folhas de palmeira. Quando chovia, a água caía dentro da casa e os
dois tinham de ficar encolhidos, agachados, num canto.
Não tinham razões para serem felizes.
Mas, a despeito de tudo, tinham momentos de felicidade. Era quando começavam a
falar sobre os seus sonhos. Algum dia ele teria sorte (…) e encontraria um
tesouro – e então teriam uma casinha branca com janelas azuis, jardim na frente
e galinhas no quintal.
Não admira que metade de nós sofra com distúrbios
psicológicos. Estas histórias são uma desgraça: cheias de personagens,
inacreditavelmente pobres, azarados e miseráveis, que não conseguem mudar de
vida a não ser que encontrem um tesouro ou uma entidade mágica que lhes conceda
todos os desejos.
Estou a ver que tenho que inventar as
minhas próprias histórias.
Qualquer coisa como: “Era uma vez um pobre
pescador que vivia pobremente com a sua mulher porque não tinha um barco. O
pobre pescador emigrou com a mulher para um país onde se fabricavam belos
barcos. Então, ele aprendeu o ofício de fabricar barcos durante meia dúzia de
anos. Já mestre na construção de barcos, o pescador voltou à sua terra onde,
depois de construir um robusto barquinho, passou a pescar mais peixes e a
ganhar mais dinheiro. No Natal, ofereceu uma linda máquina de costura à sua
mulher, com a qual ela não só fez lindos vestidos para si, como também passou a
colaborar para o orçamento familiar, costurando para as pessoas da aldeia. E
assim, viveram felizes e remediados para sempre.
O que vos parece? Melhor ou quê?"
Eu conto histórias da Heidi e do Pedro... Com coisas do dia a dia que são importantes e que eu quero que ela aprenda, por exemplo: lavar os dentes. Outras vezes são histórias da Heidi e do Pedro (é o que ela quer sempre) com coisas soltas que me lembro que se passaram nos episódios da série que passa na Canal Panda. Tenho umas 3 ou 4 diferentes que vão sendo repetidas, como ela gosta, porque depois acaba por ser ela a completar algumas palavras da história, depois de a conhecer.
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