Odeio quando me mostras que a minha vida foi vivida à espera que chegasses. Antes de ti nada foi verdadeiramente importante.
Odeio quando me olhas com aqueles olhos grandes e brilhantes que me mostram que às vezes perco tempo com as coisas erradas.
Odeio quando me acordas cinco vezes durante a noite para te acalmares nos meus braços, mostrando-me que nada há de mais confortável que o meu colo e o som da minha voz.
Odeio quando me acordas cinco vezes durante a noite para te acalmares nos meus braços, mostrando-me que nada há de mais confortável que o meu colo e o som da minha voz.
Odeio quando choras e esperneias chateada e me mostras que manifestar as nossas frustrações não é motivo de vergonha. Vergonha, quando muito, só de sentir vergonha.
Odeio quando me dás um pontapé nas costelas durante a noite e me fazes recordar os tempos em que só a mim me pertencias, aninhada na minha barriga.
Odeio quando já constróis frases e me deixas saudades dos tempos em que pouco de ti sabia. O futuro começava ali.
Odeio quando puxas o teu cabelo para trás, quando dás comida e colo aos teus bebés e me mostras o que cresceste. O tempo não volta atrás.
Odeio quando me olho ao espelho, cansada, feia, mas o meu coração tem um sambódromo lá dentro.
Odeio quando não me sais da cabeça, de manhã, à tarde e à noite, onde quer que vá e com quem quer que esteja.
Odeio o modo como não te odeio, nem um pouco, nem por um segundo, nem por nada.*
*Inspirado no "10 coisas que odeio em ti", o filme de 99 que me apresentou o Heath Ledger, o único ator pelo qual suspirei verdadeiramente. E chorei, quando morreu.
Tudo verdadinha...identifico-me a 100%
ResponderEliminarEssa última frase, para mim, é a que mais reflete a forma como mudei enquanto mãe. Por mais que fique sem dormir, por mais que a minha filha faça um disparate ou me magoe por vezes, por ser trapalhona aos 19 meses, por mais birras que faça e por mais cansada que eu esteja quando ela pede atenção, nunca, mas mesmo nunca, senti um pingo de sentimento negativo por ela. Nada. Já ouvi pais dizerem que por vezes estão desesperados e só querem não ver os filhos à frente. Não critico claro, mas não percebo. Nunca senti isso. Nunca senti um amor tão incondicional. É, de facto, algo completamente inigualável.
ResponderEliminaré isso mesmo.... As vezes queria que o tempo parasse... mas ele não para, cada vez passa mais rápido... e só temos uma coisa a fazer aproveitar ao máximo...
ResponderEliminarOdeio pessoas que falem por mim! :)
ResponderEliminarParabéns pelo texto.
Ainda hoje olhei para a minha e pensei o quanto já mudou! Podiam ter um botão de stop. Já é senhora da vontade dela. Com 9 meses já anda, quer correr...e eu a querer que ela seja pequena.
ResponderEliminarAh e excelente escolha de filme, aconteceu o mesmo comigo. Era o meu ator preferido e depois...
Post fantástico mas eu vou mesmo comentar é a parte do Heath Ledger. Até me arrepiei! Foi exactamente com esse filme que o conheci, também foi o único ator pelo qual suspirei (e ainda suspiro pois não me canso de ver e rever os seus filmes) e também chorei (e ainda me emociono quando penso que ele tinha tanto para dar e que partiu tão novo).
ResponderEliminarlindo e verdadeiro...sinto o mesmo!
ResponderEliminaré surreal nunca imaginei que ser mãe fosse tão arrebatador tão tudo!
Superou todas as expectativas