4.09.2020

A Irene tem falado com as (bis)avós que já morreram.

Não estava à espera disto, mas talvez o tempo "a mais" nos ajude também a irmos aos assuntos que temos mais enterradinhos (literalmente, neste caso, ahah) ou à espera de um pouco de silêncio para virem à superfície (esperemos que não literalmente neste caso, credo). 

No meio desta quarentena (como se soubéssemos onde está o meio, não é?), a Irene encontrou um anjinho da guarda que uma amiga da família nos deu. Não sei bem como descrever, mas é um anjinho da guarda, gravado talvez em prata, com o nome dela escrito atrás e a data de nascimento. 

Também recebi um quando era pequenina e lembro-me de falar muitas vezes com a minha avó Irene e de me ter aquecido o coração saber que ainda podia chegar até ela. A Irene, sem que lhe dissesse isso, perguntou se era um anjinho da guarda que daria para falar com as avós que já morreram. 

Disse-lhe que sim. Que podia falar com o anjinho e que o anjinho lhes transmitiria as mensagens, ainda que, mesmo sem anjinho, tinha a certeza que as bisavós estariam sempre a pensar nela e a fazer todos os possíveis para que tudo de bem lhe acontecesse. 



Apanhei algumas conversas com o anjinho que me comoveram bastante. Nomeadamente com a avó Irene: "Temos o mesmo nome, aposto que iríamos ser muito amigas, avó. A mãe disse que pintavas muito e eu também gosto de pintar". 

Depois, claro que aproveitou para pedir alguns desejos, nomeadamente "Gostava que a mãe deixasse de fumar já" e "Quero que todos os doces do Mundo só façam bem". 

No entanto, sinto que vivemos aqui um momento importante, em que estabelecemos uma espécie de ligação a quem não teve o prazer de conhecer a Irene e que talvez tenhamos deixado mais claro que isto é um ciclo e que, apesar das pessoas irem e virem, o amor fica. 

Têm surgido conversas das quais não estavam à espera ou fomos só nós a "fritar" por aqui? ;)




4.08.2020

Televisão e tablets na quarentena? SIM!

Deixei-vos aqui algumas das actividades que andamos a fazer em casa, mas também não vos minto. Têm tido acesso a bastante televisão e tablets. Há coisas muito giras a acontecerem por essa internet fora que podem intervalar- e bem - os momentos em família e as brincadeiras. Está neste momento a decorrer - hoje e amanhã -  festival KIDS ON organizado pela Grow Up Eventos, com aulas de dança, yoga, música,  cantorias de princesas da Disney, aulas de cozinha para os mais pequenos. Vejam no instagram deles os links para as várias aulas! 


Deixo-vos pelo menos 8 sugestões:

História Natural e Ciência, Coches, Gulbenkian, palácios, mosteiros, Louvre, Museu Salvador Dali... há um mundo de possibilidades para que possamos viajar sem sair do sofá. Explorem.


2) Ver o Grufalão, que está na RTP Play (e a Filha do Grufalão também, vamos ver amanhã)
A Isabel pediu-me para que lhe oferecesse o livro, de que gostava muito e já chegou. Entretanto lembrei-me de que já tinha passado na RTP a história. É sobre um ratinho que ao passear na floresta em busca de nozes, encontra três predadores que desejam comê-lo: uma raposa, uma coruja e uma cobra. Para sobreviver, o corajoso ratinho usa a sua inteligência. Vejam, é muito mágico.


3) Têm pelo menos dois espectáculos que o Cirque Du Soleil disponibilizou no Youtube para ver. As miúdas nunca tinham visto e adoraram tanto que agora pedem mais vezes para ver (e para tentar imitar. Não garanto que não partam a cabeça um dia destes...)


4) O Indiejúnior disponibilizou no site várias curtas de animação. A preferida das miúdas é a Wolf, mas acabei de perceber agora que já há nova para vermos (gostei da indicação +3 e +6 nestas últimas, é útil).


5)  O musical Principezinho, do La Feria, também está aqui


6) O Teatro Nacional D. Maria II lançou o movimento "Dona Maria II em Casa" e tem disponibilizado peças para nós, mas agora também para eles: temos a Alice no País das Maravilhas para ver.


7) Cativar - Teatro para a Infância também já fez, pelo menos, dois directos com teatro de fantoche - dos Três Porquinhos e também da Branca de Neve


8) Além de tudo isto, há muita gente talentosa a contar histórias, como a Sofia da Aqui há Gato (já comprei um livro porque ela contou a história magistralmente - temos lá muitos vídeos ainda por explorar).




Gostaram? Espero que sim! Agora quero as vossas. Ah! Aulas de ballet/ dança/ginástica para os miúdos, assim como yoga, ainda não explorei, mas quero saber tudo.

4.07.2020

Afinal sou uma educadora do caraças e não sabia #01

Primeira achega ao título: é uma graça. É óbvio que não tenho nem formação, nem jeito, nem PACIÊNCIA, nem talento para ser educadora. Já tinha percebido isso há muito tempo. E acho que agora já percebemos todos a importância e o papel determinante das educadoras dos nossos filhos nas nossas vidas, não já? Pronto. Cada macaco no seu galho. Eu prezo muito as educadoras das miúdas, tenho umas saudades enormes delas, acho-as fantásticas (toda a escola e metodologia, aliás - Movimento Escola Moderna, de que já falei aquiaqui e aqui). A Luísa ainda no outro dia se deitou a choramingar porque tinha saudades da Maria João e da Rute. A Isabel vibrou quando viu um vídeo da sua querida Inês a contar uma história e ouviu um áudio com a voz da Nádia. Temos tido acompanhamento via whatsapp com sugestões e propostas de atividades para desenvolvermos em casa, links para programas giros, tudo. 

Estive até este sábado em teletrabalho, pelo que não foi fácil gerir tudo como gostaria. Mas, mesmo assim, conseguimos fazer coisas giras - umas propostas pelas educadoras, outras sugeridas pelos colegas e família e outras que surgiram da nossa imaginação, vi em algum site/FB/pinterest. 

Não vão ver aqui grandes obras de arte, nem nada muito bonitinho (para isso sigam a Violeta Cor de Rosa, que disponibilizou coisas lindas para imprimir), mas pode ser que vos inspire para futuros projectos aí em casa com eles, porque, no meio disto há dias em que já não sabemos o que inventar. 

  • Atenção que às vezes temos de nos dar um desconto - e a eles - e um bocadinho de ócio também faz bem, a todos. Se virem mais TV nestes dias, etc, acho também perfeitamente legítimo (nós tínhamos cortado a TV e os tablets durante a semana cá em casa, lembram-se?). Agora não. Durante a semana vêem bem menos do que ao fim-de-semana, mas, de forma controlada, há espaço para tudo
  • Brincadeira livre é importantíssimo e deixo bastante espaço para isso, mesmo que acabe normalmente tudo à batatada
  • Ajudarem nas tarefas domésticas e nas refeições não só é extremamente útil, como considerado "tempo em família", em que aprendem ao mesmo tempo a cooperar, a ser autónomos e desenvolvem destreza em várias coisas (a Luísa a cortar cogumelos e espargos é uma maravilha de se ver e ainda não ficou sem dedos. Ainda.)
Posto isto, vamos então à primeira listinha de coisas que temos feito cá em casa e que facilmente conseguirão reproduzir aí.

1) Teatro de Sombras
Fizemos inspirado neste aqui. Precisam de uma caixa de cartão, papel vegetal, cola. Pauzinhos (usámos do mikado, ups!) e figuras que podem desenhar e recortar ou imprimir da internet. Giro e dá para fazerem sempre novas personagens, treinar o improviso, brincar, além de que o ambiente é muito giro, mais escuro, elas adoraram.



2) Caixa para lápis/canetas feita de embalagem de leite
Vocês cortam, eles colam um papel pintado e decoram como quiserem (aqui sempre tentámos desmistificar os monstros). Além de aprendem a reutilizar uma embalagem, vêem todos os dias algo feito por eles. É bom para a auto-estima deles, digo eu.


3) Família e amigos feitos em rolos de papel higiénico
Fizemos para o Dia do Pai e elas adoraram. Com desenhos e recortes de revistas e fotografias que tenham ou imprimam, fica engraçado, elas podem brincar com eles e matar saudades dos avós, tios, etc

4) Gelados
Já fizemos só de fruta, saudáveis, mas também um menos saudável, com natas ao barulho e morangos, mas é algo de que elas gostam muito e sempre dá para matar aquele "bichinho" de quando nos pedem coisas doces. Participam no processo, cortam os morangos, etc, etc.


5) Experiência flutua/não flutua
Esta foi a Isabel que pediu. Já tinha feito na escola e queria repetir para mostrar à Luísa. É simples: basta agarrarem em pequenos objectos aí de casa, verem se flutuam ou não (se são mais pesados ou mais leves) e registarem numa folha


6) Relógio de papel
Só precisam de dois pratos de papel, cartolina para fazerem os dois ponteiros e uma forma engenhoca de os prender aos pratos. Desenhar as horas na folha de cima e desenhar os minutos na folha de baixo.



Tenho mais coisas para vos mostrar, mas também não vou gastar já os cartuchos todos, não é?

Querem também ideias de filmes/ peças de teatro / livros / sites giros para eles?