12.17.2017

3 coisas que me enojaram esta semana.

Sim, sim. Que me causaram asco, repugnância, que me envergonharam. Vergonha alheia.

1) Raríssimas 
Senhora dona Paula (Brito e Costa, que a senhora tem dois nomes), herdeiro da parada e família Lda, secretário de estado da Saúde, gambas e vestidos de luxo. Deu-me para rir, deu-me para me indignar, mas deu-me principalmente para ficar extremamente envergonhada, principalmente com os vídeos (de skype?) divulgados .- que, noutro contexto me pareceriam devassa da vida da senhora, mas que aqui ajudam a construir e a traçar a personagem que ela é. E aquela história das funcionárias se terem de levantar à passagem dela, lembrei-me agora, hein? Tudo bom demais, de rir para não chorar. Porque o triste episódio que motivou a Raríssimas, até aqui vista de uma forma tão benemérita, ter conduzido até esta telenovela degradante é de um  A minha tristeza vai para o facto de recear que muita gente deixe de ajudar causas e associações por achar que são todas farinha do mesmo saco.

2) Carrilho absolvido
Estou muito longe de conhecer o caso a fundo, de proximidade com a Bárbara apenas as entrevistas profissionais que lhe fiz (e o comprovar de uma simpatia imensa), apenas li o que o Carrilho disse nas inúmeras entrevistas nojentas que deu, mas tudo isto me cheira a esturro desde o início. E as novas citações da juíza fazem-me tremer a pálpebra do olho direito de nervos. Ora então a juíza Joana Ferrer não acha plausível que a Bárbara tenha sido vítima de violência doméstica porque não se entende como é que uma mulher destemida, determinada e auto-suficiente não foi ao Instituto de Medicina Legal na altura das alegadas violências. E não entende como é que a Bárbara deu, durante esse tempo, entrevistas em que parecia estar feliz. Isto é entender ZERO de violência doméstica, da vergonha e do medo que causa na vítima, e custa-me imenso que, no século XXI, ainda se use argumentação tão cheia de estereótipos e preconceitos. E, pelos vistos, há uma tendência preocupante, pelo estudo de uma investigadora: os tribunais têm dificuldade em ver mulheres com personalidade forte e independência financeira como vítimas (artigo interessantíssimo aqui: Quem não parece vítima tem menos hipóteses de ser considerada uma). Esta humilhação toda, este descrédito nas entidades e a falta de força que estas decisões podem significar para quem esteja a passar por algo semelhante (e a força que dá a agressores) deixa-me angustiada e revoltada. 

3) IURD
Adopção ilegal, pastores milionários, as vasectomias impostas aos bispos, os falsos seropositivos... Ainda não consegui ver todos os episódios até aqui emitidos (estou no 5º), mas já percebi que entretanto dois dos irmãos já vieram falar no canal do youtube da Igreja Universal do Reino De Deus (o outro morreu de overdose, mas eles dizem que foi de ataque de coração) a dar conta da legalidade com que tudo aconteceu (coitados). Ainda bem que o Ministério Público está a investigar o caso mas já vai tarde. Vi tudo aquilo com o coração nas mãos, a ser verdade muito do que ali se conta. Nojeira mesmo. 


Bem, resta-me olhar para as luzinhas de Natal e para os sorrisos das minhas filhas para tentar encontrar alguma inocência e candura nisto tudo. Semana louca para o meu estômago. Revolveram-se-me as entranhas. 


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11 comentários:

  1. A Joana também tem dois nomes e assina com os dois. A diferença é que a senhora tem o “ e” é mais chique. A Joana tem dois, aliás todos nós e gosta sabe se lá porquê de assinar com os dois.

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    1. É o que importa retirar de tudo isto de facto. 😂

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    2. Joana, sabe bem que o comentário acima não quer chamar a atenção para um pormenor, mas sim chamar a atenção para um preconceito que alguém pode usar até contra si. Às vezes (só às vezes) ficava-vos bem um “mea culpa”. Não vos caem os parentes na lama por causa disso, pelo contrario ajuda a credibilidade.
      Outra anónima que não assina com dois nomes e que também se chocou com as 3 coisas, mas ainda assim viu aí um preconceito desnecessário.

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    3. Quem somos nós para julgar os outros?
      Não ganhamos nada com isso.
      Há que esperar e ver o final disto tudo.
      AH e se não fosse importante os tais 2 nomes, a Joana nem sequer tinha falado disso. ;)

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    4. Ai que falta de sentido de humor, "caredo!" Vocês não têm de saber, mas o facto de o ter referido ali é este: Paula assinava apenas com um nome, na altura da fundação da Raríssimas. Mas, entretanto, além de exigir ser tratada por doutora, passou a assinar com os dois nomes. A única diferença para mim (o "única" é para rir, ok?) é que eu sempre assinei com os dois, e não é pela chiqueza (como se Paixão Brás fosse super chique LOL), mas sim porque sempre me chamaram por "Paixão" na escola e esse nome sempre foi identificativo da minha pessoa, daí sempre ter assinado com ele.

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    5. E assim se perde a oportunidade de se estar calado. Para a construção desta personagem não é só um pormenor. 😄 a personagem não é a Joana, é a Paula.

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    6. Quem somos nós para julgar os outros? Faça-me rir, ok? Quem somos nós para julgar o Hitler, não é? Ele também tinha os seus problemas. É uma hipérbole, mas talvez só assim entenda.

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  2. Depois de ler as entrevistas da ex-presidente da Raríssimas fiquei com a sensação de que a história está mal contada, independentemente da senhora ter cá um feitiozinho que mete dó. Aguardemos pela justiça ao invés de andarmos a arrastar o nome das pessoas na lama.

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  3. Subscrevo na íntegra! Deviam estar todos presos (refiro-me aos 3 casos).

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  4. Joana, calma. Não é nada contra,nem falta de sentido de humor...

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