12.28.2017

E isto de ser filha única?

Não me vou por aqui com grandes dissertações sobre genética ou até mesmo questões comportamentais porque, da última vez que verifiquei, não percebia um glúteo disso. 

Por isso, mais uma vez, venho partilhar convosco mais uns sentimentos que me têm percorrido a cabeça em simultâneo com um doce sentimento de culpa por estar a devorar uma caixa enorme inteira de Ferrero Rocher quando me ando a sentir mais obesa que vaso da dinastia Ming. 

A Irene, à minha semelhança, gosta muito de ter todas as atenções. Muitas das brincadeiras que ela tem, tinha eu quando era mais nova. São brincadeiras típicas de criança, bem sei, mas há muitas crianças que não brincam assim também. Ela gosta de fazer espectáculos, de teatro, de dançar para que se aplauda no fim, de tocar piano, etc. Gosta de contar piadas e de fazer toda a gente rir. Gosta de ser querida e de agradar a toda a gente - qb, enquanto consegue por ser muito... certa do que quer. 

Apesar de ter dois irmãos - um de 11 e outro de 21 - vejo-me sempre como tendo crescido como filha única e acho que, sim, existem algumas coisas  mais prováveis de surgir em filhos únicos, talvez este tipo de tendência mais individualista e "look at me" style. 

Estou atenta à miúda. E eu pratiquei vários desportos mas todos eles com uma tónica individual como a natação ou, riam-se, o bowling ou ainda o Judo que tem pouco de equipa - que não me caia a Federação em cima agora por uma filosofia qualquer que não sei. Sinto que a Irene precisa de perceber que, apesar de filha única, as relações se fazem mais do que "um para um" ou "todos para um". 

Ontem, quando fomos jantar à casa do Miguel - meu bff desde o 6A do Colégio Quinta do Lago.


Não planeio engravidar em breve - até porque gastei dinheiro num DIU haha - mas vou tentar procurar outras coisas que me ajudem a que ela se sinta especialmente "desimportante" para, quando crescer, não ter dificuldade em relativizar os seus problemas ou a sentir empatia ou dificuldade a trabalhar em grupo.

Estamos de férias esta semana e muito inspirada por esta nova maneira de "pensar" tenho marcado cafés com amigas minhas com filhos ou até amigos sem filhos para a Irene ver e espairecer outras realidades. Não temos uma família grande, cheia de primos e tios e afins, mas já dá para construir uma rede de qualidade de pessoas que a façam sentir-se distribuída. 

A Irene teve a sorte de ter a mãe e o pai exclusivamente para ela - sem nenhum trabalhar - durante praticamente dois anos. Tanto o pai como a mãe não são as pessoas mais sociais do mundo - apesar da mãe ser fantástica, divertida e muita linda - e, por isso, temos que lhe dar outras hipóteses, mais colos. 

2018 vai ser um ano para a ajudar a confiar e a estabelecer outras relações. Reforçará que a mãe e o pai têm o seu lugar especial, mas que há muito mais além. 

Pô-la num desporto colectivo era engraçado, mas nesta idade? 


O meu instagram e o d'a Mãe é que sabe :)
a Mãe é que sabe Instagram


8 comentários:

  1. A Irene gosta de ter todas as atenções para ela porque nunca conheceu outra realidade. Se ela tivesse irmãos, também se iria adaptar. :)

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  2. Mete-a em danças. É colectivo, há trabalho em equipa e ela vive na mesma a componente espetáculo que adora. Com a minha está a funcionar lindamente. Também é filha única.

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    1. Também estava a pensar na dança, sem duvida deve resultar. A minha por enquanto também é filha única, vou esperar mais um ano para ela ir para a dança. Bom ano e vivam com saúde que o resto logo se vê 😘

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    2. Foi a primeira ideia que me veio á cabeça.. Dança...É fantástico

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  3. "A Irene teve a sorte de ter a mãe e o pai exclusivamente para ela - sem nenhum trabalhar - durante praticamente dois anos."

    WHAT?? Viviam do ar??

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    1. Do que sigo do blog, penso que foi cerca de um ano cada um.

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    2. Teriam dinheiro poupado quem sabe

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  4. Sou filha única mas, por acaso, nunca fui de querer as atenções só para mim. Tinha uns 3 anos quando nasceu o meu primeiro primo e a minha mãe conta que quando me perguntavam se eu queria um irmão eu dizia "não, já tenho o meu primo". E a verdade é que até aos 5 anos estive com ele diariamente porque fiquei com a minha avó. A minha mãe sempre tentou que eu tivesse contacto com outras crianças, nas férias ou até na ida a parques infantis, para que eu me habituasse à partilha. Pedia-me ajuda para escolher brinquedos para dar a alguma instituição. E, verdade seja dita, não senti falta de um irmão. Tinha os meus primos, todos mais novos que eu. Os meus pais optaram por me pôr na música porque foi a única coisa que eu quis, por ser muito tímida. Andei lá 10 anos. E agora, aos 25, voltei a ter aulas.

    Acho que, acima de tudo, deves ver o que a Irene vai gostar. Assim juntas o útil ao agradável!

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