3.28.2019

A minha filha adora jogar à bola e pediu carros nos anos, e então?

A propósito da polémica em torno de uma colecção de roupa, unisexo, e do boicote que algumas pessoas em comentário diziam que lhe iriam fazer, apeteceu-me escrever sobre isto.

Muitas irão dizer que é um não-assunto; outras irão concordar que se tem de falar disto até que deixe de haver uma pobre alma no mundo a querer fechar as pessoas em compartimentos e a dar-lhes conotações negativas, podendo mexer com auto-estimas e com a felicidade das crianças.

A minha filha mais velha, a Isabel, adora futebol. Quando a vou buscar à escola, está muitas vezes no recreio a jogar à bola, normalmente com rapazes (pode ser só coincidência nunca ter apanhado mais raparigas, ou não, não sei nem perguntei). Quando para o Natal pediu o equipamento completo do Benfica (punha aqui um emoji vómito mas não encontrei ahah) e carrinhos hot wheels. Chegou a haver quem comentasse que ela era "Maria-rapaz". 

Não gosto que, em pleno século XXI, ainda haja quem use este termo para definir e catalogar uma miúda que gosta de coisas que, até aqui, foram consideradas pertencentes à esfera masculina: futebol, carros, corridas e até subir a árvores ("eu subia às árvores, como os rapazes", já ouvi eu). 

Ora bem, se há coisa que me encanita é ainda haver esta separação de gostos e interesses e, pior, já haver crianças pequeninas com este discurso (o sofrimento da minha filha quando chegou a casa, já há dois anos, a dizer-me que um menino na escola lhe tinha dito que não podia jogar à bola porque era menina...). Claro que lhe disse para confiar em mim, que a mãe sabia mais coisas que o menino e lá lhe dei a volta. Até hoje mais ninguém lhe disse nada igual e se disser, ela já tem resposta para isso. Leva uma grande lavagem em casa: todos os meninos podem vestir rosa, todos se podem mascarar do que quiser, todos podem fazer as actividades que preferirem, etc etc etc. Não é aí que se faz um combate à feminilidade das mulheres e um ataque à masculinidade dos homens... dá-se é precisamente maior abertura a que mais miúdos e adultos possam ser felizes no futuro, a fazerem o que mais gostarem, a vestirem o que bem entenderem, a serem o que quiserem, depois de lhes terem sido dadas oportunidades para experimentarem tudo, sem reservas. 

Quando achamos que este tema já nem devia ser necessário, lá vem uma carga de mensagens perturbadas com o facto de uma marca ter, segundo eles, com esta colecção, ido atrás da agenda LGBT e fazer ideologia de género, quando está e bem, a apresentar um terceiro corredor de roupa, colorida, que dá para passar de irmãos para irmãs e para primos, sem restrições. 

Claro que grande parte da ideia poderá ter marketing associada (e qual o mal) e estar a surtir até o efeito desejado (who knows?), mas assusta-me ver o transtorno que tal coisa causa em algumas pessoas. Estão lá, no corredor ao lado, os vestidos rosa (e aliás, quem não souber pode ficar a saber que esta coisa do rosa ser cor das meninas e azul dos meninos é uma "construção recente" - leiam este artigo muito bem conseguido). Continuamos a comprar o que quisermos (ou o que os nossos filhos quiserem...).

A Isabel hoje quis levar a camisola do Benfica para a escola; a Luísa um vestido "da Elsa" (qualquer vestido rodado para ela é "da Elsa", do Frozen). Qual o problema mesmo? Podem explicar-me?

Deixem os miúdos em paz, principalmente quando eles já têm gostos e opiniões. 

Não quis usar vestido neste dia. Acham que insistimos? Nem pensar.

Só uma pessoa me separa da Cristina Ferreira. Estou tão perto.

O estrelato está perto, miúdas! Sinto que a fama e a televisão estão a chamar por mim. É só uma questão de dias, quem sabe, de vir a ter o meu próprio programa num canal generalista ou talvez numa Netflix da vida: o Programa da Joana. O que acham de transformar o cenário numa casa verdadeira e de fazer uma apresentação super orgânica? Foi uma ideia que tive para aqui. 

Aqui ainda os nossos ídolos estavam juntinhos, que chatice. Aii... 

E não é que, a passear pelos stories alheios, me apercebo que tanto eu como a Cristina Ferreira comemos os mesmos vegetais? Daí esta beleza que emana de mim, esta aptidão para a comunicação e o vasto público que me segue. O segredo está na courgette, vejam lá. 

A Joana Paixão Brás, quando se lembra (quem viu o vídeo que gravamos com as coisas boas e más que pensamos REALMENTE uma da outra percebe) também encomenda Bio Cabaz mas fui eu que tive olho para a coisa. Olé. 

SÓ UMA PESSOA ME SEPARA DA CRISTINA e é o Nuno do Bio Cabaz. Se carregarem aqui vêem o Nuno que me vem trazer semanalmente os vegetais e frutas bio à porta de casa já há um ano ou mais. Da última vez, para nos rirmos dos nervos dele ter ido à Cristina, até se sentou à mesa connosco a contar como foi. 

A Irene adora-o e quer ser sempre ela a ir à porta para ver o Nuno "dos legumes". Gosto do Nuno e estamos fidelizadas :) Quando digo "nós", falo em mim e na Cristina Ferreira, como é óbvio. 


Se quiserem conhecer o Nuno e seus vegetais (ahahahahahahahah, tive que me rir) - não garanto que seja o Nuno que acho que ele só entrega em Lisboa e a Bio Cabaz está a ir cada vez mais longe no continente - é fazer a encomenda para experimentar no site. Se morarem aqui em Benfica, recebem as encomendas normalmente pelas 19h de quarta-feira, ficam já a saber ;)



3.27.2019

São desnecessárias as festas de aniversário com produção?

Depois de vos mostrar aqui no post da festa de aniversário da Irene como tudo aconteceu e como foi a festa, surgiram alguns comentários (todos válidos, claro) de como é desnecessário aos olhos dessas leitoras (e tantas outras que pensam o mesmo e que não comentaram) elaborar uma festa de aniversário infantil a esse ponto. 

Confesso que, se não fosse blogger, se tivesse de pagar tudo do meu bolso, mesmo que combinado em família, preferia gastar o meu dinheiro noutras coisas. Reconheço que, apesar de muito bonito e de transformar um dia fantástico num dia de sonho "visualmente" (embora isto seja subjectivo, também) não conseguiria gastar o meu dinheiro em catering, decoração, planeamento, etc. Porém, se tivesse MUUUUUITO dinheiro, talvez não me custasse tanto e pensaria "why not?". Ninguém me obriga a que as festas da Irene sejam assim, mas as oportunidades são bastante fáceis para nós e, na verdade, é um descanso não ter que arrecadar com grandes custos no geral. 

As coisas mais bonitas são as mais simples, mas também acredito que não é só no dia de aniversário que se vivem. Ou até no dia da festa.

Olhem com muita festa ou pouca, a Irene enquanto se soprava o bolo chorava porque tinha feito uma ferida no dedo. :)

Tive imensa sorte de ter a Ana e a sócia da Party Office a tratarem de tudo o que era relativo à festa da Irene deste ano. Confesso que é algo que me deixa sempre algo ansiosa e desconfortável porque não quero ter a família toda cá em casa (pais divorciados, etc), não tenho casa para receber muitos miúdos e seus pais... Como é em Março nunca sei se vai chover ou se faz sol... Não me parece divertido para a Irene ir para um restaurante... 

Confesso que tenho preferido - porque posso - jogar pelo seguro e mais fácil. Talvez tenha habituado a Irene a um tipo de festa que poderá não ter para o ano, mas tudo se explica, tudo se enquadra e tudo pode ser um ensinamento, digo. 

Acho que, como em tanta coisa na vida, tudo depende de quem quer fazer, quando (fases da vida) e se os miúdos gostam e se os pais também e se os convidados também. 

É como tudo. Eu não compreendo as grandes cerimónias matrimoniais. Tanto que, a nível pessoal, gastei pouco mais de 100 euros no processo. Acho que até já gastei mais a divorciar-me, ahah. Quem puder, quem quiser, quem gostar... siga :) Não?