1.28.2016

"Esse bebé não existe".

Sou amiga da autora no Facebook e até recentemente fui a uma consulta com ela para falarmos do sono da Irene. A Joana Paixão Brás leu este post (que a Constança fez no seu próprio Facebook) e pediu para falarmos com ela para saber se podíamos publicar aqui porque é importante. É mesmo muito importante. Espero que ajude algumas de vocês e que vocês ajudem outras mães a pensar assim, com o ritmo certo. Falei sobre o livro da Constança aqui




"A Raquel estava preparada para ter um pós-parto organizado e tranquilo. Como muitas de nós, visualizou-se a viver as semanas após o nascimento da Carolina da mesma forma como vivia habitualmente: com tudo sob controlo. Portanto, eu entendi perfeitamente o que a Raquel me quis dizer quando soluçou ao telefone: “isto não é como eu pensava”.

O que estava a passar-se com a Raquel era que a Carolina estava a ocupar-lhe todo o dia e isso apanhou-a de surpresa.

«Dou-lhe de mamar e ela mama durante quase uma hora. Depois mudo-lhe a fralda e penso que agora ela irá dormir, mas ela não quer ficar na alcofa e chora. Tento acalmá-la, só sossega ao colo, comigo a andar pela casa. Dormita dez minutos e acorda. 
Quando dou por mim já está novamente a pedir mama e eu não fiz mais nada entretanto. Depois tudo recomeça. Não consigo fazer mais nada. Não faço nada o dia todo».

Muitas mães reconhecem-se neste relato da Raquel. 
Não se passa nada com a Carolina, ela está só a ser um bebé de três semanas. 
Mas a exigência e a continuidade de cuidados que um recém-nascido precisa são quase sempre muito maiores do que aquilo que alguma vez pudemos antecipar.

Porquê? 
Porque nos preparamos para cuidar de um bebé “cache”, quando na verdade os nossos bebés são bebés “carry”. Precisam dos nossos braços, quase tanto como precisaram do nosso útero. Partimos do princípio de que se formos organizadas e metódicas e rigorosas, tudo estará sob controlo.

De que teremos “rotinas” e que o bebé vai mamar de três em três horas e que depois dormirá sossegado e que, enquanto o bebé dorme, nós conseguiremos arrumar a casa ou cozinhar ou enviar emails, ou tomar um duche relaxante.

Quando isso não acontece, e na maioria dos casos, não acontece, sentimos que algo está a falhar. No caso da Raquel, ela própria sentia-se a falhar: “O que é que eu estou a fazer de errado para ela não querer ficar sozinha?”.

(...)
A primeira coisa que eu tenho que dizer à Raquel é que o que está errado não é ela, nem é a Carolina. O que está errado para a maior parte de nós é a ideia de que o pós-parto é algo que devamos “gerir”, como se gere um desafio no trabalho.

Inconscientemente, continuamos a procurar o bebé dos livros que lemos, sem saber que esse bebé não existe. Continuamos a acreditar nas mamãs de revista, que mantêm a casa impecável e cabem na roupa de antes da gravidez quinze dias depois de terem tido um bebé.

Procuramos em nós essa mulher, procuramos no nosso filho esse bebé e não encontramos.

Pois bem, para começar o caminho de verdadeiro entendimento com o bebé que temos no colo e com a mãe que nasce em nós, é preciso despedirmo-nos sem pena dessa mãe e bebé imaginário que na verdade nunca existiram a não ser na nossa cabeça"

Constança Cordeiro Ferreira in "Os Bebés Também Querem Dormir" (ed. Materia Prima, Abril 2015)

Imagem: Nikki McLure

Truques para não falhar uma dieta (de quem já perdeu 10kgs num mês)

Lá vou ter que contextualizar outra vez porque nem toda a gente lê o blog todos os dias e a toda a hora. Estou a passar por um processo de rebranding da minha pessoa, estou a melhorar-me: comecei por dentro (hipnoterapia e tal) e agora estou (continuando a trabalhar "por dentro") a continuar o trabalho para fora (cuidar da minha imagem: maquilhagem, cabelo, roupa, dieta, etc). 

Contei-vos que perdi mais de 10kgs num mês e o que aconteceu no mês seguinte? Chafurdei. Não chafurdei loucamente, não passei a comer pizza, mas fui comendo mais vezes o que a Irene deixava no prato, papei meio hambúrguer cheio de gordura que o Frederico jantou, etc. 

Pior que tudo? Fui enganada. 


Bom, para que não vos aconteça o mesmo que a mim, aqui vão algumas dicas: 

  • Uma dieta tem de ser algo razoável e que saibamos que é possível de cumprir e que não começamos a ganhar um tom diferente de pele. Todas as dietas que não sejam minimamente variadas, não nos ajudam em nada. A ideia é emagrecer e depois ganhar um estilo de vida saudável e não voltar ao mesmo. Não convém andarmos a restringir-nos à louca para depois sentirmos aquela noção de alívio quando "pecamos". Sejamos razoáveis. Não à dieta das maçãs, não há dieta da rúcula ou do burrié. 

  • É pura matemática: temos de comer menos daquilo que gastamos. Se quisermos comer mais, temos de gastar mais, mas isto não significa passar fome. Eu, por exemplo, sou compulsiva. Sinto que tenho de estar sempre a comer (acho que substituí o vício do tabaco por isto) e tenho estado sempre a comer - principalmente no último mês hahah. Há alternativas porreiras (com tino): as frutas desidratadas, bolachas em saquetas individuais com menos 100kcal, fruta, cenoura cortada aos pedacinhos, aipo, pipocas salgadas. O limite é a nossa imaginação. É mesmo. 

  • Parece estúpido, mas convém mesmo comer nas horas que se diz por aí. Se saltarmos uma dessas refeições de "duas em duas horas", o nosso cérebro acha por bem chafurdar na seguinte. Só dificultamos a vida a nós próprias. Salto muitas vezes o lanche e depois ando toda lambona a olhar para tudo o que tenho em cima do balcão da cozinha. Até já cheguei a lançar um ar maroto à caixa do sal. 

  • Se forem como eu e perfeitamente ignorantes em matéria de comida saudável, isto é importantíssimo: LÁ POR ESTAR À VENDA NO VITAMINAS OU NO CELEIRO, NÃO QUER DIZER QUE NÃO ENGORDE (nota-se muito o trauma?). Está a custar-me imenso a separação que vou ter de por em prática agora com os meu muesli de frutos vermelhos (celeiro) porque aquilo tem açúcar. Andei a mamar um puré de banana, iogurte e cereais praticamente todos os dias (vitaminas) e vim a saber que o puré de banana tem açúcar, assim como os cereais... Sim, fui apanhada neste clássico e deveria ter percebido quando vi pastéis de nata à venda que nem tudo é porreiro para quem faz dietas. Burra. 

  • Isto é como deixar de fumar. Não se pode depois fumar um cigarrinho aqui e outro ali. Até porque podíamos já ter feito desmame de açúcar e estar tudo a ser mais simples para nós e emborcando aqueles dois palmiers a tomar café com a Joana (tão bons) fez com que o  meu corpo achasse que agora precisa de comer dois palmiers todos os dias. Para quem consiga manter o equilibrio, melhor. O meu raciocínio, infelizmente é mais: "perdido por 100...". E daí ter emborcado dois palmiers e não um. 

  • Façam escolhas informadas. Às vezes poderão estar a abdicar das vossas bolachas preferidas e essas nem são tão más comparando com as que se dizem "digestivas". Hoje foi dia de consulta de nutrição na Clínica do Tempo (apareci toda envergonhada por andar a claudicar - sim, fazer Cláudios) e o nutricionista falou-me neste site que nos diz qual é o mal menor por ter os ingredientes todos escarrapachados e calorias. Se nos apetecer comer uma banana em vez de uma maçã, depois onde podemos ir compensar, etc. 

  • Não entrem em negação, caramba! O nosso cérebro entra em survival mode nalgumas alturas e quando não nos queremos pesar (já disse o nutricionista de hoje) é exactamente mais quando nos devemos pesar. Mais vale estar atentas aos pequenos gramas do que depois darem por vocês e terem mais 10kgs no bucho como foi o meu caso. 

  • Não deixem a compra de roupa mais pequena para o "final da dieta". Tinha perdido 10kgs e não saboreei essa vitória. Não me sentia mais magra porque andava a vestir a mesma roupa de sempre. Pelo que, devagarinho, a dieta foi sendo esquecida porque parecia não servir nenhum propósito. 

  • Levem comida de casa. Sempre. Não se aventurem a cheirar e a chorar quando forem comprar comida aos centros comerciais. Aquele cheiro a pita shoarma ou a cheeseburguer é pior que candidíase. 

  • Não façam dietas à parva só porque sim. Respeitem-se e aos vossos timings. Comecem só mesmo quando querem começar e se a cena for logo "começo para  a semana", já estão a começar mal. É hoje. Não é segunda.

  • Caso façam asneira, não está tudo perdido. Compensam no dia seguinte com motivação extra para fazer tudo bem - este raciocínio é que está certo! 

Dicas de quem perdeu 10kgs há dois meses num mês e de quem só perdeu 1kg neste. ;)

Querem acrescentar mais umas quantas? 

1.27.2016

Sabem maquilhar-se?

Antes de ser mãe não me maquilhava. Só quando subia a palco é que punha "um pó" porque tenho rosácea e, corada dos nervos, sentia que ficava num lugar desfavorável para fazer "humor", para gozar com a "normalidade e anormalidade" - estou a usar muitas aspas, não estou?

Quando engravidei quis passar a ser mais vaidosa e quando voltei ao trabalho isso materializou-se, agora maquilho-me todos os dias, excepto de vez em quando ao fim-de-semana para também deixar o focinho respirar. 

Não sei se tenho ou não jeito, sei que fico com melhor aspecto - é o que interessa. Ando louca com uma marca de maquilhagem (demasiado cara, porra) só porque tem embalagens bonitas e sempre que recebo tenho de ir comprar qualquer coisa (nunca, mas nunca gastei dinheiro com coisas destas). 

Uma coisa que noto é que: quanto mais preciso que a maquilhagem fique bem feita (no dia da foto tinhamos - a Joana e eu - uma entrevista filmada) é quando tudo corre mal. 

No meu instagram aqui

Tenho várias dificuldades: o risco com eyeliner, acabar o risco fora do olho de maneira a não parecer um pouco menina da vida, as sobrancelhas que uma vez arranjei e fiquei com ar de quem me tinha posto uma daquelas escovas dos biberões no rabo, por lápis na parte de baixo dos olhos sem que, passado uma hora pareça que estive a chorar numa posição fetal por baixo do chuveiro, por blush quando já tenho uma cor de quem parece que faz aquilo das saunas da Islândia... 

Vocês sabem maquilhar-se? Como é que aprenderam? Só este ano percebi que a base nunca me ficou bem porque não esfoliava a pele e era por isso que parecia que tinha feito digitinta na cara... 

Já sei que tenho uma sobrancelha maior que a outra, mas estou traumatizada!