Já estão fartas de posts felizes meus? Compreendo. De certeza que me irão acompanhar em imensas fases da minha vida... Oi? Que presunção é esta de pensar que me vão continuar a ler durante anos e anos? Granda moral! Isto de ter perdido 5kgs numa semana e picos.... 5 kilos meninas! Muahahahh! Depois conto-vos isso.
Este é mais um post feliz. Para resumir: era uma pessoa muito ansiosa e tudo veio ainda mais à superfície com a maternidade. Os primeiros meses foram muito complicados. Fiquei em casa um ano e meio com a Irene e já me estava a passar da cabeça, com carinho. Estava feliz por estar em casa, mas nem fazia ideia da quantidade de coisas que estavam em "stand-by".
*fomos ao Le Chat em Santos e, credo, que sítio perfeito para acabar o fim-de-semana. Recomendo vivamente. As fotos são de hoje e aí. Mais fotos no fim do post.
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Estes telefones de hoje em dia enervam-me solenemente que às vezes espalmam a cara das pessoas, que nervos. Vocês sabem que a Irene costuma estar melhor que isto, certo? ;) |
Uma delas? O meu marido. A outra? Eu.
Sim, muitas mães têm aquele chip (com o qual não me identifico) de conseguirem arranjar logo tempo para elas e de deixarem os bebés nos primeiros meses com outras pessoas para irem viajar ou ir ao cinema ou o que for. Não consegui. E não foi só pela ansiedade. A opinião que fui construindo (sempre com a minha capacidade interpretativa à mistura, claro) fez com que eu sentisse que nada valia a pena estar a afastar a minha filha de mim. Teria tanta coisa para explicar para perceberem bem a profundidade de tudo isto em mim, em nós... Talvez o texto "
não senti" ajude nalguma coisa, embora seja só uma das milhares coisas que me influenciou a ser "menos livre". Está entre aspas porque não estava presa. Escolhi mesmo (mesmo com ansiedade de parte) viver assim.
O facto da miúda ser amamentada e de não ter introduzido o biberão (além de um mês em que fui trabalhar - e depois pedi licença sem vencimento - aos 5 meses), criou logo alguns impasses. A mama não é só alimentação. Ela precisaria da mama para outra coisa e só lhe dariam um biberão dali a duas? Não era assim que queria funcionar. A Irene, ao longo de 21 meses (à excepção do mês em que fui trabalhar) teve sempre a mama disponível e isso, além das milhares de coisas boas que são indiscutíveis, tem outras que, aos poucos, me fui esquecendo que não eram tão positivas.
Cheguei a uma conclusão: tudo tem o seu tempo.
E todas as mães têm o seu.
Por muito que me dissessem "por que é que não a deixas comigo?", não ia ser por aí que iria ter mais vontade de deixar - bem sei que fui uma privilegiada e que a maior parte das mães não tem escolha e, às vezes, até antes dos 3 meses os miúdos são entregues a alguém. Cada mãe sente o seu momento de liberdade, de independência de individualidade ou sente essas três coisas na mesma, não se separando dos seus filhos. O que for.
Comigo foi sentir que ambas estávamos prontas. Teve muito que ver com a amamentação. Aliás, a forma como o bebé é amamentado (frequência que pede, etc), a meu ver, é também um reflexo do desenvolvimento emocional do mesmo. A Irene, aos poucos, foi gostando de mim mais para outras coisas. A mãe já não é maminha. A mãe é a mãe das brincadeiras que, quando ela tem sede, sono, medo ou dor, dá maminha. Ela está crescida. Depois de umas férias de verão em que a maminha foi companhia constante, tudo acalmou. Durante a noite continua a chamar pelas maminhas, mas durante o dia tudo está calmo.
Este período em que ela está "maior" coincidiu com o meu regresso ao trabalho. Regressei em pânico com a dor que pudesse vir a sentir, mas tranquila relativamente à falta que já não fazia à Irene. Agora que ela quer menos maminha, já quer mais pai. Quer mais pão com fiambre de perú. Qualquer um pode fazê-lo, perfeito.
O ir trabalhar todos os dias, além de me ter feito maravilhas à cabeça (e por também ter coincidido com um período de melhoria pessoal a nível psicológico - consultas de hipnoterapia e tal de que falei
aqui) tem ajudado imenso também em diminuir a "culpa" que sentia no afastamento. Ela precisa menos de mim, eu preciso mais de sair, estou a gostar de sair, ela fica bem sem mim... está tudo impecável.
Vomito um bocado na boca com expressões como "a mãe também é mulher", "temos de pensar em nós, nem tudo são os filhos". Essas frases são tão inúteis como "estás gorda", "já tiveste melhor ar", "já reparaste na borbulha que tens na testa". Nós sabemos que existimos e que há um mundo além da maternidade, mas podemos não ter todas as mesmas necessidades. Mais uma vez, há tempo para tudo. Nem por isso as mães que preferem estar com os filhos a irem ao cabeleireiro ou iren num fim-de-semana de trabalho quando eles são muito bebés estão deprimidas ou são altamente insensíveis. Temos de tentar compreender aquilo que não nos toca. E no meu caso acreditem que tem sido das missões mais complicadas de sempre. Sinto tudo e muito. E nisto da maternidade apetece-me logo cuspir fogo.
Neste sábado fomos almoçar a um brunch que não me apetece dizer-vos qual é (hehe) porque aquilo já estava cheio e se vos disser ainda me ocupam a minha mesa numa das próximas vezes (no Museu do Oriente, pronto) e deixamos a Irene com os avós. Já tínhamos ido almoçar fora sem a Irene pontualmente mas nunca sozinhos. Soube bem, muito bem. Encontrei 6 pessoas conhecidas, mas a fingir que foi muito romântico na mesma.
E hoje fomos, em família, lanchar fora. A Irene está crescida. Está mais independente. Quer comer tudo o que está em cima da mesa. Fala. Canta. Já não chora no carro a pedir atenção constantemente. Corre atrás de cães. Chama os pombos. Mete-se com lllas pessoas das outras mesas. Espera que passe o próximo comboio para vê-lo da esplanada. É diferente. E eu? Eu já tenho capacidade de contemplar. Contemplá-la, contemplá-lo (o Frederico), contemplar-nos.
O volume das preocupações maternais tem descido à medida que também desce a barreira comunicativa entre nós e a Irene. Já não somos dois e uma bebé. Somos três.
Acabou. Sinto que já podemos começar a viver como aquelas famílias que vemos nos restaurantes, cheias de filhos, que vivem num equilíbrio desequilibrado e tranquilamente intranquilos.
Estamos em velocidade cruzeiro. Até à próxima fase.
Venham daí os almoços sem Irene, os lanches com Irene. Almoços mais tardios com a Irene... tudo!
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O meu coração parou aqui. |
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Há uma semana e meia não cabia neste casaco. Continuo a não caber, mas já me consigo espremer lá para dentro! |
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Cabelo solto, como me andaram a dizer, ok? ;) |
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O Frederico diz que eu com risco ao lado e com os aviator (óculos) pareço o Zé Manel, personagem da Rueff. Sacana... |
Tinha mesmo de referir o gorro porque estou apaixonada por ele. Isto foi porque uma vez fiz um post a dizer que estava triste por um da Benetton que lhe tinha comprado (com um urso) já não lhe servir e ainda o ano passado tentou fazer um parecido (ficou ainda mais giro) e além de servir... é lindo. Aproveito para voltar a agradecer o presente, Anja Patuda.