7.15.2019

Acabou o namoro da mãe.

Pois, nem sei o que vos diga. Sei que preciso de escrever sobre isto, porque preciso de fazer algo. Sei que namorar quando se tem uma filha está longe de ser namorar quando não se tem uma filha. Primeiro por causa da filha, claro, mas depois também porque quer se queira quer não ou quer se tenha consciência disso ou não, há um lugar que parece ter que ser ocupado. E provavelmente pela pessoa com quem estamos a namorar. 

Tudo dependerá das expectativas que ponhamos na relação, mas acho muito difícil (pelo menos para mim) namorar com alguém sem a expectativa de que venha a ocupar um lugar minimamente definitivo e absolutamente marcante. Ainda para mais tendo uma filha. 

Tendo uma filha, só lhe apresento pessoas de relações sérias como tal. Honestamente depois de ter casado e divorciado, não tive tempo pelo meio para nada mais (e/ou vontade). Também talvez por causa disso. O outro lado das relações, aquele que associo a que seja o lado mais descontraído, sem “casting” talvez não exista para já. Ou talvez nunca mais venha a existir enquanto a Irene não for adolescente ou assim. 



Sinto que estou numa espécie de limbo (além de estar muito triste com o final do relacionamento) entre “precisar” de uma relação desse género e de não ter capacidade emocional, física e temporal para ter uma relação assim. Sinto ou sei que a relação que tenho com a Irene me consome muita da minha energia e vontade de trabalhar e de estar consciente numa relação. 

Não consigo estar naquela do “logo se vê”. This is serious. Nem sei em que mindset se conseguirá estar sendo “mãe solteira”. 

E lidar com as perguntas dela? Como se faz? Tento mostrar-lhe que nada acabou, que tudo se transforma, mas como falar sem dor de algo que ainda se vive com dor ou, noutra perspectiva, qual o motivo para sentir que devo esconder a dor? 

De alguma maneira, por ser quem passa com ela mais tempo, sinto-me responsável por lhe passar também uma imagem de força e de estabilidade, mas o conceito de força pode não ser o da “força bruta” ou “indiferença”. Quanto mais cresço, mais me vou apercebendo que a consciência das nossas vulnerabilidades nos tornam mais fortes e que está certo sentir coisas tristes e que a tristeza tem um papel fundamental na alegria e vice-versa. 

Mas agora ficam três corações partidos em vez de dois. E sei que é uma fase, mas caramba. Quase que sugiro à Jorja Smith para escrever sobre a single-motherhood fantasy. 

Querem dar-me alguma força e/ou piparotes para deixar de me lamentar e arrumar as trouxas e seguir em frente, mesmo que vá limpando o ranho ao braço? (Eww)



Vou voltar a fazer terapia!

Das decisões mais importantes que tomei nos últimos tempos! Ainda não voltei à psicóloga e já sinto que foi a melhor coisa que decidi neste ano e meio. O alívio já está a chegar e ainda nem lá fui, só por saber que vou conseguir, a partir dali, estar cada vez mais próxima de mim e de resolver tudo o que anda desatado nesta alma, que vou conseguir ser uma melhor mãe e uma melhor pessoa (não por esta ordem, que disparate).

Descobri a Eugénia através da Joana Gama (emoji coração, sempre). Fiz hipnoterapia uma vez só. Não sei se foi o que bastou, não me parece, mas acabei por mudar de vida uns meses depois. Despedi-me do meu emprego de anos e fomos todos viver para Santarém, para o campo. Foi uma das melhores coisas que poderia ter feito. Tive a minha segunda filha com calma, numa esfera de amor e de tranquilidade. 
Mas, meses mais tarde (ou um ano mais tarde, não sei), passei a sentir-me incompleta e até só. Não compreendia por que me sentia assim. "Que disparate." Afinal, tinha cumprido mais um sonho, tinha duas filhas incríveis, era boa mãe, amava-as profundamente, tinha um marido fantástico, escrevia por aqui, tinha amigos mas... não estava feliz. Não como planeara. Andava numa montanha russa, com idas bem lá acima e depois descidas ainda maiores e a enjoar nos loopings. Percebi que precisava de voltar a fazer terapia. Primeiro por skype, depois presencialmente. Ir a Lisboa de propósito, mas voltar a casa com ferramentas para estar melhor.

"Eugénia, preciso de ti". Assumir-se isto é duro. Mas libertador. Houve uma consulta em que senti que praticamente não fiz mais do que chorar. É um processo. 


Fotografia: The Love Project


E aprendi que não posso parar este processo, só porque já me sinto melhor. Ou porque acho que está tudo controlado. Ou porque estou mesmo lá em cima. Naquela altura parei porque voltei a trabalhar, em Lisboa, porque nos mudámos para cá e eu simplesmente não tinha horário. Depois, porque estava tão cheia de tudo que nem me conseguia ouvir, por isso basicamente nem tinha tempo para sentir se andava feliz ou não.

Feliz ou não, toda a gente devia fazer terapia. Toda. Há sempre algo que fica por cá, há sempre alguma relação tóxica, algum acontecimento que nos fez pior do que achámos, alguma coisa por resolver e muitas coisas por descobrir sobre nós. E alguém reconhecer isto já não é, aos dias de hoje, um tabu. Os assuntos do foro psicológico, doenças ou não, são já muito valorizados. A procura por ajuda já não é sinal de fraqueza. Ter até a Michelle Obama a reconhecer isto é de valor. Mas, por mais que haja cada vez mais pessoas a dar a cara por isto, ainda há muito pouca gente a procurar ajuda quando mais precisa - e, segundo vários estudos feitos, muitas vezes não é sequer por uma questão de orçamento. 

Aliás, se a venda de antidepressivos aumentou e muito nos últimos anos e os psiquiatras têm sido mais procurados do que nunca, a questão não é só e apenas orçamento, de facto. As pessoas só procuram soluções já mesmo no fim da linha, num grau imenso de desespero e querem resultados rápidos, imediatos. A terapia é algo que leva mais tempo. Não camufla, tenta ir ao cerne dos problemas, tenta resolver. Claro que estou a ser absolutamente generalista e que haverá casos em que será precisa medicação, óbvio, ou até ambos, que isto não é nenhum concurso. Mas acho também que se nos fosse dada mais formação ao longo da vida sobre a importância de olharmos mais para dentro, de abrandarmos, de valorizarmos os nossos sentimentos, do poder da palavra, talvez não tivéssemos de chegar tão longe. Aprendermos a dar significado às coisas, a racionalizá-las, ajuda-nos a superar o sofrimento - a amígdala diminui a sua actividade e os processos nervosos no córtex pré-frontal aumentam (acho que é isto, do que li, mas tentem perceber junto de especialistas ;). 

Isto tudo para vos dizer que estou orgulhosa de mim. De querer (voltar a) dar este passo. De perceber que só exercício físico e pilates e até yoga, apesar de me ajudarem muito, não me chegam. Que tenho noção de que preciso de partir pedra, até para resolver o que vos contei que me aconteceu no recobro, entre outras coisas.

E que isto não significa que eu esteja necessariamente infeliz, mas que quero estar mais feliz e sentir-me cada vez mais completa. Ser mais livre. 

E vocês? Já experimentaram? 


7.14.2019

A Irene é que sabe!

Sabem aquela altura em que eles não querem nem por nada ir lavar os dentes? Há mil coisas mais interessantes a acontecer na vidinha deles. Patrulha pata, jogo a glória, slime... o que fazer? Quando já tentámos tudo e mais alguma coisa e quando já nos passaram - assim só em sonhos, calma - as piores técnicas possíveis pela cabeça, já ouvimos “já vai” duas vezes e já estamos a tremelicar do olho direito e quase a repetir frases das nossas mães ou avós, e só queremos gritar por socorro, sabem?

Uma das técnicas usadas pela Joana Gama ;) - vejam o vídeo

Até que a Irene deu esta ideia:




Ao escovar os dentes só estamos a fazer 65% da nossa higiene oral, sabiam? Por isso, o uso de fio dental é obrigatório para extrair aqueles resíduos que ficam para ali entre os dentes, como a “granola” da Joana Gama. Hum hum.

E agora que há este da Jordan, especificamente para as crianças, já tem tudo para correr bem. Juntámos à escova de dentes e à pasta, este instrumento essencial para que os dentes fiquem lavadinhos. E, além do primeiro fio dental para crianças, a Jordan lançou os sticks clean between para os pais (ou para qualquer adulto, claro), que retiram resíduos de alimentos das zonas mais difíceis.

Gostaram do jogo? A Irene é que sabe! ;)


*Post escrito em parceria com a marca