5.10.2016

HOJE vamos ao Goucha!

Ah pois vamos! 4a feira, dia 11 de maio (ou hoje, se estiverem a ler isto de manhã), vamos ao Goucha e à Cristina, "coisa mai boa"! Sim, estamos entusiasmadas! Sim, é sempre bom sermos entrevistadas pelos maiores! Mas há aqui um problemita.  

NÃO TENHO NADA PARA VESTIR!!! SOCORRO! 

Imagem WeHeartIt

Estão a ver aquela fase da gravidez em que já nada assenta como deve ser (não estou a falar contigo, Carolina Patrocínio! Rrrrrrr...)? Em que ter barriga grande é uma maravilha, mas se não viesse acompanhada por duas asas de panela gigantes de cada lado, óptimas para agarrar, era muito melhor? Sim, isto está tudo muito bem feito, é a natureza a acumular gordura para assegurar a sobrevivência, blá, blá, mas expliquem lá isso aos meus vestidinhos guardados no armário. Até as túnicas fogem a sete pés, cheias de medo que as costuras rebentem.

E uma pessoa, que só vai estar ao lado da elegantérrima da Cristina e com uma Joana Gama que está boa como o milho, não quer ir de pijama (coisa que, por mim, se tornaria farda oficial das grávidas e pronto). Bem. Alguma coisa tem de servir. 

Vamos ao que realmente importa: vamos falar de um tema que nos diz muito (o que será? Bolachas milka? Macramé?) e contamos convosco para sintonizarem o canal, mandarem bitaites na página do Você na TV, dizerem que eu sou a mais linda, o que vos der na gana. :)

Wish us luck! 


Estar grávida do segundo filho.

Confesso que, por muito que me dissessem que a magia era igual, não senti durante muito tempo. Não senti como da primeira. Andei ali que tempos a estranhar tudo, a esquecer-me de que estava grávida tantas e tantas vezes, a não ter uma ligação tão intensa com a minha barriga, pelo menos não tão intensa como da primeira vez. Nem o tempo de gravidez me pareceu o mesmo: passou tudo muito mais rápido. Não escrevi tudo num caderninho, não fiz um diário, não escrevi coisas apaixonantes, não tomei longos banhos de espuma a namorar cada pontapé, não cantei vezes sem conta para a bebé, nem conversei tanto com ela, não pus a barriga a ouvir música clássica. O pai não falou tantas vezes com ela, não beijou tanto a barriga, eu não comentei tanto cada pontapé, não roubei tantas vezes a mão do pai para sentir cada movimento. Não fiz tantas juras de amor. Não saboreei, com aquela paixão descompassada, cada segundo. Não fotografei a barriga todas as semanas. Não tive tantos medos, nem enjoos sequer. Não fiquei ansiosa nem fiz a mala com antecedência. Apesar da curiosidade, não a quis conhecer antes de tempo. Não tive, nem tenho, pressa. 

Acredito que, pela minha descrição, estar grávida do segundo filho possa soar a algo frio e desapaixonado. Não é. É algo sereno, terno, apaziguador. Amo e desejo esta minha filha tal como desejei a primeira. Mas, talvez por já conhecer o Amor na verdadeira acepção da palavra, a paixão louca da primeira gravidez dá lugar a uma experiência mais madura, mais calma, por já adivinharmos que vai culminar num amor maior do que tudo. A gravidez acaba por ser um misto de "já sei o que é" com um "que maravilha!". É um "já não me lembrava que era assim" com um "ficava nisto mais uns tempos". Tirando o episódio da semana que passou, esta foi uma gravidez santa, sem queixumes, sem dores, sem grandes ansiedades, nem sequer metade das idas à casa de banho. E, como não sei se será a última vez que estarei grávida, até já tenho saudades.

Estou grávida de 36 semanas, a um mês - se tanto - de conhecer a Luisinha. No tempo que nos falta, vou fazendo as despedidas, devagarinho, da minha barriga (que tem uma filhota aos soluços neste preciso momento), da Isabel como filha única e, também, de mim, como mãe de apenas uma, que consegue ter um colo sempre disponível. Não sei o que me espera. Assusta-me um bocadinho a gestão inicial, a partilha da atenção entre ambas, mas quero acreditar que o meu coração de mãe vai saber o que fazer e que o meu colo se vai espraiar, como as margens de um rio.

Só sei que vai ser uma aventura e tanto e que vamos ser muito felizes. Para já? Duas gravidezes vivenciadas de forma completamente diferente, mas uma certeza no coração: sou uma sortuda por poder sentir em mim este milagre da Vida.





5.09.2016

Até me fez imersão!

Abençoado domingo em que decidi questionar as nossas rotinas. Geralmente, enquanto a Irene dorme a sesta da tarde, vou rapidamente aninhar-me no sofá para ver qualquer coisa na televisão com o Frederico e cochilar um pouco (já mesmo quando a miúda está quase a acordar -  um clássico). 

Depois de adormecer a Irene e de ficar alguns minutos só a ouvi-la respirar e ver o corpinho dela a mexer com a respiração, decidi não fazer o mesmo de sempre. Fui tomar um banho, longo, demorado, de imersão. 

Uma amiga minha ofereceu umas "bombas" para o banho. Uma espécie de sais para o banho, óptimas e só naturais. Experimentei e... fui feliz. Durante meia hora, pus-me toda a parte de mim que cabia dentro da banheira, ouvidos e tudo e ignorei o mundo exterior. O intercomunicador estava ligado, a água conduz o som e, portanto, qualquer coisa podia ouvir. 

Senti a minha cabeça a viajar, desde pensamentos mais concretos como "o que vou fazer a seguir", para "os rebuçados deviam ter mais cores". Senti que a minha cabeça andava aos berros e que consegui acalmá-la um bocadinho. Acho que meditei ou que me hipnotizei. Qualquer coisa. 

A água estava à temperatura perfeita e, como estava cheia de espuma, conseguia ouvir a espuma a desfazer-se nos meus ouvidos e pequenas bolhinhas de ar a contornarem-me o corpo. 

Senti primeiro os pés, isolei-os do resto do corpo. Depois as pernas, depois a barriga (parece que me esqueci do pipi), as mamas, o pescoço e a cabeça. Entrei mesmo num estado diferente que, sinceramente, não tinha nenhum outro propósito que não simplesmente deixar de ser um bocadinho. 

Acho que foi um efeito tipo SPA/Yoga só que na banheira da minha casa de banho. Foram 30 minutos em que borrifei para imensa coisa, para o cochilar no sofá, para dar um jeito à cozinha, pôr a roupa a secar... tudo. 

Adorei. 


Lembrei-me agora que um dos pensamentos que me veio à cabeça foi agradecer ao meu corpo por se ter portado tão bem durante o parto, por ter funcionado, por me ter feito ter a Irene. 

Não costumo ser tão esotérica. Influências de uma amiga minha (obrigada, Eugénia) e, sinceramente, acho cada vez mais que o crescimento interior tem de passar por reconhecermos mais a nossa dimensão espiritual que deve passar todos os dias amuada a um canto por não lhe prestarmos atenção.

Não sou coach de nada, não sei nada de Mindfulness, foi uma experiência que correu bem e que me deixou muito bem disposta e contente comigo, por me ter dado esse momento. 

Experimentem também.

PS - Não façam é como eu e tenham o telefone perto da banheira que, quando vibrou, apanhei um susto tão grande que me ia afogando. Eu, se é para me afogar, não pode ser naquela posição como se fosse a parir de fininho.