Hoje fui chamada à casinha (até gosto do nome, apesar da piroseira) para me ser comunicado que minha filha teria iniciado a sua primeira relação amorosa. Não só que tinha acontecido como que tinha sido ela a tomar iniciativa.
Achei amoroso, claro. Especialmente porque sempre tive cuidado de não empolar o lado romântico na Irene. As crianças devem ser crianças e sinto que não se deve espevitar o "já tens namorado?" e a questão do casamento e família. Já chegam as imposições da sociedade - umas mais silenciosas que as outras - e haverá sempre tempo para lidar com elas. No entanto, ela convive com os amigos, há de ver desenhos animados em que tal acontece e, por isso, "limito-me" a oferecer o contraditório. Falando da importância da amizade, tentado explicar o que é o amor e como devemos tratar os outros e sermos tratadas.
O namorado "emprestado" da minha filha - porque "não damos beijinhos, mãe, por causa dos micróbios" - ofereceu-lhe hoje umas cartas Pokémon e ela tem o desenho de retribuir com uma carta de amor que escreveu sozinha - com tantos erros, que amor - para ele: "Crido XXXX, cria faser esta carta namorado". E amanhã lá vai ela entregar-lhe.
Giro que quando ela lhe pediu em namoro, ele primeiro disse que ia pensar e só depois voltou com a resposta afirmativa. Disse que passaram o almoço todo a chamar-se namorado um ao outro.
Claro que me ri, claro que dei a devida importância que isto tem para ela. Dei o meu melhor para não empolar, mas para pegar na situação e explicar-lhe mais algumas coisas, nomeadamente que, se o namoro um dia acabar, que é importante e possível que os dois fiquem amigos tal como a mãe e o pai ficaram.
"Ou namorados para sempre como os avós", disse ela.
O pai, ao telefone, quando ela lhe quis contar depois também frisou que ela deve ser sempre tratada com carinho e respeito e ela disse que já sabia. Além de lhe ter perguntado se o rapaz não teria a idade do pai só para ficar descansado, ahah.
Pelo que, venha o que vier, seja lá o que for, a Irene sabe que antes do namoro vem a amizade e que durante o namoro e depois também. E que, tanto na amizade como no amor, o carinho e o respeito são o mais importante.
Apetece-me ir coscuvilhar com os pais do rapaz, mas ainda me acham casamenteira, ahah.
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Este post tem uma boa dose de exagero, certo? Espero que, na realidade, não estejas a dar esta importância toda a este 'namoro'.
ResponderEliminarAcho que não tem nada a ver com isso. Não entendi como dando importância ao namoro - que claro que com 5 anos nem eles sabem o que isso é - mas sim com o facto de termos uma filha a conversar sobre tudo com uma mãe. Eu adoro quando as minhas me contam coisas giras e novidades na escola, das coisas mais simples aos desabafos mais sentidos. E, neste caso, é giro ver como a concepção para uma criança de namoro ou relação saudável passe tanto pela relação que os pais tiveram e já não têm, como pela dos avós. Pelo menos foi o que tirei daqui :) Só a JG poderá explicar hehe
EliminarEu também tirei do texto que a Irene conversa com a mãe. Mas também tirei um exagero no tratamento da situação.
EliminarQue ridículo este artigo! Fico sem perceber quem é a criança, a mãe, a Irene ou a professora?!!!!!
ResponderEliminarAs crianças não namoram, têm amigos.
ResponderEliminarSão crianças e o conceito de namoro não deve ser levado como brincadeira ou graça.
Fico muito admirada com este post...acho que a enfatização está desaqueada,mas entendo que queira solidificar a relação pelo respeito e pelo positivo...mas não consigo entender ...talvez eu não tenha ainda chegado a esse patamar...
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