2.25.2019

Já não há maminha para ninguém.

Há, mas é para mim. Agora, passados uns bons meses do desmame total da Irene, já consigo falar mais à vontade disto. Não porque tenha custado imenso, mas sim porque há sempre um período de recobro depois de cada acontecimento marcante antes de ter vontade de escrever sobre isso no blog. 

Quem geralmente fica chocado com a "falta de privacidade" que as pessoas como eu têm ao exporem tanto as suas vidas, talvez percebam assim que é um processo muito transparente mas nem sempre tão descontrolado quanto parece. Porém, já houve alturas em que escrevi aqui sem pensar ou achando que tinha pensado, mas nem dormia, estava bêbada de hormonas, acontece. Não sou jornalista (ehehe). 

Foram quatro anos e meio a dar de mamar. Começo terrível. Continuação terrível e cansativa, mas com tantos e óptimos momentos pelo meio. Tomei boas decisões. Tive de ter muita força de vontade, muita determinação e a minha dose habitual de loucura, mas não me imagino a agir de outra forma. Foi a melhor maneira para nós. Estou feliz.

Um bebé não vai deixando de mamar progressivamente de forma linear. Há fases em que mama mais outras menos, até que, quando é maior, já se poderá negociar com ele quando e quantas vezes se dá. A Irene e eu aprendemos assim também a falar uma com a outra. Aos poucos, com carinho e empatia indo delimitando o que é o corpo da mãe e o da Irene, o que são vontades da mãe e as vontades da Irene.

Ajudou-nos a ultrapassar a separação uma da outra quando começou a dormir em casa do pai.

Aconteceu aos 3 anos dela. De certa forma, a mama, depois de dormimos a primeira vez separadas e a segunda e a terceira, assegurava que a nossa ligação continuava idêntica, uma segurança importante para ambas. 

Agora que olho para ela... lembrei-me de vocês. E tantas de vocês que nos lêem há já tanto tempo. Ainda a Irene tinha as perninhas assim. Obrigada por fazerem parte das nossas vidas. A todas, mesmo aquelas que não comentam mas que torcem por nós, tal como nós torcemos por vocês. 

Claro que essa segurança, para as mães que não amamentem é seguramente feita de outras formas, no nosso caso, tendo em conta a nossa história. Era esta. 

Lembrei-me de vos escrever este post, porque o fim-de-semana passado era fim-de-semana "do pai" e apesar de ter aproveitado esses 2 dias para "arejar" e passear (nem por isso, passei o fim-de-semana a trabalhar e muito aqui no blog, até, eheh), estava a morrer de saudades dela. 

Estamos a entrar agora numa fase mais fácil. Estamos mais sintonizadas. Não há birras de manhã, não há levantar a voz da parte de nenhuma... tem sido tudo maravilhoso, por enquanto. Tal como a mama, nada nisto é linear. Talvez apenas distanciando-nos uns 10 anos dos eventos, ahah. 

Estava cheia de saudades dela e, para a adormecer, sugeri dar-lhe um pouco de colo já com a luz apagada. Pu-la na antiga posição que antes era a de dar mama (mesmo nas alturas em que ela rejeitava estridentemente a mama como poderá acontecer frequentemente por volta dos 3 meses ou até em desmames precoces). Ainda não o tinha feito porque não sabia se ela já se via a si própria como uma criança não amamentada e não queria criar mais uma situação em que tivesse de lhe dizer que não iria dar-lhe maminha. O colo ganhou, atrevi-me. E dei-lhe colo durante uns bons minutos, as duas de luz apagada, na primeira noite que dormia cá em casa depois do fim-de-semana com o pai.

Amamentamo-nos de certa forma (não se ponham já a ligar aos serviços sociais, sff).  A Irene não é muito fã de abraços e beijinhos (ainda, ahah) e, também por isso, este colo soube-nos pela vida a ambas. Não nos queríamos largar e foi super importante para nós. Tal como no outro dia ter-lhe dito que sim a tomar banho com ela e tê-la deitada de barriga para cima em cima de mim. Houve até alguns minutos de silêncio. Imaginem... 

Foram quatro anos e meio. Um curso muito intensivo para mim de maturidade e maternidade. Nunca se sabe tudo, nunca acaba, mas confesso que foi uma tareia de amor, persistência e "sacrifício" voluntário ;)

Há coisas que vos deixem curiosas sobre o percurso de 4 anos e meio a amamentar? Ou como aconteceu o desmame? Deixem nos comentários que poderei responder num próximo post, why not?

Já escrevemos MUUUUUITO sobre amamentação neste blog, artigos e desabafos muito úteis para quem esteja a amamentar ou queira amamentar. Leiam-nos e partilhem-nos por quem achem que beneficie. 



6 comentários:

  1. Joana estou na mesma situação à quase 4 anos e meio que amamento !! Agora pede menos mas por favor conta como foi o desmame!! Preciso de dicas porque não aguento mais !!

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    1. Se não aguenta mais então talvez esteja na altura de terminar. Eu estou mais ou menos na mesma situação. A minha filha tem 3 anos e deixou de fazer sentido para mim dar-lhe a maminha, mas também ando a adiar porque sei que vai ser difícil...

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  2. Olá!
    Foste tu que te sentiste preparada para começar o desmame ou foi a Irene?
    Beijinhos

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  3. Com 4 anos e meio já percebe bem se disser que já não pode mamar porque as maminhas já estão cansadas e a mãe também. :)

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  4. Olá! Comecei agora a fazer o desmame, aos 20 meses, porque não aguentava mais ! Mas tem sido terrível..ele chora mt e tem passado as noites acordado. Alguma dica para facilitar o desmame? Obrigada

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  5. Fico triste em perceber que ao contrário de antes... Já ninguém se interessa em comentar os vossos posts... Se observarem bem os últimos... Têm 2/4 comentários.. Revela desinteresse... Gostava que motivassem novamente este blog de forma ativa e interessante . Tenho saudades

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