5.27.2019

Eles não deviam ir para a escola.

Já pensei nisto centenas de vezes. Na maneira como escolhemos organizar o mundo em torno do dinheiro e das necessidades não essenciais nas quais nos focamos tanto para nos iludirmos com uma sensação temporária de satisfação em vez da de "felicidade" ou calma mais constante.  Foi uma frase muito...? Agora andam a dizer-me que às vezes entro em modo guru e que não me calo mas... convém irmos pensando nas coisinhas porque para estar em modo automático temos os electrodomésticos. Se somos racionais, convém usarmos isto da... racionalidade? Diria. 

Já me irritei. Já me irritei achar que as mães e os pais não deviam estar a trabalhar para pagar as escolas onde os miúdos ficam para as pessoas tomarem conta deles, mas depois da reunião da semana passada na escola e estando a Irene a passar por uma fase boa, não consigo não... mudar um pouco o mindset. 

A Irene já tem 5 anos. Obviamente que acho horrível - principalmente os pais não querendo - que as crianças tenham de ir para infantários e creches por falta de direitos, de liberdade, de compreensão da entidade patronal... por tudo. Acho mesmo que devíamos focar-nos mais na questão da parentalidade como um bem essencial para que o mundo melhore e continue a existir e deixarmos de ver as pessoas meramente como ferramentas para obter mais dinheiro. Porém, na maioria dos casos, é assim que funciona. Ainda. 

Há quem tenha de voltar a trabalhar com 3 meses de pós parto e 3 meses de bebé e isso devia ser crime. Estando a recibos ou a contrato, o quer que seja, fazer isto a uma família é algo com o qual nem os próprios patrões deveriam compactuar. Antes de serem patrões, são pessoas e um dia calha-lhes no colo serem mães e pais e espero que ponham a mão na consciência. 

A questão é que muitos patrões até já o são sendo pais mas estão muito focados no trabalho e, por isso, consciência destas coisas é infelizmente um espaço que não lhes assiste dada... a urgência do trabalho. Tudo é legítimo. É mas é escusado serem as crianças a pagarem por isso e, ja agora, os pais que querem dar-lhes a atenção que eles merecem. 

Fomos tomar um brunch só nós no outro dia, foi tão, mas tão bom... 

Estou irritadinha hoje, não sei se é de andar a dormir pouco, mas depois compenso nos próximos posts com mais simpatia, vá. 

Bom, seja como for. A Irene agora tem 5 anos. Está crescida. Deixá-la na escola não tem sido um drama. A minha vida está mil vezes melhor, estou muito mais feliz (e, newsflash: estas coisas estão ligadas umas às outras). Na reunião do colégio em que puseram a par de todas as actividades e jogos que têm vindo a fazer ao longo do ano (nesta escola e nesta idade a aprendizagem é feita em torno de brincadeiras e em momentos propostos pela professora e outros pelos alunos) e confesso que, pela primeira vez senti que afinal isto até está certo. "Nem tanto ao mar, nem tanto à terra". Tendo a sorte de encontrar uma escola que nos deixe descansadas e professoras nas quais consigamos confiar, faz muito sentido que as crianças passem os dias em conjunto e que haja uma orientação de alguém que também os ame (que seja uma espécie de mãe da escola, nesta idade) e que saiba o que está a fazer. Que além de ter sido formada para isso, também tenha vocação para o mesmo. 

Claro que não quer dizer que passassem 8 horas na escola ou às vezes 12h (que dor para TODOS), mas a escola não é um sítio errado ou mau - sendo a escola certa. A falta de liberdade de horários é que é horrível. 

Muita sorte tenho eu de conseguir para já ser freelancer e de a poder ir buscar a partir das 16h. No entanto, que bem que lhe faz. E que bem que tomam conta dela e a ensinam. O resto têm de ser os pais e a família a fazer ;). Mas, para isso, tem de haver tempo e descanso, caramba. E "trompas" para, mesmo cheias de medo, ajustarmos a nossa vida às nossas prioridades o melhor que soubermos. 

Aqui entre nós: a Irene só foi para a escola aos 2 anos e meio. Mesmo sentido tudo isto agora, nunca a teria posto mais cedo (porque pudemos tê-la em casa, claro). Há uma diferença gigante entre os 3 e os 5. E antes dos 3 achei mesmo - no caso da Irene, pelo menos - uma violência muito grande para todos.





As mulheres não são nada umas cabras

Estou neste momento a ver o Banana-papaia. Para quem ainda não sabe o que é, é o novo projecto da Joana Gama. 

Somos amigas há cinco anos. Trabalhamos as duas juntas, neste blogue, há quatro anos e meio. Vamos vibrando e apoiando os projectos paralelos uma da outra. Se vissem o meu coração minutos antes de cada espectáculo que vi da Joana Gama, percebiam o nervosismo por ela e o entusiasmo. Ri-me tanto. E eu não me rio com humor com facilidade. 

Quando ela começou a ser side-kick do Unas no Maluco Beleza, vi tudo religiosamente. Torci para que não acabasse nunca (que me desculpe a menina que estava lá antes). E ri-me tanto. Tanto talento e tanto prazer a fazer aquilo. As bujardas a sairem no momento certo. Cheguei a chorar a rir, com a "meia de leite". 


Quando me falou deste Banana-papaia com a Rita Camarneiro (que adoro!), e fui vendo os logos e as fotografias, já sabia que ia ficar incrível. Têm as duas uma energia enorme, têm graça e são autênticas. Ia escrever "loucas", mas chateia-me esse adjectivo para caracterizar pessoas que são genuínas e falam com poucos filtros. Se calhar faltam mais pessoas loucas no mundo então. Quando a "loucura" não prejudica outros, é só bem-vinda.

O programa está excelente. Elas são lindas, o cenário está giro e - o mais importante - o balanço entre rambóia e conversa séria está no ponto. Passa a correr. Ficamos a saber que a Joana Gama teve os lábios do pipi colados durante uma febre, sítios públicos onde já fez amor e que a Rita Camarneiro faz xixi nos WC públicos pondo os pés na retrete. Vejam!

Não gosto nada de ler por aí que as mulheres são cabras umas com as outras, invejosas, etc e tal. Acho que isso é mito ou que será apenas uma minoria. Na minha família, as mulheres são fortes, apoiam-se e torcem umas pelas outras. As minhas amigas são iguais. No trabalho, também nunca senti essa rivalidade tosca. E na internet, também vejo muitos elogios sinceros e gente que se passa a dar, para além do online. Por isso, acreditem em alguém que diz que gosta muito do trabalho de outra mulher. Neste caso de duas mulheres lindas e talentosas. Ainda por cima, neste meio (humor) em que a proporção de mulheres para homens é ínfima. Apoiemos mais aquelas e aqueles em quem reconhecemos valor.

Vejam, vale a pena. Parabéns, miúdas! Vocês merecem.

5.26.2019

FINALMENTE! A 2ª parte da conversa com Madalena Abecasis.

Não quero ser spoiler, mas acho que sofri de bullying da tia Lena neste vídeo. Um privilégio. Obrigada, 'miga. Cê é um máximo. 

Tivemos de aproveitar a conversinha toda para pedir uns conselhos à Madalena. Nomeadamente: onde é que a Joana Paixão Brás deveria fazer uma tatuagem, o que é que ela achava verdadeiramente do meu outfit e, já agora, da minha tatuagem enorme de tamanho motoqueira. 

A tia foi, como sempre, muito franca excepto quando lhe perguntamos por projectos pessoais... Grrr... será que vocês apanham um trejeito qualquer que nos escapou? Será que conseguem descortinar algo que a nós nos passou ao lado?

Toca analisar a fundo, Dona Madalena Abecasis, a rainha da fritura da classe alta da internet (óooooptima!)

Sigam-na, já agora aqui: @madalena_abecasis


O primeiro segundo da reacção da Madalena à tatuagem... promete ;)


Vejam, já agora, a parte 1 da conversa se estiverem a apanhar isto a meio aqui: (Quase) Tudo sobre Madalena Abecasis - Parte 1