2.26.2018

E vais amamentá-la até ela ir para a faculdade?

No outro dia, como algumas de vocês terão reparado, fui à SIC dar o meu testemunho de alguém que amamenta a filha com 4 anos. O que se tem chamado de "amamentação prolongada/tardia" mas que, realmente, não é nada mais nem nada menos que amamentação.

E, enquanto estava a ser entrevistada, fui-me apercebendo da quantidade de cenários imaginários que deverá haver na cabeça das pessoas que nunca passou por esta situação. À semelhança dos rapazes que, quando são novos, perguntam: "Se usas tampão, como é que consegues fazer xixi?". 

1) A Irene come outras coisas. 

A Irene toma pequeno almoço, almoço, lanche e jantar "como as pessoas". O leite materno não entra como complemento em nenhuma refeição. Consome bebidas vegetais e ocasionalmente um iogurte ou outro, mas nada frequente. 

2) Eu não ofereço mama à Irene. 

Eu não ando atrás da Irene para ela mamar, nem lhe ofereço mama. Eu amamento-a ainda por estar a respeitar o ritmo e a vontade dela. Creio que pouco terá que ver comigo a este ponto.




3) A Irene não pede mama ao longo do dia. 

A frequência das mamadas vai desaparecendo com o tempo (às vezes com previsíveis retrocessos em alturas que estejam mais carentes ou em saltos de desenvolvimento/crescimento). Neste momento só mama antes de adormecer (diariamente à noite ou, ao fim-de-semana, antes da sesta). A semana passada, por estar mais carente (e meia adoentada) pediu também mama de manhã, mas não é comum. Quando era mais pequena nem contava o número de vezes que ia à mama e é por aí que também passa a "livre demanda" (a maneira ideal de amamentar os bebés). 

4) Quando pede mama, espera. 

Eu que nunca fui a pessoa de "ahhh são só mamas, amamento onde for". Sempre que amamentei em público me senti um pouco desconfortável (por mim, mesmo que não houvesse comentários), mas tive de passar a fazê-lo. Era impossível fazer a nossa vida sem considerar essa hipótese e amamentar em casas de banho (e tinha de amamentar em pé que, em crises, era só assim que a Irene aceitava) não é de todo agradável. Nunca me apetece comer quando me cheira cocó. Mas isso sou eu. E, por isso, já desde há muitos meses que quando ela pedia mama e estávamos na rua eu explicava: "quando chegarmos a casa". 

5) Já não me doem as mamas ou pingo leite

Quatro anos depois a amamentação não é de todo o mesmo que no início. Já nem exerce a função alimentar (a de carinho, apêgo e de fornecimento de defesas e ajuda na construção de defesas) como incialmente. Pelo que as mamas não incham, não doem, não tem que se tirar leite, etc. 

6) "Mas isso não é já só vício?"

Nope. As crianças têm mesmo necessidade de sucção e até estando elas associadas à mama da mãe, vão gerindo a sua necessidade com algumas limitações, sendo que a mãe, por esta altura, já não está em todo o lado. Durante a noite também dormem sem ter que chuchar (se calhar há uns que, entretanto se habituaram à chucha e não tem mal :)), na escola não podem levar a mama da mãe atrás, etc. Faz sim, parte de um ritual, isso sem dúvida. Já reparei que, quando vamos dormir a outros sítios, há menor probabilidade dela se lembrar que quer maminha antes de adormecer.

7) "Mas vais amamentá-la até ela ir para a faculdade?"

Não. Até porque ela não vai ser obrigada a ir para a faculdade. Escolherá o seu caminho, sendo que a faculdade será apenas uma das opções (ahah, ela tem só 4 anos mas já pensei nestas coisas). Apesar de querer que seja o ritmo dela que determine grandemente a amamentação, o meu conforto e vontade também é importante. A idade "normal" de desmame na nossa espécie é entre os 2,5 e 7 anos de idade. Se aos 9 ainda mamasse, a situação teria de começar a ser gerida de outra maneira. Quanto mais aos 18. Ahah Nem imagino, ela estar a ouvir a Mega Hits, a fumar um cigarrinho entre mamadas (ahah).

8) Não te dói com os dentes? 

Miúdas, para quem teve um início de amamentação complicado, a fase dos dentes é só a coisa mais tranquila do mundo. No caso da Irene, ela mordeu uma vez, olhei nos olhos e comecei a fingir que estava a chorar e ela percebeu que me magoava. Tive sorte que me percebeu bem. Agora, com 4 anos de mamanço em cima, já ela sabe mamar a fazer o IRS ao mesmo tempo e eu também.




9) E as mamas? Têm ficado cada vez mais mirradinhas? 

Honestamente, até já começaram a melhorar. Dantes notava diferença quando estavam cheias e vazias, agora já estão sempre "neste estado". Não têm piorado, nada disso. Até tenho bicos nos mamilos, coisa que nunca tinha tido e que me faz sentir toda tesudona. Acho que até amamento só por causa disso.


10) Mas isso ainda faz alguma coisa?

Faz. Ajuda a passar defesas para o bebé e também ajuda na construção das suas próprias defesas. Isto além da questão emocional. Um bebé que sempre tenha mamado e que possa fazer o desmame ao seu ritmo tem uma experiência mais calma do processo. É como ouvirmos a nossa música preferida e, em vez de a ouvirmos até ao fim, alguém desligar a meio (enquanto dançamos e curtimos) e sem conseguirmos entender "porque é que me fizeram isto?". E, já agora, essa música preferida ser "a mãe" e ter sido a "mãe" a desligar.


Tudo o que já escrevemos sobre amamentação aqui. 
Fotografias: Joana Hall
Macacacões: Little Jack

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A Luísa já anda! E dança!

Quem passa por um susto como o que passámos sabe dar valor a cada conquista!

A Luísa não só anda, ainda que um bocadinho coxa, como já dança!

E é uma delícia vê-la a ganhar forças de novo e a dançar com o jeitinho que lhe é característico :) Foi um fim-de-semana maravilhoso. Cheio de luz!

Viram os stories? 🙏

Boa semana!!!❤️






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2.25.2018

Dormem com as vossas filhas? Péssimo hábito!

Se da primeira filha ainda levava em consideração algumas opiniões sobre coisas para as quais nem sequer pedia opinião, da segunda, não quero nem saber. Estou mais forte, mais confiante, mais segura. Continuo com dúvidas, há sempre escolhas a fazer, mas já não levo nada a peito. Já sei que faz parte. Que toda a gente tem algo a comentar sobre todas as escolhas e hábitos que temos enquanto família. Que toda a gente tem verdades feitas e que se baseiam nas suas histórias ou em histórias circundantes para criar regras e leis. 

Se há coisa que percebi nestes meus quatro anos de maternidade é que cada criança é uma criança e CADA FAMÍLIA É UMA FAMÍLIA. E que o que resulta para uns pode não resultar para outros. E que não há um certo e um errado. E que os médicos não têm de opinar sobre determinados assuntos, ou melhor, podem opinar mas a escolha vai ser sempre nossa.

Já não me lembro bem em que mês me disseram, numa consulta do médico de família, que já era suposto a Luísa ter o quarto dela. Numa das vezes ainda argumentei. Dadas as vezes que ela acordava, era preferível assim, para descansarmos todos melhor. Claro que tentei outras opções, mas não resultaram. Da segunda vez, sorri, disse que estávamos a tratar disso, e seguimos com a nossa vida. Da terceira vez, menti. Não me apeteceu dar explicações que não iam levar a lado nenhum. 

A verdade é que dormimos com as nossas filhas. Às vezes com as duas. Às vezes só com uma. Vamo-nos adaptando às necessidades delas. Às vezes estamos sozinhos na cama e acordamos quatro. Às vezes adormeço-as às duas e fico a dormir com as duas. Fazemos uma espécie de jogo das cadeiras com as camas.

Claro que isto seria inconcebível para outras famílias e não quer dizer que estejam erradas. Isto é o certo para nós.

Claro que eu preferiria que lhes pudesse dizer "boa noite, até amanhã", saía do quarto, beijinhos e lá elas adormeciam sozinhas e acordavam às 8h da manhã e ao fim-de-semana às 11h. Mas não é assim que elas funcionam, não são essas as capacidades e necessidades delas. E nós temos respeitado isso. A Isabel já faz noites seguidas, mas às vezes tem pesadelos ou xixi e acorda. A Luísa acorda todas as noites, mais do que uma vez. Às vezes mama outras vezes aceita o pai (e isto já é uma vitória, acreditem). Dormirmos juntos, a três ou a quatro, ou dois a dois, tem sido a solução para DORMIRMOS TODOS o melhor possível. Essa é a nossa prioridade. No outro dia diziam-me que era um péssimo hábito.  

É preconceito nosso.
Em muitas culturas, o co-sleeping é natural. E cá em casa é o que resulta melhor. Sem culpas, sem receios, sem achismos de que as estou a estragar. Amor nunca é demais. Respeito pela tranquilidade deles nunca é demais. 

E o casal?
Se não dormíssemos de todo é que dificilmente haveria vontade para sexo. Assim, o casal é capaz de se reeiventar, usar a imaginação e até se torna mais criativo.  

Por isso, e sabendo que esta será uma situação provisória, que durará apenas alguns anos, está tudo bem. Sem pressas. 

Péssimo hábito? Péssimo hábito é opinarmos sobre a vida dos outros. 


Almofada Ipi's
Colcha Zara Home
Coroa Momentos com Design
Álbum personalizado: Alboom Pic
Barra lateral: não faço ideia, foi emprestada, mas faz parte da decoração :)









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