4.23.2017

Já sei porque é que dorme a noite toda!

Não!!! Não façam essa cara! Não sou como aquelas mães todas saudáveis e com uma pele óptima que dizem tranquilamente (sem terem a felicidade devida, porque não sabem o quanto custa viver) "o meu sempre dormiu a noite toda". Aliás, quem lê este blog antes de ser o "cagão" que é agora com tanta gente a ler (e que me deixa toda orgulhosa e envergonhada quando vêm ter comigo  - adoro, mas "não sei lidar", como diz uma colega minha de 20 anos) sabe perfeitamente que eu, das duas que escrevem, sou a que tem a cabecinha mais fritinha e que não ajudaram as noites sem dormir em condições.

Foi das coisas mais difíceis de sempre o "tentativa e erro" para ver o que se passava com ela para acordar desde "se calhar está muito _______" - inserir: quente, fria, esfomeada, cheia, estimulada, sozinha...

Fiz de tudo e mais alguma coisa, leiam aqui tudo o que já escrevi sobre sono no blog (quanto mais para trás, mais desesperado). A Constança ajudou-me imenso mas, no nosso caso, as coisas persistiram, mais calmas, claro (porque eu fiquei MUITO mais calma desde que fui à consulta com a Constança), mas factos são factos e o que é facto é que a minha filha ainda acordava de noite. 

Aí está: é normal eles acordarem de noite. Podem é re-adormecer sozinhos ou não. No caso da Irene, muitas vezes era não. Mudei o meu mindset, passei a aceitar este meu destino em vez de tentar mudá-lo (muito mais serena depois do toque da fada - credo, sempre que escrevo ou penso a palavra toque, o meu pipi contrai-se). 

E, de repente, o tempo passou mais rápido. As noites mal dormidas já não eram um peso enorme ou um motivo para ter pena de mim própria, mas passaram a ser parte da família. 

"De repente" passou a dormir a noite toda. O de repente está entre aspas porque ela tem 3 anos. Isto não é um "de repente". De repente é, por exemplo, a facilidade com que se põe aquilo para fazer uma endovaginal sem haver um jantar antes. Isto foi mais um: "não estava à espera". Não estava. 

Agora, nalgumas noites, dorme desde as 20h30/21 até às 6h30 e sinto-me abençoada. Não acordo muito mais descansada (não sei porquê, na volta até já estava a gostar de não dormir), mas acordo numa de "fase nova, fase melhor". 


Já sei porquê! Porque está pronta. Porque lhe faz sentido. Porque fez 3 anos e é por volta desta idade (leiam Brazelton, por exemplo - obrigada, Joaninha) que se dão imensas mudanças e que terminam outras e, por isso, de momento, o cérebro dela parece-me mais calminho - até à próxima, claro. Também tudo melhorou depois de a ter mudado de escola, verdade seja dita. 

Às vezes não somos nós que não os tapamos, que não escolhemos o pijama certo, que não sabemos qual é a temperatura do quarto, que não devíamos ter deixado que eles vissem aquele desenho animado que nos deixou dúvidas, que... às vezes são eles a crescer. Ajuda-me compreender como é que ela funciona. E agora já sei porque é que dorme a noite toda (de vez em quando) e porque é que dantes não dormia. 

Como andam vocês por aí? 

A Irene e a avó, minha mãe, hoje à tarde. 



Recomendo vivamente: 

Os Bebés também querem dormir - leiam aqui o que escrevi sobre ele. 

De tudo o que leiam na internet ou mesmo que esteja nas estantes, não deixem que o desespero vos tolde o coração. Se sentem que não é suposto e que vocês e os vossos filhos estão em sofrimento, não o façam. Amor é sempre a palavra certa. Por vocês, por eles... 


Vestido da Irene - Tuc-Tuc

...............

Sigam-nos no instagram aqui 
a mim também aqui e à outra Joana aqui.
O nosso canal de youtube é este.

4.21.2017

Caguei no blogue.

Há dias em que não apetece. Como em qualquer trabalho. Como em qualquer relação. Até como em alguns momentos no papel de mãe.
Há dias em que apetece faltar ao trabalho, mas não convém. Não sem justificar a falta. Não sem dizer alguma coisa às pessoas que aqui aparecem religiosamente todos os dias (obrigada).
Publicamos por aqui todos os dias - começámos a saltar o sábado, porque achámos que merecíamos algum descanso. De resto, é muito, muito raro falharmos (muito menos às 21h, o primetime). É como se fosse um canal de televisão, nunca encerra, muito menos a esta hora. Podia escrever um post sobre a vacinação e o sarampo, mas sinto que já fui tudo dito (blogues, imprensa, FB). Podia desabafar sobre estar 24h/24h horas com um bebé em casa, mas não estou para aí virada. Podia fazer um compile do que foi acontecendo estes dias, mas para isso há o instagram.

Há dias em que gosto mais de estar por lá. Será que é porque o sinto mais como um hobby? Será porque adoro fotografia e acho um piadão aos stories? Será porque dá menos trabalho? Não sei. É injusto e sinto-me muitas vezes como se estivesse a trair esta relação com o blogue, uma relação muito mais duradoura e que me dá muito mais: mais prazer, mais leitoras, mais feedback e também mais dinheiro (sim, não vou negar o evidente). É este casamento que eu quero manter e é também por isso que dá tanto trabalho (e prazer, tipo pescadinha de rabo na boca).

Mas hoje... hoje caguei no blogue. 

Vou aproveitar que elas já estão a dormir para:
- ver um episódio do Por Treze Razões (sabem do que estou a falar)?
- comer um quadradinho de chocolate 75% cacau e beber um cafezinho
- desfrutar um bocadinho do sofá até adormecer. [ou até uma delas me acordar rrrrrr].

O meu patrão vai compreender. Sou eu.










............
............
Sigam-nos no instagram aqui 
a mim também aqui e à outra Joana aqui.
O nosso canal de youtube é este.

DAR MUITO COLO É 100% BENÉFICO!


"Cada pedacinho de amor conta para o desenvolvimento cerebral do bebé."


Dar (muito) colo e (muito) mimo é absolutamente crítico para todos os bebés, tem zero de consequências negativas e é 100% benéfico!

É mesmo isto que defendo e, quem me conhece ou acompanha o meu trabalho, sabe que para mim não há Bebés estragados! E não sou só eu que o digo. Existem inúmeros estudos que o afirmam, provam e defendem.

Para os Pais desse lado, já vos aconteceu certamente alguém lhes dizer que estão a “dar demasiado colo” e que “vão habituar mal o Bebé”. E a dúvida instala-se, sobretudo, nos primeiros meses dos Pais de primeiro berço.

Mas não se penalize por seguir os seus instintos que são mesmo os mais corretos! Estudo após estudo, a ciência prova que dar colo ao seu Bebé não é de todo prejudicial, e é mesmo uma parte essencial no que toca aos primeiros cuidados dos bebés, com um impacto a longo termo na sua saúde e desenvolvimento.

Hoje dou-vos a conhecer dois destes mais recentes estudos. Há uns meses, um deles, demonstrou que o contacto pele com pele, nos primeiros tempos após o nascimento, melhora o neurodesenvolvimento e está associado a um QI elevado, reduzindo os níveis de agressividade. Para além disso, o contacto pele com pele também aumenta a probabilidade de sucesso na amamentação, e pode até tornar alguns procedimentos médicos menos dolorosos para os Bebés.

Outro estudo, publicado na semana passada, salienta também a importância deste contacto pele com pele entre os Bebés e os seus cuidadores com efeitos muito positivos de longo prazo. Quanto mais o Bebé for exposto ao “toque gentil” maior será o impacto no desenvolvimento do seu cérebro, particularmente na área que processa estes estímulos, absolutamente necessários para a aprendizagem e desenvolvimento socio-afetivo.

Mas atenção: estas descobertas são válidas para aquilo que cientificamente se chama “toque intencional de afeto”, ou seja, não incluímos aqui o toque associado a momentos mais funcionais, como é o de mudar a fralda ou dar comida ao bebé.

Este contacto, este colo, é absolutamente imprescindível para o desenvolvimento cerebral do bebé. O toque é um dos primeiros sentidos a desenvolver, antes da audição ou visão, o que o torna na pedra fundamental para a construção de um desenvolvimento saudável. Cada pedacinho de amor conta para o desenvolvimento cerebral do bebé.

Perante isto, Mães e Pais, podem todos respirar de alívio e acreditem quando digo que não há forma de dar colo “demais”. Digo eu e é comprovado por inúmeros estudos que, constantemente, o reafirmam.

Ir ao encontro da necessidade biológica de contacto físico dos nossos bebés não se trata de um estilo de parentalidade mas sim de responder à nossa programação de necessidades milenar para um desenvolvimento saudável!

Ainda precisam de mais motivos para ficar bem agarradinhos ao vosso Bebé?

Prof. Clementina Almeida
Psicóloga, Investigadora e Mãe
My Lab ForBabies