4.11.2017

Cedo Demais?

Ui. O que tenho ouvido ao longo da vida tooooda da Irene (3 anos) que compro as coisas "cedo demais". Eu gosto de ter para quando já estiver pronta. Nunca fui a mãe louca por estímulos e gosto muito de respeitar o crescimento e desenvolvimento dela (tanto a nível físico como emocional). Há pressões de todo o lado para as fraldas, para o desmame, aqueles negócios que estimulam as crianças fisicamente com o pretexto de que estão a ganhar competências "para a escola" (supostamente o sítio para onde eles vão para ganhar competências - onde é que já vamos!!)

Gosto, porém, que ela tenha os instrumentos que a possam deixar mais contente e que se possa divertir com eles, quando lhe fizer sentido. E como havia uma trotinete na escola e me tinha parecido muito entusiasmada, foi essa a prenda dela de aniversário. 

Ando louca para andar em cima daquilo, já andei um bocadinho pequenino só para matar "o bicho" (falo da vontade de andar de trotinete e não o sujeito da canção do Iran Costa). Na volta temos a trotinete só por minha causa, ahaha. Ela ficou mesmo muito feliz e assim que for desenvolvendo as skills, vai-se apercebendo que se vai tornar mais e mais divertida. 

E é muito mais leve e prática que andar com um triciclo depois quando ela não quiser mais em cada passeio. :)









Coisinhas que possam ter achado giras: 

Roupa - Zara
Ténis - Vans (dah)
Trotinete - Imaginarium
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Este colete não está na moda.

Queriam fotografias da Joana Paixão Brás com mais lantejoulas e sentada ao pé de uma paragem de autocarro em Évora para mostrar pecinhas de roupa compradas num centro comercial mais próximo? Não. Hoje, para variar, falamos de algo um pouco mais substancial. Aliás, nem há muito a falar. Há a fazer. Há que reconhecer a CAIS na sua missão de dignificar e integrar socialmente quem usa os conhecidos coletes que agora são amarelos. Cor ainda mais fortes, tal como quem os veste.


Num próximo semáforo, durante o vermelho vejam o amarelo :)

Mais sobre a CAIS aqui.

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4.10.2017

Não deixem o amor morrer.

Já todos sabemos que não é um bebé que sustenta uma relação. Aquela máxima de "engravidar para segurar um homem" ou ter um filho para tentar salvar um casamento é crendice do passado. 

Neste momento, acho que já todos temos consciência de que a relação do dia-a-dia, o amor, a cumplicidade, a união na saúde e na doença, a noção do lado lunar do outro, o respeito e a empatia já têm de vir de muito antes. Se não vem - porque nunca antes havíamos sido confrontados com esse teste - tem de passar a haver. E a verdade é que um filho vem mudar muita coisa. Muda a casa, muda os horários, muda os estados de espírito, muda corações. E, ao mesmo tempo que os muda, acrescenta. E ao mesmo tempo que nos acrescenta uma força que não sabíamos que existia, acrescenta medos, acrescenta incertezas e traz ao de cima algumas das nossas maiores inseguranças e fragilidades. Perante o assoberbamento que é ter um filho a depender totalmente de nós, ficamos expostos. Totalmente nus.

Com o nascimento a paixão, como todas as outras, deixa-nos meio anestesiados no início e com borboletas na barriga. É uma explosão tão grande de emoções que choramos, rimos, ora estamos tranquilos e orgulhosos a olhar para aquele ser a dormir, tão perfeito, tão nosso, ora estamos em rebuliço a achar que não damos conta. E é na soma desses dias, em que começamos uma nova vida - todos -, em que nos vamos conhecendo e redescobrindo, em que vemos nascer e crescer uma criança, mas também dois pais, que o amor se sustenta.

Se não conseguirmos esperar que o outro se reencontre, se não conseguirmos colocarmo-nos no lugar do outro e perceber que há muito por curar, há um corte e um luto com o passado por fazer, há até memórias de infância que surgem, inesperadas, há um nós que às vezes não reconhecemos e que demora a reconstruir-se ou a aceitar-se, há sono, há cansaço e há - acima de tudo - mais uma pessoa na equação.

Nem tudo vai continuar a ser igual. Arrisco-me a dizer que nada vai continuar a ser igual. E se no meio desta mudança, a relação não sobreviver, então não é amor. Porque o amor é compreensão, é paciência, é abertura para tentarmos encaixar novas rotinas e novos "eu" na história. Amar é tentar, é dar uma nova oportunidade, sabendo esperar. O amor sobrevive a maus feitios, a zangas miúdas e a grandes, sobrevive a dias ou semanas com falta de sexo, a muito sono e a birras, de todos. Mas só sobrevive se for alimentado - mesmo com períodos de jejum-, só sobrevive se relativizarmos palavras afoitas ditas a meio de uma noite mal dormida, só sobrevive se dermos e recebermos e se tivermos noção de que amor não é só o prazer momentâneo e auto-satisfação. É abdicar também, é procurar também a felicidade do outro. Amar dá trabalho, ao mesmo tempo que não dá trabalho nenhum, porque, se de coração aberto, não custa nada.



Fotografia: Joana Paixão Brás



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