12.09.2015

Babysitting à distância.

Neste feriado, já que aproveitámos para ficar em casa (coisa que não fizemos no fim-de-semana) acabámos por por as visitas familiares em dia.
Aconselho vivamente este livro do Kiko para fazer de pseudo selfie stick para os miúdos.

Primeiro falámos com a avó Sílvia (o João e o tio Pedro) que não parava de chatear que queria ver a Irene pela câmara. Depois a avó Celina e o avô Bilas e, por fim, o avô Filipe, a Bibi e o tio Tiago.

Toda a gente ficou muito contente, tirando o meu pai (avô Filipe que, às 10h30, estava a dormir).


Também têm este babysitting à distância?





12.08.2015

Esqueci-me da porcaria dos t.p.c de Natal!

Porcaria é uma forma de expressão (sim, que eu tenho as educadoras da Isabel a lerem o blogue, respeitinho!). Opa!
Era para entregar na segunda-feira uma bola de Natal de cartão enfeitada e nunca mais me lembrei. Nem eu nem o pai.

Chibata, já! 

Eu até não sou das que se queixa com estes trabalhos de casa (tudo o que seja fazer actividades manuais com a Isabel dá-me prazer, apesar da falta de jeito das duas - o pai é o pior dos três), mas desta vez vão ter de me perdoar. Não me lembrei. Tinha guardado para fazer no fim-de-semana, mas andámos a mil e acabei por me esquecer. 

Vai chegar tarde e a más horas, desengonçado, mas feito com carinho e com a filha super orgulhosa por ter pintado a "boua" e colado auto-colantes. Para mim, o mais importante.

E vocês? São das que gosta de fazer estes T.P.C ou dispensavam bem? Levam isto muito a sério (como se fossem ganhar um prémio pelo trabalho mais bonito) ou deixam os vossos filhos "brilhar", à maneira deles? :) 




[Tanta coisa e agora não leva os t.p.c sequer porque está doentinha, com febre. Buaaaaaaa].

Arrependo-me tanto. Não façam o que fiz.

Estive um bom tempo a adormecer a Irene e pensei em algo para vos falar. Lembrei-me de algo que aconteceu hoje. Frederico a brincar com a Irene, no sofá, tão amorosos que o meu coração pára e parece que tiro fotografias do momento como se nunca mais tivesse direito a nada parecido e oiço "ela tem cocó". 

Ela tem cocó. Senti uma espécie de fúria a subir-me pela cara acima. Orelhas a escaldar, bochechas também (mas talvez isso seja da rosácea haha), até senti o cabelo mais esticado na cabeça como se estivesse arrepiada. Disse: "ela tem cocó e então?". 

Feita estúpida fui mudar. 

Apesar de ser uma pessoa que se considera minimamente inteligente, sou muito conservadora nalgumas coisas. A minha mãe não é nada assim, mas há um "eu" qualquer em mim que acha que a mãe é que deve arrumar a casa, tratar da roupa e tratar de tudo o que tem que ver com o bebé. A Joana Paixão Brás é o contrário (é como eu gostava de ser) e nem admite que se utilize o verbo "ajudar" em casos como "o pai tem que ajudar". Não se ajuda, é-se pai. Foi isto que ela escreveu num post algures. Ah, está aqui, afinal.

Apesar de me gabar de ser franca, nada tímida, frontal, etc. Pareço uma freirinha submissa nestas questões. Não gosto de lhe pedir para fazer coisas (sinto que ele é que as devia fazer voluntariamente), não gosto de lhe pedir para fazer coisas que sei que ele não gosta de fazer, nem gosto de o ver a fazer coisas que não goste de fazer. Também tenho a sorte de ter casado com um homem que expressa repetidamente o seu desagrado, o que não ajuda. 

Ora, a Irene nasceu. A Irene nasceu e tentei muito, mesmo muito incluir o pai em tudo o que podia. Inicialmente (porque tivemos uns stressalhões com a amamentação) era ele quem lhe dava o biberão (eu sofria em silêncio por estar tudo a correr mal nesse aspecto), mas isso foi só durante a primeira semana. Tudo o resto: almoço, jantar, mama, adormecer, acordar, fraldas, banho, vestir, passear... fui só eu que fiz e sozinha. Ele agora faz-lhe a comida, sempre. 

"Ah, o teu marido é uma besta!". Não, não... a culpa aqui é muito muito minha. Convidei-o sempre a fazer as coisas e perante o seu desagrado, em vez de lhe ter feito uma cara de "é a vida", disse "eu faço". Ficava amargurada por ele não querer fazer as coisas e estupidamente não queria que alguém que "não queria fazer as coisas" as fizesse, tendo em conta que "as coisas" aqui são a nossa filha. O que é que isto fez? Fez com que acontecessem várias coisas (já reparei que estou a usar muito "as coisas", já) menos boas: 

- Cansaço psicológico e físico aumentado vezes milhões da minha parte. Eu acho que estive mesmo a patinar para o "outro lado". Já é tudo tão difícil e eu piorei e muito tudo para mim própria.

- Ressentimentos injustificados (visto que depois negava a ajuda dele "ele dizia: não quero, mas faço, se quiseres). Tudo isto por causa daquela minha vozinha de freira que,  por dentro, dizia "é o teu papel, não é o papel dele".  Cansada e triste, ó que bem!

- "Retirei" o privilégio de ambos terem construído uma relação mais próxima desde o dia 1. Até agora se o pai deu 3 banhos foi muito. Claro que nada ficou perdido até porque agora estão sozinhos em casa enquanto vou trabalhar. Se antes não queria, também não permiti que nada mudasse para que passasse a querer.

O meu objectivo com este post e porque sei que há mais mães com esta vozinha dentro de si é ajudar a que não sejam imbecis como eu. É envolvê-los desde o primeiro dia, a bem ou a mal. Faz bem a todos. Há espaço para os dois. Por isso é que não os fazemos sozinhas. 

E não os odeiem por eles não fazerem ou não quererem fazer as coisas, pensemos em maneiras de os por a trabalhar, nem que seja com um chuto na peida.

Hoje deu-lhe o jantar porque me apeteceu secar o cabelo. Aos poucos vou conseguir ganhar seja lá o que for para meter ordem cá em casa. ;)