Aproveitei, nestas férias, para por a leitura em dia. Não gosto muito de ler romances e coisas de ficção. Sempre gostei mais de ler coisas que visse aplicação prática, para sentir que o meu tempo é inequivocamente útil, não vos sei explicar melhor. Já lambuzei uns Nicholas Sparks, já e gostei, pronto, mas sinto que não é tanto a minha onda. Lembro-me muito mais de gostar de ler livros sobre coisas que andava a estudar como teatro e fotografia do que propriamente a Veronica Decide Morrer e a Odisseia. Gostei muito do Admirável Mundo Novo, porém.
Este livro é uma das bíblias do que é a Disciplina Positiva ou "Parentalidade Positiva". Há pouco tempo falei-vos
do livro da Magda Dias que era uma óptima introdução ao tema e a esta "nova" postura - que não é assim tão nova, mas que está agora a ganhar mais terreno - relativamente à educação dos nossos filhos. É uma forma que não põe a nossa autoridade em causa, continuamos a ser quem manda, mas que não necessitamos de infligir aos nossos filhos. Um bom líder é aquele que é seguido por inspirar confiança, respeito e amor. Quem se serve de medo e de ameaças é porque não possui ferramentas capazes de fazer melhor, mas pode sempre mudar/aprender.
Eu quero aprender e este livro é nível dois. É já para quem tem uma noção base do que é a tal Disciplina Positiva e já escolheu adoptá-la como modelo. Aqui, o que se passa, é que as autoras quiseram (ou foram obrigadas a, por necessidade dos pais) fazer um manual exaustivo com exemplos práticos da aplicação da mesma.
Muito passa pela verbalidade. Maneiras de fazer perguntas, de não fazer julgamentos, de não etiquetarmos os nossos filhos desnecessariamente, de aprendermos a trabalhar em conjunto, de sermos uma família e não uma "ditadura", com castigos e tudo. Extremamente útil para quem esteja verdadeiramente interessado.
Ficamos com uma consciência, a princípio bastante enervante, do nosso discurso mas que, aos poucos, se vai integrando em nós, se vai tornando natural.
Sugere a elogiar os nossos filhos de maneira produtiva (sabiam que elogiar os filhos pode fazer-lhes menos bem ou não fazer nada?), a dar-lhes atenção com A grande, a conseguir aproximarmo-nos deles sem que tenhamos de ser invasivos...
Ganhei muito a ler este livro. Se uma de vocês já se sentir interessada, também já ganhei o dia por isso.
Acho que não anda para aí à venda aos pontapés e que se tem de mandar vir.
O que não deixa de ser irónico: "mandar vir" um livro de disciplina positiva! ;)