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6.06.2018

Sonhei que estava grávida

E chorei, chorei muito. Acordei a soluçar de tão real que era.
Foi mais um pesadelo. É algo que não faz parte dos nossos planos a curto e médio prazo (para o David, nem sequer a longo).

Tudo porque eu ando com mais barriga (não ando a comer o que devo) e a Isabel, na mais pura das inocências, me perguntou se eu estava grávida de um menino. Sim, ela adorava ter um mano. Respondi-lhe que não, que estávamos muito felizes com as nossas filhas maravilhosas e que ela, quando fosse grande, poderia ser mãe também, se quisesse.
Aquilo ficou de alguma forma a marinar dentro de mim porque sonhei e foi tudo demasiado real. Dentro do sonho, eu entrava um bocado em pânico. 

Adoro ser mãe, mas não me imagino nos próximos anos com mais um filho. Não tenho disposição, vontade, paciência nem tenho uma rede de ajuda suficiente para que eu consiga não considerar um terceiro filho como um fardo. Elas ainda são pequenas, não são independentes e dão muito trabalho. Depois, sonhamos com o nosso casamento, com a lua-de-mel e ansiamos por uma semana de férias sem filhas. Para o ano, a Luísa já irá com os meus sogros, as primas e a Isabel para a praia em Junho uma semana. E eu vou adorar ter esse tempo para nós. 
Além disso, um terceiro filho implicaria carros diferentes, mais custos nas creches e mais investimento monetário. 
Depois, tenho 31 anos e tenho tempo para pensar, com calma, daqui a uns anos nesta hipótese. 

Um filho é um filho. Tenho a certeza de que daríamos a volta, que o iríamos amar muito e que ele nos iria fazer muito felizes. O cheirinho dos bebés mexe comigo, tenho saudades das minhas filhotas bebés, mas consigo racionalizar e concluir que não quero mais, por agora (e não sei se um dia quererei ou quereremos).




Quantos têm ou gostavam de ter? Também têm sonhos com gravidez?



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8.08.2016

Carreguei-o nos braços, ainda sem respirar.

A minha cabeça é como aquelas zonas em que há um ecoponto, mas que se está toda a gente a borrifar. Está tudo baralhado e, à noite, enquanto durmo, bem que tenta "arrumar a casa", mas acho que para o fazer, tem que tirar tudo e voltar a pôr.

Lembro-me frequentemente de sonhos. Também me esqueço facilmente depois. No entanto, este ficou aqui gravadinho só mesmo para me azucrinar. 

Percebo umas coisas de interpretação de sonhos (acho eu), por prática, por leituras e por ter feito uma espécie de psicanálise durante uns tempos. "Percebo". Quer dizer, até que ponto é que aquilo que se acha hoje em dia que são leituras próximas da verdade, realmente o são? Um dia virá um Freud qualquer dizer que, se sonharmos com terra, que quer dizer que temos saudades de um esquilo de uma das nossas vidas passadas, por isso, o saber aqui - como em tantos outros campos - é tão, mas tão relativo.

O sonho, Joana. O sonho. 

Ok.

Estava deitada na cama da Irene, a dar-lhe de mamar. Era de manhã. Estava nua (costumo estar só de cuecas). Apercebi-me de que algo se passava entre as minhas pernas e senti uma cabeça quente, com cabelo. Como a da Irene quando nasceu. Uma cabeça mole, quente e com imenso cabelo. 

Instintivamente o meu corpo começou a expulsá-la, enquanto dava de mamar à Irene. Tentei que a Irene não reparasse no que estava a acontecer e tudo prosseguiu, para ela, com a devida normalidade. Dei-lhe a "ota maminha" quando ela pediu. 

Fiquei com um bebé nos braços. O meu novo bebé - nem sequer sabia que estava grávida. Ele estava confortável dentro de um casulo transparente (sim, eu sei) e ainda agarrado a mim por um cordão gelatinoso. Depois de dar de mamar à Irene, fui ao nosso quarto e disse ao Frederico que tínhamos de ir para o hospital porque eu tinha feito com o que o bebé nascesse. 

Lá fomos. Entrei directamente para a sala das urgências, sem preencher papeladas primeiro. Achei que era importante a esse ponto. Descalça, com um vestido, mas com o cordão a ir de mim até ao meu colo. Disse a uma enfermeira: "Olá, o meu filho nasceu, pode ajudar-me?". 

Ela disse: "já o aspirou e limpou?". 

Disse que não que, por isso é que estava ali (ui, vieram-me lágrimas aos olhos porque acabei de perceber o significado do meu sonho, que chatice... vocês não imaginam o quão escrever sobre as coisas é importante para mim, isto ter-me-ia escapado...). Ela pegou no bebé e levou-o para o limpar, aspirar, tirar da placenta, etc. Isto imediatamente a seguir a ter cortado o cordão umbilical. 

Perdi-o. 

Não nesse sentido, noutro. Por alguma razão, não decorei para onde foi o meu filho, nem me conseguia lembrar da cara da enfermeira. Corri o hospital todo a perguntar se alguém tinha visto o meu bebé a quem eu tinha pedido ajuda para que ele ficasse bem. Não o encontrei. Todas as pessoas me pareciam iguais, os corredores iguais, além de estar super preocupada com o Frederico (choro outra vez) porque ele não tinha entrado nas urgências comigo e não sabia minimamente o que se estava a passar. 

Decretei-me maluca e fui para a cafetaria. Quando peguei no meu telemóvel velhinho para escrever ao Frederico - sem conseguir com os nervos - "tá td bm". Ele encontrou-me e com os olhos de quem estava em pânico....

Acordei. 

Estou a chorar imenso, caramba. Estou no estúdio sozinha (estou a fazer manhãs hoje) e, por isso, posso. 

Este foi o parto dentro de mim. Isto foi o que o meu corpo registou do meu parto. Esta foi a verdade emocional para mim. 

Estou quase pronta para seguir em frente :) . Sinto isso. 

Eu demoro é a digerir. 

Que alívio.


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