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6.19.2019

Ela quer usar crop-tops e eu deixo.

Não sei quanto a vocês, mas para mim a "barriga" sempre foi algo com o qual lidei mal. No início, achava que era barriguda porque tinha engolido demasiado ar para arrotar e que nunca tinha saído. Depois, sempre que usava tops ou que tinha coragem nesse dia, passava o dia todo a encolher a barriga ou, quando me sentava, a tapar com camisolas. 

Nunca gostei de me ver de tops, mas queria muito gostar e sentir-me capaz. Agora que vou ver as fotografias da altura, claramente existia (e ainda deverá existir) um desfasamento muito grande entre aquilo que eu sentia e "como estava". 

Não conheci ainda nenhuma mulher para quem a questão do "peso" não a atormentasse de alguma forma. Sabemos todas, mesmo que não saibamos explicar, de onde isso tudo vem. Dos media, claro, das nossas mães e também de uma necessidade normal de querermos sentir-nos atraentes por sabermos que isso é uma característica importante para atrair os pares. 

Novembro de 2017 - quando ainda não me irritava tirar fotografias em que corte os pés às pessoas. 


A Irene sempre teve uma barriga grande. Quando acabava de mamar parecia um balão daqueles das feiras. Mais tarde viemos a fazer alguns exames e também era por ter o baço (espero não estar enganada - será o fígado?)  com um volume no limite máximo da normalidade. 

Entretanto parece que, depois de "apalpada" pela médica, já voltou tudo ao normal, mas continua barriguda. Até a professora dela fala com carinho da barriguinha "de bebé" que ela tem. 

Depois da consulta com a médica, fomos chamados à atenção para o percentil dela, que tinha havido uma subida de dois no espaço de um ano. Muito se pode dizer sobre estes percentis, mas devem servir como... "guia" ou apenas como um sublinhar de algumas atitudes, diria. Vamos ter mais atenção à qualidade da alimentação da Irene e nomeadamente aos açúcares como a Dra. apontou. 

Entretanto, a Irene tem querido usar tops. Lá lhe comprei uns tops, daquelas t-shirts mais curtas da Zara e lá vai ela toda contente de vez em quando para a escola, com a barriga para fora toda orgulhosa. Aquilo, confesso, que me dá alguma satisfação de ver. A forma como a Irene ainda não foi afectada pela "noção geral de estética" em que uma barriga grandinha não é para se mostrar ou que as mulheres têm de ter todos aqueles corpos de tábua de engomar (atenção que adoraria ter, faço parte da massa - aliás, o meu problema é AMAR massa, até ;)). 

Que bom que ela (ainda) se sente assim. Claro que daria para pensar onde é que ela foi buscar a ideia de que os crop tops isto ou aquilo, da mesma maneira que tem adorado camisolas de alças, mas são as referências que ela tem. Acho-a tão querida. 

Que sorte que ela tem em ter uma mãe que não a faz sentir-se mal com o corpo dela. E de aos 5 anos ainda ter este espaço para se sentir segura sobre si, sobre a sua imagem e usar o que lhe apetecer e como lhe apetecer. 

Quero muito que ela cresça mais confiante e menos espartilhada. Vocês preocupam-se com estas coisas? 


7.23.2018

Um ano depois disse adeus ao DIU!

Foi assim tão rápido! Se há coisa que tenho aprendido com a idade é que a vida dá mesmo muitas voltas. Há um ano (em Fevereiro), quando fui por o DIU pensei que me ia livrar de para aí uns 5 anos a tomar a pílula porque tinha a certeza que não queria ter mais filhos e que também não queria estar a encharcar-me de hormonas diariamente (o meu DIU libertava hormonas, mas a dosagem era extremamente baixa por ser localizada - como a ginástica, sim haha). 

Lembro-me que estava encantada com a ideia. Até podem ler aqui. Fazia todo o sentido para mim na altura. Estava com o pai da Irene, sabia que não iria querer ter mais filhos e, por isso, para quê? Entretanto divorciei-me e tal ;). 

Agora é diferente. Agora não preciso de todo de ter o DIU. E, aliás, tenho agora a oportunidade de viver a minha vida completamente sem estar a tomar hormonas extra e vou aproveitar. Além de que, aqui entre nós, apesar de não encontrar grandes apoios científicos para isto, tenho quase a certeza que aumentei de peso por causa do DIU (e também de todas as mil vezes que no meu trabalho fui à vending machine e havia Chips Ahoy!).

Fui tirar o DIU e doeu-me quase nada. Nem percebi que a Dra. Marcela já tinha tirado (adoro-a). Tinha-me doído a pôr porque tenho o meu útero em itálico (ahah). 

Uns dias antes já sonhava com fertilidade e andava super entusiasmada por recuperar a naturalidade do meu corpo (me aguardem que daqui a um ano, se continuar assim, vão ver posts meus sem depilar as axilas e a defender que as mulheres se querem ao natural). Além de que, mesmo sem saber explicar bem, ter o período (que não tinha para aí há uns 6 anos) dá-me uma sensação de detox físico e espiritual qualquer. Claro que me posso dar a este luxo porque não tenho dores enormes como algumas pessoas que conheço. Há mulheres que sofrem mesmo muito com o período e... só posso dizer que lamento muito e que ouvi dizer que poderá melhorar se dois dias antes tomarem anti-inflamatório de 12h em 12h horas, algo que devem falar com a vossa GO e depende de caso para caso, claro. 

Estou feliz porque me sinto inteira. Mesmo que já esteja a dar uso aos tampões que tinha a apanhar pó desde antes de ter engravidado. Acho que até tinha saudades de comprar tampões, vejam lá. Que parvoíce. 

Mais alguém que tenha sentido aumento de peso com o DIU?

Alguém que tenha tirado e que sinta tudo isto? 

Ou... estou só muito feliz no geral e, por isso, mesmo que tivesse ido fazer só as sobrancelhas vinha com este feeling de que a vida é a melhor coisa do mundo? 

Posto isto, estou a adorar as minhas férias. :) Podem acompanhar-nos no meu instagram aqui :) 



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8.06.2017

Eu queria ser anorética.

Nunca escreveria este título de ânimo leve. Imagino a dor que represente não só para quem sofra de anorexia como para todos os que rodeiam essa pessoa e respectiva impossibilidade de ajudar ou de até compreender. 

Porém, era verdade. Lidei sempre mal com o meu corpo. Nunca gostei dele. Havia coisas que gostava em mim que, quando lúcida, conseguia vê-las, mas o normal era detestar-me. Não conseguia, contudo, parar de comer. Queria ser magra, queria ser mais loira, queria ser mais ou menos, mas não tinha grandes hipóteses. 

Recordo-me de ter passado vários dias num verão a protelar a comida o máximo que podia, a fazer o máximo de exercício físico que podia, a deitar fora as sandes que fazia para comer na praia, mas rapidamente fui posta nos eixos pela minha mãe. Isso não fez com que o ódio desaparecesse. Tentei vomitar o que comia das maneiras mais clássicas, tentei tudo. 

Odeio tanto a minha barriga há tantos anos que houve uma fase em que adormecia com um cinto apertado na barriga para me lembrar de a encolher enquanto dormia - pensando eu que um dia ficaria com a barriga perfeita assim - já que não conseguia "sequer" (palavra-chave aqui) deixar de comer. 

Sei que como emocionalmente. Sei que 90% das vezes em que como não tenho fome. Sei que como da mesma maneira que puxava do cigarro quando saía de casa às 8h da manhã para ir para a escola ou quando entrava no carro para ir para o trabalho. Não tenho grande controlo nisso. Ando a tentar. De dentro para fora. Faço terapia e acredito que ao pôr em ordem as minhas ideias, conseguirei lidar com todas estas questões e outras com mais calma. 

Até lá tenho criado as minhas ferramentas. Tenho dado o meu melhor para não me pôr em dietas porque sei que facilmente posso ficar demasiado rígida comigo própria e evito pesar-me. Não quero que a compulsão de me pesar diariamente me faça entrar num jogo de culpa e gratificação que, mais uma vez, vai espelhar-se na péssima relação que tenho com a comida. 

Além de que sei que o PESO não é o que interessa. Temos de parar com esta cultura de "perdi x quilos" e de nos informarmos mais um bocadinho - atenção que quem vos diz isto é alguém que, se se pesasse e tivesse perdido 10kgs ficaria imensamente feliz, mas estou a tentar ser racional. O peso pode ser água, músculo, órgãos, ossos e gordura. Interessa-nos perder massa gorda e não o resto. Se aumentamos de peso quando fazemos desporto é porque estamos a ganhar músculo (ou a comer mais porque achamos que o ginásio nos faz emagrecer). Para perder gordura (e não peso) o segredo está nas escolhas alimentares e não na quantidade de desporto - isso garanto-vos, senão eu estaria já tesudona com os treinos que tenho feito. 

Temos de nos concentrar no que interessa: sermos felizes. Vá, mas depois disso, vamos concentrar-mo-nos na GORDURA e não no PESO. 

Até já desenrasquei uma balança que me dá esse dado para tentar ignorar os kgs que pouco ou nada significam (estou satisfeita com ela- vejam aqui). 

O meu mindset é ser mais saudável. Comer melhor. Viver um estilo de vida mais saudável, mas é claro que gostaria de emagrecer (perder volume, gordura) um pouco. Por isso, escolhas saudáveis e nada de olhar para os kgs como se fossem uma espécie de tribunal em que nos dizem se somos uma merda ou se merecemos emagrecer. 

Não podemos criar uma relação pouco saudável, destrutiva connosco. É o clássico "se não gostar de mim", sim, mas...  é pior que isso. É: se não gostar de mim, não gostarei de mim. 

Estou a dar tudo o que tenho e tenho muita sorte em poder ter uma excelente equipa (#omelhorptdomundo e a Nitricionista) comigo. Acho que 2018 vai ser o ano. Depois engordo em 2019 para celebrar, haha. 

Dica: não ponhamos balanças na casa de banho das nossas filhas. 

Eu a encolher a barriga a 6 de Agosto de 2017. 



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