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5.27.2018

Encontrei as fraldas perfeitas!

Já me queixei algumas vezes de que a Luísa acordava muitas vezes toda molhada de manhã. Talvez por mamar ainda muitas vezes durante a noite, a miúda enchia imenso as fraldas.

Experimentei todas as marcas e mais algumas, das mais conhecidas às brancas - que uso na boa durante o dia - experimentei números acima e até sobreposição de fraldas, fralda debaixo com furinhos e fralda de cima um ou dois números acima. Usei quase todas estratégias que me iam recomendando - ficou de fora uma em que me aconselhavam a por um penso higiénico dos nossos mas aquilo não me pareceu apropriado, tive receio que lhe fizesse mal ou provocasse alguma irritação. Mas segui uma que me pareceu ter toda a lógica: não apertar o body para a fralda poder crescer à vontade. Às vezes parecia que tinha encontrado a solução mas no dia seguinte lá tinha as calças molhadas, quando não era lençóis incluídos. Aquela dica de retirar os líquidos à noite também não resulta por aqui, onde há “bar aberto”.

Até que nos enviaram para experimentar umas fraldas novas da Dodot - Bebé Seco -  que prometiam um bebé seco até 12 horas, sorri e pensei, com alguma desconfiança: “vamos lá a ver se são estas que aguentam os xixis da Luísa...”.

E não é que aguentam mesmo?! Desde que ela as está a usar que não molha o pijama!

Alguém que tenha problemas do género? Como resolveram?









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5.14.2018

Devíamos pedir autorização para lhes mudar a fralda.

No vídeo que se segue, a especialista em educação sexual Deanne Carson referiu que, para se mudar as fraldas aos bebés, se deveria pedir autorização (enquanto se falava sobre tentar construir uma cultura que atente ao consentimento, num canal australiano). Mesmo que estes ainda não verbalizem, podemos estar atentas à sua linguagem corporal e prosseguir apenas depois de haver espaço para o fazer. 





Mesmo que o cabelo e o aspecto da senhora não puxe pela credibilidade por parte de algumas de nós (o que também não está certo), o que será que podemos retirar daqui? Obviamente que não é para aceitar tudo o que se lê na internet (mesmo as coisas que a Joana e eu escrevemos), no entanto, podemos - se tivermos disponibilidade para nos questionarmos sobre as coisas - pensar um pouco sobre isso. 

Isto leva a muitas outras conversas em que, em resumo, os "filhos não nos pertencem". Eles não são nossos e claro que me leva a pensar novamente nisto de fotografar a miúda e de a publicar nos posts e de a associar a publicidade paga, claro que sim. Acima de tudo, acho que devemos ter tempo para pensar e para discutir para que as nossas decisões sejam conscientes. Parentalidade consciente, ao invés de reagir automaticamente, porque às vezes o que nos surge automaticamente não é o que queremos mesmo fazer. O meu instinto, por exemplo, quando a Irene faz birras, é levantar a mão para lhe bater. E tenho trabalhado muito para encontrar alternativas e soluções.

Voltando à vaca fria:

Quando se pensa pela primeira vez nalguns assuntos, o nosso reflexo poderá ser rir, gozar com o assunto ou com o cabelo da senhora, escrever comentários negativos à blogger que escreveu o post (eheh), etc. O ideal, será que, algures ao longo da semana surja o pensamento e que nos debrucemos um pouco. 

O que é que esta senhora quer dizer? Parece-me ter um intuito muito bom. As crianças têm de ser tidas em conta como pessoas e não como "empecilhos". "Ai não queres? Queres, queres!". Há vários exemplos de que a nossa cultura tende grandemente a não ouvir e respeitar as crianças como quando insistimos que dêem um beijo a alguém quando não querem ou em abraçar quando uma criança também não quer ou dar a mão quando a criança não quer, etc.

A criança tem direito a não querer. A criança é pessoa. E nós, por muito que queiramos algo, não temos o direito de lhes impingir nada que não seja "para o bem delas". Não são nossa posse. E mesmo a forma como lhes "impingimos" tem de ser respeitadora, como gostaríamos que tivessem feito connosco. 

A maior parte delas é muito clara em expressar as suas vontades e muitas de nós (é um caminho) não somos muito boas a ouvi-las (especialmente quando estamos mais cansadas), mas é um exercício que devemos fazer. Tentar colocarmo-nos no lugar dos nossos filhos. E também no de todas as outras pessoas com quem tenhamos uma relação, para tentar perceber "de onde vêm as coisas". Estamos habituados a, quando não cabe, tentar enfiar na mesma e logo se vê. A, de olhos fechados, dobrar um bocadinho mais e, se partir, compra-se outro. No entanto, quando educamos uma criança e lhe estamos a mostrar o que é amor, não podemos entrar num "logo se vê". Não dá para comprar outro ou, mesmo fazendo outro, este vai continuar a existir por aí... 

Pedir autorização para mudar a fralda parece ridículo. Há uma parte de mim que até escreveu este tema numa lista de temas para fazer stand-up em breve, mas deixei que a ideia me caísse. O que este ritual "vou mudar a tua fralda, ok? ensina à criança e habitua os pais a fazer é dar um tempo para que a criança faça contacto visual ou reaja de alguma forma ao que foi dito. De mal não me parece haver nada. Honestamente. 

De bem? Acho que poderá relembrar os pais que a criança não lhes pertence. E que lá por estar mais "vulnerável" por ser pequenina , o nosso dever é protegê-la e não sobrepormo-nos a ela ou aproveitarmo-nos disso para fazer da parentalidade uma missão mais fácil... Aparentemente, como é óbvio. Dá muito mais trabalho ter trabalho (era mesmo isto que queria dizer). Claro que lhe vamos mudar a fralda, mas há formas e maneiras. Se, por alguma razão, a criança estiver numa fase em que não gosta que lhe mudem a fralda, é arranjar estratégias para que ela fique confortável e não mudar-lhe a fralda rapidamente borrifando-nos para o que é que ela nos está a dizer. Eles têm sempre razão, podemos é não estar a perceber. 


Fotografia The Love Project


Não é de confundir com permissividade. Autoridade não quer dizer respeito. Há coisas e coisas. Eu não deixo que a Irene atire coisas para o chão agora aos 4 anos depois de já saber que não é para se fazer. Cria-se um problema que vou tentando resolver de várias maneiras e chateio-me, claro. Porém, quero ensinar-lhe que o corpo dela é dela. 

Houve uma vez em que fui fazer uma ecografia endovaginal em que têm que por o aparelho dentro de nós e não me pediram licença. Comicamente disse: "é assim? nem um sff ou um jantarinho?". 
O nosso espaço íntimo é mesmo o nosso espaço ÍNTIMO e ele existe desde que eles são bebés. Não vejo problemas em mostrar-lhes, desde cedo, que eles é que mandam nisso. Claro que se "disserem" que não, não vão andar o resto do dia com a fralda por mudar. Ser mãe é também ser muito criativa.
Arranjar soluções. Contornar os problemas. Fazer com que os nossos filhos estejam confortáveis. 

Sei que parece ridículo. A sério que sim, mas acho que prefiro ser ridícula, ter este tipo de situações em conta e pensar nelas do que por considerar totó à primeira não deixar espaço para introduzir mudanças ou novas perspectivas na maneira como educo a minha filha. 

Quero que ela saiba que o corpo dela é dela. E que ela tem todo o direito de dizer que não ou que quem não lhe pergunte o que ela quer não está a agir correctamente. É cedo quando se muda a fralda? Sim e parece parvo, mas pode ser o início de tudo o resto estar mais esclarecido para ambas as partes e mal não faz.