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11.25.2019

Mais um podcast: como ser freelancer?

Já tínhamos falado sobre isto em vídeo. Acho que foi logo num dos primeiros meses! Ainda estávamos cheias de moral e de esperança que este estilo de vida fosse preencher todos os nossos maiores sonhos. Agora, um ano mais tarde, o que sentimos em relação a isto?

Aqui ainda estávamos as duas com as preocupações normais de quem tem um emprego estável. 


Estes bichos doidos da comunicação são freelancers há um ano. Ou perto, vá. Conseguimos usufruir da nossa liberdade e almoçar a meio do podcast, esperamos que não se importem (muito). No entanto, talvez tenhamos ajudado a construir um cenário mais realista para quem esteja na dúvida ou precise de um último empurrão para seguir em frente com os seus sonhos. Ou então, talvez os derradeiros testemunhos para se deixarem estar no quentinho do vosso contrato de trabalho. De nada, Mundo.


Também podem ouvir nos podcasts da Apple mas sou azelha e não consigo retirar o link direito para pôr aqui. Não vai ser por isso que não vão ouvir, pois não? Nãaaaao!
Se quiserem ver o vídeo em que ainda estávamos com cara de quem estava confortável na vida, está aqui: 





Todos os domingos temos um vídeo novo para vocês. Continuámos com o jogo das perguntas da semana passada e, desta vez, o alvo foi a Joana Paixão Brás. Querem ver? 




Outra novidade: associámo-nos à Science4you para vos trazer um desconto de 10% em tudo o que comprarem por lá com o código AMAEEQUESABE, sendo que recomendamos encarecidamente as estufas de morangos, melancias e meloas. Uma prenda educativa, sustentável e comestível. Além de servir para os vossos filhos no natal (e sobrinhos, etc) ou para os próximos aniversários. Podem comprar já aqui, por exemplo ;)




3.29.2019

Fomos à praia a meio da semana

Sei bem o quão privilegiada sou ao ter esta brecha de luz a entrar, de conseguir respirar fundo a meio da semana.

Da última vez que a escola das minhas filhas fez greve, eu levei-as comigo para o trabalho. Claro que não tinha de o fazer, podia ter tirado o dia, etc, mas quando estou a trabalhar e comprometida com pessoas e com responsabilidades, tenho muita dificuldade em protelar. Por isso, e porque me dava jeito estar a trabalhar nessa manhã por lá, levei-as. Não foi assim tão fácil, no entanto. Até que a Luísa fez uma birra porque já era hora de almoço e devia ter fome e sono (e aí eu senti que com 2 anos aquele não é o sítio mais fixe para se estar - a Isabel já se aguentou lindamente). Ainda por cima eu estava numa fase de muito cansaço e senti-me atrapalhada. Pensei na tal falta de alternativas e de rede que dá tanto jeito [e sei que muitas de vocês também não o têm].

Agora que sou freelancer, tenho este alívio e disponibilidade (mas digo-vos já que nem tudo são rosas; que é estranho não saber bem com o que contar ao nível de pagamentos - uns são a 30, outros a 60 dias, outros a 90...- e que ainda não encontrei o balanço certo para conseguir ter jantar feito e casa arrumada e e-mails respondidos e textos escritos e tentar não deixar de lado o desporto e ir buscá-las cedo...).

Mas bom, levei-as comigo até ao meu treininho em Monsanto (com o Chama a Sofia) o que, com o bom tempo, nos soube muito bem. E depois, fomos almoçar à praia e, pelo sim, pelo não, levámos fatos de banho. Estava um ventinho, mas esteve-se mesmo bem. Só não entrei na água, credo, não sei como elas conseguem! 

Foi um dia daqueles mesmo, mesmo bons. A Luísa dormiu debaixo do chapéu e pude ver a Isabel a brincar, com toda a atenção. Elas estão mesmo a crescer. E eu tenho muita sorte de poder ser a mãe delas e de estar lá nestes momentos sem a pressão habitual.








12.03.2018

Foram 11 anos. E agora? Como se faz sem emprego?

Hoje é o primeiro dia oficial da minha saída daquele que foi o meu primeiro emprego e, portanto, o único. 

Foram 11 anos a trabalhar no Grupo Renascença Multimédia em que fiz "um pouco de tudo". Acho que nada melhor transmite o meu feeling como os posts que fiz nas minhas redes: 

Olá a todos 
Serve esta publicação para comunicar que, após 11 anos, já não trabalho na Renascença. Foram 11 anos em que muita coisa aconteceu, onde passei de menina a mulher (ahah, que horror), mas que, tal como tudo na vida, tem o seu tempo.
Também já usei calças à boca de sino com triângulos de lado e soutiens desportivos enquanto as maminhas cresciam e agora só uso os soutiens para não me magoar quando salto muito a treinar. 😉
Fui locutora da Mega Hits (acho que não me faltou fazer nenhum painel), da RFM (acho que só me faltou experimentar fazer o Oceano Pacífico), fui copy, gestora de conteúdos, sei lá. Um conjunto gigante de coisas em que dei sempre o meu melhor em prol de uma marca que, desde que me lembro, faz parte de mim. Desde que o meu pai me disse que a Coca-Cola tinha uma rádio de universitários "ou lá o que é". Desde que ligava freneticamente o 3422000 para falar com os animadores, até enviar um currículo no meu 2º ano de faculdade só porque "deve ser giro trabalhar lá".
Esse "deve ser giro" foi há mais de uma década. Vamos ver o que há mais "de giro" por aí. Sendo que vou sentir falta de dar o meu melhor "bom dia" a todos os colegas nos corredores da empresa e, acima de tudo, ter saudades dos meus amigos da Mega com quem tive o privilégio de viver tantos anos e que tantas Joanas conheceram.
É complicado sair da casa dos pais, mas tem que ser. 
Obrigada ao Grupo Renascença Multimédia por reconhecer o meu talento , por ter apostado em mim e por todos os amigos que tive oportunidade de fazer.
(foto da primeira vez que abri uma via de rádio em 2007)


Agora, com calma, vou ter tempo para pensar, criar, executar, ver e pensar. É assustador quando as coisas saem do normal ou do "previsível", mas também é uma oportunidade. Ainda no sábado, quando fui jurada da 26ª Gala da Abraço, uma das produtoras disse que achava que o blog estava aborrecido e... não vai faltar tempo para deixar de estar. Afectou, meninas, afectou, ahah. 

Estou ainda muito perdida nas minhas ideias. Não costumo sentir-me tão livre para fazer coisas. Claro que vou fazer um podcast, claro que vou investir mais tempo aqui no blog, claro que tenho vinte ideias para livros e para mais uma centena de coisas, nomeadamente stand-up, mas como priorizar?

Ao estar a trabalhar há tantos anos numa empresa e com horário definido, como saber lidar com liberdade agora? Como saber confiar em mim já que sou, de momento, a única responsável por todas as minhas escolhas e vida? 

Sinto o entusiasmo dos cães quando sabem que vão à rua, mas neste caso estou a levar-me a passear sozinha pela primeira vez. É difícil, mas é das melhores sensações que já senti: liberdade. Liberdade, responsabilidade e medo. 

Acredito que tenho as ferramentas para não me deixar ficar. E quase que acredito que isto só vai ser bom e que me está a ser dada uma oportunidade para "voar" para finalmente ter uma vida não só que adoro, mas que seja feita à minha medida. Deixar de viver a vida porque sim e passar a ter a MINHA vida. 

Claro que é duro quando podemos escolher. Sentimos sempre que perdemos algo (e ainda vem a culpa associada), mas poder fazê-lo há de ser sempre, sempre uma sorte enorme. 

Ainda para mais este momento vem no seguimento de, a nível pessoal, ter sido mãe, ter ficado em casa com ela, ter-me divorciado e agora, aos 4 anos da Irene, parecer ser também o timing certo para me voltar mais para o que quero fazer com a minha vida. 

Está tudo mais do que certo e vamos a isto. Pode ser que corra tão, mas tão bem que um dia venha a olhar para o medo que sinto hoje e o abrace. :)

Agradeço, desde já, todo o vosso apoio e gostarem tanto de mim e da Irene. Vamos continuar por aqui. Talvez mais do que nunca ;)

As mães freelancers querem dar-me conselhos? Insights?