5.07.2015

a Mãe desbronca-se (#07) - Ficar só a cuidar da filha


Olá Isabel :) 

Fico toda contente por ter uma pergunta direccionada só para mim, senti-me especial. No bom sentido, não no outro. Estou há muito tempo em casa a tomar conta da Irene, é verdade. O "muito tempo" é por não ser habitual e não por já estar farta. Em alguns países da Europa as mães têm direito a um ano de licença de maternidade para estarem com os filhos (e, a verdade, pelo menos do que ouvi dizer, alguns são os países em que se goza menos tempo de licença de maternidade porque vão logo trabalhar).  Eu tenho fases. Sou muito caseira, gosto muito de estar em casa, sempre gostei. Nunca tive daquelas vidas todas doidas de ir para a discoteca todas as semanas e, portanto, não me sinto a fazer um desmame de nada. Compreendo perfeitamente essa necessidade que tem de se sentir útil. Sinto-a todos os dias. Escrevi um manual para as mães que ficam em casa que talvez seja engraçado ler (está aqui). Pareço uma médica a receitar coisas :)

Eu, apesar de estar "parada", estou a fazer uns biscates aqui e ali, tirei um curso online, estou a ler coisas para ver se começo um outro projecto, o que também me ajuda. Já experimentaste ver se há algum curso online que te entusiasme e que te dê alguns objectivos? Até te pode ajudar depois na carreira quando voltares e, assim, já não sentes tanto como "tempo inútil". 

Eu fico muito deprimida nas fases em que não há sintonia. Quando a Irene dorme pior durante a noite, quando custa pô-la a fazer as sestas, quando, por causa disso, come mal e anda birrenta, etc. É tudo um ciclo. Nas fases em que está tudo alinhadinho, tenho mais vontade e gosto de fazer pequenas coisas (que podem não ser grandemente úteis, mas sinto-as como tal). 

Ontem fui comprar pão de manhãzinha, levamos com o sol no focinho e sinto que determinou o correr do resto do dia, entendes? Depois fomos, à tarde, fazer uns "recadinhos" ao centro comercial (por umas calças a arranjar, ir ao correio). E, assim, todos os dias vão sendo diferentes e vamos tendo uma pequena cenoura à frente. Tem é de ser pequena, para não ficarmos frustradas. Lê aquilo que pus ali em cima, acho que pode mesmo ajudar. 



Aproveita agora também para fazer tudo aquilo que dantes não tinhas tempo para fazer. Sendo que, não te esqueças, deves dormir sempre que o bebé dormir se for daquele género de não dormir à noite. Senão a tua cabeça é a primeira coisa a ir embora e toda a família se ressente. Arruma o armário. Separa roupas para dar. Organiza os sapatos. Põe os talheres todos a lavar. Lava os armários da cozinha por dentro. Sei que estás a pensar: "não é bem a minha ideia de diversão". Acredito, mas sabem tão bem quando estão feitas. Somos animais e isso já ajuda nisso que estás a sentir. Acredita. Cá em casa instituí a quinta-feira como o dia da limpeza da casa e isso também me ajudou a diferenciar os dias (dispensei a empregada da limpeza da casa, visto que cá estou eu e poupamos dinheiro). 

Começa um livro (escrever ou ler). Compra cremes para a cara e começa a tratar mais de ti. 

Aproveita para o bebé, aproveita para ti e o primeiro passo já está dado: sabes perfeitamente o que estás a sentir e porquê. Isso é óptimo. 

Ajudei nalguma coisa? ;)




10 comentários:

  1. Eu estou em casa com a minha bebé à mais de 8 meses e apesar de adorar (o meu papel de mãe e de dona de casa!), existem dias (principalmente quando está mau tempo e/ou ela tem uma noite ainda pior que as outras!) que me custam tanto! E sinto-me tão mal por sentir isto. Às vezes, sinto-me má mãe, porque tenho uma oportunidade única de estar em casa com a minha filha, e existem dias que custam.
    Hoje fomos tomar o pequeno almoço ao café, passear o cão, e apanhar este solzinho logo as 8h e pouco da manhã, e soube tão bem.
    E já desabafei. Desculpem lá.

    Beijinhos, e obrigada.
    ��

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    1. Tão bom desabafar, não é?

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    2. Oh Claudia, é que é mesmo. E o melhor de tudo? Sem ninguém a olhar de lado a pensar "ela só se sabe queixar de barriga cheia!".

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  2. Excelentes dicas. Também as usei quando estava em casa e nunca senti que queria regressar ao emprego. Mas houve dias que custaram passar (birras, noites mal dormidas, doente) e só tive vontade de fugir, mas passou.

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  3. Estou em casa com o meu filho desde que nasceu ha 4 anos ele so entrou em setembro de 2014 para o infantario mas so vai de manha das 9h30 ao 12h 30 pois so por essas horas pago 35 euros todos os meses porque e privado porque o dia todo ficava 150 euros estando eu desempregada nao dava para mime as vezes adoro estar em casa outras detesto fico deprimida chegando a chorar pois nao tenho carta nao posso ir para/qualquer lado tendo os meus pais longe tambem so vou leva lo ao infantario buscar pao busca lo e casa e e sempre assim os meus dias so saiu ao fim de semana pois o meu marido tambem trabalha das 3 h da tarde a meia noite detesto o horario dele mas tem de ser :(

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  4. Estou em casa com o meu filho desde que nasceu ha 4 anos ele so entrou em setembro de 2014 para o infantario mas so vai de manha das 9h30 ao 12h 30 pois so por essas horas pago 35 euros todos os meses porque e privado porque o dia todo ficava 150 euros estando eu desempregada nao dava para mime as vezes adoro estar em casa outras detesto fico deprimida chegando a chorar pois nao tenho carta nao posso ir para/qualquer lado tendo os meus pais longe tambem so vou leva lo ao infantario buscar pao busca lo e casa e e sempre assim os meus dias so saiu ao fim de semana pois o meu marido tambem trabalha das 3 h da tarde a meia noite detesto o horario dele mas tem de ser :(

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  5. Joana, a minhas questao é o oposto. Como n o me sentir frustrada por ter que começar a trabalhar no final do mês? Há dicas? :) se pudesse tirava licença como tu ❤️

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  6. Eu não sou muito de estar parada, e realmente aproveitei bem a licença.
    Todos os dias saia para passear com ela no carrinho (foi no verão) e a minha casa levou "uma volta", limpei armários e roupeiros por dentro; lavei janelas; limpei paredes; arrumei roupas; fiz comida para congelar (croquetes, rissóis, hamburgueres, etc); organizei o batizado.
    Assim, não enlouqueci e quando voltei ao trabalho estava tudo em ordem :-)

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  7. Já eu não sou muito de limpezas, mas quando me comecei a inquietar (já a garota tinha quase um ano) comecei um hobby: aprendi a fazer gorros e outras coisas em crochet. Além de me ocupar as mãos e a cabeça, relaxou-me e deixou-me expandir o meu lado criativo. Agora estou de novo empregada e sinto a falta de estar em casa e ter tempo para... bem para ter tempo.

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  8. Tive tantas crises dessas :D É normal são tantos anos a trabalhar e pouco tempo de férias que nós sentimos a diferença :)

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