11.04.2019

Adopto a gata ou não adopto a gata?

A Isabel e a Luísa foram dormir, no sábado, a casa da tia que, além de gatos mais adultos, tem dois gatos bebés. Da última vez que lá tínhamos ido, a Isabel fez todo um número dramático porque queria ficar com um. Eu percebo-a. Eles são irresistíveis. Expliquei-lhe que não ia dar. Que não tínhamos, neste momento, vida, espaço e tempo para animais de estimação. Foram lágrimas e mais lágrimas, umas de crocodilo e outras bem sentidas. 

Mas neste fim-de-semana não houve lágrimas nem pedidos. Houve uns olhos maravilhosos de bambi de quem está absolutamente apaixonada e "mais vale é aproveitar cada segundo". Passou sábado à noite e domingo de manhã a dar-lhes colo. E nós, que até agora tínhamos sido irredutíveis, estremecemos um bocadinho das pernas. Ficaram bambas. 

Este é o gato, mas ela escolheu a gata para adoptar


Eu andei 16 anos da minha vida a pedir um cão. Chegou nessa altura e lembro-me bem da felicidade que foi. Lua. A nossa Lua. O meu pai foi buscá-la ainda estávamos no apartamento em Santarém, mas tinham comprado casa na aldeia, com terreno e espaço para ela correr à vontade. Aquele ano foi um "inferno", com destruições atrás de destruições, óculos e paredes roídas e o diabo na terra. O engraçado é que não a trocaríamos por nada. Foi nossa amiga durante tantos tantos anos. Deu-nos o Pipo, que ainda é vivo, já velhote. Quando a minha mãe me ligou a dizer que ela tinha morrido, envenenada, chorei tanto, mas tanto. Andei quase uma semana deprimida. Ainda me comovo a pensar nela. 

Por isso, eu sei da importância de se ter um animal de estimação. Da relação e das memórias que se criam. Claro que queria dar essa experiência às minhas filhas, mas também - assumo - sou bastante comodista. Sou preguiçosa para limpar a casa. E só de pensar em ter ainda mais responsabilidades e mais um ser que depende de mim até estremeço. Por tudo isto, ponderámos bastante. 

Ou então não, nem pensámos assim tanto, sentimos que poderia seria bom e pronto. Decidimos que vamos trazer a gata para casa. Que ela vai fazer parte da nossa família. Ainda estou um bocadinho em choque, tal como quando descobri que estava grávida (ahah não me gozem). Já desenterrei o aspirador robot que estava na despensa e que eu não usava há séculos - já sei, nem precisam de dizer: PÊLOS. Já sei que tenho de comprar um arranhador, uma caixa para ela deixar os seus presentes, uma caminha, mantinha; que vai levar vacinas agora em breve e todos os anos (é isso?); que tenho de a ensinar a não trepar para as bancadas da cozinha, etc, etc. Mas como é que isto se faz?

E é nesta parte que eu estremeço. Não percebo nada de gatos. A minha avó Rosel teve muitos gatos mas eu tentava não me afeiçoar muito a eles, ora porque morriam atropelados ora porque apanhavam doenças. Chorei tanto que deixei de sentir coisas fixes. Tenho até - não diria medo - respeito por eles. Fico assim sempre meio desconfiada quando um me vem parar ao colo. Não consigo relaxar. Não sou, pelo menos até agora, uma cat lover. 

Mas adoro que as minhas filhas gostem de todos os animais com que se cruzam. Que tenham este amor todo para dar. E não vou ser eu a passar-lhes este pequeno arrepio que se me dá. 

Por isso, aqui vamos nós para mais esta aventura (ainda está na minha cunhada até levar a vacina).

Deixem dicas, conselhos, lojas porreiras para comprar o material e comida, sosseguem-me, deixem histórias felizes que é para eu deixar de estar meio ansiosa com isto e passar a sentir só coisas boas.

Obrigada :)



11.03.2019

Ser mãe não é SÓ como nos anúncios

Agora que és mãe vamos dizer-te o que ninguém nos disse. 





Aqueles primeiros meses podem ser extenuantes. Queremos dar o máximo, ser a mãe que aquele ser precisa, queremos dar conta. Queremos estar bem. E, às vezes, fingimos dar conta. Fingimos estar bem. Damos o máximo, mas o máximo parece ser claramente insuficiente. No meio do caos de uma casa, do sono e da exigência, esquecemo-nos de nós. Temos vergonha de pedir ajuda.

Por isso, queremos dizer-te que é normal. É normal sentirmo-nos impotentes, cansadas e, até, desesperadas. Mas pedir ajuda é fundamental. E este é o nosso hino. Um hino à maternidade, mas principalmente um hino às mães.

A Meghan Markle, duquesa de Sussex, mulher do príncipe Harry, agradeceu ao jornalista que lhe perguntou se ela estava bem. Mais facilmente nos focamos no bebé do que na mãe. E não, não é vitimização. Não nos comparemos com as nossas avós ou bisavós que tinham de ir trabalhar no dia a seguir ao parto ou que os levavam para os campos e que "não estavam para aqui como mimimis” (expressão que até me dá comichão).

Claro que temos de “andar para a frente”, mas cuidar de nós, não nos armarmos em super mulheres e não fingirmos que está tudo bem, quando não está, é essencial. Falemos disto. Das coisas boas - que são inexplicavelmente boas - mas também das difíceis.

Estamos juntas?


Só para o caso de terem esbarrado connosco só agora, somos duas Joanas, uma com duas filhas e claramente mais cansada e lenta, uma com uma filha e claramente mais maluca: Joana Paixão Brás e Joana Gama respectivamente. Temos este blogue e podem seguir-nos também em www.instagram.com/amaeequesabe.pt e em www.instagram.com/joanapaixaobras e www.instagram.com/joanagama assim como no nosso canal de Youtube, onde abordamos os mais diferentes assuntos relativos à maternidade, mas não só.

Subscrevam este canal para conteúdos parvos e para outros de qualidade, que somos feitos de muita coisa, certo? Certo.

Ah! Só mais um recado: estamos a preparar mais um A Mãe É Que Sabe Ajudar, onde iremos a casa de uma recém-mãe ou grávida quase quase quase a parir, levar jantar, passar a ferro ou ajudar no que for preciso. Levamos presentes e, por isso, se as marcas desse lado se quiserem associar, são bem vindas. Email: amaeequesabeblog@gmail.com

10.31.2019

Odiamos viver.

O quê? As bloggers não têm direito a não querer viver? Têm, têm. Não é por termos recebido um presskit na semana passada de pensos para perda de urina e, em tempos, nos terem oferecido um kg de queijo que não nos vamos queixar como as pessoas normais. Era o que faltava. Apesar desta nossa profissão de deusas também temos momentos em que odiamos viver. 

No dia de gravação deste podcast estávamos as duas piursas e fizemos questão de vos brindar com a nossa alegria.

Fotografias de quando estávamos felizes e tesudas. 


Domingo contem com um vídeo novo no nosso canal de youtube (já seguem?) como é costume ;)


Também está no Apple Podcasts ;)