10.07.2016

Recuso-me a aceitar que és a última bebé cá de casa

Recuso-me. Recuso-me a aceitar que serás a última bebé cá de casa. Mesmo aproveitando-te a cada segundo, mesmo dormindo contigo sestas para te ouvir respirar e estar lá quando acordas sobressaltada. Mesmo falando muito contigo, observando e ouvindo as tuas respostas, as tuas expressões. Mesmo não tendo estado ainda nem 30 minutos longe de ti. Recuso-me. Recuso-me a aceitar este tempo galopante que te acrescenta tantas gracinhas mas que leva de mim aquele bebé pequenino, que mal abria os olhos. Ontem viraste-te completamente, levantaste o rabo e puseste-te praticamente em posição de gatinhar. E eu pedi-te calma. Não estou preparada. E recuso-me. Recuso-me a despedir-me, para sempre, desta fase de bebé. Já sei como passa depressa e como num piscar de olhos vais estar a correr por aí e com saídas de nos deixar o queixo caído. Já segredei ao ouvido da tua irmã, numa daquelas noites em que não me deixa sair do lado dela, que ela vai ser sempre o meu bebé, mas a verdade é que eu já tenho muitas saudades. Muitas, muitas. Deste tempo que é só nosso. Em que estás cá fora, mas que te aninhas como se nunca tivesses de mim saído. 

Adoro ser mãe. É o que de melhor sei fazer, o que mais me completa, é o que me define, na minha essência mais profunda. Sou terna, sou um abraço enorme, um colo inesgotável, uma voz carinhosa e brincalhona, uns ouvidos atentos. Adoro os desafios que chegam, todos os dias, de ensinar, educar, brincar, impor limites, conversar e mesmo quando erro, quando não sou a mãe que quero ser, encaro-o como uma aprendizagem... E gosto de ver crescer a mãe que sou. Mas adoro a fase inicial, de amor em estado selvagem, mais de pele do que de cérebro, mais de abraços, colo e beijos, do que de conversa. 

E na verdade eu sei, Luísa, que muito provavelmente és a última bebé cá de casa e, também por isso, aproveito tudo ao milésimo. Todas as fases são bonitas, mas esta, em que és pura, tão dependente e quentinha, no meu colo, não se repete, passa depressa demais, e faz-me ter a certeza de que nasci para isto. 

21 de junho de 2016, Susana Cabaço Fotografia


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10.06.2016

NUNCA treinem com um PT porque...

... há imensos inconvenientes. Tenho-me vindo agora a aperceber porque me meti nisto há 15 dias e nunca antes tinha falado com nenhum mais do que os 2 minutos necessários para recusar as aulas de abdominais ou para ir encher uma aula de cha-chá-chá à última da hora... 

#1 Ter de variar mais frequentemente a roupa do ginásio 

Podem não ser como eu, mas eu sinto que toda a gente decora a minha roupa - talvez porque eu decoro a dos outros. E, por isso, o meu castigo é sentir que não posso repetir roupa muito perto uma da outra. Se passo a ir ao ginásio (ou estou a tentar) ir três vezes por semana, tenho de começar ou a usar calcinhas de domingo só para variar ou, então, de ir fazer uma razia à Decathlon à secção das coisinhas mais baratuchas.




#2 Ter a paranóia dos macacos no nariz 

Como vamos andar em posições mais criativas, tenho sempre receio de ter um gorilinha à espreita que esteja pronto para diminuir a minha credibilidade. Eles ficam muito perto de nós. Demasiado.


#3 Ter de mostrar a real face

Não sou capaz de ir para o ginásio maquilhada. Porque é que disse que não sou capaz? Porque já ponderei. Ponderei quando há pouco tempo tive um eczema no olho direito e parecia que tinha tentado estrelar um ovo em cima dele. Ponderei quando me apareceu um herpes (e tive em negação em relação a isso durante uma semana). Ponderei quando ontem me apeteceu um mini quisto perto do queixo que eu, estupidamente, insisti em espremer (não é quisto, mas é uma borbulha grande). Eles vão ver tudo. Tudo.

#4 Ter que ter o buço actualizado

Ah pois, meninas! Se no dia a dia até podemos gozar da questão de andarmos sempre muito rápido de um lado para o outro e de ninguém nos ver bem de perto, neste caso o bucinho tem mesmo de ir. Até porque senão é das primeiras coisas a reluzir quando começamos a ficar mais suadinhas. 

#5 Ter que ter as axilas impecáveis

Epá, imaginem só. Estarem a fazer alongamentos com uma mini púbis debaixo dos braços. Acho que não é isso que pretendemos para a nossa vida. Claro que adorava ser hippie e não me preocupar com estas coisas, mas em mim a lavagem cerebral já foi demasiado fundo. Não consigo ver nem 4 mini pêlos aqui debaixo. 

#6 Trabalhar uma resting face agradável

Quando temos de fazer trabalho mais pesado, vamos fazer semi caras de AVC. Claro que vamos. Creio que é difícil ter cara de selfie quando se faz agachamentos ou seja lá o que fiz hoje que sei que envolveu algo pesado e ter que me levantar e baixar. 

#7 Ter atenção aos ruídos sensuais

Agora depende da intenção de cada uma. Eu não pretendo clima sensual e como sou mesmo muito sensualona, tento sempre que os meus ruídos sejam similares aos de alguém que tenha sido pisado por uma grua. Porém, garotas que querem seduzir seus PTs, aqui acho que podem sempre tentar fazer uns relinchares de gato cansado e indefeso, pode ser que tal ofusque o vosso cheiro a cavalinho por já irem a meio do treino.

#8 O suor mamal e genital

Tinha uma colega minha no teatro que, quando se empolgava e entregava muito, por estar de leggins, ficava com uma mancha enorme nas virilhas que acabava por, ao longo da aula, se ir espalhando por tudo o que era sítio. Fiquei traumatizada com isso e, então, ando sempre atenta se não parece que já devesse usar um Tena Lady ou outro. Debaixo das maminhas não há nada a fazer, a não ser sobrepor tops ou assim. 

#9 Os puns

Como? Não há momento a sós. Abençoado fio dental que silencia os mais teimosos. 

#10 Não poder ouvir música

A não ser aquilo "que nos dão" no ginásio. Os meus bícepes ou lá o que é já vomitam David Guetta e acho que se os apanhassem na rua que lhe poriam um dedo no duodeno. Ou dois. Se calhar todos, vá. 


Querem a verdade? A verdade é que isto só se aplica se não tiverem encontrado um PT que vos faça sentir à vontade. Eu encontrei #omelhorptdomundo. Quer dizer, estamos à vontade, mas tento não beber leite nos dias de treino porque no #9 não me aventuro assim.

Querem conhecer #omelhorptdomundo? Sigam-no aqui ou aproveitem o # ali em cima para verem o instagram, o que vos der mais jeito. Estou toda ofendida que já pôs um vídeo de outra cliente (somos clientes???) que não eu, mas terei de lidar com o facto de não haver exclusividade... Na próxima segunda vai ver como vão as minhas axilas!!!! 


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Foi assim o nosso primeiro dia a sós.

Como vos contei ontem aqui, hoje pudemos gozar do nosso primeiro dia a sós - fazendo bem as contas foram só 6 horas, mas souberam tão bem quanto uma viagem daquelas caras a um sítio longe. Um dia, seis horas, foram mais do que suficientes (podiam ter sido mais, claro), para sentirmos que, longe dos "paii! e mãeeee", ainda existe um Frederico e uma Joana. 

Minto. Não senti parte daquilo que disse. Isto é o que a minha cabeça me disse para escrever. Grr. Odeio quando isso acontece. Não gosto de misturar cabeça e... vá... nada. Sempre me custou a compreender a divisão de papéis que "a sociedade" nos impõe. Muitas frases se ouvem (ditas por mim até) como "para além de ser mãe, também sou mulher", "além de mãe, também sou esposa", etc. A verdade é que não me dissocio de papel nenhum. Esta Joana é mãe, esposa e sei lá mais o quê, sempre ao mesmo tempo. Não deixo de ser mãe quando vou a um spa, nem passo a ser mulher só porque não estou com a minha filha. 

Ao invés de vermos a ocupação do nosso tempo livre como supostamente uma roda dos alimentos (já ouvi dizer que essa também estará desactualizada), em que o importante é ter tudo de forma "equilibrada", acho que devemos fazer o que bem nos apetecer. Acho que nós devemos ser as nossas principais bússolas nas tomadas de decisões e, se assim for, andamos mais perto do que nos faz felizes. Borrifemo-nos para timings, para aparências, para necessidades criadas por terceiros...

Não sou nem melhor mãe, nem pior mãe por fazer estas escolhas. Simplesmente as faço de acordo com o que eu sinto.  Se me apetecesse mais ir passear com o meu marido do que ficar em casa porque sou eu quem a adormece para a sesta, era isso que faria. Porque seria isso que me faria mais feliz. 

Estive dois anos e meio sem ter um dia a sós com o meu marido porque quis. Foi essa a minha escolha. Foi uma escolha falada, conversada, entendida, etc. Se fizesse outra escolha que não a do meu coração, não me saberia bem, iria contra mim. Não foi algo que decidi só por ter a Irene, foi vendo o que tinha sempre do lado dos prós e dos contras e ganharam sempre os contras (em ir) e os prós de ficar.

Não me imagino a ir de viagem x dias sem querer efectivamente ir para estar o fim-de-semana inteiro com o coração nas mãos por ter ido, só porque "já estava na altura de viajar sem crianças". Isso sou eu, porque não tive vontade de ir. Se tivesse tido essa vontade, iria, porque seria isso que me faria mais feliz. 

Chamem-me optimista - é raro chamarem-me assim (aliás, ainda hoje a Joana Paixão Brás me disse "és mesmo do contra" - mas eu acredito que há tempo para tudo. E que o tempo só é algo que interesse se fizermos aquilo que nos deixa mais felizes. Para mim é comer 6 barras de chocolate kinder quando vou meter gasolina, para outra pessoa poderá ser avistar rúcula na secção dos frescos. 

Nota-se que estou um pouco empolgada a escrever? Acabei de adormecer a Irene e foi uma noite difícil em que ela já tinha "passado do ponto" e, por isso, estava elétrica. 

Porém, nada me tira o maravilhoso dia que passei a sós com o Frederico. Depois de muita pesquisa e alguns telefonemas para verificar disponibilidades e pricings, acabámos por ir matar a curiosidade do Hotel Belverde no Seixal. 

É um hotel com um design e arquitectura giríssimos, maravilhosos para instagram. Nota-se que a decoradora de interiores ficou um bocadinho entusiasmada demais e facilmente passou de bom gosto para tentativa desesperada - pelo menos no lobby, mas nada que me tenha feito perder vontade de lá estar. Ficamos foi totalmente apaixonados pela massagem de relaxamento de casal. Verdade seja dita que nenhum dos dois é extremamente experiente nesta área, mas era exactamente aquilo que procurávamos: uma massagem a dois relaxante, num hotel confortável e bonito. 







As duas senhoras que nos atenderam, além de muito simpáticas, foram óptimas nos objectivos propostos (parece uma avaliação dos professores na escola básica) e a que me massajou até teve em conta o facto de eu ter ido ao ginásio antes e deu uma atenção especial aos músculos mais doridos. 

Saímos de lá e fomos para o jacuzzi. Perfeito. 

Optámos por ir almoçar à Quinta do Tagus. Para mim que não gosto de peixe (nem de sushi, claro), não foi a melhor opção a nível de carta. No entanto, safei-me com um bife de lombo que não me fez sentir ostracizada pelo tema gastronómico. O Frederico gostou e se ele gosta de comida e de sushi, portanto... 





Coisas de que gostei muito: 

- Tirar selfies com ele: ele não é muito fã de fotografias, nem que sejam publicadas e até foi da iniciativa do meu rapaz. 

- O carro dele ter mudanças automáticas e, por isso, termos estado o tempo inteiro nas viagens de mão dada. 

- Termos ficado um pouco deitados numa cama que havia no jardim da Quinta do Tagus quase a adormecer depois do grande almoço.

- O dia ter acabado com o melhor final possível: ir buscar a Irene à escola. 

Planeamos repetir o dia do casal mais vezes. Mais ou menos como o "dia do filho único". Foi maravilhoso para namorar e também para nos esquecermos das rotinas. Uma féria. ;)


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