10.05.2015

Nem pensei na minha filha

Acho que sábado foi o primeiro dia desde que a Isabel nasceu que eu saí com o pai dela e que não andei sempre de volta do telemóvel para ver se a minha mãe estava aflita ou se algo estava a correr mal. Não enviei uma única SMS, como das outras vezes. Relaxei. Pensei: são 4 horas fora de casa, ela adora a "vovó" e mesmo que acorde vai conseguir readormecer. Mesmo que não consiga, não vem mal ao mundo, a minha mãe foi minha mãe (bolas, que raciocínio espectacular!) e não se saiu nada mal, por isso, não há nada a temer. Senti-me orgulhosa de não estar minimamente preocupada. 

Adorei ter ido jantar fora a dois (já agora, pessoas de Santarém que nos seguem - que devem ser umas três, além da minha mãe - abriu um restaurante novo tãoooo bom, chamado Dois Petiscos!) e adorei ter ido (finalmente!) ao cinema, ver um filme que me prendeu do início ao fim. Aconselho, aconselho: The Martian, do Ridley Scot. Estão a imaginar uma pessoa que dormiu três horas na noite anterior e que tinha a certeza de que iria adormecer no cinema a afinal nem pestanejou? Estão a imaginar alguém a ficar revoltada por haver intervalo? Esse alguém era eu. Muito bom.

E pronto, fui sair com o marido (que não é marido, mas um dia vai ser, que eu não perco a esperança), sem qualquer sentimento de culpa, feliz da vida e sem pensar na minha filha. Vá, falámos dela ao jantar, mas isso não conta, pois não? Hehe

Picapau com carne à séria e cebola caramelizada (não estão bem a ver...), duas caras ensonadas, peixinhos da hora do mais estaladiço que há. Comemos também ovos verdes e bombas (um prato da Catalunha) muito saboroso.

Há 9 tipos de PAIS



Adoro fazer estes exercícios parvos
e com muito pouco rigor científico de catalogar e categorizar (e adoro ler listas, assim que vi este texto no Up To Lisbon Kids, soube que tinha de dedicar uma lista aos pais) e o meu poder de observação e a minha língua destravada não me deixam ficar caladinha. Vejam lá se reconhecem alguma destas alminhas - para o bem e para o mal - aí em casa.


1. O paissurdo.
É uma patologia muito comum, que começa com a gravidez e que se vai agravando progressivamente. Manifesta-se principalmente no período nocturno. Ainda não foi descoberta a cura, mas dizem os médicos que uma almofada pelas trombas às vezes ajuda a desentupir os ouvidos.

 
2.  O paijola.
É o pai cool, para quem está sempre tudo bem, que bebe uma mini a ver o Benfas enquanto o filho está a passar a ferro, a emborcar CIF Lixívia e a desenrolar 5 quilómetros de papel higiénico. 




3. O pairadical.
É o pai que leva o filho de duas semanas para o topo do Everest, que o põe a correr a maratona de Nova Iorque com dois meses, que o inscreve no rafting com dois anos e que põe a nadar com tubarões com três. Adora a aventura, a adrenalina e... deve beber coisas que não água.

4. O paicanojo.
É aquele pai para quem "dar almoço sim senhor!", dar banho "ainda lá vai", agora não lhe peçam para mudar a fralda com cocó que ainda lhe provocam o vómito. É o enojadinho que anuncia a medo que a criança tem presente, quando muito pega-o ao colo, mas passa rapidamente a batata quente, sem resolver o assunto. Para isso teria de ter, no mínimo, um fato de astronauta em casa.



5. O paimaspouco. 
É o pai que sabe o nome dos filhos mas que nem sabe de que desporto gostam. Oferece um cheque presente no Natal e a frase que mais usa é "pergunta à mãe". Acha que a função dele está em pagar a creche e em fazer chegar pernas de frango ao frigorífico.



6. O paimanteiga.


É o pai meloso, que se derrete com os olhinhos de Bambi dos filhos, que lhes morde os dedinhos dos pés, que beija cada refego e que adora adormecer com eles por perto. É o pai mariquinhas que fala com eles bebezês e que quase chora quando eles dizem uma palavra nova.



7. O painãosabe.
Ele não tem culpa, 'tadinho, ele não consegue. Não sabe fazer o jantar, não sabe fazer a cama, não sabe que as peúgas usadas se põem no cesto de roupa suja, não sabe dar banho ao filho, vai-se a ver e tem mesmo grandes falhas cognitivas. Bullshit, é "o paisabe-atoda".

8. O paicriança.
Podemos apostar três dedinhos em como quando chegarmos a casa, depois dele ficar responsável duas horas pelos filhos, vamos encontrar um cenário de guerra. Água do banho até à cozinha, almofadas a servirem de muralhas, cabos de vassoura a servirem de armas. No fundo, é o nosso filho mais velho, mas com mais pêlos.

 
9. O paimãe.

Com maminhas mais ou menos salientes, este pai é aquele homem que parece ter mais sinapses do que os outros todos e consegue perceber que a tábua de passar não o vai engolir, que a mãe também precisa de descansar e que o filho precisa de mais do que um pai com o rabo a ganhar bolor no sofá.


10. O paiperfeito.

Não existe. Ver as restantes 9 opções.


Aqui em casa há um mix do 1, do 6, do 9 e do 8! E por aí?

10.04.2015

Para os pais dos bebés que ainda não falam.

Tudo a seu tempo.

A Irene já fala bastante bem para 18 meses, mas enquanto a Isabel da Joana Paixão Brás consegue subir para uma cadeira de adultos e sentar-se sozinha, a Irene nem sequer tenta porque não sabe por onde começar. Cada criança desenvolve mais uma parte, mas todas chegarão ao seu potencial. Lá está, tudo a seu tempo. 

Coisas que vocês ainda não têm o prazer de saber, mas que vão ADORAR saber: 

- Antes de dormir, ela pensa em toda a gente que conhece e de quem gosta. 

Não há um único dia em que, antes de dormir, não pergunte pelos avós, pela Paula, pelos meus amigos que conheceu recentemente, etc.

- Fica com músicas na cabeça.

Ao longo do dia cantarola várias músicas à maneira dela.

- Lembra-se de coisas com 3 meses de diferença.

É impressionante e assustador. Lembra-se de uma chávena de café que uma vez usei para lhe dar água, há 3 meses. Apontou para ela e disse "água". 

- Lembra-se de dias inteiros (apesar de os confundir se forem repetidos)

Sabe que, quando foi à casa da Avó Sílvia que ouviu a Tieta, que comeu melão, que fez um dói-dói, que viu o tio Pedro, que foi à piscina, que viu um cão...

- Sempre que pegamos no telefone, acha que vamos ligar a um familiar que ele goste.

Diz sempre que é a avó ou o pai...

- De manhã diz olá a tudo o que vê, porque reconhece que é um espaço familiar.

- Lembra-se de coisas que aprendeu no próprio dia de manhã, apesar de nunca mais se ter voltado a falar delas...

Achei que iriam gostar de saber. Eles são mesmo esponjas. E estão a viver TUDO convosco. :)