8.26.2015

Juro que não estamos a ser pagas!

Não, a Quinta Pedagógica dos Olivais não patrocinou o a Mãe é que sabe. Mas, inspirada nos passeios da minha partenere (ler assim mesmo), lá fomos conhecer essa quinta muito gira no meio da cidade. Eu já lá tinha estado a fazer reportagem (foi assim que felizmente já conheci muita coisa gira deste país), mas agora com uma miúda feliz, foi outra coisa.

Fica a reportagem fotográfica, que o resto a Joana Gama já explicou aqui!



























Assustador...

Correndo o risco de levar dois pontapés no esfíncter anal (há outros: o cardia, o piloro), tenho vindo a pensar, ao longo dos anos (uau! ela pensa), que as actividades paranormais e coisas do género não existem. Porém, houve duas experiências que me fizeram pensar um bocado (uau! ela pensou mais um bocado!):


  • Num campo de férias fizemos o jogo do copo (e não, se houver algum ser masculino a ler isto, não tem nada que ver com aquilo das duas raparigas e um "copo" - nojo) e aconteceram coisas esquisitas (nomeadamente desaparecer-me um discman e ir misteriosamente parar à mala de uma das colegas... brincadeira!). Fiquei cheia de medinho, mas depois passou-me (lembras-te, Renata?), foi quase pior que um dos "monitores" usar calções de banho largos sem rede e debruçar-se nas nossas camas para nos dar um beijo de boa noite.
  • Ultimamente isto tem acontecido imensas vezes e o meu cérebro não consegue processá-lo: os brinquedos da Irene, de vez em quando, começam a funcionar sozinhos. Não é possível. Coisas que são accionadas com botões, funcionarem sozinhas. Não pode ser. 



Por que é que me estou a dar a liberdade de pensar que é algum morto a fazer-se notar? Vão dizer: "'tadinha da mãe a tempo inteiro, sente-se tão sozinha que já inventa amigos", mas não é bem isso. Tenho sempre o marido em casa, SEMPRE, SEEEEEMPRE. Pronto. Eu vejo uma série no TLC (não façam essa cara) que é a Long Island Medium e acredito nas coisinhas que ela faz. Já seeeeeeeeeeeiiii!! Já seeeeeeei! Mas acredito, o que querem? E uma das coisas são realmente as coisas electrónicas a fazerem barulho... 



Agora... quem será? Assim pessoas que já cá não estejam... As minhas avós, o meu avô... Os avós do Frederico... Mas eles estariam acordados por volta das 23 todas as noites? 

Bom, fica aqui o recado: hoje vamos de férias e não vamos levar esses brinquedos connosco, podem ficar cá a brincar à vontade. 


Isto também vos acontece?  Admitam lá.... ou vou ali internar-me.... e já (não) volto? 

8.25.2015

Não devia ser permitido filhos doentes!

Não consigo imaginar. Não quero. Cada vez que me meto, por segundos, na pele das mães que estão a atravessar doenças graves dos filhos, uma angústia apodera-se de mim ao ponto de ficar mal disposta e não conseguir comer. Se já quando a Isabel esteve uma semana internada com pneumonia (que nunca mais tenha de passar por nada igual), foi uma experiência-choque para todos...

Não devia ser permitido.

Tentei manter a calma, mas não foi fácil. Queria que ela mamasse e ela rejeitava. Na poltrona, ali ao lado, ouvia cada respiração dela mais sôfrega e o meu coração mirrava. Pela primeira vez não tive coragem de estar ao lado dela, quando foi picada. Achei que lhe ia estar a passar mais ansiedade. Ficou o pai. Eu fiquei do lado de fora da sala, a chorar muito, a ouvi-la gritar. Não foi melhor. Quis estar ao lado dela a sossegá-la com a minha voz, a fazer o que tem de ser feito, a ser mãe. A partir daí não desgrudei enquanto não a vi ficar melhor. Estive ali, durante a noite, a dar-lhe colo e aconchego sempre que precisava. A arder de febre, a chorar com dores. Lá percebemos que algo a estava a incomodar. Era o catéter. Fomos mudar o catéter, nova picadela. Dessa vez não fugi e falei-lhe com a voz mais calma que me ouvi na vida.

Ter um filho doente, faz doer-nos, além da alma, o corpo. Também nós ficamos doentes, mas fingimos que não. Fingimos que temos super-poderes e até chegamos a acreditar nisso. Mas, se pudéssemos, desmoronaríamos que nem uma torre de cartas. Não podemos. Nós não. E ficamos ali, firmes, fortes, a dar-nos a cada segundo. A tentar apaziguá-los. A tentar esconder-lhes a dor. A ser palhaços, para eles se distraírem. A pedir que sejamos nós e não eles. A querer trocar, sem hesitar um segundo.

Ter um filho doente, seja com uma pneumonia ou uma simples virose, faz-nos ser Mães. Mães daquelas que afastam os lobos nos sonhos deles. Mães com maiúscula. Mães feitas de camadas, impermeáveis, indestrutíveis. Mesmo que tenhamos uma lágrima prestes a sair.

Tê-los a arder em febre, no nosso colo, moles, com um choro em gemido que dificilmente conseguimos confortar, é dilacerante.

Passa. Não sei se nos torna mais fortes, como diz o ditado. Nem tudo o que não nos mata nos faz bem. Mas isto é ser Mãe. É ganhar calo. É estar. É pôr o coração ao alto e acreditar que tudo vai passar. Pensar que eles vão ficar mais fortes. Que faz parte. Não tarda muito, esta fase passa. Virão outras, das cabeças partidas. Nunca mais teremos descanso. 

*imagem WeheartIt


Ser mãe é conviver com o risco, toda a vida. Aguentemo-nos. Finjamos que temos super-poderes para que ao menos eles acreditem.