8.03.2015

Foi o primeiro dói-dói a sério.

Só de pensar nisso fico toda contraída como se tivesse dores de barriga e tivesse de conter qualquer coisa. Foi horrível

Estavámos na casa da Avó Sílvia, ela andava nua a correr para trás e para frente: da casa dos vizinhos onde tinha feito xixi no chão para a relva onde andava o cão Douro louco à procura da bola. 

Calma, estava nua porque tinha ido à piscina e tirei a fralda para secar ao ar. Não é meu hábito que ela ande nua, especialmente na casa dos outros. ;)

Tropeçou em nada e caiu de joelhos no cimento. 

Doeu. Doeu imenso. Foi mesmo aquele esfoladinho típico da mini gravilha. Ela disse: "Dói-dói!!! dói-dói!!". E claro, depois: "maminha!". Acalmou-se. Com os nervos até dei de mamar em frente ao meu irmão Pedro e ao meu Padrasto. Não costumamos ter esse tipo de à vontade. Quer dizer, o meu irmão, anda tranquilamente de tronco nú, mas eu não. Vá se lá saber porquê. 



A minha mãe desinfectou-a com betadine e pôs uma espécie de compressa de tecido não tecido por cima, folgada, com um pouco de fita-cola específica para isso. Assim desinfectou e ficou protegido, apesar de não ter nada por cima. 

Têm conselhos para tratar melhor de dói-dóis?

Claro que, depois, em casa, tive de lhe dar banho e tive de proteger de se roçar nos lençóis e lá dei uso aos pensos do Ikea que comprei há uns tempos. Nem reparou nele, mas também já estava podre. Jardim de manhã e dar comida aos patos e piscina à tarde... 

É o primeiro a sério de muitos, já sei. E espero que cada vez me vá custando menos, mas tenho o feeling de que não. Somos mães, não é? Por muito que digam em artigos como este do Observador de que esfolar os joelhos é bom sinal, não é uma coisa que eu vá gostar de ver a acontecer.

Já passou. 

Ah. Para mim, um dói-dói a sério é ver sangue, mas claro que ela já deu bons/maus tralhos. 

O brinquedo preferido da Irene.

É que é mesmo verdade. Temos a sala cheia de coisas, parece mais uma creche, mas isto é o que a deixa doida.

Qual é a coisa mais "fora" com a qual os vossos "piquenos" se deliciam? ;)


Mães que estão prestes a deixar os filhos na creche (#02)

Mães, acalmem esses corações. Não chorem. Não muito.

Isto foi o que escrevi, e o que senti, no primeiro dia de creche da Isabel.

Agora, um ano depois, estamos finalmente de férias. Voltei a tê-la só para mim, com todo o tempo do mundo. É bom. Não é bom, é óptimo. Mas vamos a balanços: foi bom a Isabel ter ido para a creche. Não queria que tivesse ido tão cedo, é verdade, mas não tive alternativa. Acabou por correr tudo muito bem. Nem sempre, mas quase sempre.

Fato que usou no Carnaval na creche

No dia do pijama

A primeira mochila

Teve a fase de ficar a choramingar quando a deixava.
Também a cheguei a apanhar a chorar quando a fui buscar. 
Teve a fase de beber o meu leite lá e de nem sempre querer beber.
Teve a fase de trocar doenças com os colegas.
Teve a fase de não dormir nada bem nem deixar os outros dormirem.
Teve a fase de fazer moche aos colegas e de, muito provavelmente, também levar com eles.

Mas sei que o balanço é positivo. 

Agora apanho-a sempre feliz e a brincar. Às vezes nem quer vir logo ao meu colo, mas continuar nas brincadeiras, a mostrar-me como está feliz.
Agora dorme bem a sesta grande. Nem sempre dorme toda, mas lá se habituou à rotina.
Agora tem comido muito bem lá (é o que a safa, porque em casa é o que se sabe).
Agora dá beijos aos amiguinhos e já a vi dar um grande beijinho na boca à Laura, que entrou na mesma altura que ela, há um ano.
Agora, sei que ela está bem, integrada, crescida. 
Sei que teve atenção, colo, mimo, amor.


Mães que estão prestes a deixar os filhos na creche, eles ficam bem. Eles vão ficar bem. Confiem. 
O balanço vai ser positivo. No final do dia, eles vão voltar para o vosso colo e vão perceber que eles estão felizes.