3.31.2015

Comer à grande e à francesa


Cá em casa é assim todos os dias. 
Babete de folhos imaculado, calçada com os seus melhores sapatos, 
a comer sozinha e nem um grão de arroz no chão.





Acham mesmo? Esta cara diz tudo! 
O babete foi só para vos mostrar (sim, porque tenho babetes bonitos só para fazer número na rua e outros à séria para usar em casa) e, escusado será dizer, ficou todo cagado. 

A sopa, não somos assim tão malucos, somos nós que lhe damos. E já é o que é, com VRUUUMS e mãos que passam e esfregam tudo nos olhos e nos cabelos.




A colher, lá a vamos dando para a mão para ela ir fazendo experiências e 
ora come com as mãos, ora manda comida para a cadeira, para o sofá, para o chão. Tem tempo. Temos tempo.


O chão da sala fica assim. 


E ela sabe que sim.

Sacaninha.


Apesar de tudo, vale a pena.
E nem sempre come à grande e à francesa.
Mas damos o nosso melhor para que ela goste do momento das refeições.

A minha mãe acha que fui trocada à nascença.



Eis o nosso segundo livro. 
Gosto de pensar que o primeiro é o meu (este) que lancei o ano passado e que foi um êxito tão grande que já não se vende em lado algum (acho que só enviaram meio exemplar para cada loja) e que o segundo é aquele do qual vou falar agora da Sara-a-Dias.

Apesar da Sara não ser uma das autoras do blog, o blog não seria tão sexy sem ela. Acho que ninguém nos teria dado uma primeira oportunidade tão facilmente. Vestiu-nos o blog, espremeu-nos as borbulhas, pôs-nos base, fez-nos a monocelha e tornou-nos muito bonitas. Isto tudo para dizer que é a ilustradora que nos montou o blog. 

Além de me estar a colar desmesuradamente e sem vergonha nenhuma ao sucesso da Sara-a-Dias com este livro, associando-o a nós, acho que este livro também é nosso por outros motivos.




O livro da Sara-a-Dias é a Sara (e a sua família) com as entranhas todas de fora. Ela revela coisas que, se fosse eu, levaria meia dúzia de tabefes mas, ao que parece, a família da Sara tem tão bom humor como ela e a mãe não me parece não estar a gostar de ser a segunda protagonista desta trama toda. A mãe foi com boa cara, pelo menos, ao Há Tarde da RTP com a Vanessa Oliveira e o Herman José. 



É o nosso livro porque a Sara fala de tudo aquilo que as crianças da época viveram. Qual das Spice Girls era a nossa preferida? As brincadeiras às lojinhas. A professora que se roçava nos cantos da mesa da sala. O miúdo que tinha uns dentes enormes. Ser apanhada a passar um bilhetinho na aula. Ter um bocadinho de vergonha da nossa mãe quando tenta ser engraçada. 

Não tenho uma irmã mais nova como ela, mas sinto ter passado quase por tudo o que está por lá, neste livro. Não é um Fausto de Goethe, mas ainda bem. É um livro que nos faz sentir coisas e pensar noutras e isso, para mim, é arte (wooowww, por esta ordem de ideias até um folheto de compra e venda de carros é arte, mas... e não será? Hmmmm)



Ah! E estava a referir-me só ao conteúdo, que estúpida! A Sara-a-Dias é ilustradora. É uma novela gráfica. Não. Isto não quer dizer que são gráficos a curtirem uns com os outros e a engravidarem alternadamente do jardineiro. Quer dizer que a Sara-a-Dias ilustrou à sua maneira toda a sua história. Só para que vejam, mesmo que não houvesse ilustrações, teria adorado o livro na mesma. 

Aqui entre nós (que estupidez), acho que ela tem tanto jeito para fazer rir como para ilustrar. 

Óptima, óptima prenda para dar a alguém (como se houvesse prendas para não dar alguém). Uma coisa diferente. 

É um livro que fica bonito na estante. É um livro que se lê tranquilamente mesmo sendo daquelas mães que não dorme muito e faz-nos sentir coisas boas.

Obrigada, Sara-a-Dias



Nota: Espero que, apesar do livro não ser nosso, não te importes que esteja ali do lado direito do blogue. É mesmo como se fosse. <3




Não há saco!!!

Não há saco para tantos brinquedos espalhados pelo chão da sala.

Eis que uma alminha iluminada pensou numa solução.



Isso filha, a girafa no sítio da tartaruga. Boa, boa!


Concentração. Ou cocó.



Que filha inteligente que eu tenho. 
Meia hora a dizer-lhe para não enfiar a cruz no quadrado e ela vai de insistir. 
Sai mesmo à mamã.


E ainda se ri, a safada, antes de levantar o rabo para fecharmos o saco em cima do qual estava sentada. Parece um tapete, mas é um saco.


"Tudo arrumado antes de ir dormir! 
Assim pode ser que os meus pais tenham tempo para me dar um maninho!"


"Tão giro!"


"Está escuro aqui. Mãaaaae"


Saco da Bica Kids