1.25.2015

Inspirações para a festa de anos

Eu e a Joana Gama andamos de volta da festa de anos das miúdas. Queríamos ter pouco trabalho, mas vai-se a ver e até se perde algum tempo de volta dos pormenores. Pelo menos para mim, umas fatias de Panrico e uns Dancakes não são concebíveis. Não para a festa do primeiro ano da filha.

Tudo bem que a festa não é para ela e que nunca se irá lembrar, mas por que não festejarmos nós o facto de a termos há um ano nas nossas vidas? Por que não tentar fazer uma mesa linda e com coisinhas saborosas para os convidados?

Não sou a melhor das donas de casa, mas nestas coisas dou o meu melhor. Posso não saber fazer um bolo de pisos e de camadas, com recheios (e graças a Deus, já tenho quem faça por mim), mas posso pensar nos cupcakes, na decoração, nos brinquedos para os miúdos mais velhos se entreterem, num spot para as fotografias...

Espaço baratinho já está reservado (sim, que aqui em casa era impensável), lista de coisas a comprar feita, lista de pessoas feita, já só falta... tudo. Fazer pompons para o tecto, (no que é que eu me vou meter?), arranjar uma gaiola de ferro para decoração, hélio para encher balões, garrafinhas para flores, bandeirolas de tecido que não custem os olhos da cara e mais uns bons 20 pormenores, que esta cabecita não pára.

Tema: Primavera (passarinhos, flores...)
Cores: Rosa claro e verde água

Entretanto já vi tantas fotografias no Instagram e no We Heart It que pelo caminho me desviei um bocadinho da rota inicial, mas já voltei às inspirações iniciais.

Se tiverem mais ideias para me confundirem mais um bocadinho, be my guest!











1.24.2015

Truques para eles comerem que nem uns bois.

A hora da refeição nem sempre é muito fácil para nós: eu preferia dar de mamar a estar a aborrecer-me a dar-lhe a colher à boca e ela, apesar de gostar de comer, acho que fica enfadada rápido de estar ali.

Como quero ao máximo evitar televisões e ipads e afins (quase 10 meses e sem nada disso, yeahh), tento sempre arranjar maneiras para lhe enfiar umas quantas colheres goela abaixo, sem que ela repare. 

Atenção que não sou nada a favor de lhe espetar a sopa toda só porque tem de ser, aliás, até falo disso neste post ("Come a papa, raio do miúdo, come a papa") que, não sei porquê, é tradição nossa querer que eles comam a quantidade que nós queremos quando nos apetece e eles também são pessoas. 

Mesmo assim, reconheço que às vezes ela fecha a boca e desvia a colher só porque está enfadada de estar ali e não por não ter fome. Enquanto não há birra, continua a levar com a sopa que até anda de lado (por acaso não anda, nem de lado... nem de frente, nem gatinha). 

Estes livros têm sido, nos últimos dois meses, as melhores alegrias à hora das refeições (estou em casa todos os dias com a Irene, tenho de lidar com almoço e jantar). Se ficam cheios de sopa? Ficam. Se tenho que os apanhar umas dez vezes por colher? Quase. Se vai a sopa toda sem birras e ainda um bocado da fruta? Sim senhora.

O Peekaboo é mágico. Depois de dois meses a usá-lo todos os dias, ainda ontem vi, pela primeira vez, a página de uma flor (devia estar colada a outra por ter muita sopa). O do Jardim Zoológico tem sons, o que é óptimo para ela se rir de boca aberta e espetar mais uma colher e o do Bolinha é um bocado fracote (tem poucas páginas e pouca interactividade), mas dá sempre para variar mais uma vez e entretê-la para a fruta. 

Isto é serviço público, mães. Vão por mim. 

Além de que não estamos a dar a comida feitas robôs, assim interagimos com eles na mesma e até se torna uma actividade muito divertida (bom, se calhar, tirar o muito e trocar por algo). 

Como fazem por aí? Já estão fartas disto e dão-lhes por meio intravenoso? São extremamente adeptas do BLW (temos de fazer um post sobre isto) e nem sopa lhes dão? 


1.23.2015

Afinal havia outra (#02) - Violetta, Violetta



É em dias como hoje - em que milhares de pais em procissão se encaminham para o Meo Arena, atrás de um bando de filhas histéricas e de bandeiras da Violetta em riste - que agradeço ter sido mãe apenas há 17 meses e uns dias. A minha filha não diz pão, quanto mais Violetta e por enquanto gosta de rock e música alternativa. De vez em quando brindamo-la com alguma pop azeiteira (mas em bom). O máximo que autorizamos lá em casa é a música do genérico final da Casa do Mickey Mouse, a “Olha a Bola Manel” e “o Balão do João” – duas canções bastante tristes onde os protagonistas acabam a chorar mas que a minha filha parece apreciar de sobremaneira – e a canção do Ruca. De resto, a criança ainda não tem querer e estas músicas só são accionadas em loop em casos urgentes de birra eminente. Para dançar, Twin Shadow e D’Alva são os preferidos mas na verdade basta cantar “lá lá lá” para ela começar a abanar o esqueleto de forma bastante desengonçada e hilariante. A minha filha tem o ritmo no corpo mas não é um ritmo oriundo da américa latina. Quando for suficientemente grande para escolher, Violetta já estará transformada numa Miley Cyrus ou Britney Spears demasiado bêbeda para encantar criancinhas. Assim o espero até porque, como disse Ricardo Araújo Pereira na sua Mixórdia de Temáticas dedicada ao tema, “o problema não é serem cantorias, é serem cantorias em espanhol”. Eu pensei que o flagelo de “Carrossel” e “Chiquititas” tivesse servido para aprendermos alguma coisa mas aparentemente não. E não, o facto de Violetta ser da Disney não altera a triste realidade de terem filhas viciadas numa telenovela. Volta Gabriela, que pelo menos não cantas e és mais crescida. E boa.
Burros que somos não aprendemos nem com as novelas venezuelanas nem com o Avô Cantigas. Xana Toc Toc, miúda, estou a falar contigo. Mais esquisito do que um velho que nem é velho (estou a falar de quando eu era miúda) e que veste jardineiras, é uma quarentona com braços de ginásio e bronze de solário que gosta de se vestir de boneca e dar-se com crianças. É até ligeiramente perturbador. Vejo pais de pele pálida e ar miserável a falar na televisão nos concertos dos Caricas e da Toc Toc, com os filhos aos pulos o tempo todo, a confessarem que o rádio do carro já não lhes pertence e que todas as viagens eram feitas ao som das canções dos filhos.
Pais que sofrem tenho uma cena para vos dizer: os grupos infanto juvenis não são uma invenção deste século. Em 1980 e picos havia uns grupos musicais chamados Ministars e Onda Choc que enchiam salas de concertos e apareciam todos os fins de semana na televisão. Lembram-se? Eu, como vocês, hoje pais da minha geração, adorava-os, queria ser como eles e comprar roupa nos Porfírios e na Cenoura (dois opostos). Mas não deu, azar. A roupa era cara para caraças e os meus pais não foram em cantigas, literalmente. Também nunca me passou pela cabeça obrigá-los a ouvir os Onda Choc, fosse no carro ou em casa. Com os meus pais no carro ouviam-se os Beatles e os Supertramp e o Eric Clapton e o Elton John. No carro da minha avó aprendi a letra de “Eu tenho dois amores” porque se ouviam as cassetes da minha avó e não as minhas. E se o Marco Paulo não é razão suficiente para os pais recuperarem o controle dos rádios dos seus carros, não sei qual será. 
Leididi, mãe há 17 meses
O Blog do Desassossego

Afinal havia outra é a nova rubrica do A Mãe é que sabe, escrita por outras mães que não as Joanas. Podíamos dizer, qual candidata a Miss Mundo, que queremos dar voz a outras mães mas no fundo, no fundo, o blogue está a correr tão bem que já nos podemos dar ao luxo de ter escravas a trabalhar por nós.