1.22.2015

Cheira-me que...

Vou confessar isto e 5 minutos depois vou arrepender-me: 

- adorava o cheiro do nº2 (cocó) da minha filha. 

Está escrito no passado porque, enfim, depois lá teve que começar a comer sopas e tudo mudou. Por muito que goste dela, o nº2 que tinha um cheiro tão agradável (a iogurte e a bebé) de quando estava só a leite foi embora e deu lugar a um cheiro similar ao de um cadáver com alguns meses de putrefacção ao pé de uma ETAR (não me perguntem como é que eu tenho este termo de comparação).

Nunca usei tanto o meu nariz na minha vida (raramente me meto onde não sou chamada) e agora sinto que, sem ele, quase que não conseguia ser mãe. 

É com o nariz que:

- sem os estarmos a despir, podemos saber se têm o tal nº2 ou não; 

- sabemos se, por exemplo, estão com algum problema nos ouvidos (cheira mal, mas também pode cheirar mal e ser só de ter muita cera!);

- quase que nos sai um fo**-se quando lhes cortámos mal as unhas e pegámos neles ao colo;

- o nosso leite é produzido mais rapidamente - gostando do cheirinho deles, libertamos oxitocina e o nosso leite desce (ou sobe ou lá o que é - chumbei duas vezes no código, por isso não me perguntem direcções); 

- nos partirmos a rir por eles ficarem a cheirar a sopa da boca tão pequeninos depois de almoçarem ou jantarem;

Quem haveria de dizer que o nariz nos ajudaria a sermos melhores mães e a gostarmos ainda mais deles? 

Já passaram 5 minutos e, afinal, não me arrependi!

Gostava mesmo do cheirinho do nº2 da minha filha! :)

1.21.2015

Sou avó

Hoje sou avó, por uns minutos.

Uma avó cuida, ama ao quadrado e ainda leva reprimendas. 

Uma avó já foi mãe embora os filhos façam questão de lhe relembrar, vezes sem conta, que já foi há muito tempo, que já não sabe nada e que não é ela a mãe.

Uma avó quer agradar e passar tempo de qualidade com os netos. Não tem de ser mãe.

Uma avó não ralha e mesmo que façam o maior dos disparates “foi sem querer, coitadinho.”

Uma avó mima e (não) estraga. Em muitos casos, não vê os netos todos os dias e quer condensar o tempo perdido num fim-de-semana. Quer voltar a ver crescer e voltar a ser criança. Quer que uma hora seja uma montanha russa de emoções.

Uma avó deixa as maçãs e as peras na fruteira e encarrega-se de lhes adoçar a boca, mas não faz mal porque “é só hoje”.

Uma avó partilha segredos com os netos. Quer criar cumplicidade e não quer levar na cabeça.

Uma avó fala pausadamente, com carinho e frescura na voz, e com toda a paciência do mundo. Está disponível para fazer o avião, mesmo que as cruzes não colaborem, e para fazer ovos com salsichas, caso eles não queiram a sopa.

Uma avó é presa por ter cão e por não ter. Se o neto faz birra no supermercado, a culpa é dela, que o estragou. Se lhe compra o chocolate, faz-lhe as vontades todas.

Uma avó ama incondicionalmente e tem de levar com o peso da idade como desculpa para não saber nada.

Uma avó quer reaver o tempo que não teve para os filhos e dá o melhor de si aos netos.



À minha mãe, à minha sogra e a todas as avós que nos seguem, 
obrigada por serem o nosso e o outro lado.

Obrigada por serem Avós.


Sigam-me no instagram@JoanaPaixaoBras
e o @aMaeequesabe também ;)

Arrotas a tua parte do bolo e já vais com muita sorte!

Esta é daquelas que dá gozo falar!

Vamos lá pôr as nossas agulhas de tricô imaginárias e a linha à volta do pescoço e começar aqui à "tesourada": 

- Ai filhas, mas e não é que a outra, depois mandou uma fatura de 20 euros aos pais do amigo por não terem ido à festa de aniversário?

- Só podes estar a gozar, melhere!

- Ai não estou, não! A outra perguntou se iam à festa do filho, eles disserem que sim, ó depois não aparecem, ache muito bem! Têm mais é que pagare. Então e se toda a gente fizere isso? A mãe além de ter de aturar a criança a chorare porque nã tem amigos, também tem de depois, ficar a arder com a festa? Ai, comigo, não 'migas. Estou já a dizere.

Tirando a minha mão da anca (que não a tenho, tendo em conta as minhas formas actuais), o que é que aconteceu (assim "por alto" que é assim "por alto" também que se precisa de ler as coisas para comentar, muito à lá tuga): 





Pronto. Aqui está. Acho muito bem, sinceramente, mas eu sou insuportável. Sou a pessoa que, nos jantares de grupo, por não beber álcool, me recusava a pagar parte das bebidas dos outros, etc. Sim, odeiem-me! :) E acho que isto devia virar moda!

Temos muito a mania, em Portugal, do "vou, vou" e depois não meter lá os pés. Das duas uma: 

- ou se acham insignificantes ao ponto de acharem que ninguém vai dar pela vossa falta e isso é triste e merece uma consultinha no sr. Dr.  

- ou acham que os outros são insignificantes e, portanto, é indiferente se contam convosco ou não pelas coisas e isso merece um punho (com força), na axila. 

Se, desde o início, não queremos ir a alguma coisa, dizemos que não querermos ir! Por que não? É só para termos o prazer de sermos convidados mais vezes para fazer uma coisa que não gostamos?

O que custa dizer que não. Vá, nem que se minta. Que, só nestas alturas, é que as mentiras podem servir para alguma coisa...

Eu não. Eu digo que não quero, que não faz o meu género, etc. No fundo, digo aquilo que me faz não querer ir. Devíamos ser mais assim para eu não me sentir tão bruta por dizer a verdade! Às vezes custa!

A maior parte das coisas que não deviam correr mal só correm porque alguém não está a dizer o que verdadeiramente pensa ou sente. 

(Hã? Esta dava para uma pequena imagem de Facebook a pedir partilhas. Tão à 2014, não era?)

Estamos pouco habituados a ouvir e dizer a verdade. Que mal tem não querer ir a algum lado num determinado dia ou não gostar de fazer algumas coisas? 

A maior parte das vezes já decidimos o que vamos fazer (ou não) assim que somos convidadas... É mentira?