2.28.2019

Já podem andar sem collants?

Não sei quanto a vocês, mas nunca sei bem a quantidade de roupa que lhe devo vestir. Ela acaba por ser uma pessoa diferente de mim (ahah "acaba") e, por isso não temos a mesma reacção à temperatura.

Estamos a 28 de Fevereiro e há uma colega da Irene que... pelos vistos não só "já anda" sem collants como talvez nunca os tenha usado porque "ela é eléctrica, nunca tem frio". E o que é que aconteceu? Lançou uma moda. Já há duas ou três miúdas, a Irene é uma delas. 

A Irene a 28 de Fevereiro quer ir com aquelas perninhas rechonchudinhas (sai à mãe ou, se calhar, é porque come o que lhe dou... também pode ser por isso) quer expô-las ao briol e arriscar-se a apanhar uma pneumoniazinha a entrar-lhe pelos joelhos ou até por ter o rabo muito mais exposto que o suposto nesta altura do ano. 

Não sei. Se ela tiver frio, não é tonta e, no dia seguinte, quererá ir de collants, certo? É uma reflexão imbecil, há coisas muito mais importantes a acontecer no mundo mas, na verdade, é muito isto que anda pela minha cabeça no momento. 

Os miúdos não usam collants, usam? As mães de rapazes já lhes põem calções e meias? E aquelas miúdas que andam em colégios com farda e meias pelo joelho, isso também é no Inverno? 


Está frio, pá. Por mim andaria sempre de collants, pelo sim, pelo não...

2.25.2019

Já não há maminha para ninguém.

Há, mas é para mim. Agora, passados uns bons meses do desmame total da Irene, já consigo falar mais à vontade disto. Não porque tenha custado imenso, mas sim porque há sempre um período de recobro depois de cada acontecimento marcante antes de ter vontade de escrever sobre isso no blog. 

Quem geralmente fica chocado com a "falta de privacidade" que as pessoas como eu têm ao exporem tanto as suas vidas, talvez percebam assim que é um processo muito transparente mas nem sempre tão descontrolado quanto parece. Porém, já houve alturas em que escrevi aqui sem pensar ou achando que tinha pensado, mas nem dormia, estava bêbada de hormonas, acontece. Não sou jornalista (ehehe). 

Foram quatro anos e meio a dar de mamar. Começo terrível. Continuação terrível e cansativa, mas com tantos e óptimos momentos pelo meio. Tomei boas decisões. Tive de ter muita força de vontade, muita determinação e a minha dose habitual de loucura, mas não me imagino a agir de outra forma. Foi a melhor maneira para nós. Estou feliz.

Um bebé não vai deixando de mamar progressivamente de forma linear. Há fases em que mama mais outras menos, até que, quando é maior, já se poderá negociar com ele quando e quantas vezes se dá. A Irene e eu aprendemos assim também a falar uma com a outra. Aos poucos, com carinho e empatia indo delimitando o que é o corpo da mãe e o da Irene, o que são vontades da mãe e as vontades da Irene.

Ajudou-nos a ultrapassar a separação uma da outra quando começou a dormir em casa do pai.

Aconteceu aos 3 anos dela. De certa forma, a mama, depois de dormimos a primeira vez separadas e a segunda e a terceira, assegurava que a nossa ligação continuava idêntica, uma segurança importante para ambas. 

Agora que olho para ela... lembrei-me de vocês. E tantas de vocês que nos lêem há já tanto tempo. Ainda a Irene tinha as perninhas assim. Obrigada por fazerem parte das nossas vidas. A todas, mesmo aquelas que não comentam mas que torcem por nós, tal como nós torcemos por vocês. 

Claro que essa segurança, para as mães que não amamentem é seguramente feita de outras formas, no nosso caso, tendo em conta a nossa história. Era esta. 

Lembrei-me de vos escrever este post, porque o fim-de-semana passado era fim-de-semana "do pai" e apesar de ter aproveitado esses 2 dias para "arejar" e passear (nem por isso, passei o fim-de-semana a trabalhar e muito aqui no blog, até, eheh), estava a morrer de saudades dela. 

Estamos a entrar agora numa fase mais fácil. Estamos mais sintonizadas. Não há birras de manhã, não há levantar a voz da parte de nenhuma... tem sido tudo maravilhoso, por enquanto. Tal como a mama, nada nisto é linear. Talvez apenas distanciando-nos uns 10 anos dos eventos, ahah. 

Estava cheia de saudades dela e, para a adormecer, sugeri dar-lhe um pouco de colo já com a luz apagada. Pu-la na antiga posição que antes era a de dar mama (mesmo nas alturas em que ela rejeitava estridentemente a mama como poderá acontecer frequentemente por volta dos 3 meses ou até em desmames precoces). Ainda não o tinha feito porque não sabia se ela já se via a si própria como uma criança não amamentada e não queria criar mais uma situação em que tivesse de lhe dizer que não iria dar-lhe maminha. O colo ganhou, atrevi-me. E dei-lhe colo durante uns bons minutos, as duas de luz apagada, na primeira noite que dormia cá em casa depois do fim-de-semana com o pai.

Amamentamo-nos de certa forma (não se ponham já a ligar aos serviços sociais, sff).  A Irene não é muito fã de abraços e beijinhos (ainda, ahah) e, também por isso, este colo soube-nos pela vida a ambas. Não nos queríamos largar e foi super importante para nós. Tal como no outro dia ter-lhe dito que sim a tomar banho com ela e tê-la deitada de barriga para cima em cima de mim. Houve até alguns minutos de silêncio. Imaginem... 

Foram quatro anos e meio. Um curso muito intensivo para mim de maturidade e maternidade. Nunca se sabe tudo, nunca acaba, mas confesso que foi uma tareia de amor, persistência e "sacrifício" voluntário ;)

Há coisas que vos deixem curiosas sobre o percurso de 4 anos e meio a amamentar? Ou como aconteceu o desmame? Deixem nos comentários que poderei responder num próximo post, why not?

Já escrevemos MUUUUUITO sobre amamentação neste blog, artigos e desabafos muito úteis para quem esteja a amamentar ou queira amamentar. Leiam-nos e partilhem-nos por quem achem que beneficie. 



Elas dormem na mesma cama

Decidimos que iria ser assim, ainda a Luísa não tinha nascido. Estávamos em Santarém e até tínhamos um quarto para cada uma, mas não nos fazia sentido. Primeiro, a Luísa ficaria no nosso quarto; depois, dormiriam no mesmo. Daí até termos achado que seria engraçado que dormissem na mesma cama, e que poderia ser bom para se sentirem acompanhadas, foi um pulinho. No início até achei que seria melhor dormir cada uma para o seu lado já que, tendo cama de solteiro (corpo e meio), nem sequer tocariam com os pés uma na outra. Mas depois experimentámos deixá-las mesmo juntas e até nem foi mau de todo.



Mas espera, estou a esquecer-me de que chegámos a fazer uma tentativa, onde uma delas acordava a outra - a mais nova acordava a mais velha - e voltámos a trazê-la para o nosso quarto. A nossa prioridade sempre foi dormirmos todos o melhor possível. Por isso, fizemos cosleeping até aos dois anos da Luísa, quase. Quando tentámos uma segunda vez, correu bem. Não vos vou dizer que as noites mudaram da noite para o dia, que, por aqui, temos duas miúdas que demoraram a dormir a noite toda. Ainda hoje nos aparecem no quarto ou chamam por nós. Ainda hoje adormecem com um de nós no meio delas, depois da história. É assim que para nós resulta melhor e, sinceramente, já nem temos pressa. Acabámos por moldar as nossas expectativas à realidade e não a sonhar com o impossível. Mas já está tudo muito melhor. Há dias em que ambas dormem muito bem. Há dias em que vêm ter as duas à nossa cama já de manhã. Há dias que são um verdadeiro “jogo das camas” e já nem sabemos bem onde acordamos e ao lado de quem.

Sabem que mais? É como é. Aceitar facilitou-nos a vida.

No entanto, também já ouvimos duas vezes a Isabel a conseguir acalmar a Luísa a dizer “a maninha está aqui”. Não é a coisa mais linda deste mundo? É. Também já demos com elas de mãos dadas.



Curiosamente, num livro que temos sobre a infância da Ana e da Elsa, do Frozen, elas dormem juntas, lado a lado. E a Luísa achou a coisa mais engraçada do mundo: “igual a nós. Eu sou a Elsa e a mana é a Ana”. Perfeito.

Por isso, se têm dúvidas em como dispor o quarto e as camas, não descartem logo esta hipótese. A cama é no chão, de inspiração montessoriana [desde o ano e meio da Isabel que não há outra forma, adoramos].

Elas dormem juntas, lado a lado, e é uma boa solução. Para já, vai ser assim mais alguns tempos (ou até anos).




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