6.16.2017

Últimos dias nos 30.

Nunca fui de achar que com 30 anos uma pessoa era velha. Sempre tive como referência os meus pais e nunca os achei velhos, tivessem a idade que tivessem. Nem sou das que teme envelhecer, ganhar rugas, perder elasticidade (física e mental), talvez por achar que vou ser como eles e vou envelhecer bem: com a jovialidade q.b. para andar motivada e feliz, para continuar a fazer perguntas, a querer conhecer sítios novos e a aprender tanto com as pessoas mais experientes como com os mais novos. Sei perfeitamente que ter 30 anos é ser-se jovem, portanto não vou andar aqui com lamurias de que já não vou para nova porque nova sou eu (e serei, pelo menos mais 40 anos eheh). 

A juntar a esta falta de medo de envelhecer, uma conversa que tive com a minha tia, na casa dos cinquentas, que nunca esteve tão bem quanto agora: sem ansiedades, sem expectativas loucas de futuro. Aprendeu a viver no presente e sente-se calma, equilibrada. Gostava de não ter de chegar aos cinquenta para me sentir assim, por isso, faço esse trabalho mental muitas vezes. Abrandar. Não ter a cabeça a mil. Não achar que tenho de conseguir fazer tudo e ter tudo para estar concretizada ou para fazer os outros felizes. Ser menos ansiosa. Ser mais consciente de mim e aceitar-me mais. 

Gosto de ter 30 anos. E gosto de ter 30 anos e ter duas filhas. Há uma espécie de orgulho parvo em ser "mãe jovem" (acho que me sinto sempre mais jovem do que sou, na verdade) e em me perguntarem espantados: são suas filhas? (Bem, pensando melhor se calhar é porque não são nada parecidas comigo e eu a pensar que me estavam a achar nova). Às vezes, muito às vezes, dou por mim a pensar que foi cedo demais e que deveria ter aproveitado melhor os vintes, viajado mais, juntado mais dinheiro (se bem que ambos são um bocado incompatíveis eheh). Depois, percebo que posso fazer muitas destas coisas, noutra escala, com filhos ou que abdicar delas não é assim tão penoso em proporção com o prazer de ser Mãe. 

Este ano, nos 30, foi fabuloso. Por isso, os 31 só podem ser melhores. Venham eles. 

31 = 3 (Isabel) + 1 (Luísa)

#31rules #19junho1986



Há por aí mais gente da colheita de 86?


 
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Afinal ainda não fechei já a loja.

Sei que não é um bom timing já que estou divorciada e não tenho plano b. Sei que também não conseguiria dar conta de uma gravidez e de uma Irene como quero dar conta dela, mas quando peguei na Luisa ao colo, senti qualquer coisa. Já tinha pegado nela noutras vezes e tinha sentido que tinha a certeza de que não queria mais bebés, mas a Luísa estava tão macia e cheirava tão bem... E, ainda por cima, aceitou-me praticamente sem me conhecer. Aceitou o meu colo e houve uma vez em que nem foi "para a fotografia", a primeira. 

Agora que já se sabe um dos motivos pelos quais não conseguia ter mais filhos (a vida de casal não estava excelente), tenho tomado a liberdade de pensar mais em mim e na Irene e no nosso futuro. 

Afinal, ainda não fechei já a loja. Tenho 30 anos e é provável que um dia venha a ter mais uma pessoa a crescer dentro de mim e, depois, ao meu colo e depois à minha frente. 

As coisas mudam todos os dias: as vontades, os amores, os objectivos, as certezas, as tristezas, os planos, o tempo, a ordem,... 

E eu sou como os dias. 

 
Para ler: 

"Ela pediu-me um irmão"

"Farta de ti, Joana"


Coisinhas giras: 


Fotografias - The Love Project 

Piscina - Aquashow - Quarteira
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6.13.2017

Quando morrer...



Quero que saibas que foste a minha vida. Quero que saibas que sinto que toda a minha vida foi um percurso para me tornar todos os dias mais tua e te conseguir ver e sentir melhor. Quero que saibas que chorei sempre que te vi a ser maior e que sofri sempre que sofreste e que saboreei todos os segundos e minutos das tuas conquistas e tentativas. Quero que saibas que todos os dias tentei encontrar formas e maneiras de te fazer feliz e que não te faltasse nada. Quero que saibas que sempre que falhei foi depois de tentar o melhor. Que todas as decisões que tomei, mesmo as erradas, foram a pensar no melhor para ti. Que me baixei para te ouvir, que te abracei quando choraste, que ri com as tuas palhaçadas, que te expliquei as coisas, que te contrariei, que te deixei ser, que te deixei ir de galochas praticamente no Verão para a rua só porque querias muito, que te dei muita maminha, que adorei o teu cheiro a suor, que adorei ver-te tua, que me lembrei para sempre de quando me começaste a chamar, que me lembro do nosso desespero em acertarmos a dança quando éramos as duas pequeninas e tu tinhas acabado de nascer, que adorei ver-te de longe antes das tuas amigas dizerem que cheguei, que fui tão vaidosa de nós as duas, que odiava acordar-te, que sempre te disse que és o amor da vida do pai e da minha, que te ensinei o que é amar e ser amada, que te ajudei a saltar, a correr, a andar, a mergulhar, a respirar pela boca, a tomar banho, a por creme, a cortar as unhas, a pentear... Que, mesmo que não te dissesse, sabia quando estavas apaixonada e quando as coisas estavam menos bem. Era daí que vinham aqueles abraços e aquelas saídas a duas. Só nós. Que gostei de te ouvir a respirar durante a noite. Que quando tratava de ti e estavas doente era assoberbada por um super-poder que me impedia de ficar cansada. Que adorava tomar banho contigo aos domingos e deixar a água morna bater-te nas costas enquanto sentia a tua barriga. Que não houve nada pior que ver-te tremer de convulsões e não te poder ajudar. Que beijei e senti esses pés sem nunca antes terem tocado no chão. Que saíste de mim. Que eu me tornei o meu melhor eu graças a ti. Que mudaste o meu mundo. Que nunca na vida me voltei a sentir sozinha. És o maior amor que alguma vez senti e é um privilégio ser tua mãe. Sei. Sei que vais ser uma mulher fabulosa, com um coração enorme e com uma cabeça que não te faz mal.

Tantos abraços que te dei, tantos beijinhos que, mesmo quando eu morrer, sei que o meu coração vai morar dentro de ti, onde sempre morou. 

Que os leves aos dois para o peito da tua filha. 



Fotografia - Joana Hall





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