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4.17.2018

É por isto que eu não leio blogs de maternidade...


Não leio, a sério. Nunca me pegou a cena. Talvez pelo mesmo motivo que não decoro o nome de actores ou de pessoas da televisão. Só me lembro do nome das pessoas com quem trabalhei e, mesmo assim, às vezes escapa. 

Quando me falam de outras bloggers, ou digo que não vale a pena porque não sei quem são ou aceno que sim para parecer entendida porque é o que é esperado, mas não leio. Da mesma maneira que tirei a maior parte das instagramers tesudas do instagram para parar de me odiar tanto, também já não sigo pessoas que me façam sentir insatisfeita, mas apenas as que me inspirem. 

Nós não parecemos muito inalcançáveis, pois não? Não fazemos com que se sintam menos que nós, ou fazemos?

Agora sigo mais contas de arte (eu sei ahah), design, criatividade... para ver se passando o dia a ver coisas bonitas, também vou limpando a cabeça. E para ver se aprendo qualquer coisa porque sou uma nulidade nessas coisas mais abstractas. 

Há um blog que não deixo de ler... este. Leio os posts da outra Joana (quase todos, ahah, somos as duas iguais, é o que vale) e, por isso, no outro dia perdi uma noite de sono. Bem sei que para quem perdeu três anos de sono, isto não é nada, mas... Não devia ter lido este post que a Joana escreveu!

A Luísa abriu a porta do carro em andamento e foi isso mesmo que sonhei. Estava a conduzir e iam as duas no banco de trás: a Luísa e a Joana. Não consegui fechar a porta a tempo, a Luísa tirou o cinto e saiu desamparada pela estrada fora, pelo meio das faixas todas. Com aquela gordurinha das pernas a tremer sempre que pousava mais um pé descalço no chão. 

Custou-me muito. 

Por isso, Joana, a ver se escreves só posts que não me deixem preocupada, que não tenho vida para isto. Mais posts das tuas miúdas que me deixem com o coração fora do peito, não. 


A Luísa tinha aqui um mês e pouco.

Que blogs de maternidade lêem vocês? Os vossos preferidos? 

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2.20.2018

Algo de errado se passa com a Luísa...

Estamos preocupados, a verdade é essa. Já estive para escrever sobre isto na semana passada, mas fui adiando, talvez por nem querer materializar os meus receios. 

A Luísa anda a coxear. A sentar-se mais do que o habitual. A pedir mais colo. 
A Luísa não chora, não se queixa de dor, não aponta para nenhum sítio em especial. 
A Luísa não esteve doente recentemente. Nem deu nenhuma queda grande recentemente, que déssemos conta. A radiografia à bacia, que fez ontem, não deu nenhum sinal de alarme. O pé esquerdo, que põe mais para dentro, e a perna, na qual parece ter menos força e por isso não a apoia totalmente, deram-nos sinal de alarme. 

Já fomos a dois ortopedistas pediátricos de referência no espaço de uma semana e nenhum dos dois nos deu um veredicto mais conclusivo. O último deu-nos o telemóvel caso algo mudasse no estado da Luísa (fizesse febre ou deixasse de comer ou...) ou tivéssemos alguma dúvida entretanto ou receio entretanto. Um amor. Nem uma semana tinha passado da primeira consulta, com outro médico, que nos explicou tudo tudo tudo com imensa calma, mas que, não vendo melhorias, não nos descansou. 

Agora temos duas a três semanas à nossa frente para ver se a Luísa melhora e deixa de coxear. Se tal não acontecer, voltaremos e faremos novos exames, talvez com anestesia geral. Talvez.

Como devem imaginar, não tendo conseguido ainda um diagnóstico, tivemos de ir parar ao Doutor Google. Sim, já sei, mas é difícil resistir. Claro que já chegaram até nós hipóteses que nem se pode pensar nelas por um segundo senão o mundo desaba. 

Temos feito o exercício de respirar fundo e esperar. Não há de ser nada. Não há de ser nada. Uma pequena fissura que irá ao sítio. Mas se, ao menos, se encontrasse já qualquer coisa... um entorse, algo, algo. Saber o que tem. Duas, três semanas. Não há de ser nada.

Esperaremos sem desesperar. Não há de ser nada.







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6.16.2017

Afinal ainda não fechei já a loja.

Sei que não é um bom timing já que estou divorciada e não tenho plano b. Sei que também não conseguiria dar conta de uma gravidez e de uma Irene como quero dar conta dela, mas quando peguei na Luisa ao colo, senti qualquer coisa. Já tinha pegado nela noutras vezes e tinha sentido que tinha a certeza de que não queria mais bebés, mas a Luísa estava tão macia e cheirava tão bem... E, ainda por cima, aceitou-me praticamente sem me conhecer. Aceitou o meu colo e houve uma vez em que nem foi "para a fotografia", a primeira. 

Agora que já se sabe um dos motivos pelos quais não conseguia ter mais filhos (a vida de casal não estava excelente), tenho tomado a liberdade de pensar mais em mim e na Irene e no nosso futuro. 

Afinal, ainda não fechei já a loja. Tenho 30 anos e é provável que um dia venha a ter mais uma pessoa a crescer dentro de mim e, depois, ao meu colo e depois à minha frente. 

As coisas mudam todos os dias: as vontades, os amores, os objectivos, as certezas, as tristezas, os planos, o tempo, a ordem,... 

E eu sou como os dias. 

 
Para ler: 

"Ela pediu-me um irmão"

"Farta de ti, Joana"


Coisinhas giras: 


Fotografias - The Love Project 

Piscina - Aquashow - Quarteira
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