7.08.2016

Vou ter saudades deste rabo de fraldas


Como em todos os saltos de desenvolvimento, tenho sentido aquele misto de emoções "que crescida!" e "onde está o meu bebé?!". Adorei vê-la a começar a andar, a começar a comer sozinha, a começar a falar (as conversas que vou tendo com ela são absolutamente deliciosas) e fiz uma festa quando fez o primeiro cocó no penico. Mas, lá está, parece que cada etapa, como o corte do cordão umbilical, a leva inevitavelmente para mais longe de mim, do meu colo, da minha protecção. Claro que não vivo ansiosa com nada disto, são pensamentos saudáveis de mãe, mas tenho muitas vezes a sensação de que vou ter saudades. Vou ter saudades do rabo de fraldas da Isabel (zero saudades, porém, de lhe mudar fraldas, de gastar dinheiro e de poluir ainda mais o ambiente), acho que o último grande resquício de que é uma bebé. A minha bebé está a tornar-se numa menina que faz cocó na sanita, que gosta de ler histórias na casa de banho, que se quer limpar sozinha (bleccc hehe). Ainda não começámos o desfralde puro e duro (mais por preguiça nossa, porque ela já não faz cocó na fralda desde janeiro e já vai pedindo para fazer xixi várias vezes), mas está para breve, quando formos de férias. 

Algum conselho que as mães mais experientes tenham para nos dar?



Body de gola - Petit Biscuit
Calções - Tsuru
fraldas - usa de tudo, desde continente, a pingo doce, a dodot.


Sigam-nos no instagram @aMaeequesabe
E a mim também;) @JoanaPaixaoBras

Depressão pós-parto?

Calma, o título é alarmista. Não estou com uma depressão pós-parto e não sinto que precise de ajuda médica (não ainda), mas a verdade é que, ao contrário do pós-parto da Isabel, comecei recentemente a ter mais lágrimas à mistura na equação e a ser confrontada com mais fantasmas.



"Com o segundo, é tudo mais fácil. Vais ver que vai ser tudo com uma perna às costas." Em parte, sim. Não temos medo de os agarrar, não ficamos tão assustadas com uma borbulha que lhes nasça na testa, manejamos uma fralda a transbordar de cocó só com um dedo mindinho, já não stressamos tanto com os gramas que eles ganham semanalmente... e por aí fora.

Mas eu sinto que com o segundo não é tudo mais fácil, pela simples razão de que não existe só o segundo na nossa vida. Existe uma mãe mais experiente, com menos macaquinhos no sótão, mais confiante nas suas maminhas, uma mãe que já aprendeu que é importantíssimo fazer as sestas com eles, mas existem também dois filhos, dependentes de nós, do nosso amor, da nossa paciência.

A verdade é que eu ainda não me sinto à-vontade para ficar um dia sozinha com elas. 

Fiz a experiência ontem e acabou comigo a chorar copiosamente, ao fim de 3 horas a tentar adormecer a Luísa, durante a noite, rezando para que a Isabel não acordasse entretanto. E o reconhecimento dessa impotência - mental e física - fez com que me sentisse derrotada. Custa muito sentir que não estamos a dar conta, não como gostaríamos. "Era suposto eu conseguir, sozinha, dar conta do recado." Ir buscar a Isabel à creche cedo, deixando o jantar pronto, a mesa posta, o pijama e o banho quase preparado, brincar com uma, dar mama a outra, tentar adormecer a mais nova primeiro, depois a mais velha e "sobreviver" a uma noite - sempre imprevisível - de cólicas da mais nova e de pesadelos da mais velha. Tinha ido deitar-me vitoriosa, a agradecer a todos os santinhos o facto da Luísa ter dormido durante a hora e tal que a Isabel demorou a adormecer. Mas acordei, com a Isabel às 06h30, ao contrário do que era suposto com aquela história de que "basta um sorriso deles e ganhamos logo forças", sem força anímica. Cansada, meia revoltada com o mundo, cheia de vontade de "despejar" a Isabel na creche e cheia de vontade de dormir. De manhã, não me apeteceu ser mãe. E, depois de todo este emaranhado de sentimentos, a dificuldade em me reconhecer neles, a culpa, a frustração.


Claro que sobrevivi, claro que passou, claro que elas não ficaram traumatizadas com o meu mau humor (pedi à Isabel, quase em lágrimas, para parar de tocar o tambor, que estava cheia de dores de cabeça, e ela parou). Claro que sobreviverei a muitas outras vezes em que terei de ficar com as duas sozinha e que, daqui a uns tempos, tudo será mais fácil (ou parecerá mais fácil). Claro que nada disto é um drama sem fim, mas não gostamos de nos confrontar com as nossas incapacidades, com os nossos deslizes, e o pior de tudo é cairmos no erro da comparação com outras mães que têm três, quatro filhos - e nenhum deles está na creche - e conseguem lidar com tudo sem entrarem em modo drama queen. Queremos manter sempre o optimismo, o sorriso, a garra. Mas não somos de ferro. Eu não sou de ferro e nem a pancadinha nas costas do "vai passar e até vais ter saudades" resulta na hora H.


Acho que a alternância entre sentimentos de plenitude, satisfação, felicidade e alguma tristeza, choro e dúvidas, faz parte desta fase de mudança. Não sinto que esteja com uma depressão pós-parto, mas - por nunca ter tido nenhuma antes e não sendo psicóloga - não hesitarei em ir a uma consulta, caso algum dia tenha dúvidas e sinta necessidade. Escrever este texto já me ajudou. Acho que ler os vossos comentários também irá ajudar. Mas o que sei que vai ajudar mesmo é reconhecer que tudo isto faz parte do processo, não me culpabilizar tanto pela falta de paciência nem me sentir defraudada por nem sempre me sentir uma super mulher, relativizar mais, desabafar mais, pedir mais ajuda, ir arranjar as unhas, ir comer um gelado de dois metros, dormir mais. 


Sigam-nos no instagram @aMaeequesabe
E a mim também @JoanaPaixaoBras


Também gosto de sessões fotográficas! - Lagoa Parte I

Uma pessoa, à medida que vai crescendo (infelizmente, em todos os sentidos), vai conhecendo mais do mundo e de si. Eu, por exemplo, aprendi que afinal até gosto de Nutella (qualquer dia até como peixe e coisas que venham do mar - não como não!) e que, afinal, também gosto de sessões fotográficas ("também" porque a outra Joana delira com sessões fotográficas, houve uma vez que até fez um bolo para uma!). Que gostava de fotografar já sabia (um curso inacabado disso, mais uns foleirotes de fim-de-semana já me tinham dado essa indicação), mas que gostava de ser fotografada num contexto planeado não fazia ideia. Aliás, era algo até que eu defendia como não ser "fotografia". Dizia que, para mim, a fotografia é um auxiliar de memória com sentimentos. Ao tirarmos os sentimentos da fotografia (por tudo ser planeado), ficamos mais com uma imitação de um quadro (que eram as principais críticas à fotografia quando surgiu - além da suspeita de roubar almas ou de as preservar - acho que havia de tudo). Afinal, gosto de quadros.  
Noto que tenho muita dificuldade em olhar para a câmera quando a Joana Sepúlveda Bandeira do LoveLab me sugeriu. Não gosto. Não gosto de ter que sorrir porque sim. E, curiosamente, ficou estampado na minha cara que não houve sinfonia nos meus músculos faciais - parecia que tinha tido tromboses pequeninas. É como quando se começa a pensar muito na coreografia da aula de aeróbica: se pensarmos muito, perdemos o "fio à meada". Sim, ainda recordo com saudade as aulas de aeróbica que fazia com ténis de corrida em formato bota. Quando não havia tanta mariquice para o desporto - agora apetece fazer desporto só para comprar ténis para isso. 

A Joana produz sessões fotográficas com magia, leva consigo uma dedicação extrema (veio ter connosco a Óbidos, por exemplo) e uma centena de sonhos que tenham que ver com o local combinado (a Lagoa de Óbidos). Ela sonha com a roupa, com tendas, com bolas de sabão, com acessórios de bigodes e de óculos. Houve uma sessão que fizemos as quatro (ainda não havia Luísa) que a Joana até cadeiras levou, imaginem! Para a Joana, a fotografia começa muito antes de estar com quem fotografa. Provavelmente, a par dos três filhos, é algo que lhe está sempre ali, a marinar na cabeça, a obrigá-la a fazer conjuntos, a planear. Sinto que ela adora todas as fases envolvidas, mesmo o pré. 

Eu, como amadora de fotografia, sou o oposto disto. Não planeio. Vejo um momento e decido que tenho que o captar. Talvez por preguiça, mas muito também por não ser fotógrafa profissional, claro. Porém, com estas fotografias aprendi umas lições: 

- A altura do dia é mesmo determinante para umas excelentes fotos. 

- A roupa em tons próximos também constrói um bom flow visual e uma harmonia maior que não nos distrai do objecto. 

- A Joana é muito magrinha, dá-me vontade de lhe dar um euro para uma sandes. 

- Tudo fica mais bonito com bolinhas de sabão. 

- Tenho de ir refazer as madeixas que isto já não se aguenta. 

- Tenho uma boa perna (vá, as duas - sem incluir as coxas). 

Joana, obrigada por, a par de todos os objectos e sonhos, levares sempre o teu coração para as nossas sessões fotográficas. 














Fotografia - Love Lab

Sigam-me no instagram aqui @JoanaGama
e a nós aqui @aMãeéquesabe