5.20.2016

Daqui a nada tenho que explicar aquilo da cegonha.

Acho que não vou por nenhuma cegonha ao barulho senão a "coisa" fica ainda mais esquisita. Ela poderá imaginar uma cegonha a dar umas bicadas no pipi da mãe e ficar preocupada comigo. Ou pensar que as cegonhas roubam bebés e sempre que vir uma, enrolar-se numa posição fetal. Pior, pensar que se os sacos de plástico estão tão caros, onde é que a cegonha vai desencantar o saco para transportar o bebé de um lado para o outro. E se o bebé fizer cocó no saco no início da viagem? Depois fica lá a banhar-se até chegar à Alfredo da Costa? Meter a cegonha ao barulho é complicar. 

Vou antes pôr um Tucano. Tem mais cor, um hálito menos agressivo por (digo eu) não comer tanto peixe e tem um ar mais simpático.

Ah. Brincadeira. Logo se vê o que lhe digo, aliás, eu já lhe conto a história da mamã e do papá: "a mãe e o pai deram muitos muitos beijinhos e apareceu a Necas na barriga da mãe, a Necas cresceu muito muito muito, a mãe foi para o hospital fazer força, a Necas saiu pelo pipi e foi para a maminha. A mãe teve uma depressão pós parto ou lá o que foi e teve vontade de se atirar de uma pontezinha simpática". 

Ela gosta da história (claro que só vai até à maminha) e acho que assim fica resolvido até ela ter 6 anos. Tenho é medo que ande a dar uns mamos de boca agora aos peluches lá de casa para ver se fica com tartarugas-bebé no estômago ou caranguejos. 

A Irene começou a fazer perguntas. Reparamos sempre que ela é muito curiosa (todas as crianças são, eu sei), mas é um fascínio ver as coisas que ela quer saber, a vontade que tem de aprender. Já fui buscar um manual de contabilidade para ver se aprende ainda algo de jeito para o IRS deste ano. 

Agora aponta para as coisas e diz: "isto chama-se?". Ou: "o que é isto?". 

Ainda fico sempre supreendida. É mais uma forma que ela tem de conversar connosco e, sinceramente, parece-me que já está tudo. Ela é uma companhia fenomenal: opina, observa, pergunta e... faz birras. É uma mulher. ;)

Ah! Hoje de manhã até argumentou! Queria bolachas para o pequeno-almoço e eu disse "não são pequeno-almoço, são snack para comer entre refeições, o pai come pão, a mãe come pão, a necas come pão". Ela responde: "papá come bolacha, mamã come bolacha, bebé come bolacha". Claro que me ri imenso (mas não houve cá bolachas para ninguém muahaha, sou a nazi dos pequenos-almoços). 

Ela já me pergunta coisas. Mais uma milestone. Ansiosa por tangá-la imenso com coisas sem importância e rir-me para dentro com isso.

A pensar se consegue por lá um cão em casa se der um linguadão naquele caniche que está ali a passar.

5.19.2016

Agora elas ;)

Ontem continuámos a nossa passadeira de famosas para xuxu e fomos ao "Agora Nós", falar do nosso (e vosso) livro - a Mãe é que sabe: como sobrevivemos aos primeiros 2 anos. 

Entrevista aqui, começa aos 13 minutos (para não terem de ver esta catrefada toda de fotos se quiserem ir directas ao business). 

As nossas meninas foram vestidas de igual. Estivemos indecisas até à última se faríamos isto ou não, mas acabámos por fazer, ambas adorámos a roupa da miini möh da Kide Fashion (nossos parceiros, depois explico-vos tudo num post) e não conseguimos resistir a um matchy matchy interfamiliar (é assim que se diz no mundo beto, não é? "matchy-matchy"?). 

A Isabel e a Irene a apaixonarem-se uma pela outra nos bastidores (ainda não pararam de falar uma da outra desde ontem) e, sem modéstias, estão as duas lindas! 

Aqui parece que a Isabel vai fazer anos e a Irene quer imenso ser convidada.

A Joana Paixão Brás a ver se envia mais um bebé na barriga porque este já está quase a sair.

Que perfeitinha - mesmo com dente partido. Se bem conheço a Joana, já lhe deu uma formação intensiva de como não mostrar o dentinho nas fotos.

Sempre a embuchar as bolachas da Irene, sacanita. 

Houve algumas birras por um pedacinho de pão ter caído no chão e depois a imitação da outra macaquinha. 

A pôr-se na fila para ser maquilhada.

A indignar-se por não lhe terem posto uma base de mais de 5 euros.


Uma foto publicada por a Mãe é que sabe (@amaeequesabe) a


Depois da Irene ter dito "mãe, põe moeda", a fotografia das cinco.

Primeira vez que, numa fotografia, não sou eu a "Badoxa".

A equipa do blogue "a Mãe é que sabe". 



Um vídeo publicado por a Mãe é que sabe (@amaeequesabe) a

Roupas das meninas: miini möh da Kide Fashion
Laço da Irene: Nini Lace
Roupa da Joana Paixão Brás: Porta 18 
Roupa da Joana Gama: do seu bolsinho (Lanidor do ano passado - em saldos muahaha)

A Isabel partiu um dente da frente

Não quis escrever no dia do acontecimento nem no seguinte, propositadamente. Quis acalmar a catadupa de sentimentos que me invadia (até tive insónias nessa noite), por saber que estava a exagerar.

Na terça-feira, eram umas 15 horas, e ligaram da creche. A Isabel tinha um dente da frente partido. Fiquei nervosa, claro, antes, durante e depois da chamada. Pedi que me enviassem fotografias. O meu coração gelou quando vi. Metade de um dente caiu e tinha uma ponta afiada. Fiz um esforço enorme para não chorar.

Afinal a queda de segunda-feira deixou uma sequela. Pequena, claro. Há que relativizar logo desde o início. Sabemos, naquele momento, que não é nada grave, que há problemas a sério e que até é estúpido estarmos assim tristes, com tantas crianças doentes e pais a passar pela maior das provações. Filha saudável, feliz, brincalhona, cheia de vida. Aquilo não era nada. Mas e explicar isso a uma mãe? Explicar a isso a uma irmã, cujo irmão sofreu um bocado na infância com um dente preto e que até hoje não gosta de recordar essas fotografias?
Preocupei-me na hora com a raiz do dente, com as dores, com o dente definitivo, mas confesso que a parte estética também me chateou. Não tenho de me armar em Madre Teresa convosco e encher este texto de ensinamentos e reflexões, nem de frases feitas, para desculpar a minha futilidade, vaidade, falta de problemas reais, o que lhe quiserem chamar. Tenho consciência de que uma criança ter um dente de leite partido não é - em princípio - um big deal e, também por isso, me revoltei mais comigo e com o que estava a sentir.

Fomos nesse dia ao dentista, fazer raio X, e o mais importante está assegurado: não haverá, à partida, implicações com o dente definitivo. A raiz parece intacta.
Uma das coisas que me preocupava era que ela agora se cortasse e tivesse dores (até a espirrar morde o lábio de baixo, tadinha), achava melhor limar o dente, mas o médico disse que a melhor lima era a erosão natural, com saliva, língua, etc, para não desgastar mais o dente com a broca. Quanto a meter massa, não aconselha, mas disse que a decisão seria nossa. Dente pequenino e de leite, pouca estrutura para segurar a massa, e que de 15 em 15 dias lá estaríamos de novo. Bastava uma maçã, um impactozinho, e lá se ia a massa. Faz se quisermos - viu pela forma como a Isabel se deu na consulta (portou-se tão, mas tão bem!) que seria uma intervenção fácil - mas não considera necessário.

Já confessei: custou-me muito vê-la com o dentinho partido, de cada vez que sorria ou que nos mostrava. Mas agora também vos tenho de dizer que não há nada como deixar passar uns dias. Parece que o peso nos vai saindo de cima, que a culpa se vai indo embora ("não a devia ter deixado em cima da cadeira sozinha!") e que nos vamos habituando. Ela vê-se ao espelho, fala disso, mostra às pessoas, mas não tem para ela o significado que teria para nós adultos, se nos acontecesse agora. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem.

Uma das fotos que me fez gelar o coração, quando a recebi. Como canta a Isabel agora todos os dias, "já passou!".