5.10.2016

Estar grávida do segundo filho.

Confesso que, por muito que me dissessem que a magia era igual, não senti durante muito tempo. Não senti como da primeira. Andei ali que tempos a estranhar tudo, a esquecer-me de que estava grávida tantas e tantas vezes, a não ter uma ligação tão intensa com a minha barriga, pelo menos não tão intensa como da primeira vez. Nem o tempo de gravidez me pareceu o mesmo: passou tudo muito mais rápido. Não escrevi tudo num caderninho, não fiz um diário, não escrevi coisas apaixonantes, não tomei longos banhos de espuma a namorar cada pontapé, não cantei vezes sem conta para a bebé, nem conversei tanto com ela, não pus a barriga a ouvir música clássica. O pai não falou tantas vezes com ela, não beijou tanto a barriga, eu não comentei tanto cada pontapé, não roubei tantas vezes a mão do pai para sentir cada movimento. Não fiz tantas juras de amor. Não saboreei, com aquela paixão descompassada, cada segundo. Não fotografei a barriga todas as semanas. Não tive tantos medos, nem enjoos sequer. Não fiquei ansiosa nem fiz a mala com antecedência. Apesar da curiosidade, não a quis conhecer antes de tempo. Não tive, nem tenho, pressa. 

Acredito que, pela minha descrição, estar grávida do segundo filho possa soar a algo frio e desapaixonado. Não é. É algo sereno, terno, apaziguador. Amo e desejo esta minha filha tal como desejei a primeira. Mas, talvez por já conhecer o Amor na verdadeira acepção da palavra, a paixão louca da primeira gravidez dá lugar a uma experiência mais madura, mais calma, por já adivinharmos que vai culminar num amor maior do que tudo. A gravidez acaba por ser um misto de "já sei o que é" com um "que maravilha!". É um "já não me lembrava que era assim" com um "ficava nisto mais uns tempos". Tirando o episódio da semana que passou, esta foi uma gravidez santa, sem queixumes, sem dores, sem grandes ansiedades, nem sequer metade das idas à casa de banho. E, como não sei se será a última vez que estarei grávida, até já tenho saudades.

Estou grávida de 36 semanas, a um mês - se tanto - de conhecer a Luisinha. No tempo que nos falta, vou fazendo as despedidas, devagarinho, da minha barriga (que tem uma filhota aos soluços neste preciso momento), da Isabel como filha única e, também, de mim, como mãe de apenas uma, que consegue ter um colo sempre disponível. Não sei o que me espera. Assusta-me um bocadinho a gestão inicial, a partilha da atenção entre ambas, mas quero acreditar que o meu coração de mãe vai saber o que fazer e que o meu colo se vai espraiar, como as margens de um rio.

Só sei que vai ser uma aventura e tanto e que vamos ser muito felizes. Para já? Duas gravidezes vivenciadas de forma completamente diferente, mas uma certeza no coração: sou uma sortuda por poder sentir em mim este milagre da Vida.





5.09.2016

Até me fez imersão!

Abençoado domingo em que decidi questionar as nossas rotinas. Geralmente, enquanto a Irene dorme a sesta da tarde, vou rapidamente aninhar-me no sofá para ver qualquer coisa na televisão com o Frederico e cochilar um pouco (já mesmo quando a miúda está quase a acordar -  um clássico). 

Depois de adormecer a Irene e de ficar alguns minutos só a ouvi-la respirar e ver o corpinho dela a mexer com a respiração, decidi não fazer o mesmo de sempre. Fui tomar um banho, longo, demorado, de imersão. 

Uma amiga minha ofereceu umas "bombas" para o banho. Uma espécie de sais para o banho, óptimas e só naturais. Experimentei e... fui feliz. Durante meia hora, pus-me toda a parte de mim que cabia dentro da banheira, ouvidos e tudo e ignorei o mundo exterior. O intercomunicador estava ligado, a água conduz o som e, portanto, qualquer coisa podia ouvir. 

Senti a minha cabeça a viajar, desde pensamentos mais concretos como "o que vou fazer a seguir", para "os rebuçados deviam ter mais cores". Senti que a minha cabeça andava aos berros e que consegui acalmá-la um bocadinho. Acho que meditei ou que me hipnotizei. Qualquer coisa. 

A água estava à temperatura perfeita e, como estava cheia de espuma, conseguia ouvir a espuma a desfazer-se nos meus ouvidos e pequenas bolhinhas de ar a contornarem-me o corpo. 

Senti primeiro os pés, isolei-os do resto do corpo. Depois as pernas, depois a barriga (parece que me esqueci do pipi), as mamas, o pescoço e a cabeça. Entrei mesmo num estado diferente que, sinceramente, não tinha nenhum outro propósito que não simplesmente deixar de ser um bocadinho. 

Acho que foi um efeito tipo SPA/Yoga só que na banheira da minha casa de banho. Foram 30 minutos em que borrifei para imensa coisa, para o cochilar no sofá, para dar um jeito à cozinha, pôr a roupa a secar... tudo. 

Adorei. 


Lembrei-me agora que um dos pensamentos que me veio à cabeça foi agradecer ao meu corpo por se ter portado tão bem durante o parto, por ter funcionado, por me ter feito ter a Irene. 

Não costumo ser tão esotérica. Influências de uma amiga minha (obrigada, Eugénia) e, sinceramente, acho cada vez mais que o crescimento interior tem de passar por reconhecermos mais a nossa dimensão espiritual que deve passar todos os dias amuada a um canto por não lhe prestarmos atenção.

Não sou coach de nada, não sei nada de Mindfulness, foi uma experiência que correu bem e que me deixou muito bem disposta e contente comigo, por me ter dado esse momento. 

Experimentem também.

PS - Não façam é como eu e tenham o telefone perto da banheira que, quando vibrou, apanhei um susto tão grande que me ia afogando. Eu, se é para me afogar, não pode ser naquela posição como se fosse a parir de fininho. 

a Mãe dá - Livros a Mãe é que sabe

Vocês não vão acreditar! 

A vossa vida muda hoje. Esqueçam tudo o que fizeram até hoje! Há a vossa vida antes deste momento e depois deste momento. 

Vamos oferecer-vos 10 livros a Mãe é que sabe (não me apetece nada ir pô-los ao correio, mas pronto, depois vejo como faço isso que não há de ser a grávida a ir, estou feita). 

Nós gostamos muito do livro (ahah, claro que sim), apesar de nenhuma das duas o ter lido. É uma compilação daqueles que julgamos serem os textos essenciais dos dois primeiros anos das nossa vida enquanto mães mas, para que também não nos achem preguiçosas, também tem textos originais.

Nós vamos apresentado os capítulos à medida que os forem lendo. Têm sempre uma conversa entre as duas Joanas (nós, que horror, estou a falar de nós), em que explicamos o que nos passou pela cabeça, se é o que nos passou alguma coisa. 

Além disso, decidimos incluir os vossos comentários (não todos que, senão, iríamos ter um livro da dimensão de um Pantagruel ou algo do género), porque a verdade é que vocês fazem tanto parte deste blog como nós (ohhh, lagriminha).

Sinopse:

"Mais do que uma ida à esteticista, o que toda a mãe precisa, ainda para mais nos primeiros tempos, é sentir-se compreendida, acompanhada e confiante (quase que parecia um anúncio a pensos higiénicos agora, nós sabemos). A mãe é que sabe. E se há alguém que tenha de meter isso na cabeça somos nós, as mães. Produto de um blogue criado com muito amor mas que, à semelhança dos bebés, com muito cocó também à mistura, este é um livro que pretende ser a melhor amiga de quem esteja a passar pela maternidade (não o edifício em si, mas a aventura de ser mãe). Infelizmente, nem sempre engravidamos ao mesmo tempo que as nossas amigas e, por isso, ou fazemos um bloguezinho (ups) ou ficamos a falar com as paredes. Sabemos que não têm tempo para ler este livro, mas certificamo-nos que ficaríamos bem na prateleira - apesar de, por termos sido mães, já não termos uma prateleira em condições. Estamos convosco. Aqui está como sobrevivemos aos primeiros dois anos da Isabel e da Irene." 

Têm aqui um excerto do livro, se quiserem dar uma olhadela. 



O que têm de fazer? Muito simples.

1- Comprar um livro (ahah, a brincar). 

2 - Partilhar o post do passatempo que está no Facebook publicamente, este:


                          

3 - Comentar o mesmo post com "se não ganhar, eu compro um". ;)

4 - O sorteio há de ser por random.org e iremos anunciar os vencedores em forma de comentário no próprio post, pedindo que nos enviem uma mensagem com a morada para a nossa página. 


Anuncio os vencedores no Domingo de manhã. Se me esquecer, não é por mal, mas em princípio não me esqueço porque sou muita boa.